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História Back to the Past - The Party


Escrita por: khyoung

Notas do Autor


Espero que gostem, e como diz aquele famoso ditado: view em ko ko bop, newton e todas as músicas astro, obrigada.

Capítulo 2 - The Party


Fanfic / Fanfiction Back to the Past - The Party

O dia amanheceu escuro.

O céu estava carregado de nuvens pretas, e eu podia ouvir o vento uivando de dentro do quarto, onde eu estava sentado na cama olhando absolutamente para o nada. Havia ligado o abajur que ficava em cima do criado-mudo do quarto, que iluminava pouca parte do quarto com uma luz alaranjada.

Me levantei, descalço, e fui até a cortina. Abri a porta de vidro da sacada, uma das únicas coisas mais modernas daquela casa, e logo fui recebido com um jato de vento em meu corpo inteiro, fazendo com que as cortinas voassem atrás de mim. Meus pés já estavam gelados, mas andei até a parte de fora da sacada, onde a única coisa que dividia a minha vida e a minha morte era a pequena grade de ferro pintada de branco da sacada. Não.

Eu não iria fazer aquilo, e isso já era decidido desde quando eu havia começado a pensar em suicídio. O único motivo em que me prendia nesse maldito mundo era o meu irmão, que dependia de mim para viver, principalmente por que é a única pessoa que eu amo. Apesar de meu pai ainda estar vivo, não vejo motivos para amá-lo. Sua distancia foi consumindo o meu ser desde quando ele entrou no exército. A cada mês que passava, uma mentira dizendo que ele voltaria mais cedo era contada pelo próprio. Atualmente, eu e Jung o vemos duas vezes por ano, mas no ano passado ele veio apenas uma vez. Nesse ano, ainda nada. Disse que viria para comemorar o fato de eu ter ingressado na faculdade e estar cursando um curso que gosto, mas a única coisa que recebi do tal foi uma ligação sem justificativa alguma, apenas dizendo que não viria.

Não sabia mais o que pensar sobre o pensar sobre meu pai, então eu simplesmente o ignorava.

                            ***

Jongin chegou atrasado novamente, e infelizmente o lugar atrás de mim estava livre, então ele se sentou. Fiquei agradecido de que foi o lugar de trás, assim eu não precisaria ver a cara daquela desgraça durante as aulas.

- É hoje, Kyungsoo. Tudo confirmado? – Jongin disse, apertando o meu ombro. Tentei me esquivar de sua mão me balançando, mas ele apertou mais, então virei para trás.

- Sim, tudo confirmado, mas me deixe em paz até a hora chegar. – eu disse, e vi que ele estava sorrindo. Fiquei sério, e me virei para frente. Ele achava que aquele sorriso lindo iria resolver as coisas?

Durante as aulas, Jongin não falou comigo, mas não calou a boca em momento algum, pois ficava conversando com uma garota loira que sentava na fileira ao lado. Até mesmo Chanyeol, que estava milagrosamente tentando prestar atenção na aula, se sentiu incomodado.

- Mas que caralho, Jongin, cala a boca. – Chanyeol disse, baixo, para que a professora não implicasse com ele novamente.

- O que você quer, Chany? – Jongin disse, falando o apelido de Chanyeol com uma voz feminina. A menina loira riu baixo de Jongin.

- Esse é o apelido dele? Que gay! – a loira disse, cobrindo a boca com uma das mãos para rir.

- Que bosta, hein. Só cala a boca, quero prestar atenção na aula. – Chanyeol disse, virando para frente.

Não sei o motivo, mas virei o rosto para trás na hora, para ver Jongin e a loira. Os dois riam de algo, e ele a olhava estranhamente, enquanto arrumava o cabelo, jogando-o para trás, deixando camadas cor mel de cabelo escorrerem lentamente. A menina jogou seus longos cabelos para trás, e algumas mechas caíram em seu rosto.

- Kyungsoo, aqui não é teatro para ficar observando os outros. – uma voz masculina disse, e descobri que o professor estaca me chamando. Balancei a cabeça, inexplicavelmente, e virei para frente.

