1. Spirit Fanfics >
  2. BACK TO BACK: About A Girl >
  3. "Funny Face" - A incógnita

História BACK TO BACK: About A Girl - "Funny Face" - A incógnita


Escrita por: FinnSkada

Notas do Autor


Mais um capítulo, outro rumo...

Música do título: Funny Face

Capítulo 19 - "Funny Face" - A incógnita


Fanfic / Fanfiction BACK TO BACK: About A Girl - "Funny Face" - A incógnita

- Ei! Vocês estão me matando! – Foi o que ouvi ao ser puxada do sonho para a realidade na qual estava. Max me jogou uma almofada e foi assim que acordei, confusa, afoita e suada.

Por incrível que pareça, o sol brilhava louco lá fora e eu ainda estava dentro daquele suéter. Era como se tivesse passado metade da minha vida em um forno. Mike estava dormindo, a cabeça tombada para trás, a boca aberta, os cabelos emaranhados e que deviam estar tão cheios de nó, que me deu dor de cabeça ao pensar em desembaraçar aquilo. Mike tinha os braços frouxos em minha cintura, e metade do meu corpo na horizontal estava em cima do dele. Nossos pés estavam no colo de Max, que não parecia muito feliz com isso.

- Tirem seus pés de cima de mim! Tive um pesadelo horrível com polvos por causa desses malditos pés! – Ela esbravejou.

- Calma! Deixe Mike dormir, ele está um trapo... – Cochichei, me soltando dele e ajudando Max a tirar nossos pés do colo dela.

Fomos as duas até a cozinha, preparar algo para comermos e deixamos Mike dormindo no sofá.

- Como foi sua noite? – Max perguntou baixinho, dando um sorriso malicioso, enquanto colocava uma mecha de cabelo atrás da orelha.

- Como você acha que foi? – Coloquei uma panela com água quente no fogo.

- Na verdade, eu não quero saber. Só me senti na obrigação de perguntar.

- Você é igualzinha ao Sinclair. Mas não aconteceu nada... – Lembrei do coração que Mike havia desenhado em cima de meu pulso e estendi para ela – Fora isso daqui.

- Que bonitinho esse casal da terceira série, realmente muito bonitinho. – Fez piada, colocando o queixo entre as duas mãos fechadas, os cotovelos apoiados na ponta da mesa.

- Digamos que você não tenha me ajudado muito.

- Ahá! Agora a culpa é minha? Está expulsando sua melhor amiga da sua casa?

- Estou brincando – Menti. – Não seja dramática, Max. Pegue as xícaras, por favor?

Ela me olhou de lado, fingindo estar magoada. Por fim, deu uma gargalhada e levantou, indo até o armário de madeira mogno, pegando três xícaras azuis, do mesmo conjunto, que minha mãe havia comprado no fim do ano anterior.

Fiz uma pilha de finas panquecas e distribui igualmente em três pratos, finalizando com xarope maple. Max encheu as xícaras com chá verde e começou a comer, parecia faminta. Fui até o sofá, onde Mike ainda dormia pesadamente, agarrado a uma almofada.

- Acorde, Mike... – Cutuquei seu bíceps com a ponta da unha. Ele balbuciou alguma coisa e virou para o outro lado. – Mike, estou falando com você. – Insisti.

- E aí? – Ele disse, esfregando os olhos. Achei meio idiota acordar dizendo isso, mas talvez ainda estivesse dormindo, em algum estágio primário do sono.

- “E aí?” – Repeti, irritada com sua demora e preguiça. Voltei a cutucá-lo, só que agora na barriga – Acorde, quero ir ao lago. O feriado é curto e você está gastando tempo dormindo!

- Lago... – Ele voltou a balbuciar.

- Acorde, Mike, acorde agora, ou eu vou matar você! – Gritei, ao me jogar em cima dele e comecei a enchê-lo de leves beliscões.

- Meu Deus, Jane! Estou morto! – Ele reclamou, tentando com muita dificuldade, abrir o par de olhos negros embebidos em sono. – Não consigo acordar, estou todo quebrado. Parece até que um rinoceronte dormiu em cima de mim...

- O que você disse? – Ameacei raivosa, dando um beliscão de verdade em seu braço.

