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História BACK TO BACK: About A Girl - "She's only 18" - 1990


Escrita por: FinnSkada

Notas do Autor


Todos os títulos dos capítulos do extra de "Back to back" são músicas do álbum Stadium Arcadium de 2006, da banda Red Hot Chili Peppers.

Música do título: She's only 18

Capítulo 18 - "She's only 18" - 1990


Fanfic / Fanfiction BACK TO BACK: About A Girl - "She's only 18" - 1990

1990. É verão em Hawkins, o sol finalmente deu as caras, como diria Dustin. De verdade. É um sol de rachar, acabei gastando duzentas pratas num óculos de sol, porque simplesmente não havia como andar por aí exibindo minhas pupilas livremente. Pretty Woman saiu nos cinemas e eu e Max choramos tanto com o final, que ela deixou escorrer catarro na nossa pipoca, mas ela jura que não chorou e que era alergia ao único cinema mofado e úmido de nossa pequena cidade. Bon Jovi invadiu as rádios, escuto Blaze of Glory no meu walkman todos os dias durante o caminho do trabalho. É, trabalho. Bem vindos de volta.

É outubro, estamos no verão e estou fazendo minhas unhas. Max está na minha cama, lendo alguma revista das quais comprei para nosso feriado de garotas, aliás, estamos sozinhas em casa, já que minha mãe viajou para visitar minha tia. E não é sobre ficar sozinha, e eu não ficaria, já que poderia almoçar na casa de Lucas, dormir a noite com Max, alugar alguns livros na biblioteca da cidade... Acontece que preciso ficar em casa, para falar com Mike.

Mike me liga todos os finais de semana e quartas feiras. Não nos vemos há seis meses e meio. O que aconteceu? A vida aconteceu. Depois de muita insistência, ele cansou de se fingir de burro e finalmente tentou fazer alguma coisa por si mesmo. E conseguiu. Uma bolsa numa universidade da cidade vizinha. Mas com isso, teve que se mudar para um dormitório meia boca com mais dois caras e conseguir emprego num posto que tem lá por perto. Deixá-lo ir, foi a coisa mais difícil que já fiz, mas acho que segurei as pontas muito bem e não comentei nada sobre o quanto sofreria e sobre o quanto sofri. E sofro. As vezes me pego simplesmente pensando naquela jaqueta jeans fedida ou na cicatriz que ele tem no polegar e sinto saudade. Sinto falta das sardas, das piadas idiotas e de como ele apertava meu nariz quando eu cochilava do seu lado. Sinto falta das suas camisetas surradas da Levi’s e de como apesar de bagunceiro, estava sempre de unhas bem cortadas e cabelo limpo, afinal eu...

- Jane? Jane, cara, em que mundo você está?

- Hã? Estou aqui.

Max me encarou como se soubesse o que eu estava pensando. Ela tinha os cabelos mais bonitos que já vi, compridos e alaranjados. Eu ainda mantinha o corte curto, quase nos ombros, com uma franja repicada.

- Dã! Eu sei que você está aí – Ela riu, como se falasse com uma criança de três anos que contasse sua idade nos dedos – O que vamos fazer pro almoço? Estou ficando com fome... Pensei em algo tipo macarrão.

- Tem sobras na geladeira. – Respondi indo até a janela e me debruçando na base de madeira azul clara. As cortinas da casa de Lucas voavam livremente, como animais tentando se soltar da coleira.

- Tem macarrão no meio das sobras? – Max levantou e veio até meu lado, tendo a mesma visão que eu. – Que horas será que ele volta?

- Se você não sabe, imagine eu. – Falei me afastando da janela e descendo as escadas, indo até a cozinha e sendo seguida por Max. Ela é a namorada de Lucas, não mencionei?

Lucas não estava nem aí para garotas, até ver uma ruiva de minissaia preta na porta da minha casa. No outro dia ele me azucrinou o suficiente para conseguir seu telefone, afinal o maldito sempre consegue o que quer, e telefonou para ela. Eles foram ao parque de diversões (era a temporada do parque na cidade), ela vomitou no tênis dele e ele foi gentil com ela, se fosse eu, provavelmente ele me faria comer o tênis. Enfim, eles começaram a namorar faz três meses e são o casal mais legal do mundo. E também o mais chato.