- Perdão, professor. – eu disse, abrindo na página que o professor estava explicando anteriormente.

- E vocês dois aí atrás, Jongin e Yura, aqui não é mais o ensino médio. Já sabem o que acontece se isso se repetir. – continuou o professor, com um olhar sério, e logo virou de costas, escrevendo na lousa o resto da matéria.

O tempo passou rápido, e logo a última aula acabou, e muitos alunos suspiraram aliviados. Arrumei meus materiais, e virei para trás para perguntar para Jongin onde iríamos almoçar, para em seguida irmos para sua casa começar a fazer a primeira parte do trabalho.

- Te ligo depois então. Tenho que ir almoçar agora, até! – Jongin dizia para a loira, que entregava um papel com seu número de telefone.

- Onde vamos almoçar? – perguntei, levantando da cadeira e colocando a minha bolsa nas costas.

- Vamos na mesma lanchonete daquele dia mesmo, é a mais perto daqui, daí pegamos o metrô direto para a minha casa. – Jongin disse, se levantando, e saímos da sala rapidamente. Chanyeol estava logo atrás, conversando com Sehun, e acenamos para eles como despedida.

Descemos a escada, que estava congestionada devido ao fluxo de pessoas descendo. Logo, estávamos descendo a ladeira, onde ouvi uma risada familiar em algum lugar.

- Espera um pouco. – eu disse, para Jongin.

- O que foi? – ele perguntou, virando. Eu olhava para os lados, procurando quem tinha acabado de rir. Eu estava convencido de que conhecia o dono da risada de algum lugar. Aquela risada, que era literalmente o “hahaha”, que alternava entre uma risada séria e sons de hiena eram apenas de uma pessoa que conheci na minha vida, e fazia muito tempo que não o via.

- Baek... – eu dizia, rodando, procurando uma face familiar em todos os lugares, até ver um pequeno grupo de pessoas rindo, e aquela mesma risada ecoando pelo lugar. Todos pararam de rir, mas apenas a tal risada continuou, e logo vi, que um garoto baixo, de costas, ria freneticamente. Automaticamente, me aproximei, colocando a mão em seu ombro e o virando de frente para mim.

- Byun Baekhyun? – perguntei, com os olhos bem abertos.

- Do Kyungsoo? Puta que pariu. – o garoto disse, me abraçando extremamente forte. O abracei de volta, rindo. – Você não mudou nada!

- Fazem quantos anos que não te vejo? – perguntei, incrédulo de que ele estudasse naquele lugar. – Que curso você faz?

- Tô cursando química, e você? – ele disse, acenando para o pequeno grupo de pessoas que estava com ele antes, que desciam o restante da ladeira.

- Arquitetura. Não imaginava que você estudava aqu...

Senti uma mão no meu ombro, novamente.

- Assim, Kyungsoo, ainda estou aqui. – Jongin disse, me virando. Acenou para Baek com um sorriso extremamente falso.

- Ah, esse é Byun Baekhyun, me amigo de infância, Baek, esse é o Jongi... – e mais uma vez, fui interrompido por Jongin.

- Não interessa quem ele é. Vamos. – disse, me puxando e andando.

- Nos vemos depois! – falei alto, para Baek, que acenava sorrindo.

Fomos até a mesma lanchonete, onde alguns alunos da faculdade também almoçavam quando tinham planos de tarde. Pedimos um lanche qualquer, e enquanto esperávamos ficar pronto, ele pegou o papel com o número da garota e começou a digitar no celular, para salvar e ligar mais tarde.

- Vai iludir ela também? – falei, extremamente baixo. O problema é que Jongin estava na minha frente, e ouviu, e olhou para mim, sorrindo.

- Como sabe? – perguntou, rindo.

- É comum da sua parte abandonar os outros, apenas isso. – eu disse, e nesse momento uma garçonete trouxe os lanches, e logo fiz questão de encher minha boca de comida para não ter falar mais com ele.

