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História Backstage - Family


Escrita por: biagw

Notas do Autor


Desculpem a demora, pessoinhas, aí vai mais um cap BIG


OBSERVAÇÃO:
O estilo de narração que usamos nesse cap é diferente, pode aparecer em alguns caps em q queremos mais de uma pessoa como 'narradora'.
Acho q irão entender/gostar :D

Capítulo 10 - Family


[OBSERVAÇÃO SOBRE A ESCRITA:

Escrita normal - Francine narra

Escrita em itálico - Camille narra

Escrita em negrito - ambas narram]

 

 

 

O dia estava frio, bem frio. Meus moletons pareciam não dar conta de me aquecer naquele vento forte.

         Suspirei aliviada assim que cheguei em meu apartamento. Poderia aproveitar do aquecedor e das cobertas. Joguei a bolsa e o cachecol em cima da mesinha da sala e tirei o casaco mais pesado, correndo pra ligar meu amiguinho aquecedor e começar meu ‘meio’ jantar (porque não posso chamar minhas obras na cozinha de comida de verdade). Meu celular vibrou, era uma mensagem da Camille.

         Peguei um táxi, mal consegui me comunicar com o motorista – pelo menos ele me entendeu. Suspirei aliviada assim que desci em frente ao prédio, que era lindo por sinal. Com certeza deve estar mais quentinho lá dentro. Entrei carregando as malas e fui direto pra portaria, convencendo o moço a não me anunciar. Queria fazer uma surpresa. Peguei o celular pra confirmar...

“Tá em casa, Fran?”

“Sim, por que?”

“Seu apê é o 18, né?”

“É, Camille... Mas ainda não entendi”

         Finalmente vou reencontrar minha irmã. Eu e Fran sempre fomos tão apegadas, mas faz tanto tempo que não nos vemos... Sinto muito sua falta. Diferentemente das viagens a que estou acostumada, hoje eu estive mais nervosa dentro do avião, talvez porque estivesse ansiosa demais. Quase desisti de fazer surpresa e chamei Francine pra me ajudar quando desembarquei, já que foi um pouco difícil carregar minhas malas sozinha (e não são poucas). Enrolei minha irmã na conversa alguns dias atrás e ela me passou o endereço certo do apartamento, o que não me ajudou tanto assim já que desconheço total esse país.

         Estranhei as mensagens da minha caçula, mas no fim ignorei, ela é doidinha mesmo. Voltei minha atenção pra panela que estava no fogão, sou terrível na cozinha, estou me virando por esses dias. Parece que os meninos chegam ainda esta noite, fico preocupada com eles, ainda mais estando longe. Meu celular vibrou novamente, mensagens dos garotos avisando que chegariam de madrugada. Sim, atualmente, conversamos mais do que já conversávamos e, mesmo que por mensagens, eles costumam me avisar se estão bem, se pegaram o avião...

“Já vai!” – gritei, largando a panela em cima do fogão e indo atender a porta. Estranhei já que a portaria não havia me avisado de visita nenhuma

         Por um instante pensei em nem atender. Quem estaria na minha porta se ninguém nesse país me conhece?

         Ah, por que demora tanto pra abrir uma porta, Francine?

         Bom, também não tenho nenhum inimigo mortal e ladrões não batem, então acredito que não corro perigo – sim, eu sou um pouco bitolada demais às vezes. Deixei a neura de lado e abri a porta. Minha surpresa não poderia ser maior, nem mais feliz.

Nossa, ela está do mesmo jeitinho de sempre.

“Mille!” – berrei, vendo minha caçula parada em minha frente com uma coleção de malas

         O sorriso lindo de Fran estampou seu rosto, de ‘orelha a orelha’

“Não acredito que está aqui!” – ela parecia tão feliz e surpresa (felizmente a parte da surpresa foi bem sucedida) que instantaneamente retribui a seu sorriso. Me sentia tão bem por vê-la assim e por poder fazer companhia dali em diante. Fran não ficaria mais sozinha, poderia contar comigo assim como posso contar com ela

         Camille abandonou as bagagens que carregava em mãos e me esmagou num abraço. Parecia estar ainda mais linda que da última vez que nos vimos – quase um ano atrás. Pra mim, ainda tem a carinha de seus 15 anos. Mille tem um estilo único e é uma das garotas mais lindas que conheço, sem querer defender o lado da minha irmã. Os cabelos tão lisos num castanho brilhante; os olhos azuis enormes; as sardinhas perfeitamente distribuídas; o sorriso lindo... A cara da mamãe. E nem sequer nascemos parecidas, já que eu sou idêntica ao meu pai. Camille tem o estilo livre e rebelde que eu sempre quis, mas nunca arrisquei. Gargantilha no pescoço, jeans rasgado, maquiagem marcada. Aish, como eu amo essa minha caçula!

