História Back to Black - Back to Black

REGINA

— Era uma vez uma Rainha. — comecei a contar minha história para minha filhota dormir. — Ela era muito doidinha, gostava de brincar e dançar até tarde. Até que ela conheceu um Príncipe, ele era meio rebelde, mas eles se amavam. Só que os pais da Rainha não gostavam muito do príncipe e sempre diziam “Minha filha, você te dê se casar com um Rei!” — faço a sonoplastia arrancando um risinho da minha pequena — Mas ela não ligava, ela achava que o amor deles superava todas as diferenças e obstáculos. Porém, a Rainha fez uma besteira muito grande e o príncipe se separou dela.

— O que ela fez? — me pergunta super interessada.

— Ela beijou outro moço e quando duas pessoas namoram, não pode beijar outras pessoas. — expliquei e meu coração apertava em falar sobre isso.

— Ela não amava o príncipe? — ela arqueia a sobrancelha.

— Claro que amava. Mas ela era muito novinha, ela não pensou na hora. Só depois. Mas, continuando… Quando eles se separaram a Rainha descobriu que estava grávida, que dentro dela batiam dois corações. Ela pediu pra mãe dela avisar ao príncipe que ele ia ser pai. Mas a mãe da Rainha era muito má e não avisou, ela fingiu que avisou e a Rainha ficou muito triste porque o príncipe não foi lá. Mas ao passar do tempo ela resolveu deixar pra lá e focar no bebê lindo que ia nascer. E nasceu linda. Tinha olhos azuis como o oceano, pele branca como a neve e cabelos negros como ébano. Foi amor a primeira vista, ao tocar o rostinho dela, a Rainha percebeu que não existia maior amor no mundo. Lembre-se minha Lua, o maior amor do mundo é o de mãe e filha. — acariciei o rosto de minha pequena que já estava prestes a dormir.

— Mamãe e o restante? — ela me pergunta sonolenta

— Te conto amanhã — beijo os cabelos dela e desço da carruagem. Sim, eu e Robin conseguimos uma cama que era em formato parecido com a carruagem da Cinderella, mas era rosa. Eu fiquei muito animada montando o quarto da minha princesa, queria dar a ela tudo que ela merece e nas semanas que já temos de convivência, percebi que ela gosta de princesas. Não podia deixar essa informação passar e assim fizemos o quarto dela, todo rosa e branco, uma parede era um castelo, tinha uma mesinha de madeira representando a época das princesas. Enfim, o que me deixou nas nuvens foi o sorriso que ela deu ao ver aquilo. Ela disse — “Mamãe, papai, é pra mim? Muito obrigada!” — nos abraçou forte e notei que algumas lágrimas rolaram pelo rostinho dela, talvez esse fosse o sonho dela também e eu estava mais que feliz em realizá-lo. — Boa noite, meu amor. — apago as luzes e saio do quarto.

Encontro com Robin no corredor, saindo do quarto de Roland.

— Ela dormiu?

— Sim, e Roland? — ele afirma com a cabeça e me abraça por trás.

— Sinto que estou falhando com ele. Ele ficou chateado que eu não fui colocá-lo pra dormir?

— Não, amor. Ele entende que não tem como você estar nos dois lugares, ao mesmo tempo. Nós estamos revezando bem, não se preocupe. Além do mais, eu não fazia muito isso com ele, creio que ele fica feliz comigo também. — deposita um beijo em meus cabelos.

— Claro que fica, bobo. — acaricio as mãos dele que estavam ao redor de minha cintura — Estou tão feliz. Tenho medo de que acabe ou que seja apenas um sonho bom. — confidencio.

— É real. — ele me vira e olha em meus olhos — Estamos aqui, apaixonados novamente, com nossos filhos. Não tem nada que possa estragar nossa felicidade. — ele segura em meu rosto e me beija lentamente.

Ali no corredor de nossa casa, um simples beijo mas com infinitas promessas silenciosas. Que nós dois sabíamos que podia não se concretizar, mas que não eram em vão.

Caminhamos lentamente para o nosso quarto, tropeçávamos em nossos próprios pés, os olhos fechados desfrutando o beijo apaixonado que era trocado.

— Me ama. — peço assim que chegamos no quarto.

— Como nunca amei ninguém. — meu namorado tira a camisola que eu vestia, sem deixar de beijar partes e mais partes do meu corpo. Sempre elogiando todas as curvas, todos os sinais, todas as cicatrizes e eu fazia o mesmo.

Deito na cama e ele por cima, queria ele dentro de mim urgentemente, não queria preliminares, não hoje, não agora. Estava tão sensível hoje, tão feliz e, ao mesmo tempo com medo de tal felicidade que o que eu mais precisava era do amor dele, que ele adentrasse em mim de corpo e alma. E assim ele fez em corpo, cada centímetro penetrando em mim e eu soltei um pequeno gemido em seu ouvido.

Seu corpo todo se arrepiou com o feito, ele sempre gostou quando éramos mais novos e isso parece que não mudou. Na verdade, não foram muitas coisas que mudaram, nem no íntimo ou em outras situações.

Me colocou por cima, dando me o controle dos movimentos e eu continuo tão lenta quanto ele, o beijo como se fosse a última vez. Rebolo devagar em cima dele, isso era muito gostoso. Mas eu precisava de mais, mais força, mais rapidez. E peço isso entre gemidos e ele me dá.

O som de meus gemidos, mais os seus, mais nossos corpos batendo contra o outro, a cama rangendo. Eram os melhores sons. Robin continua por uns minutos e eu me entrego ao orgasmo gemendo seu nome, que correspondendo ao meu pedido, ele vem pra mim e goza dentro de mim.

— Eu te amo. — sussurramos juntos deitados olhando um pro outro.

Desde que voltando tem sido assim, a cada transa, foda, amor, que fazemos, nos declaramos. Claro que não é só ali, mas naquele momento nosso, queremos sempre lembrarmos um ao outro e a nós mesmos que não é só pelos nossos filhos que estamos aqui, nessa casa, nessa cama. É por nós, pela chance que tanto almejamos e merecemos. É pelos anos perdidos. É pra não voltarmos para a escuridão que era a nossa vida quando estávamos separador. Not to go Back to Black.