- Ele foi até o centro, ver se consegue descolar um som novo para o carro. – Max me informou descendo as escadas logo atrás de mim.

Abri a geladeira e me agachei na frente dela, tentando achar os depósitos etiquetados que minha mãe costumava guardar as sobras para que eu requentasse quando sentisse fome. Minhas pernas doeram tanto, que fiquei pensando quando conseguiria me levantar outra vez. Eu tinha aprendido a pedalar e fazia isso sempre que podia, inclusive, eu estava ficando com as pernas bem bonitas, assim, quem sabe, quando Mike vier passar as férias aqui, posso pedir a minissaia de Max emprestada para darmos uma volta no parque ou na nova loja de Donuts que inaugurou no mês passado.

- Achou alguma coisa? – Minha amiga já estava sentada na mesa, exalando mal humor devido a sua aparente fome.

Vasculhei a geladeira um pouco mais e achei um recipiente grande de macarrão que daria facilmente para até quatro pessoas. Desci para meu colo e depois me ergui com ele em mãos, a dificuldade de desdobrar as pernas me açoitando como uma câimbra pertinente. Em poucas passadas eu estava depositando o macarrão na mesa, para a alegria de Max, que astutamente já se levantava, procurando uma panela e acendendo o gás.

- Acho que hoje vai ser um grande dia. – Ela comentou, despejando o macarrão na caçarola fumegante.

- É? – Me sentei em uma das cadeiras de jantar. Soprei minhas unhas e encostei a ponta da língua em cada uma delas, para me certificar de que estavam secas. Dessa vez, havia pintando de “Vermelho Fire” que era um vermelho meio cereja, mas também gostava de alternar com “Azul Rebel”, um azul vivo e cintilante que contrastava bastante com minha jaqueta de couro novinha da Candie’s. – Porque seria?

- Por... Nada! – Max parecia esconder alguma coisa de mim. Achei que deveria pressioná-la um pouquinho, mas a campainha tocou.

- Engraçado você querer comer logo agora, depois de termos comido três pacotes de bala de gelatina... Você nunca sente fome a essa hora... Está me escondendo alguma coisa... – Coloquei as cartas na mesa, expondo a Max que sabia que ela estava tentando me enganar de alguma forma. Ela era péssima com mentiras, ficava sempre sem ar por tentar esconder um riso nervoso.

Levantei preguiçosamente e fui até a porta. Estava apenas de camiseta branca e um short de tecido que costumava usar em casa. Tinha trabalhado até mais tarde na noite passada e visto um filme na TV até meia noite. Também perdia preciosas horas de sono procurando o curso ideal para fazer, e sim, eu almejava uma carreira, mas não sabia qual.

- Quem é?! – Berrei como o de costume ao abrir a porta.

Fiquei sem voz. Meus olhos não conseguiam se aquietar para acompanhar tanta novidade, era ele, Mike. Estava diante de mim, com sua jaqueta de sempre e uma mochila nova de nylon estufada pendendo em um ombro. Seu cabelo bagunçado cobrindo as orelhas e parcialmente a testa, as sardas espalhadas junto com um bronzeado discreto. Estava um pouco mais alto e também estava mais magro, mas já era de se esperar, quem se mantém saudável comendo pizza requentada três vezes ao dia?

- Mike! – Saltei em seu pescoço, mesmo sabendo que Max provavelmente nos veria. Eu sempre fui a mais reservada de nós dois, mas há momentos em que você precisa se soltar um pouco.

- E aí, magrela? – Ele enlaçou minha cintura, e se abaixou para encaixar o queixo no meu pescoço. Seu perfume ainda era o mesmo de quando o vi pela última vez na rodoviária feia de Hawkins.

Eu odiava aquele apelido. Lucas começou a me chamar assim quando eu fazia o segundo ano e ainda era assim que meu namorado me chamava, mas daquela vez, pareceu lindo pra mim, do tipo, estamos retomando nossas ligações. Acho que tudo bem dessa vez.