Terminamos de comer, pagamos e fomos direto para a estação de metro. Estava lotado, mas logo depois de uns dez minutos, chegamos.

- É aquele prédio. – Jongin dizia, apontando para uma construção comum que aparentava estar a uns quatro quarteirões. Começamos a andar, e logo chegamos.

Subimos pelo elevador, indo diretamente para o sexto andar, onde seguimos até o apartamento sessenta e quatro. Jongin abriu a porta, revelando o primeiro cômodo: a sala, que era bem iluminada. Tinha um sofá-cama em frente a uma grande televisão, e na direita do cômodo, havia um balcão de granito verde-escuro para uma pequena cozinha. As paredes eram pintadas de amarelo claro, e havia um pequeno vaso com uma folhagem verde-escura ao lado da porta, cujo descobri a existência apenas pelo fato de ter tropeçado nele. Por pouco não o derrubei no chão, derrubando toda a terra.

- Espere aí no sofá, vou só me trocar. – Jongin disse, terminando de trancar a porta. Me sentei no sofá-cama marrom-café, e após poucos minutos, Jongin apareceu, com uma calça de moletom cinza, e uma camiseta branca larga de mangas, que fazia com que o começo de seu peitoral aparecesse. Meus olhos se vidraram automaticamente nele, inexplicavelmente, e percebi que ele viu que eu o observava, e sorriu levemente.

- Quer uma troca de roupas também? – ele perguntou, enquanto abria a mochila para pegar os materiais.

- N-não, obrigado. – eu disse, saindo do transe em que estava.

- Nem escovar os dentes? Vai ficar com cheiro de esgoto na boca? – ele disse, rindo.

- Tá bom, isso tudo bem. – concordei, levantando do sofá.

- Primeira porta a esquerda, tem uma escova reserva no armário embaixo da pia. – ele disse, apontando a um pequeno corredor ao lado da pequena cozinha. Segui o corredor, e entrei na porta que ele havia falado.

Era um banheiro de tamanho médio, todo branco. Havia um espelho grande na frente da pia, que refletia a minha imagem até aproximadamente na altura do umbigo. Agachei e abri a portinha do armário debaixo da pia, e peguei uma escova de dentes azul-claro que estava ainda lacrada. Escovei os dentes com a pasta que estava em cima da pia, e logo voltei para a sala, onde Jongin estava deitado no sofá...dormindo.

- Sério? – falei baixo, e sentei na almofada que estava no chão, em frente a mesinha onde haviam vários papéis do trabalho já preparados. Me virei para Jongin, que estava na minha frente. Pensei no pior meio de acordá-lo, mas como não tive ideia nenhuma, resolvi só o chacoalhar mesmo.

- Jongin. – o chamei, colocando a mão em seu ombro e o balançando, e levei um susto quando ele agarrou meu pulso e me puxou para frente, como algum golpe. Ele havia me puxado para frente, e consequentemente, havia trazido nossos rostos para perto. Estava a poucos centímetros de seu rosto, e podia sentir sua respiração rápida perto de mim. Ele estava com os olhos arregalados e assustados, mas poucos segundos depois ele desfez sua expressão assustada, me jogando para trás lentamente.

- Não me acorde desse jeito, sério. – ele disse seriamente, sentando no sofá e jogando o cabelo para trás. Balançou a cabeça, e sentou em uma almofada ao meu lado na mesinha, e começou a procurar uma folha em branco para o desenho do trabalho.

Eu estava tendo outro transe, que nem o da sala de aula. Dois transes no mesmo dia, puta merda. A cena de Jongin me puxando rapidamente se repetia em câmera lenta na minha mente, como se aqueles poucos segundos equivalessem a muitos minutos. O observava enquanto pegava as folhas e o livro teórico, e o jeito que seu cabelo caía em seus olhos, até mesmo o jeito em que suas mãos pegavam no lápis. Chacoalhei minha cabeça ao perceber que eu estava parado e o encarando, e comecei a fazer o trabalho.

