História Bad Blood - Primeiras impressões- Chapter I

Visão da história por Arabela Campbell

-Ótimo, continue assim anjo, assim você poupa a nós dois, me entende? - Styles olhou-me fixamente e suas mãos foram de encontro ao meu rosto, só que dessa vez, carinhosamente; as mesmas mãos que provavelmente deixariam marcas em meu rosto agora o acariciavam de forma terna me deixando confusa. - De fato, você é bastante bonita. Como é seu nome querida?

-A-Arabela, senhor. - O homem a minha frente pareceu satisfeito com a forma como o tratei desta vez e um sorriso largo, porém claramente falso apareceu em seu rosto pela primeira vez, fazendo meu corpo estremecer.

- NÃO! NÃO! EU NÃO VOU! - Uma voz tomada pela dor se fez presente na sala e todos os olhares se voltaram para a porta, uma garota de longos cabelos ruivos havia adentrado o local, e da pior maneira possível, seus longos cabelos vermelhos estavam molhados e seu lindo vestido branco estava sujo pelo mais vermelho sangue que escorria pelas diversas chagas em seu corpo, seu rosto transmitia dor, mas mesmo assim a sua beleza ainda era incrivelmente notada. Em um passe rápido a garota parou ao meu lado, me empurrando e se jogando aos pés de Harry, se agarrando ao mesmo e o pedindo clemência de todas as maneiras possíveis.

 - Pelo amor de Deus, pensei que já tivessem acabado com você há muito tempo. - Styles falou calmamente enquanto afastava a garota que agora parecia travar uma luta contra si mesma enquanto se debatia no chão, dois homens entraram na sala falhando ao tentar tirar a garota dali, tapas e chutes lhe eram dados mas por algum motivo isso só fazia a mesma se agarrar mais a Harry, olhei para Louis e o mesmo tinha uma expressão de desgosto, e não era pela garota

- Olha amor, se você quiser eu te perdôo, você sabe disso. Sim, eu te perdôo. -  A garota riu entre as lágrimas, deixando de lado qualquer sanidade que ainda estivesse consigo.

-Cala a porra da boca, Holland. - A voz de Harry soou firme e grossa, e seus olhos agora tinham um tom escuro, o sorriso que estava em seu rosto, tornou a desaparecer rapidamente, suas mãos pararam ao lado de seu quadril e um revolver agora estava em sua posse. Os olhos da ruiva congelaram, mas seu corpo continuou ali, firme.  Suspirei pesadamente sabendo a cena que viria em seguida, sentindo braços me apertarem com demasiada força, olhei de relance e vi Louis parado ao meu lado enquanto sussurrava algumas coisas que eu não conseguia identificar.

- Por favor, não! - A garota suplicou em vão, todo o caos que estava no local foi substituído por um único som, o da arma de fogo sendo pressionada.

- Vá ao inferno, Hodden.  - Harry Styles pronunciou com a maior calma enquanto guardava a arma usada há poucos segundos, dando um sorriso sádico de satisfação em seguida. A essa altura meu corpo tremia e meus olhos estavam completamente arregalados, mas por algum motivo eu era a única naquele estado na sala, todos presentes pareciam acostumados aquilo, assistindo a tudo sem nenhuma emoção aparente, talvez estivessem habituados aquilo.

-Que essa cena sirva de aviso para você anjo. - A voz rouca do meu "noivo" tirou-me dos meus devaneios, me dando a visão do mesmo parado a minha frente. - Louis, leve a jovem Campbell para o quarto, ela já teve sua recepção, não é?

- Sim, senhor. - murmurei quase para mim mesma acompanhando Louis que fez um gesto para que eu o seguisse.

- Aliás, fique um pouco, creio que vai gostar de ver uma coisa. - Styles voltou a falar me puxando para perto de si novamente. - Fique aqui. - Assenti vendo o mesmo correr até a estante e pegar uma bebida que havia lá, senti meu corpo estremecer novamente esperando a cena que estava prestes a acontecer, Harry derramou a bebida sobre o cadáver na sala, e jogando um isqueiro sobre ele em seguida, fez o corpo arder nas mais altas chamas.

- Gostou do que viu? é assim que as vagabundas acabam, querida. Espero que não seja uma, seria um desperdício perder você. - Riu se aproximando de mim, unindo seus lábios nos meus por rápidos segundos; e o que era medo em meu corpo, virou nojo.  - Pode subir agora; e aliás, seja bem vinda. - Sorri irônica como resposta saindo de perto dele o mais rápido possível, como poderia alguém ser tão doente assim?

-  Venha Bela. - Louis agora me puxava como uma boneca pelos cômodos da casa subindo tudo o mais rapidamente possível, como se quisesse me proteger daquilo. Observei o local a medida que o atravessava e pude ver dezenas de quadros com rostos femininos espalhados na grande parede bege ao lado da escada, Tomlinson parou de correr e só então eu percebi que havia chegado ao meu destino, uma grande porta marrom foi aberta me dando a visão de um quarto, rústico, porém incrivelmente belo.

- Você vai dormir aqui até o seu casamento, Harry é um homem preso a costumes antigos. - "Medievais" pensei comigo mesma. 

- Pode ir, Louis. - Falei pausadamente pedindo desculpas em seguida ao me dar conta do quão grossa eu havia sido.

- Não precisa pedir desculpas, foram coisas demais para um dia só, mais tarde eu trago seu jantar, Harry vai precisar sair e voltara muito tarde. Até mais, Bela. - Acenei com a cabeça e entrei no quarto, me jogando na cama da mesma maneira que estava.

                                                                X

         -Papai! Pai! Mamãe! Vocês não irão acreditar, eu consegui tirar um A em matemática! – Corri pelas escadas a procura de papai, mas a casa continuava em silêncio. Adentrei o quarto dos meus pais e pude sentir meu corpo todo paralisar ao me dar conta da cena que estava ali em minha frente. O corpo de minha mãe estava agora jogado ao chão, coberto de sangue e sem vida. Lágrimas desceram pelo meu rosto e um grito ensurdecedor saiu de minha garganta.

- MÃE! NÃO ME DEIXA! NÃO! – me agarrei ao vestido de minha mãe, me deitando ao seu lado, mas logo correndo dali para procurar meu pai, a idéia de que eu poderia talvez o salvar estava em minha mente.

-PAPAI? Cadê você? Eu preciso da sua ajuda, papai! – Gritava para si mesma já que ninguém me ouvia, e meu pai não estava em casa, sentei no chão e por uns segundos meu olhar embaçado parou em uma camisa ensanguentada no sofá, andei até a camisa a pegando nas mãos, e logo minha visão escureceu ao perceber de quem era aquela roupa.

      - PAI! – Acordei sobressaltada sentindo meu corpo suar frio, e lágrimas escorrerem pelos meus olhos. Eu precisava de água. Pulei da cama passando as mãos pelos meus cabelos e saindo do quarto, entrando diretamente no corredor, as luzes estavam apagadas e eu precisaria ser discreta, oh pai, me dê forças. Enxuguei meu rosto com meu vestido não me importando o quão grosseiro aquilo saiu; e andei apressadamente tentando sair daquela imensa escuridão o quanto antes. Percebo uma luz se aproximando de mim e sorrio de alivio, logo dirigindo minha atenção para alguns quadros espalhados na parede, quadros de criança.

-Sabia que é muito feito bisbilhotar, moça bonita?