Senti que ele cheirava meu pescoço e me contorci involuntariamente. Soltei-o do abraço, dando uns passinhos para trás. Minha ficha ainda não tinha caído, vê-lo bem na minha frente era quase como uma ilusão, uma miragem. Achei que se o apertasse um pouco mais ele provavelmente desaparecia como fumaça.

- Que foi? Achei que fosse me apertar mais. – Ele lançou um sorriso malandro, endireitando a mochila em seu ombro, que havia tombado com o nosso abraço.

- Não aqui fora. – Sorri de volta, ainda pensando que ele poderia desaparecer a qualquer segundo bem na minha frente.

Mike soltou a mochila no chão, e mesmo com o baque pesado, só parecia haver roupas dentro dela. Ele veio para bem perto e enterrou o rosto no meu pescoço, próximo da clavícula e me abraçou tão apertado, que agora eu tinha certeza de que ele era real. Conhecendo quem ele era, tive medo do que pudesse fazer, mas mesmo assim tive receio de empurrá-lo. Eu não queria empurrá-lo. Afaguei sua cabeça como se afagasse um garotinho com medo do primeiro dia de aula. Ele estava quieto, sua testa quente estava apertada contra minha orelha e eu sentia sua respiração bem debaixo do meu queixo.

- Calma, Mike... As pessoas podem ver e pensar outra coisa...

- É que você cheira tão bem... – Sua voz soou abafada. – Não aguento mais o cheiro da gasolina e do mofo...

Dei uma gargalhada com o elogio. Como senti saudade dele e da inocência estranha que só ele tinha. O abracei, dessa vez mais ternamente, como se tivéssemos todo o tempo do mundo para ficarmos ali. Mal percebi quando suas mãos foram de encontro ao meu rosto e selaram os lábios nos meus. Há quanto tempo eu ansiava por aquele beijo? Segurei suas mãos para que ele não ousasse me soltar, e ele sorriu por um instante. Após me soltar, me puxou para si, pressionando meu rosto contra seu tórax magro dentro de uma camiseta preta de algodão.

- Você engordou um pouquinho... Será que ainda posso te chamar de magrela? – Disse em meio aos meus cabelos, sua voz descia do topo de minha cabeça.

- Mike, você mal voltou e já está falando bobagens. Já estou ficando com raiva de você.

- Pera aí! Foi um elogio, entende? Agora acho que posso te apertar mais, sem que você quebre. – Senti sua mão afagar meus cabelos e me rendi ao carinho, sentindo aquele perfume do qual senti tanta falta.

- Sou algum animal que você engorda para servir no jantar depois? Tipo uma porca ou uma galinha? – Esbravejei falsamente contra seu peito.

- É isso que eu adoro em você. Continua uma baita chata!

Tentei fingir raiva, mas não deu. A voz de Mike também engrossou um pouco mais, afinal já tinha seus vinte anos e eu tinha reparado em uns pelinhos querendo aparecer em seu queixo. Costumava me perguntar se outras garotas olhavam pra ele e me chateava ao pensar que sim. Ele era definitivamente minha pessoa preferida no mundo.

- Vou tomar um banho. Tô morto. – Ele disse quando o soltei. Apanhou a mochila e apontou para dentro, como se pedisse passagem.

- Vai tomar banho aqui?

- Onde mais eu tomaria? Vim ficar com você. Lucas me disse que sua mãe estava viajando, então peguei uma carona com Matthew do dormitório vizinho e vim numa Kombi fedida por seis horas de viagem. Acho que minhas costas ficaram no carro.

- Você e eu... Sozinhos? – Insisti. Se Mike soubesse que eu havia convidado Max para ficar no que deveria ser um momento nosso, talvez se irritasse.

- Não quer ficar sozinha comigo? Jane, o que você acha que eu vou fazer? Não há nada que nós não...

- Nada, eu não acho nada... É que...

- Eu não ronco, quem ronca é você. – Ele fez o sinal de que queria entrar novamente. – Estou exausto. Vai me deixar entrar ou vou ter que dormir como um maltrapilho na sua garagem?

- Max vai ficar com a gente. – Falei o mais rápido que pude, como se isso pudesse amenizar o impacto que a notícia faria em Michael. Eu o conhecia como ninguém.

