Os dois entram no escritório de Robin, se sentando de frente um para o outro
— Então, Regina? — ele tenta iniciar a tão esperada conversa
Ela respira fundo — O que você quer? É sobre o beijo? Não vai acontecer novamente. Foi um erro. Eu sei — dispara
— Não é sobre o beijo — revira os olhos — Mas eu concordo, foi um erro. — respira fundo — O que você quis dizer com eu te abandonar grávida?
— A verdade? — pergunta como se fosse óbvio
— Que verdade Regina? Não te abandonaria grávida e você sabe.
— Eu sei? — arqueia a sobrancelha — Foi exatamente o que você fez, Robin!
Ele ri irônico — Para eu te deixar grávida, Regina. Eu primeiro teria que saber que você estava grávida e essa informação nunca chegou a mim!
— Quer saber, dane-se. Isso é passado. E eu não quero falar sobre isso. — engole a seco — Minha irresponsabilidade foi a anos atrás. — se levanta
— Você pode não querer saber, mas eu quero conhecer meu filho! — Locksley fala sério
Ela já estava com a mão na maçaneta da porta quando se vira pro loiro novamente — Não tem filho — ela fala baixinho com a voz embargada.
Aquela conversa havia trazido à tona a dor que ela tentou esconder durante todo esse tempo.
Ele se levanta e vai até ela — Como assim, Regina?
— Ela morreu. — sussurra e seca as lágrimas que estavam começando a cair por seu rosto
Ele da, alguns passos para trás, sem acreditar — Era uma garotinha?
— Lua. — morde o lábio inferior prendendo o choro
— Meu deus! — ele passa as mãos no cabelo e fecha os olhos por um tempo. Quando o abre novamente, Regina não estava mais lá.
A morena aperta o passo pela casa, recolhendo suas coisas e quando estava prestes a sair ouve Roland a chamar.
— Já vai, tia Gina? — ele diz segurando um leão de pelúcia.
— Já sim, meu amor — se aproxima do menino e deposita um beijo na testa dele — Amanhã a tia volta.
Robin chega a sala e vê Regina dando um beijo em seu filho. E nesse momento ele percebe que ela tinha o toque de uma mãe.
Quando Regina se recompõe pronta para se retirar seus olhos encontram os do loiro.
— Regina, nós não terminamos a nossa conversa — fala mais calmo
— Você queria saber da Lua, e eu já te contei o que aconteceu.
— Não. Você ainda não me explicou como eu te abandonei se nem sabia disso tudo
Mills caminha até a porta e revira os olhos — Robin, eu realmente não estou afim de aturar você se fazendo de idiota. Com licença — se retira
Ele respira fundo e vai até à porta, vendo ela abrir a porta de um carro — Não estou me fazendo de idiota. Posso ter mudado, mas nunca abandonaria um filho — grita
Regina o ignora e vai pra casa.
Chegando ela se joga no sofá e se permite chorar por tudo que aconteceu durante esses anos.
FLASHBACK ON
— Mãe, a senhora falou com ele? — Regina pergunta a mãe que tinha saído pra falar com seu namorado ou ex, ninguém sabe dizer.
— Falei. — Cora faz uma cara triste e abaixa a cabeça
— E ai? — anda de um lado pro outro
— Minha filha, ele não quer assumir a criança. — a mãe fala com pesar — Disse que não sabe se é mesmo filho dele e que não ia querer.
Ela senta na cama abraçando as pernas e chora.
Seria mãe solteira aos 20 anos, e o pior de tudo que Robin estava certo, não tinha tido nenhuma relação com Daniel, porém, ela o traiu e isso não tem perdão.
FLASHBACK OFF
Zelena adentra o apartamento da irmã. Ele estava todo escuro, o que achou estranho, pois o carro de Regina estava na garagem.
Ao acender a luz, vê sua irmã encolhida no sofá segurando alguma coisa. Seu rosto estava vermelho e ela apenas soluçava
— Regina… — ela joga a bolsa no chão e se senta ao lado da morena
— Vá embora, Zelena — ela fala entre soluços
— Ei, o que aconteceu? — acaricia os cabelos da morena
— Eu contei — aperta ainda mais o que segurava — sobre Lua
— Pra quem? — arqueia a sobrancelha
— Robin.
— Sabia que você trabalhar pra ele não seria uma boa — respira fundo.
— Ele disse que não me deixou, Zel — Se senta ainda agarrada ao pano.
— Aquele ano foi complicado, mas Cora disse que ele não queria saber de vocês, então…
— Não sei, Sis — a encara — Ele parecia tão chocado e triste. Não parecia que estava mentindo.
— Você ainda o ama, né? — pega uma roupinha rosa que estava nas mãos da irmã — Lua… — sussurra — Lembro até hoje quando você veio me contar que estava grávida — uma lágrima rola pelo rosto da mais velha — Eu estava mais nervosa que você — ri — Você sempre foi mais forte que eu, e agora, eu não sei o que dizer e nem sei como te ajudar.
— Amo — Regina consegue dizer entre soluços — Foi tudo culpa minha.
— Claro que não, Gina — a irmã tenta acalmá-la
Ela levanta a cabeça do colo da ruiva — Eu o trai, eu fui embora, eu não tentei. Você sabe que a culpa foi minha.
— Talvez não fosse pra ser, meu amor. — segura as mãos da irmã — Não gosto de te ver assim.
— Mas eu sinto tanto a falta dele, se não era pra ser podia parar de doer.
Volta a deitar no colo da irmã chorando baixinho.
Tudo voltou.
O sentimento de culpa.
A dor.
O amor.
Tudo que ela lutou pra deixar guardado no fundo, de si mesma, voltou para atormentá-la, foi só olhar pra ele, foi só beijá-lo.
Ele despertava o melhor nela, mas também a lembrava de um passado que ela preferia nunca ter acontecido.
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