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História Backstage - I'll take care of you - Part II


Escrita por: biagw

Notas do Autor


Demorou um pouquinho, mas saiu bem grande e lindão
Espero que gostem

Bjooos

Capítulo 17 - I'll take care of you - Part II


~~Francine~~

“Sabe, eu estive pensando várias vezes em qual seria o melhor motivo pra te demitir” – Chung-Ho caminhava pela sala branca e monótona, sem me encarar muito. Engoli seco, também sem olhar pra ele – “Acho até que estaria indo tarde”

         Seu olhar raivoso e autoritário se encontrou com o meu por alguns segundos, como se quisesse me intimidar. Eu poderia não querer nenhuma consequência, podia me manter calada, mas jamais abaixaria a cabeça pra esse verme. Desviei o olhar encarando as paredes, cheias de certificados, prêmios e fotos que pareciam dar-lhe reconhecimento. Enganaria qualquer pessoa.

“Só está ainda no meio dessa produção porque já estamos na fase de gravação e porque os garotos vieram encher o meu saco por sua permanência” – disse, voltando a se sentar em minha frente – “Eu teria que falar com PD pra demiti-la contra a vontade deles e isso me daria muito trabalho num momento como agora”

“Então o que quer?” – interrompi meu silêncio, lançando a pergunta direta. Tinha coisas mais importantes a fazer que ficar o escutando

“Acredito que a senhorita não deve compreender sobre o montante de investimentos e dinheiro de que falamos” – cínico. Dinheiro era a única coisa que parecia importar – “Eu estou com esse grupo há anos e não vai ser uma mera coreógrafa que irá arriscar meu posto e minha autoridade”

“Eu não estou ameaçando nada nem ninguém” – retruquei, tentando me manter calma. Não podia perder o controle ou daria apenas mais um motivo pra que me afastasse

“Quero te dar um primeiro e único aviso” – se encostou na mesa de vidro, me encarando mais intensamente – “Não entre no meu caminho; não interfira no meu comando; não desobedeça minhas ordens. Apenas faça a droga do seu trabalho e se mande assim que seu contrato acabar, caso se preocupe com a sua carreira e a desse grupo”

“É uma ameaça?” – respirei fundo, o encarando ainda sem perder a aparente confiança. Obviamente eu estava com medo, mas não podia deixar que isso transparecesse

“Interprete como quiser, dançarina” – seu tom irônico me irritava – “Pode sair agora” – assenti, me levantando – “Ah, a gravação foi adiada para daqui a dois dias. Espero que não existam falhas de sua parte”

“Não existirão” – retruquei e sai, o mais rápido que pude

         Até o clima daquela sala era pesado. Me encostei na porta pelo lado de fora, recuperando o ar e sentindo minhas pernas bambearem por alguns segundos. Minha cabeça começou a doer –tanta coisa pra um só dia. E agora mais essa, basicamente uma ameaça explícita de, no mínimo, demissão. Já parei pra pensar se seria tão ruim assim sair dessa equipe.    No fim das contas sempre chego a conclusão de que sim, seria bem ruim. Por mim e por eles.

         Eu estou feliz aqui, Camille se adaptou bem (arrumou amigo, fica menos solitária). Eu amo esses meninos de verdade, como se fossem meus caçulas. E sei que se eu os abandonasse, provavelmente voltariam a estar lançados à própria sorte contra esse sistema ridículo dos backstages do BTS. Pelo menos sinto que, às vezes, posso dar força, posso ser uma espécie de ‘colo’.

         Por falar nos garotos, tenho que voltar. A atuação de hoje desse manager foi ainda pior do que aquela que se passou no meu apartamento. Quando Mille me chamou correndo na sala da nutricionista e me arrastou pelos corredores, foi para que eu pudesse agir naquilo que Chung-Ho havia causado. Quatro membros na sala, quatro membros machucados/agredidos. E eu não podia dizer nada, menos ainda agora.