         Eu nem queria desfazer o abraço, tinha que tirar aquele ano de atraso. Gostaria tanto que pudéssemos nos ver com mais frequência – mas nunca estamos perto uma da outra. Acho que devo ter crescido mais um pouco ou Francine encolheu desde aquele nosso último encontro. Ela continua fofinha, baixinha, com cara de ser dez anos mais nova. Minha irmã nunca envelhece. Fran tem o estilo mãezona, ela sempre cuidou bem de mim, sempre foi boa com os conselhos, sempre responsável. Bem sucedida, realizada, modelo em qualquer área que atue. Ao contrário da ovelha negra da família aqui, que sequer consegue decidir o que fazer da vida.

“Estou morta, Fran” – Camille foi entrando, jogando suas coisas no sofá da sala – “Adorei seu apartamento”

         O lugar era pequeno, mas confortável o bastante pra nós duas. Na verdade, era confortável até demais. Eu me sentia bem melhor só de estar ao lado da melhor parte da minha família e não mais sozinha. Eu estava com um sono insuportável, desisti até de desfazer as malas. Francine também parecia bem cansada.

O clima estava melhor porque estávamos juntas. Podia sentir isso. Eu estava mais leve, me sentia mais... Feliz.

         Num primeiro momento fiquei tão extasiada com a presença da minha pequena que demorei pra pensar no que ela estava fazendo ali. Pelo tamanho da bagagem ela pretendia ficar comigo por um bom tempo. Entretanto, seria uma missão impossível, por mais que eu quisesse. Caramba, Camille, o que está aprontando agora?!

“Veio com seu pai?” – perguntei, quando minha ficha começou a cair. Ela assentiu, se acomodando no sofá menor que estava desocupado

“Ele demorou pra concordar, mas você sabe que sou insistente” – respondeu, sorrindo e já de cara no celular

Forcei um sorriso. Na verdade, não foi nada difícil convencer meu pai. Ele está sempre tão ocupado que parece querer me enviar pra qualquer viagem que possa me distrair e tirar do caminho. Não que não se importe comigo, apenas não tem tempo. Peguei o celular pra checar a mensagem que havia chego. Era Enry, bufei e ignorei.

“Tá pensando em ficar quanto tempo?” – fui direta, começando a me preocupar com a situação. Ela deu de ombros, totalmente indiferente/calma

         Por favor, maninha, não me dispense logo.

“Mille, eu estou aqui a trabalho, você sabe disso” – completei, tirando suas malas do caminho

“Eu sei, por isso vim” – se sentou, me encarando – “Achei que ficaria melhor se tivesse alguma companhia. Você disse que estava sendo difícil não ter ninguém pra desabafar...”

         Como eu dispensaria minha irmã?

         Ainda mais sabendo que ela está apenas preocupada comigo e que realmente gostaria de ter uma companhia pra poder conversar. Eu também sei que Camille se sente muito sozinha – é filha única, tão mais nova que eu, só com o pai por perto (e ele vive ocupado). Nos últimos dias, por exemplo, eles estavam no Japão por negócios dele, claro.

         Eu podia não assumir pra Francine, mas também estava precisando de companhia.

Nesse momento, precisamos uma da outra.

         Depois que mamãe morreu, eu tentei dar o máximo de apoio à minha caçula e ela me colocou num pedestal tão alto que ainda vivo com medo de desapontá-la. Mille me colocou como um ‘objetivo’, uma ‘meta’ de vida e isso a deixou frustrada e confusa por um bom tempo. Hoje, mais madura, ela está buscando seu próprio caminho, embora cheia de inseguranças

         Depois que mamãe morreu, Fran foi meu maior modelo. Era nela que eu me espelhava, queria ser como ela. Minha irmã nunca me decepcionou. Tento encontrar meu próprio jeito de viver a vida, mas sempre falho, tudo parece tão mais difícil.

“E tá tudo bem com você?” – quebrei o clima, voltando a agarrar minha irmã e acabando com o silêncio

“Dentro do possível, sim” – respondi, mexendo em seu cabelo. Às vezes não consigo acreditar que essa peste crescida é o bebezinho que carreguei no colo 19 anos atrás

“Estava com saudades, doidinha”

“Eu também, maluca”

         Aproveitei o abraço e me pendurei nas costas de Fran. Fazia tempo que não pegava uma caroninha com ela. Francine me levou ‘de cavalinho’ até a cozinha.

         Meu Deus, a comida no fogo!

“Quando vai me apresentar aos seus garotinhos?” – desci e me sentei sobre o balcão que ficava de frente ao fogão. O cheirinho do jantar estava melhor do que eu esperaria da minha irmã

“O que?” – demorei um pouco pra entender a pergunta da Cami. Ela riu, sentada no balcão – “Por que tanta pressa, mocinha?”