- Você faz o desenho da página dezoito. Já comecei o da dezessete. O relatório a gente faz depois, se não der tempo de fazer hoje, cada um faz sua parte em casa e juntamos tudo na véspera. – ele disse, pegando uma régua para começar o desenho.

                           ***

Segundo ano do ensino médio, quase na metade. Uma simples aula de educação física nunca havia sido tão difícil de assistir para Do Kyungsoo.

- Kyungsoo, pode pegar a minha bolsa? – Jongin, ainda com o uniforme escolar, pediu, ainda no vestiário.

Kyungsoo se levantou e inclinou o corpo para baixo, pegando uma bolsa preta com zíper vermelho que estava próxima da porta.

- Se puder fechar a porta também... – Jongin disse, tirando o paletó do uniforme. Abriu a mochila que Kyungsoo havia deixado em cima do banco, enquanto o tal fechava a porta.

Câmera lenta.

A iluminação do vestiário estava ruim nos últimos dois meses, e o zelador ainda não havia trocado as lâmpadas. Justo por isso, tudo estava mais escuro do que o normal, e uma fraca iluminação deixava a pele de Jongin mais morena do que realmente era.

Kyungsoo se sentou no banco, ao lado da mochila de Jongin, e o ficou observando enquanto se trocava. Tudo parecia estar em câmera lenta. A cada botão que Jongin desabotoava de sua camisa social branca, as pupilas de Kyungsoo aumentavam de tamanho. Lentamente, Jongin retirou sua camiseta, exibindo seu corpo pouco a pouco.

O coração de Kyungsoo acelerava a cada minuto que passava, e o mesmo estava perdido em seus próprios pensamentos, tentando compreender qual era aquela sensação que estava sentindo. Suas mãos estavam suando frio, e seu rosto estava vermelho e quente, queimando de nervoso por uma sensação ainda não nomeada.

Suas mãos desceram para o botão da calça social, desabotoando a calça, e em seguida descendo o zíper. Jongin usava uma box preta, que ficava a mostra conforme o moreno abaixava as calças. Se sentou no banco de costas para Kyungsoo, para retirar o restante das calças, que já estavam na altura do tornozelo. Em um movimento rápido, se virou de frente para Kyungsoo, que ainda o olhava profundamente. Abriu a mochila, que era a única coisa que estava entre os dois garotos. Sua mão procurou pelo uniforme da educação física, e logo o moreno começou a se vestir.

- Você não vai se trocar? – Jongin perguntou, olhando para Kyungsoo, que ainda estava em transe.

Kyungsoo ficou calado, como estava até o momento. Jongin havia terminado de colocar a camiseta, e terminava de colocar as meias.

   - Bom não precisa me responder. – disse, colocando os tênis, e em seguida virando para Kyungsoo novamente. Fechou a mochila, e olhou para Kyungsoo, que ainda o olhava, confuso em seus sentimentos. Jongin sorriu, deixando Kyungsoo mais vermelho do que antes. Se levantou, colocou a mochila em um dos armários, fechando-o em seguida. Se dirigiu até a porta de metal branco, e a abriu, saindo para ter a maldita aula.

                            ***

Terminamos os dois desenhos do trabalho, e já eram quase sete da noite. Havia ligado para Jung mais cedo, avisando que eu iria passar a tarde fora, e ele foi para a casa de um amigo dele da escola, e iria dormir lá, e pegar carona com ele no dia seguinte para ir para a escola de manhã. Estava congelando, e Jongin havia trazido uma manta para mim e pegado uma para ele.

- Já tá tarde, outro dia a gente arruma o relatório. – ele disse, se levantando e indo para a cozinha, e o começou a preparar café.

Arrumei minha mochila e coloquei tudo dentro de uma pasta, e me levantei.

- Quer um pouco? – disse, esticando o braço com uma caneca com café quente. Fui até ele, peguei e caneca e começei a tomar lentamente devido ao fato de estar fervendo.