         Jungkook está com o olho inchado e roxo, sem contar que estava com a boca sangrando quando cheguei. Taehyung se cortou com os estilhaços do espelho quebrado, por sorte nada muito fundo. Jimin tinha ambos os braços doloridos e com hematomas grandes, que deixavam sua pele roxa e um tanto inchada. Óbvio, ali era onde haviam sido aplicados o soro e os remédios no hospital, ou seja, locais que já estavam fragilizados e Chung-Ho fez o favor de apertar de forma brutal. E Yoongi, aish... Yoongi estava basicamente desacordado quando cheguei.

         Jin, J-Hope e Namjoon estavam chegando, juntamente com Camille, quando a discussão estava terminando. Por sorte eles puderam intervir cedo, ajudando os outros membros e impedindo que Suga se machucasse ainda mais com o vidro estilhaçado pelo cômodo. Seu desmaio foi mais um susto, ele rapidamente acordou, mas também estava cheio de ferimentos – pelos cacos do espelho e pelas agressões do manager.

         Rap Monster estava desacreditado, sentia-se responsável e culpado por ser o líder. Jin sentia o mesmo, entendendo que deveria ter tomado conta dos mais novos. Camille estava extremamente assustada, como se sua ficha tivesse caído apenas agora, como se ela tivesse entendido a gravidade da situação. Tive que conversar com Hoseok depois, tinha chorado um pouco pelos outros. E eu estava cuidando dos machucados de todos quando um assistente do manager veio me chamar pra uma ‘reunião’.

“Estão melhores?” – encarei Jimin, Kookie e Yoongi que continuavam sentados na sala em que estávamos.

A expressão dos três não era nem um pouco animadora, mas não tinha como ser melhor. Yoon tinha se deitado num pequeno sofá existente ali, parecia pensativo, mais apreensivo que os outros dois. Jungkook mexia, desanimado, no celular; havia escondido o rosto o máximo que pode, com o cabelo e com uma máscara (das que costumam usar por aqui). Jiminnie se encolhia na poltrona, ainda com os olhos avermelhados e a pele mais pálida que o normal.

“Camille foi buscar algo pra você comer” – me aproximei dele, conferindo com cuidado se os curativos que eu havia feito ainda estavam bons. Jimin assentiu e dei um beijo em sua testa, acariciando seu cabelo. Ele sequer tinha comido algo depois de sair do hospital. Eu também não comi nada, mas minha fome se foi completamente – “Vou cuidar de vocês, ok?” – sussurrei

“Preciso ver como estão, Jungkook” – o maknae estava com um pouco de vergonha pra me mostrar seus ferimentos. Teve que ceder depois de toda minha insistência, mas estava completamente sem graça com a situação, claro. Aquelas marcas se curariam em algumas horas, o que não acontece com as marcas internas que elas causam. A dor interna nunca desaparece

         Me abaixei para observar Yoongi, que havia dormido. Não queria acordá-lo, afinal, depois de tudo que passaram precisam mesmo de um descanso. Passei levemente a mão por seu rosto, terminando de espalhar um remédio que conseguira pelos pequenos machucados e cortes. Os hematomas estavam mais feios que os de Jungkook, mas também desapareceriam com o tempo.

         Antes de sair pra tal ‘reunião’ com Chung-Ho, pedi outra vez pra que Camille fosse comprar comida pros meninos, em especial pra Jimin; além dos suplementos que eu havia pensado e mais alguns remédios/pomadas que poderiam ser necessários. Pelo jeito ela deve ter ido acompanhada, já que não vi mais os outros três membros por aqui.

~~Camille~~

         As coisas estavam confusas pra mim. Eu andava pelas ruas voltando pra BigHit como se fosse uma agente da CIA, com uma pessoa praticamente disfarçada ao meu lado, tentando prestar atenção nos pequenos detalhes de cada lugar. Francine pediu pra que eu fizesse as benditas compras (que antes não havia feito por falta de guia) e foi uma boa oportunidade pra que Namjoon me acompanhasse. Entretanto, ele não poderia ser visto com uma garota desconhecida por aí então andávamos disfarçados e nos escondendo. Foi até que engraçado.