“Não são todos gatinhos, oras?” – retrucou, com a maior naturalidade – “Eu pesquisei antes de vir, tá? Não ia passar vergonha”

“E você não tem namorado, garota? O Enry sabe disso?” – perguntei, rindo enquanto arrumava as coisas da comida

“Eu e Enry nos separamos, você sabe” – ela respondeu, encarando o chão. Não acredito que dei um fora desse tamanho

“Eu sei?” – pensei alto – “Por que não me contou sobre isso?!”

“Claro que contei, Francine!” – sério mesmo que minha irmãzinha vai me fazer ficar recordando da parte ‘você foi traída na cara dura’ – “Ele arrumou outra garotinha, jogou na minha cara que a culpa era minha e agora fica no meu pé”

“Isso faz muito tempo?” – ela perguntou, claramente sem graça pela ‘pisada na bola’

“Sei lá, deve fazer um mês” – Camille estava abalada, eu não devia ter tocado no assunto e estragado o clima. Maldita hora pra não prestar atenção nas coisas. O namoro dos dois parecia até ir bem, durou um ano e meio se não estou enganada

“Hm, eu não gostava dele mesmo” – completei, apagando o fogo. Isso era verdade, eu não ia com a cara de Enry desde a primeira vez que o vi

         Apenas assenti, tentando encerrar o assunto. Na verdade, eu estava mais leve depois de ter terminado meu namoro. Enry e eu não combinávamos em nada, eu estava me cansando do nosso relacionamento. Ele me exigia muito, mas nunca me proporcionava nada. Como já é de praxe, eu não poderia me dar bem nem no amor; azar em tudo mesmo.

O silêncio pairou até a hora em que nos sentamos pra comer. Mais conversamos que comemos, na verdade. Muito assunto de tanto tempo de distância pra colocar em dia.

         Em pouco tempo Francine arrumou tudo pra que eu pudesse dormir. Ela é tão atenciosa e carinhosa comigo. Às vezes fico pensando em como poderia retribuir. Nos deitamos juntas, passamos mais um bom tempo conversando.

“Pois é, nada mais deu certo...” – eu estava contando sobre alguma das minhas últimas experiências (obviamente falha), mas minha irmã parecia ter pego no sono antes – “Fran?”

         Acho que estava com mais sono que eu. Realmente dormiu muito rápido, no meio da conversa. Me levantei pra pegar mais uma coberta e fiquei me revirando na cama. Demorei pra pegar no sono, dormi mal durante a noite. Talvez por isso acordei hiper tarde.

(...)

“Te encontramos na BigHit daqui alguns minutos”

         Pouco antes que eu saísse em direção à sede da empresa, recebi essa mensagem. Os meninos me encontrariam, como haviam me dito. Seria nossa primeira reunião sobre a gravação do MV e o primeiro encontro depois dessa semana que passamos afastados – desde que a equipe me obrigou a voltar pra Coreia antes que eles terminassem a turnê.

         Eu estava ansiosa pra vê-los outra vez, não esperava que fosse sentir tanto a falta de cada um durante esses dias. Felizmente, os sete teriam alguns dias de descanso antes de recomeçarmos a ensaiar. Minha mente começou a repassar as cenas do meu último encontro com os garotos. Eu não sabia bem o que gostaria de dizer quando os encarasse outra vez.

         Precisava saber o que haviam feito na minha ausência. Era como se eu não estivesse lá pra protege-los. Precisava saber se haviam sido machucados outra vez, se estavam se divertindo, se passaram por aquelas mesmas humilhações. Se Jimin estava bem, se estava se alimentando direito. Um milhão de perguntas e preocupações. Deixei minha irmã dormindo e saí pra encontrar a equipe que tomaria conta do MV antes de falar diretamente com os meninos. Camille saberia se virar se precisasse.

         Pelo jeito Francine saiu cedinho e me deixou por aqui, sem me acordar e sem sequer avisar pra onde tinha ido. Imaginei que tivesse ido trabalhar com o tal grupo, já que é a única coisa que ela faz de uns tempos pra cá.

“Fran, onde você está?” – liguei pra ela. Não queria ficar sozinha, preferia acompanha-la

“Estou na empresa, Mille” – respondeu, parecendo ocupada do outro lado (eu podia ouvir várias vozes ao fundo) – “Quer vir pra cá?” – obviamente concordei, não precisava nem perguntar.

Eu já queria mesmo conhecer os tão importantes meninos da vida da minha irmã. Por alguns motivos:

1- Eles são gatos
              2- Se Francine fala e gosta tanto deles deve ter algum motivo especial
              3- Os amigos da minha irmã são automaticamente amados por mim também

“Vou pedir pra te trazerem, fique pronta” – Francine disse e desligou, sem nem me avisar quem me buscaria

         Ok, vou me aprontar

Prevejo um dia cheio me esperando



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