Pouco passava do meio dia, quando Daryl e Beth cruzaram novamentes os portões de Alexandria, e receberam um olhar curioso de Gleen, que estava de vigia
O sol estava em seu apice, como se já não bastassem os mortos, agora o clima tambem estava um inferno.
Durante todo o caminho de volta Beth e Daryl mantiveram aquele silencio desconfortavel, e o Dixon estava grato pelo fato de não ter que conversar com ela, pelo menos por hora, de forma que ao chegarem a comunidade ambos se separaram sem dizer nada.
Antes mesmo que Beth pudesse entrar na casa ela já sentiu o cheiro maravilhoso que vinha da cozinha, e assim que cruzou o batente da porta encontrou Maggie preparando o almoço.
- Como foi a caçada? - perguntou sem se virar para ela, enquanto cortava alguns legumes que haviam cultivado em Alexandria e os depositava na panela.
- foi boa... eu matei um cervo. - Beth deu um riso discreto enquanto se sentava em uma cadeira em frente a bancada, o que acabou arrancando um leve sorriso de Maggie.
- Encontraram muitos walker's? - continuou, disfarçando o tom de preocupação.
- só quatro, Daryl e eu conseguimos lidar com eles.
Com aquela resposta a Greene mais velha decidiu dar o assunto por encerrado, secou as mãos e seguiu para a sala, enquanto a panela continuava no fogo.
- Vem eu achei uma coisa para você. - ela disse, recuperando repentinamente o tom de animação e subindo para o andar de cima, enquanto Beth esperava sentada no sofá.
Uma expressão curiosa tomava a face da loira, que fitava a escada anciosa, esperando que a irmã voltasse. Assim que viu a Greene mais velha voltar com o violão nas mãos, seus olhos ganharam um brilho que Maggie não via a muito tempo.
- eu estava limpando o sotão, quando achei esse violão, imaginei que você fosse gostar. - dizia com um sorriso nos lábios, aquela expressão nos olhos de Beth era a melhor coisa que Maggie via em dias.
- Maggs! ele é lindo... é realmente meu? - a loira perguntou enquanto passava os dedos pela superficie do instrumento, que estava muito bem conservado, levando em conta as circunstancias.
- Claro! por que não esperimenta? Eu vou terminar de preparar o almoço, logo o Gleen vai chegar da vigia.
Beth concondou e seguiu para a varanda da casa, se sentou em uma cadeira que havia alí e dedilhou as cordas do violão, repentinamente lembrando-se de uma melodia.
" It's unclear now what we intend
We're alone in our own world
And you don't wanna be my boyfriend
And I don't wanna be your girl
And that, that's a relief
We'll drink up our grief
And pine for Summer
And we'll buy a beer to shotgun
And we'll lay in the lawn
And we'll be good "
( ... )
Beth cantou com os olhos fechados, era inesplicavel a sensação de paz que aquele simples ato trazia, ela poderia ter ficado alí por horas, se não fosse por um pequeno barulho atrás de si, que a fez se virar e dar de cara com Daryl, que tinha aquele tipico sorriso de canto nos labios, do qual ele não conseguiu esconder antes que ela visse
( pouco antes )
Desde que se separou de Beth, na entrada de Alexandria o Dixon não conseguia tirar a loira de sua cabeça, aparentemente tudo que ele tentasse pensar refletia nela, a forma como mesmo sem memória, ela ainda parecia ter esperança... aqueles olhos azuis de corça, que o fitavam como se pudessem ver sua alma, e aquela voz que conseguiria acalmar até mesmo as maiores feras, Beth Greene era como uma droga, e Daryl estava sofrendo de Abstinência.
Tanto que ele decidiu que precisava de ar, e começou a perambular pela comunidade. Em geral as pessoas não prestavam muita atenção nele, já que a maioria estava tão acostumadas com as atitudes estranhas que o arqueiro tomava as vezes, que aprenderam a não questionar.
Ele penssou que fosse coisa de sua cabeça, quando ouviu aquela voz tão conhecida, cantando a mesma musica que naquela noite na casa funeraria, e antes que a lembrança tomasse sua mente ele decidiu se aproximar da origem do som, e logo chegou a casa de Maggie e Gleen onde a loira estava sentada na varanda, uma expressão de plenitude tomava sua face, enquanto ela tocava e cantava aquela musica.
O Dixon se aproximou por trás e se encostou na parede, enquanto a musica continuava, estava decidido a não encomoda-la, até que acabou esbarrando os pés em algo que estava no chão e imediatamente a Greene se virou em sua direção, ele pode perceber que sua mão já estava na faca, recentemente recuperada.
- Cuidado com essa faca, Greene . - foi tudo que ele disse, enquanto caminhava para a frente dela e se sentava na pequena escada que dava entrada para a casa.
Imediatamente Beth soltou um suspiro de alivio e voltou a uma postura mais leve, desviando seus olhos para o Dixon.
- O que te traz aqui, Sr Dixon? - perguntou com uma sobrancelha arqueada.
- Vim procurar o Gleen... pensei que ele já estivesse de volta da vigia. - mentiu. Era claro que ele jamais admitiria nem para Beth nem para si mesmo que havia ido até lá por ela, então decidiu mudar de assuntou. - Onde conseguiu o violão?
- A Maggie achou no porão... é incrivel não é? - ela perguntava abrindo um sorriso, o que repentinamente fez Daryl querer sorrir tambem. - é tão bom poder tocar novamaente, não me lembro a ultima vez que me senti assim.
Eu lembro, Daryl pensou, enquanto mantinha os olhos presos nela, o que a fez tombar o rosto para o lado, e olha-lo com um sorriso de canto, até que ele percebeu o quão estranho aquilo parecia e voltou a assumir o olhar duro de sempre.
- Você se lembrou de mais alguma coisa? - perguntou, na tentativa de faze-la esquecer a forma com que ele a olhara. - digo, sobre seu passado?
- tenho algumas lembranças... - ela disse, ponderando em dizer que a maoria delas era sobre ele. - me lembro de algumas coisas na prisão, de cuidar da Judy... e de você. - disse por fim, em um tom mais baixo, na esperança de que ele não ouvisse.
A tentativa da loira foi falha, e assim que ouviu as palavras sussurradas pela Greene, o arqueiro imediatamente levantou os olhos para ela, que tambem o fitava. E assim eles continuaram, azul contra azul, como se estivessem tentando ler a mente um do outro. Aquilo durou por longos segundos até que uma voz conhecida os despertou de seus devaneios, e os obrigou a quebrar aquele contato visual tão intenso.
- Oi pessoal... - o Coreano disse relutante, com a impressão de que estava interrompendo algo. - Estou atrapalhando alguma coisa? - continuou, enquanto revesava sua atenção entre Beth e Daryl.
- Claro que não. - o Dixon disse grosso, e se levantou bruscamente. Parece que o bom e velhor Daryl Dixon estava de volta.
Ele se levantou e foi embora, esquecendo completamente a desculpa que havia dado para Beth, tudo que ele queria era se afastar dalí e esquecer a intensidade do olhar dela.
- O que deu nele? - Gleen perguntou confuso
- Eu não fasso a minima idéia.... - ela deu um longo suspiro e passou os braços por cima dos ombros do cunhado, decidindo que pensaria naquilo mais tarde. - vem, a Maggs preparou o almoço.
- então, que Deus nos proteja. - ele disse enquanto entravam na casa, e ambos riram.
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