Jongin foi até a sacada, para fechar a cortina, e sua expressão mudou, seus olhos abriram mais, como se estivesse surpreso.

- É... Então. Tá nevando, cara. – ele disse, virando para mim surpreso. Sua surpresa acabava sendo fofa, pois seus olhos ficavam redondinhos, e sua boca ficava aberta no formato da letra “o”.

- É sério? – eu disse, indo até ao seu lado, e observando o céu com pequenos flocos caindo lentamente. Na vista de baixo, podia-se ver a rua coberta por uma camada média de neve, e nenhuma pessoa andava nas ruas que conseguia ver da onde eu estava. Voltei para dentro, pois já estava congelando do lado de fora.

- Como vou fazer pra voltar pra casa? – perguntei para mim mesmo, colocando a mão na cabeça.

- Simples, não vá. – Jongin disse, e eu me virei para ele, que estava me olhando com a caneca na mão direita.

- Mas não tenho nada meu aqui. – eu disse, tentando fazer com que ele desistisse da ideia. – E não te conheço tanto para dormir aqui.

Jongin riu levemente, e deu mais um gole do seu café quente.

- Não me conhece direito? Sério, Kyungsoo? Vai dizer também que não se lembra de mim? – ele dizia, enquanto dava pequenos passos em minha direção.

- Pare. – eu disse, e ele parou de andar. – Você sabe o que eu quis dizer.

- Não, não sei. Explique-se.

- Você sumiu completamente, desvalorizou toda a nossa amizade, e todas as vezes em que eu tentava te ligar você me ignorava ou desligava na cara depois de eu falar “alô” – eu dizia, e meus olhos começaram a arder inexplicavelmente.

Jongin tinha uma expressão séria em seu rosto, e me olhava esperando que eu terminasse tudo o que eu tinha de falar.

- Sem contar todas as vezes que te mandei mensagem e você as lia e não respondia nenhuma delas. Cheguei até a ir na sua rua da sua casa antiga, mas fiquei com medo de como você iria me receber, então voltei para casa. – eu disse, e coçei meus olhos, que estavam molhados. Para pior tudo, eu estava chorando. – Tentei esquecer você, mas não deu certo. Você nunca ligou se eu estava presente ou não, não é?

Jongin colocou a caneca de café em cima do balcão rapidamente, e veio até mim, e me abraçou com força. Com um movimento reflexo, o empurrei para longe, enquanto um de meus braços limpava uma lágrima que escorria pelo meu rosto. Levantei meu olhar lentamente, e em seguida ele percebeu que eu havia me assustado com o seu movimento repentino, e me abraçou novamente. Uma de suas mãos estava em minhas mãos, me pressionando contra seu peito, e a outra passava por cima de meus ombros, e acariciava meus cabelos. O abracei, e instantaneamente comecei a chorar mais do que antes. Afundei minha cabeça em seu peito, e ele apertou seus braços em torno de mim.

                            ***

  - Vocês vão, né? – dizia Hee Young, a aluna famosinha do terceiro ano do ensino médio. Era a segunda mais popular, perdendo apenas para sua melhor amiga, Mi Hi, da mesma sala. Eram aquelas típicas meninas que andavam na moda, faziam compras todas as semanas e passavam trinta quilos de maquiagem para ir para a escola todos os dias.

- Claro, linda. Como poderíamos perder a sua festa? – dizia Min Kyung, junto com seu amigo Sang Hun, que claramente estavam interessados na garota falsamente ruiva. A tal sorriu, exibindo dentes brancos em meio a lábios pintados de batom rosa-claro. Hee logo foi para fileira ao lado, distribuindo mais convites vermelhos com as informações da festa, tirando de uma sacola lotada de convites.

- Se ela vai chamar todo mundo, por que fez convites? – Jongin disse, virando para Kyungsoo, da fileira ao lado.

- Vai entender. Você vai? Ouvi ela dizendo que vai ter comida de graça. – disse, sorrindo.

- Se você for, eu vou. Nem que for só pela comida. – Jongin respondeu, e no fim das contas, ambos decidiram ir.


