História Back to Black - I couldn't be happier.

ROBIN

Hoje era o primeiro dia de aula da Lua, Regina pediu pra ela fazer uma prova, pra ver quão ela sabia. No abrigo não tinha escola, então o pouco que ela sabia era só o que ela perguntava. Tinha a sabedoria de escrever sobrenomes o que é algo avançado pra idade dela e ela também sabia desenhar, pintar e apesar de tímida, o pouco que falava era correto pra idade dela. Regina foi dormir conosco, trouxe poucas coisas. Estava aqui na empresa resolvendo algumas coisas, mas já ia voltar correndo pra casa, pois, iríamos pro shopping comprar as roupinhas da Lua, almoçar e Regina levará as crianças pra escola dela e eu volto pra cá.

— Você passa quase um mês fora, não liga pra saber da empresa, não me liga pra contar as novidades. Que tipo de amigo você é? — Killian invade a minha sala já reclamando essa hora da manhã.

— Bom dia pra você também — sorrio irônico

— Nada bom. — senta na cadeira em frente a minha mesa — Conta.

— Você parece uma mulher esperando a fofoca do dia. — reviro os olhos

— Você foi atrás da sua filha que foi dada como morta a seis anos atrás, eu realmente não me importo com o que estou parecendo.

— Ok, amiga. — ele revira os olhos e eu rio — Vou resumir, Lua está viva e lá em casa com Regina.

— Regina? Na sua casa? Como assim? Voltaram? E como Roland reagiu? E os pais problemáticos dela? — ele dispara perguntas

— Sim, ela está lá. Roland e Lua se adoraram. Eu e Regina estamos namorando. — sorrio ao pensar na minha morena

— Já estava na hora de você assumir que ama essa mulher. Estou feliz por você, cara.

Meu celular acende e nele uma mensagem de Regina.

“Olha o que chegou, papai.” — seguida de uma foto de Lua deitada ao lado de alguns quadros 

“O que é isso?” 

“São os desenhos que ela fez no abrigo.” — sorrio e antes que eu possa responder chega outra — “Eu mandei enquadrar pra termos um pouco dos outros anos dela conosco.” 

Envio um emoji de coração para minha namorada “Ótima ideia! Quero vê-los assim que chegar.” 

“Estamos te esperando.”

— O que você tanto digita e sorri embabacado? — Killian chama a minha atenção

— Você é minha mãe? —arqueio a sobrancelha — Regina me mandou uma foto da Lua. — mostro a ele

— Minha afilhada é linda, nem parece que é sua filha.

— Você quer ser padrinho de todos os meus filhos? Já tem o Roland. — questiono

— I dai? Você só tem a mim de amigo. — ele balança os ombros

— Quem te garante? — brinco

— Assim você me ofende.

·          

Marquei de encontrar com meus amores no shopping, vamos almoçar e comprar algumas coisas para Lua. Os vi de longe sentados na praça de alimentação, cubro os olhos da minha namorada por trás e as crianças riem do pequeno susto que ela leva.

— Seria o dono dos olhos azuis que tanto amo? — ela brinca tirando minhas mãos de seus olhos, depositando um beijinho em cada uma.

Dou um selinho nela e me sento ao seu lado.

— Como estão? Já compraram o shopping todo?

— Quase. — ela ri — Só falta o assento da Lua para cada carro e a cadeirinha do Roland pro meu.

— Mama, cadeirinha não. Eu não sou mais bebê. — meu filho faz bico

— Mas, meu amor. Você é muito pequeninho pra ficar no assento. —minha morena explica

— Mas eu como tudo. — Roland questiona

— Vamos ver na loja, se eles falarem que você já pode escolhemos uma bem bonita pra você, pode ser? — sugere e ele assente com a cabeça

— E você, pequena? Por que está tão calada? — pergunto a minha princesa que estava sentada ao lado de Roland

Ela sorri intimidada, já quero ela falando muito, pedindo tudo. Quero que ela se familiarize logo. — Trouxe um presente pra você. — conto — Mas, antes de tudo, quero que me dê um beijo. — ela se levanta e me abraça depositando um beijo na minha bochecha. Levanto com ela no meu colo e aproveito para observá-la. Ela estava com um short jeans e uma camisa preta que era uniforme da escola de Regina, um tênis preto.

— Você esta muito linda, sabia? Como uma princesa. — a elogio e a coloco no chão que volta pra sua cadeira acabando de comer.

Entrego a ela uma boneca e a Roland um carrinho novo de uma das coleções dele.

Quando acabamos de almoçar ainda tínhamos uma hora livre aproveitamos pra comprar tudo que faltava. Porém, o que mais chamava minha atenção era a fascinação de Lua por tudo. Era tudo novidade, era tudo incrível. Depois de alguns minutos de timidez, ela começou a perguntar e era um prazer respondê-la. Às vezes até mesmo Roland ajudava a irmã a entender. A careta que ela fez tomando sorvete foi uma das coisas mais engraçadas do dia, foi a primeira vez que ela experimentou e por influência do irmão optou pelo sabor chocolate.

Regina me explicou que tinha a probabilidade dele querer chamar atenção já que ter uma irmã era novidade pra ele, mas meu pequeno estava se comportando muito bem.

Ele sempre foi compreensivo, mesmo com quatro anos, eu sei que ele tem seus medo e que é extremamente calado. E também sei que, graças a Deus, ele não guarda magoas pelas vezes que eu infelizmente o fiz chorar.

Eu queria concertar todos os meus erros, com Regina, com Roland e até com Lua, sei que não é minha culpa, mas se eu fosse conversar com a mãe dela talvez nada disso teria acontecido. Mas isso é um resultado que nunca saberemos, o que eu sei é que agora. Aqui com eles três é o meu lugar. Eu não poderia estar mais feliz.