         Mas o clima não estava muito favorável pra conversas. Era fácil notar o quanto ele estava disperso e chateado por conta daquilo que o manager tinha feito com os outros garotos. Se até eu, que acabei de conhece-los já me senti triste, imagino como ele deve ter ficado. E não era só isso que mantinha a estranheza entre nós dois. Não dá pra esquecer que ontem, antes que essa confusão toda acontecesse, nós nos beijamos às duas da manhã, na cozinha da minha irmã. E não tocamos mais no assunto.

Sinceramente, eu nem sei o que eu falaria. Talvez ele só quisesse me beijar mesmo e mais nada. Sei lá, às vezes parece que os famosos só querem fazer esse tipo de coisa – como ‘usar e jogar fora’. Até por isso eu tentava me manter concentrada e não tão animada quando ficava assim, perto dele. Não digo que eu estivesse tendo muito sucesso, já que engasguei em minhas próprias palavras várias vezes, tropecei na rua, e quase bati a cabeça em um poste por estar olhando pra Namjoon ao invés de olhar pra frente. Ele parecia tão indiferente. Era preocupação ou eu estava mesmo me iludindo outra vez?

“Eu não esqueci” – disse, depois de vários minutos andando em completo silêncio

“O que?” – perguntei, sem entender sua afirmação aleatória

“Sobre ontem” – sorriu, me encarando por alguns segundos. Não acredito que essa peste estava lendo meus pensamentos neste exato momento.

Procurei pelo chão um buraco pra enfiar minha cara que devia estar extremamente vermelha e só consegui soltar uma micro risada babaca. Meu Deus, por que consigo ser tão patética quando preciso ter mais atitude? Sem que eu notasse, minhas pernas haviam parado de me obedecer por alguns instantes, então eu havia ficado estacada no mesmo lugar. Como se fosse uma criança idiota. Por favor, Camille, pare de se fazer passar vergonha!

Eu estava tão sem graça comigo mesma que comecei a rir. Encarei seu sorriso, me deixava meio nervosa. Namjoon então me puxou pela mão alguns passos a frente, basicamente em frente a BigHit, nosso destino. Mas então me puxou pra um cantinho mais escondido da rua, observando todos os lados como quem conferia se ninguém estava olhando. Eu não estava entendendo nem a mim, nem a ele. Por que rio tanto quando não posso? Terminada a inspeção pra ver se alguém passava, ele me pegou de total surpresa. Com outro beijo. Mais entregue e apaixonante que o da noite de ontem. Talvez mais demorado.

Eu nem sei mais o que estou fazendo, meu cérebro parece nem ter mais comandos. É como se meu coração ou minhas emoções controlassem meu corpo – e meu coração com certeza gosta desses beijos, desse homem. A sensação de ter nossos lábios juntos, o cheiro dele, o toque suave em meu rosto. Tudo! Se meu controle emocional me comandasse por completo, eu jamais sairia desse cantinho se Kim Namjoon continuasse aqui, comigo. Felizmente, ou não, meu cérebro retomou o controle, me dizendo que os outros garotos estavam esperando por suas comidas e remédios.

O encarei novamente, sem conseguir esconder nem um pouquinho do meu sorriso quilométrico. Seu olhar comigo parecia tão profundo, tão sincero. E aquele beijo... Eu poderia repeti-lo pelo resto da minha existência. Alguns segundos com um constrangedor silêncio se seguiram, de novo eu só conseguia encarar o chão e sorrir. Por que ele tem que ser assim, por que?!