- Ai, ai, ai... – Gemeu, rindo – Estou brincando, estou brincando, juro! Olha só, até acordei, não me machuque assim, gatinha... – Mike levantou com dificuldade e se sentou no sofá, esfregando o rosto com força, como se tentasse espalhar aquela imensidão de sardas. Beijei sua bochecha amassada, e ele me fitou com um olhar que me pareceu triste, mas rapidamente exibiu um sorriso.

- Ainda não acredito que você está aqui.

- Nem eu. – Ele beijou minha testa afetuosamente – Nesse final de semana fazemos três anos de namoro... Passou rápido pra cacete!

- Com certeza – Me ajeitei ao seu lado, pondo a cabeça encostada em seu queixo. Ele cheirou meu cabelo, disfarçadamente, sempre teve essa mania estranha. – Esse feriado tem que ser o melhor de todos!

-Seria melhor ainda se você-sabe-quem, fosse para sua casa e me deixasse sozinho com você... – Ele cochichou na minha orelha, o suficiente para sentir seus lábios roçarem em meu lóbulo.

- EU OUVI ISSO! – Max gritou da cozinha.

- Estou brincando, Max. Você é uma companhia do caralho, estou brincando. – Ele gritou para ela e voltou ao meu ouvido, sussurrando – Eu definitivamente não estou brincando.

- Por Deus, Mike! Fique quieto uma vez na vida. Vamos tomar café e iremos ao lago juntos, certo?

- Só você e eu? – Ele cochichou mais uma vez.

- É. Só você e eu. – Repeti. Ele sorriu satisfeito.

Depois do café, tomei um banho gelado e vesti um maiô bordô que havia comprado para ir com Mike ao lago, quando ele voltasse. Eu não podia acreditar que aquilo estava acontecendo. Até ontem de manhã ele estava tão longe e essa possibilidade era tão irreal, que ficar feliz e despreocupada de que nada fosse dar errado, era impossível. Vesti uma saia de botões jeans, que tinha o comprimento até o meio das coxas e uma baby look branca, com os detalhes da gola e da manga em vermelho. Calçei um all star de cano alto preto, e coloquei meus brincos favoritos de cereja. Mike estava de calça jeans e a mesma camiseta do dia anterior. Fomos em minha bicicleta, ele pedalando e eu apoiada no ferro que há entre o guidão e a cela, afinal, eu não tinha assento para carona.

Ouvia o canto dos passarinhos, a água do lago correndo seu percurso rotineiro, os milhões de cascalhos espalhados pela terra, as árvores balançando conforme o vento agradável que nos rodeava naquele dia de intenso verão. Deixamos a bicicleta caída próxima a uma árvore de frente para o lago e fui atrás dessa mesma árvore, me despir antes do banho.

- Que foi? Está com vergonha? – Mike perguntou, enquanto eu desabotoava minha saia, após ter colocado os pés descalços naquele cascalho aquecido pelo sol.

- Claro que não, Mike. Eu só acho esquisito ficar trocando de roupa na frente de alguém.

- Mas eu sou seu namorado, ué. Não é nada demais. – Ele apareceu ao meu lado, apenas de sunga preta. Não sei por que, mas fiquei tão constrangida, que virei o rosto e fingi que era para tirar blusa.

- Uau... – Ele me olhou admirado. – Você está tão linda...

- Você vai me matar de vergonha. –Respondi, sem olhá-lo nos olhos.

- Está brincando comigo? Não quer mesmo que eu fale nada? Dê uma voltinha... – Mike brincava com meu constrangimento, começando a dar assobios, enquanto eu dobrava minhas roupas para pôr em cima da bicicleta.

Senti suas mãos me envolverem, as pontas dos dedos encostarem no buraco nu que havia em minhas costas, devido ao estilo do maiô. Ele olhou bem fundo, bem dentro dos meus olhos, e eu fiz o mesmo. Fazia tanto tempo que eu não sentia minhas bochechas arderem que por pouco não esqueci como era essa sensação. Ele me empurrou vagarosamente, até que eu estivesse encostada no tronco áspero da árvore e veio junto comigo, cada vez mais perto até roçar os lábios nos meus e iniciar um beijo calmo e afetuoso. Na minha pele eram marcadas as batidas rítmicas do seu coração, enquanto eu acariciava sua nuca, com os braços sobrepostos, lhe enlaçando o pescoço.

- Ei... – Interrompi, mesmo sem querer fazer isso. – Mike, e se alguém aparecer aqui?