                            ***

Por fim, decidi dormir no apartamento de Jongin naquela noite. Ele iria me emprestar algumas roupas dele, e eu iria dormir no sofá-cama. Eu ainda estava meio surpreso com tudo o que havia acabado de acontecer, mas decidi ignorar e seguir em frente.

- Vou tomar banho agora... Quais roupas posso pegar emprestado? – perguntei, envergonhado.

- Ah, pode pegar essas daqui. – Jongin disse, indo a um quarto, e eu o segui. Era um quarto comum, com uma cama de casal e um armário branco, uma das portas era de espelho de corpo. Ele abriu a porta com espelho, e em seguida uma gaveta. Pegou uma calça de moletom preta e uma camiseta azul-claro.

- Obrigado. – agradeci, e fui ao banheiro que tinha ido antes. Fechei a porta, e logo comecei a me despir. Procurei não olhar para o espelho, a fim de minha baixo autoestima não ficar pior do que já estava.

Tentei tomar banho rapidamente. Lavei o cabelo com um shampoo qualquer que estava na prateleira de dentro do box, e me enxuguei e me troquei ainda lá dentro. As roupas ficaram um pouco largas, e meu cabelo escorria pelo rosto, pois estava mais comprido do que seu corte original. Joguei a manta por cima dos meus ombros, mas ao abrir a porta, percebi que Jongon havia ligado o aquecedor, então logo a retirei de cima de mim.

- Minha vez. – ele disse da sala, ao ouvir o barulho de eu saindo do banheiro.

Jongin, ao me ver, parou de andar, meio congelado. Estranhei sua atitude, e deixei a manta em cima do sofá.

- Ficou meio largo, mas tudo bem. – ele disse, olhando a roupa emprestada. Em seguida, olhou para meu cabelo, e fez uma expressão de aprovação.

- Você fica bonito com o cabelo um pouco maior. – disse, e foi para banheiro. Enquanto Jongin tomava seu banho, fiquei assistindo televisão.

Depois de uns quinze minutos no banho, Jongin abre a porta do banheiro, e pude ver de longe nuvens de vapor saindo de lá, mostrando que ele tinha tomado banho de água quente. Voltei meus olhos para a televisão, cujo assistia um programa culinário tão chato que estava me dando sono.

- O que você está assistindo? – Jongin perguntou, e eu olhei para ele, me deparando com ele apenas de calça de moletom, enquanto uma de suas mãos segurava uma toalha e esfregava os cabelos.

Meus olhos focaram em Jongin, e não na televisão. Ele estava absurdamente lindo, e eu estava sem palavras para descrever o quanto eu estava confuso.

   - Nem eu sei. – respondi em voz baixa, e ele sorriu, indo ao quarto. Poucos segundos depois, voltou vestindo uma camiseta preta de mangas.

                            ***

- Alô? – Kyungsoo respondeu, a chamada inesperada.

- Kyunsoo? – a voz chamou do outro lado da linha.

- Oi, Jongin.

- Você vai na festa hoje, né? É sábado, vamos curtir. – Jongin disse, esperando que o amigo fosse.

- Vou sim, que horas eu tenho que ir mesmo?

- Acho que era as sete, mas vamos lá pelas oito por que não quero ser o primeiro a chegar.

- Ok. Até lá. – Kyungsoo disse, encerrando a chamada.

Kyungsoo passou o restante da tarde tentando decidir como iria para a festa: acabou que iria com uma camisa social preta, pois destacava a cor de sua pele, e uma calça jeans também preta. Tomou banho, e passou o melhor perfume que tinha, que havia ganhado de seu pai na última vez que havia o visto. Jongin também escolheu ir com uma camisa social, porém, branca, e uma calça jeans preta.

Mais tarde, Kyungsoo, pontual como sempre, esperava Jongin na porta da casa (que era mais uma mansão) de Hee Young, pois ele já estava atrasado meia hora.