“Você é linda” – rompeu o silêncio, arrumando meu cabelo antes de entrelaçar nossas mãos e me puxar de volta pro prédio da empresa

Eu estava em outro plano de existência, não me perguntem o que aconteceu depois porque eu realmente não processei.

(...)

“Finalmente te achei, comprei as coisas que pediu!” – encontrei Francine num corredor, conversando com Jenna (é esse o nome, se não estou enganada)

“Obrigada” – respondeu, me encarando com uma cara estranha. Sera que estou deixando muito na cara que acabei de voltar do céu? – “Que sorriso bobo é esse, Camille?”

“Nada” – retruquei, tentando disfarçar. Ela pegou as sacolas que eu havia trazido, conferindo tudo

“Vai me contar tudo depois que eu terminar de conversar, entendeu?” – disse, rindo, e dei de ombros, seguindo pelo corredor.

         Continuei minha caminhada saltitante pela BigHit. Eu sei que, pela situação em que minha irmã e os meninos do Bantan se encontram, eu não deveria ter muito o que comemorar, mas convenhamos que eu não estou tão mal assim. Eu estava preocupada com os outros e até mesmo com Fran, mas agora também tinha os meus próprios sentimentos me confundindo e preocupando. Eu estava tão abestalhada que só fui andando pelos corredores da empresa sem um destino definido.

         Quando dei por mim estava praticamente perdida no prédio, num lugar mais vazio que eu não havia ido antes. Nesse caminho comecei a ouvir um barulho estranho vindo de uma das salas. Curiosidade é meu segundo nome, todos já sabem. Me aproximei um pouco, mas as cortinas estavam fechadas e apenas uma pequena fresta me permitia uma visão do interior – essas frestinhas andam salvando minha curiosidade ultimamente.

         A visão não era muito boa, mas claramente tinha duas pessoas ali. O que estariam fazendo? Talvez alguma briga, já que uma das pessoas parecia bem descontente pela forma que falava, enquanto a outra tinha um tom de voz mais agressivo. Aparentemente, dois homens. Eu até podia ouvir a conversa, mas de que adianta se até agora só aprendi a dizer ‘oi’, ‘tchau’, ‘bom dia’ e ‘obrigada’ em coreano? Enfim, ouvi um barulho na maçaneta da porta e tratei de sair correndo dali antes que arrancassem minha cabeça – ainda vou me ferrar por ser curiosa demais, estou até prevendo.

         Virei o corredor e continuei andando, como quem não quer nada, esperando que as pessoas passassem por mim pra saciar minha vontade de saber quem eram. Entretanto, ninguém passou e fiquei na curiosidade. Voltei pra onde Francine estava com os garotos (demorei alguns minutos até reencontrar o caminho, aliás); agora estava por lá Yoongi, que dormia; Jimin, que comia o lanche que havia comprado; Hobi e Taehyung. Meu interior dizia que eu devia procurar por RapMon, mas consegui me controlar.

“Mana” – chamei a atenção de Francine, reparando mais uma vez no estado triste dos garotos – “Em que emprego você foi se meter...” – às vezes me preocupa o fato de que alguém possa machuca-la também

Francine encarava Taehyung com atenção, parecia reparar em algo nele.

“Está desanimado hoje, né?” – sussurrei pra ela, que me encarou, assentindo

“É, um pouco estranho” – respondeu, voltando a olhar pra ele – “Tudo hoje foi estranho, mas tem em algo em Taehyung que me deixa preocupada”

“O que?” – perguntei, tentando encontrar nele algo que fosse diferente dos outros

“Não sei” – retrucou – “Talvez seja só coisa da minha cabeça, esquece”

“Ok” – assenti, pegando meu celular que estava abandonado há algumas horas

“Agora me conta o que houve” – se sentou mais perto de mim, falando baixo pra não acordar Yoongi

“Nada” – respondi, rindo de sua cara de irritação – “Só... Eu e Namjoon nos beijamos. Duas vezes entre ontem a noite e hoje”

“O que?!”



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