- Ninguém vem aqui. – Ele disse, descendo para meu pescoço e me fazendo cócegas. – Se bem que... A gente veio, não é? E hoje é sábado... – Concluiu o pensamento.

- É o que estou tentando dizer. – Dei-lhe um selinho demorado. – Você está magrelo mesmo... – Constatei, sentindo seus ossos pressionarem os meus.

- Nem tanto. Ainda estou forte o suficiente para quebrar a cara de alguém, baby. Você me conhece. – Ele devolveu o selinho, rindo do que ele mesmo dissera.

- Você só cresceu em altura, não é, Mike? – Dei uma gargalhada sonora e fui acompanhada por ele.

- Você realmente me conhece. – Disse, soltando-se do meu abraço e correndo em direção ao lago, dando um pulo alto e jogando água para todo lado.

Acompanhei Mike, me jogando em seguida e rapidamente sendo pega por ele. Voltamos aos beijos por alguns longos minutos, até que ele começou a bancar o espertinho e jogou água em mim.

- Mike! – Gritei, sem conseguir segurar o riso. Ele veio rapidamente até perto de mim, rindo junto. – Lembra de quando entramos juntos num lago pela primeira vez? Você me deu sua camiseta.

- Eu daria novamente, mas não posso perder a chance de ver você num traje de banho depois de tanto tempo, sabe como é...

- Acho que sei... – Dessa vez peguei Mike de surpresa e comecei a jogar água nele, enquanto ele ria, perguntando “isso é tudo o que você consegue?”.

Quase esqueci que só tínhamos dois dias para ficarmos juntos e que logo, logo, Mike voltaria para aquele dormitório infeliz. E que eu ficaria esperando ele até o natal para ficarmos juntos por mais uns míseros dias. Abracei Mike repentinamente com toda força que tinha.

- Opa.. – Ele se assustou – O que foi? Tem algum bicho aqui?

- Só estou com saudades... – Murmurei, deixando algumas lágrimas escaparem.

- Eu também estou com saudades. – Ele ergueu meu queixo suavemente. – Você ficou bem quando fui embora?

- Sim... Ficou tudo bem. – Abri um sorriso, tentando disfarçar o quão horrível tinham sido aqueles tempos.

- Nossa, essa doeu! – Mike fingiu ser golpeado no peito, se curvando e mostrando uma expressão de dor. – Já eu, senti muito a sua falta... – Me segurou com mais firmeza antes de colar os lábios nos meus mais uma vez.

Tinha sentido sua falta de uma forma que não poderia ser expressada. Depois do acidente nos laboratórios, Mike e eu, nos recuperamos juntos e voltamos a escola. Na saída, ele sempre vinha me deixar de moto em casa. Saíamos todos os finais de semana, víamos filmes, e ele até me ensinou a andar de bicicleta. Sempre me trazia waffles, balas e doces. Por estarmos sempre juntos, foi ainda mais doloroso. Olhar pela janela e saber que ele não chegaria na sua moto barulhenta, dizendo “E aí, magrela?”, era torturante pra mim. Meio que ficou faltando um pedaço de mim, quando ele se foi. Fiquei pensando sobre tudo aquilo que já nos aconteceu e se conseguiríamos manter nossa promessa de permanecemos juntos, apesar das adversidades. Isso era tão piegas e não combinava nenhum um pouco com a gente... Mas tudo o que eu sabia era que queria andar de mãos dadas com aquele garoto até o fim de todas as coisas.


- Ainda bem que você ficou bem quando fui...


- Eu sabia que nos veríamos em breve. Não é como outro país ou algo assim... - Respondi, ainda abraçada a ele.


- Estou com fome, de verdade. Vamos nos vestir e comprar alguma coisa? – Mike sugeriu, mudando repentinamente de assunto, enquanto ainda estávamos no lago.

Demorou um pouco para que nos secássemos parcialmente até que desse para vestir nossas roupas sem encharcá-las. Mike ficou me contando histórias bobas de uma fraternidade idiota, que morava ao lado do seu dormitório e fazendo piadinhas sobre meu maiô ser bordô, que na verdade é um vermelho desbotado fingindo ser uma cor totalmente nova. Depois de muito me irritar, subimos na minha purple Schwinn, que eu tinha desde os quinze anos e fomos ao mercado, comprar algumas bobagens pra comermos. Quando chegamos em casa, Max estava no meu sofá, vendo televisão com Lucas. Ele se levantou rapidamente e fez algo que jamais achei que faria. Abraçou Mike, e abraçou tão forte que achei que a coluna dele fosse arrebentar.