A casa era branca, com diversas sacadas de vidro, estilo americano. Era moderna, e podia-se algumas luzes de balada através de algumas janelas com cortinas brancas. O som era alto, e tocava músicas de pop americano remixado. Kyungsoo estava distraído observando a casa, que nem havia percebido que Jongin havia chegado, e estava na sua frente, o olhando enquanto sorria.

- Ah, não tinha te visto aí. – Kyungsoo disse, e olhou para Jongin. – Você está bonito.

- Você também. – Jongin disse, e Kyungsoo corou levemente.

Os dois garotos entraram pela porta da frente, já que não havia ninguém para recebê-los. Ao abrirem a porta, foram recebidos por uma explosão de luzes e cores bagunçadas, um som extremamente alto, que cada batida da música acompanhava o coração de Kyungsoo.

- Estão servidos? – disse um garçom vestido todo de preto, ao ver que os dois garotos haviam acabado de chegar. Na bandeja haviam copos com bebidas coloridas e frutas penduradas na borda dos tais. Jongin escolheu uma bebida azul, e Kyungsoo escolheu a vermelha. Logo após o primeiro gole, ambos fizeram caretas, pois descobriram que era vodka. Kyungsoo mordeu o morango que estava na borda de seu copo, enquanto os dois andavam, entrando cada vez mais na festa.

Haviam alguns sofás no meio da sala, onde um grupo de garotas sentadas com seus vestidos curtos conversavam em voz alta. Dois casais se beijavam no outro sofá, enquanto mais para frente, uma garota com vestido vermelho colado ao corpo saída da porta de vidro que estava aberta, provavelmente dando para uma piscina.

- Jongin, Kyungsoo! Vocês vieram! – disse Hee Young, cumprimentando os dois perdidos. Ambos sorriram para a ruiva, que logo pegou um copo qualquer de um outro garçom que passou perto.

A festa passava rapidamente, e aquele único copo que Kyungsoo e Jongin haviam bebido se transformaram em mais de seis. Todas aquelas luzes coloridas agora eram mais parecidas com borrões de aquarela espalhados pelos cômodos.

- Jongin. – Kyungsoo dizia, de olhos arregalados. – Olhe aquilo, no canto. Da parede.

Jongin, tonto, procurava pelo o que o amigo apontava, mas seus olhos viam desfocadamente apenas uma menina de vestido verde

- O que é?

- Esse bicho... Ele é verde. Parece com você, o nariz e os olhos. Acho que é uma lagarta. Gigante. – disse, alucinando, esfregando os olhos. – Ah não, espera. É só a Mi Hi do terceiro ano.

- Mas do que você está falando?

- Não sei. Preciso mijar. – Disse, e foi a procura de um banheiro. Entrou em um corredor que estava cheio de fumaça, provavelmente de alguém que estava ou havia fumado naquele local anteriormente. Por fim, achou uma porta com um papel simbolizando “sanitário” colado e entrou. Lá, passou pelo menos quinze minutos, e Jongin ficou esperando do lado de fora.

- Kyungsoo, vai logo... Acho que essa fumaça não tá fazendo bem pra mim... – Jongin disse, batendo na porta do banheiro, cujo foi aberta de uma vez. O moreno acabou escorregando devido a abertura da porta, caindo em cima de Kyungsoo, que estava tonto.

- Mas que merda Kyungsoo, avisa na próxima vez que abrir a port... – Jongin parou de falar ao perceber que o outro o olhava fixamente para ele.

- Me ajuda a levantar, Jongin. – Kyungsoo disse, e Jongin levantou primeiramente, ajudando o amigo, que ao levantar, o empurrou para a parede atrás de ambos.

   - O que você tá fazendo? – perguntou o moreno, surpreso com a atitude do outro, que o olhava fixamente. Kyungsoo colocou lentamente seu braço na parede, ao lado de Jongin, que estava cada vez mais próximo do tal. Mais uma vez, o coração era acompanhado com as batidas da música que tocava ao fundo.

                           ***



Notas Finais


Top.


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