- Quê? – Ele arregalou os olhos e começou a gesticular como se estivéssemos falando na língua de sinais – Eu passo seis meses longe da minha namorada e quando volto ela está grudada em outra pessoa que não sou eu?! – Tive vontade de rir do drama que ele fazia, mas pensava da mesma forma. Se eu soubesse que Mike viria, não teria convidado Max, mas agora eu não podia expulsá-la. Jamais faria isso.

- Cala a boca, Mike! – Sussurrei.

- Achei que a gente pudesse ficar a sós porque sua mãe viajou e aí você trás essa menina e CABOOM, todos os meus sonhos se estilhaçam no ar e...

- Mike, chega. Não vou mandá-la embora.

- Mas ela não é namorada do Lucas? Porque não vai pra casa do Lucas? É isso que as namoradas fazem!

- Você tem vinte anos ou dois? Deve ser porque os pais do Lucas não viajaram. – Falei, ficando impaciente.

- MAS QUE CARA...

- Não ouse. – Apontei o dedo para Mike e fiz a cara mais séria que pude, apesar de me divertir com a situação. Me inclinei e dei um beijinho em sua bochecha. – Vamos entrar, certo? Vai ser legal. Estamos fazendo o almoço, tome um banho e depois desça pra almoçarmos.

- Ok, mãe. – Mike disse, bancando o engraçadinho. Ele passou por mim e ouvi que disse um “E aí?” ao passar por Max e subir as escadas trotando. Fechei a porta atrás de mim e voltei para a cadeira onde estava sentada.

- Ew! – Max disse ao colocar os pratos sobre a mesa – Achei que não fossem se desgrudar nunca mais. Ah, tinha esquecido, surpresa! – Ela abriu as mãos e tremeu os dedos, dando pulinhos de um lado para o outro.

- Então você sabia? – Respondi colocando o prato de Mike na cadeira ao lado da minha. – Sua cobra peçonhenta!

- Lógico, Lucas me contou. Achei que fosse me agradecer eternamente e me dar um vale compra de quinhentos dólares na Eastpack, mas vejo que estou enganada... Também achei que ficaria feliz...

- Eu estou feliz, imensamente feliz, permita-me dizer. Mas eu poderia estar de vestido, né? Também poderia ter passado um lápis...

- Não seja boba, você está ótima. – Max abriu a geladeira para pegar um refresco que havíamos comprado na noite anterior – Aposto que Mike está um fera porque estou aqui, Lucas disse que ele é bem nervosinho...

Fiquei pensando em quão enorme era a ironia de Lucas Sinclair chamar alguém de nervosinho.

- Mike é nervosinho, eu sou nervosinha, e seu namorado é o próprio diabo. – Levantei para pegar os talheres enquanto Max colocava a travessa de macarrão sobre a mesa.

- Mas ele é um diabo lindo. – Max concluiu. Revirei os olhos.

Mike desceu as escadas, descalço, enxugando o cabelo com a minha toalha lilás preferida. Pensei em reclamar, mas dessa vez ele era visita. Estava com uma calça jeans e uma camiseta amarela mostarda com uma estampa engraçada de dois bonecos palito se enforcando. Colocou a toalha úmida no corrimão da escada como se fosse o lugar dela e se acomodou ao meu lado, me dando um beijo na bochecha. Tive vergonha de Max, que pareceu não dar a mínima.

- Eu adoro macarrão! – Ele finalmente se pronunciou. Tive vontade de mimá-lo e tratá-lo bem para compensar o inferno no qual ele havia vivendo. Contava no telefone sobre passar o dia bebendo café e refrigerantes para se manter acordado e sobre a maioria de suas calças terem manchas de graxa.

- Eu coloco pra você – Levantei da mesa e peguei seu prato, depositando macarrão o bastante para enchê-lo. Devolvi a Mike, enquanto Max enchia nossos copos.

- Eu me chamo Max. – Ela estendeu um copo de vidro com relevo de peixinhos, que Mike pegou prontamente.

- Disso eu já sei. Me fale algo novo, o babaca do Lucas vem almoçar aqui? Porque você colocou tanto macarrão no meu prato, magrela? – Mike deu sua primeira garfada.