- Ora se não é o cabeludo! – Ele disse quando se soltaram.

- Ora se não é o hippie de merda! – Mike devolveu.

Max e eu nos entreolhamos, sem saber se estavam discutindo ou se aquilo era um diálogo amistoso. Subimos para o meu quarto e o deixamos sozinhos, afinal, a noite chegaria rapidamente em algumas horas e tínhamos planos para ela.

- E então, o que você vai usar? – Max perguntou, se atirando na minha cama ainda bagunçada da sexta-feira.

- Meu vestido novo. O preto, da Kohl’s.

- Você pagou uma grana naquele vestido, né? Quando eu te conheci, só usava jeans e tênis, e o seu cabelo era tão curto que não daria pra prender...

- As pessoas mudam... – Respondi, colocando meu vestido em cima da cama.

- O nome da sua mudança é Michael Wheeter. – Ela disse, debochando.

- Wheeler. – Corrigi.

- Achei que você fosse corrigir a frase inteira, tipo “Não mudei por causa de um cara”! Ou "As meninas não precisam depender de meninos"!

- E eu definitivamente não fiz isso. Eu gosto de como estou agora. Mike não se importaria se eu visto um vestido de trezentas pratas ou um saco de batatas, sabemos disso.

- Homens... – Max revirou os olhos, se jogando para trás.

Eu estava super animada, porque naquela noite nós iríamos a um cinema ao ar livre, e eu já queria fazer isso há tipo... Seis meses?! Digamos que Hawkins não fosse o lugar mais cheio de diversões do mundo, tínhamos o cinema comum, no centro da cidade, uma loja de donuts novinha em folha, um shopping com pouquíssimas lojas de departamento, um parque de diversões que vinha nas férias de verão e nas férias de fim de ano e agora, o cinema ao ar livre. Havia uma espécie de planalto, bem atrás de uma das florestas densas de Hawkins, totalmente desocupado e parcialmente limpo. Alguns membros do clube de cinema e teatro da cidade e a maioria dos jovens da Hawkins High School fizeram uma petição que foi passada diretamente ao prefeito, ora, vamos lá, tudo o que ele precisava era nos dar um pedaço grande de lona e um retroprojetor usado, e foi isso que ele fez. Ah, esqueci de mencionar que também teria que pagar uma pequena equipe para fazer isso. E ele pagou.

O sucesso foi imediato, e nos primeiros meses, tinha que se chegar com antecedência, digo, umas três horas, mas também não valia muito o esforço, já que todos tentavam usar essa mesma estratégia. Atualmente, muitas pessoas ainda iam, e o esquema havia melhorado. Em vez de cadeiras de plástico ressecado, assistíamos dentro de nossos próprios carros e tínhamos meia dúzia de barraquinhas vendendo água, pipoca, cachorro quente, algodão doce e balas.

- E aí, vão demorar até quando? – Lucas bateu na porta, invasivo, como sempre.


 - Vá a merda! - Gritei, enquanto me divertia com a agitação dele.


- Espere aí, Lucas! Você está tirando a merda da minha concentração. – Max gritou, enquanto passava rímel diante de meu espelho oval.

“Eles são iguaizinhos...” Pensei. Olhei meu relógio de parede e tínhamos vinte minutos pra chegarmos até lá. Me desesperei, até porque era meia hora, de minha casa até lá.

- Vamos logo, Max! – Abri a porta de supetão, puxando ela pelo braço.

Ao sairmos de casa, tranquei a porta e guardei a chave numa pequena bolsa de alça preta. Vesti meu vestido preto de mangas longas, era um pouco justo e curto, mas não me incomodei, até porque ficaria sentada na maior parte do tempo, e coturnos pretos, que eu já tinha há um tempinho. Por cima, coloquei uma parca verde militar, que tinha sido da minha mãe. Max estava de baby look verde e um short jeans detonado de cintura bem alta, ela pegou um cinto da minha mãe emprestado(só que minha mãe não sabia) e uma bota minha, de camurça. Sempre que ia para minha casa, ela usava minhas coisas, porque vestíamos e calçávamos os mesmos números, e isso era tão comum, que não sabíamos como Lucas ainda gritava, ao nos ver nos lugares: “Espere aí, essa não é a roupa da Max?”

Mike e Lucas iriam na frente, mas fiz um sinal com os olhos, pedindo para que ele fosse atrás comigo. Se ele entendeu ou não, eu não sei, mas ele disse a Lucas que iria atrás.

- Vai na frente com a Max. – Ele sorriu, amistoso. – Preciso conversar uma coisa com a Jane.

Jane... E não magrela. Por um momento achei Mike sério o suficiente para saber que algo ali não estava normal.

- Vão com calma nos malhos... – Lucas disse, arrancando risinhos de Max. Revirei os olhos, pensando em como eu tinha o aguentado por todos esses anos.

- O que você quer falar comigo? – Perguntei a Mike, assim que ele se acomodou ao meu lado e colocou o braço ao redor dos meus ombros.

- Talvez seja melhor num lugar isolado...

- Está brincando comigo? Agora quero saber o que é! Ande logo e me conte...

Mike apenas sorriu, triste. Era como se tivesse guardado esse lado de mim, até agora. Ele beijou o topo da minha cabeça e ficou em silêncio, pelo restante da viagem, mesmo quando Max e Lucas cantarolavam tudo que tocava na rádio. Tive vontade pressioná-lo, afinal, eu precisava saber. Mas eu não queria saber. Ou queria?

Eram sete e dez da noite quando chegamos. Haviam cerca de uns trinta carros enfileirados, uns atrás e do lado dos outros. A lua estava grande, redonda e macabra. Era como se me dissesse: “Você vai se foder mais uma vez”.

- Está bom aqui? – Lucas indagou, quando estacionava o carro.

- Por mim está ótimo. – Max respondeu. Mike fez um sinal de sim com a mão e eu assenti com a cabeça.

O filme era “O massacre da serra elétrica 3”. Mesmo depois de ter me assustado com aquilo de ter algo para conversar, Mike parecia prestar atenção no filme. Pedi que me comprasse um doce, para que pudéssemos nos afastar por um instante, de Lucas e Max.

- Tudo bem, eu vou lá. – Ele abriu a porta do carro, prestes a sair.

- Vou com você.

- Não precisa.

- Precisa sim. – Respondi. Ele se manteve quieto.

Andamos de mãos dadas até um dos carrinhos de balas. Mike me comprou um pacote grande de alcaçuz vermelha, e estávamos prestes a voltar, tomei coragem e puxei sua mão em direção as árvores, uma área mais afastada e escura, na verdade, parcialmente iluminada pelo faróis dos carros. Meu coração batia rápido, descompassado, um desconforto quase físico se alastrava por meu corpo. Quando finalmente paramos, e pude olhar seu rosto, os olhos de Mike estavam negros, tristes e pesados, contrastando com a palidez de sua pele.

- O que houve? – Ele ainda segurava minha mão, de frente para mim. Estava uns bons centímetros mais alto, então eu ergui minha cabeça um pouco mais.

- O que você queria me dizer?

- Me precipitei... Melhor conversamos amanhã.

- Você começou com isso, agora termine. – Falei, séria. Minha mão suada tremia com o vento frio que passava entre nós.

- Eu não quero estragar esse dia...

- Você já está estragando, apenas por esconder algo de mim. – Soltei sua mão.

- Jane, eu consegui um emprego. Sabe, naquela empresa de videogames... A Nintendo. Mandei algumas ideias, uns protótipos de um projeto... E eles me chamaram... Eu posso finalmente trabalhar com o que eu gosto... Eu...

- Mike! Isso é ótimo! Você é um gênio! Eu estou tão orgulhosa de você! – Pulei em seu pescoço, abraçando-o, eufórica.

- Jane. Não tem nenhuma representante da Nintendo em Indiana. A mais próxima daqui é em Colorado. Só que fui chamado para a de Vancouver... No Canadá.


Notas Finais


Próximo capítulo muito em breve também. Espero que estejam gostando <3


Gostou da Fanfic? Compartilhe!

Gostou? Deixe seu Comentário!

Muitos usuários deixam de postar por falta de comentários, estimule o trabalho deles, deixando um comentário.

Para comentar e incentivar o autor, Cadastre-se ou Acesse sua Conta.


Carregando...