- Você tá muito magrinho, estou com dó. – Retruquei – Talvez agora seja o “magrelo”.

- Olha só, gatinha, não me provoque... – Senti a mão de Mike pousar no meu joelho e soltei uma risadinha aguda. Max nos olhou num misto de desgosto, nojo e dúvida.

Já estava planejando em sairmos a noite. Queria finalmente andar de mãos dadas com meu namorado por aí, queria me arrumar para um encontro como antigamente, mas depois que saí do banho, o céu parecia querer cair lá de cima. Trovoadas e relâmpagos coloriam o céu e golpeavam árvores, fazendo clarões repentinos e assustadores. Troquei a meia calça preta por uma calça longa de moletom e um suéter vermelho bem quentinho. Ficamos os três no sofá vendo Beetlejuice que passava na sessão das dez.

Max estava jogada no canto direito do sofá, com uma almofada no colo. Ela parecia sonolenta, inclusive, quase nunca aguentava um filme inteiro ao meu lado. Mike e eu estávamos na extremidade direita e seu braço envolvia meus ombros, me puxando para perto. Minha cabeça estava apoiada em seu ombro, então qualquer movimento seu, era muito perceptível.

- O que está olhando? – Perguntei quando ele me fez mexer a cabeça pela vigésima vez ao esticar o pescoço em direção a Max.

- Max dormiu. – Ele sussurrou, ainda olhando-a e temendo que ela acordasse a qualquer momento.

- E daí?

Mike me virou, antes que eu tivesse qualquer chance de raciocínio e me deu um beijo urgente, desesperado. As mãos corriam por minhas costas, me apertando contra ele, quase como fosse nos unir por meio de uma fusão. Ele nos separou bruscamente para ir de encontro ao meu pescoço, fiquei ofegante involuntariamente enquanto ele ainda me tomava para si.

- Você... É tão... Chata... – Ele murmurou no meu ouvido, me fazendo soltar uma gargalhada alta e engasgada. – Linda, eu quis dizer linda...

- Mike, você não muda nunca – Me separei dele, tendo abafar o riso com as duas mãos.

- Não consigo fazer nada com essa sua amiga aí. É a maior empata...

- Olha a boca!

- Não está mais aqui quem falou! – Ele cobriu a boca com a mão esquerda. – Já sei... Vai lá na minha mochila e pela o que está no bolso da frente. Depressa! - Ele disse afoito, sem me dar tempo para pensar.

Me soltei do abraço de Mike e corri no escuro pelas escadas, até chegar ao meu quarto e me encontrar com sua mochila no canto do quarto. Me agachei e comecei a procurar o bolso que ele havia dito. Quando finalmente encontrei o que ele me mandou pegar, fiquei confusa e curiosa, para exatamente o quê Mike queria aquilo? Desci as escadas com o objeto em mãos e ao chegar próximo dele lhe entreguei a caneta permanente preta.

- Ok. Agora o que vamos fazer com isso?

- Você vai ver. – Ele disse ao tirar a tampa da caneta com a boca.

- Você não vai riscar a Max, né? – Me coloquei a frente dele com cara de poucos amigos.

- Não seja estraga prazeres. Não vou desenhar um pinto, nem nada do tipo, é só um bigode...

- Nem pensar, Mike! – Esbravejei.


- Quê? Porque não?


- Porque isso é ridículo?! Posso te dar outros cem motivos se quiser...


- Então me dá seu braço? – Ele disse por fim, dando um sorrisinho malicioso.


Meio a contragosto, estendi meu braço esquerdo. Puxei a manga de moletom para cima, deixando a pele amostra. Mike segurou meu ante braço cuidadosamente e começou a riscá-lo. Sentia a ponta gelada do pincel roçando, mas a cabeça de Mike estava no meio do meu campo de visão. Quando ele se afastou por fim, pude ver um coração meio torto, com “Mike” escrito dentro.

Droga, Michael Wheeler. Eu amo você.


Notas Finais


Próximo capítulo sai antes do que vocês imaginam. Lembrando que são SEIS capítulos. <3


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