História Bad Blood - Dinner- Chapter II

-Sabia que é muito feito bisbilhotar, moça bonita? - Senti minhas pernas falharem e os batimentos do meu coração acelerarem por segundos, olho para trás e dou de cara com a senhora que havia me recepcionado de manhã, sentindo meu corpo relaxar novamente.
- Oh sim, me desculpe. - Cocei minha nuca. - Estava com bastante fome, sabe?  - Dei um sorriso forçado e pude ver a mulher corresponder o mesmo.
- Bom, então agradeça, eu vim te buscar exatamente para isso, o senhor Styles está te esperando lá em baixo. Mas antes, precisamos dar um jeito em sua aparência, querida. Me acompanhe. 
- Minha aparência? - Questiono.
-Oh sim querida, senhor Style curte algo mais diferente. - Explicou enquanto agarrava meu braço esquerdo me puxando em direção a algum quarto, como havia feito mais cedo, reviro os olhos e dou uma ótima olhada nos quadros atrás de mim antes de os perder de vista. Entramos em um grande cômodo branco, que se assemelhava há um banheiro porém com muitos armários e uma banheiro enorme no centro, talvez uma sala de banho.
-Querida, tire a roupa. - A voz da senhora se tornou presente me tirando de meus pensamentos.
- O que? - Arregalo os olhos.
-Para entrar na banheira. - Disse apontando para a mesma. Assinto e tiro minha roupa sentindo meu rosto queimar de vergonha, tiro minhas peças intimas por último e entro na banheira rapidamente, enquanto a mulher mais velha jogava alguns sais de banho na água, com um cheiro forte porém demasiado bom. 
- São pétalas de Jasmin .... - A empregada faz uma cara de interrogação como se quisesse lembrar de algo.
-Arabela, meu nome é Arabela. - Falo e vejo a moça a minha frente sorrir, enquanto esfregava meu corpo com uma escova, macia por sinal. Bolhas começam a se formar e eu me permito rir, sem motivos, talvez o nervosismo estivesse dando sinais de vida, apenas. Baldes de água fria caem sobre mim e novamente eu volto a realidade.  Ouço a senhora rir e a acompanho por instantes até a mesma sair e pegar algo em um dos armários.
- Se enxugue querida, vou preparar sua roupa.
-Sim senhora...?  - Deixo a pergunta no ar.
-Rosa! - Escuto a mesma responder enquanto vem com um vestido lilás em um das mãos, ele era rodado, com mangas longas e detalhes brancos, e na outra carregava um par de sapatos brancos, o look parecia bastante vintage. Ela  joga para mim o vestido e logo o visto, vendo que o mesmo não precisava de nenhum sutiã, me olho no espelho a minha frente e faço uma careta breve, eu parecia ter saido de um filme dos anos 50, do tipo que sempre odiei. Vi Rosa apontar para uma cadeira e corro até lá, sentando e fechando meus olhos. Sinto as mãos de Rosa passarem algo em meu rosto e deduzo que a mesma estaria fazendo minha maquiagem, após longos minutos ela para, e suas mãos passam a tocar em meu cabelo.
- Pronto querida. - Abro meus olhos e minha boca abre em um "O", meu cabelo tinha um topete alto como os que eu via em filmes da Bridget Bardott, e minha maquiagem se assemelhava a de uma boneca. -Está linda, agora me acompanhe. - Repetiu seu costume, me puxando pelos braços, olhei novamente para os quadros ao passar por eles dando uma atenção ao último, eu conhecia aquela mulher de algum lugar, suas expressões, seu rosto, era tão familiar.  Rosa apressa os passos ao descer a escada e tenho que me segurar nos corrimões para não cair, como pode alguém daquela idade correr tanto? mantenho o olhar firme em meus pés a fim de não cair mas logo olho para cima, dando de cara com o Styles, a sala estava mal iluminada e a luz focava mais em seu rosto,  repugnantemente belo, estiloso como os 50's,entretanto, uma máscara para sua personalidade ruim.
- Está linda, sweetie. - Sorriu verdadeiramente pela primeira vez, se aproximando de mim e me pegando pela cintura. Não pude esconder meu olhar de fúria e vi que o mesmo percebeu, sorrindo contente com isso. Ele parecia gostar do fato de que as pessoas o odiassem.- Quero que conheça a Melanie- A luz foi ligada por completo e uma garotinha ruiva se aproximou de nós chamando minha atenção, uma de suas pernas era rodeada por ferros que pareciam a sustentar. A garota se aproximou um pouco mais com dificuldade e me deu um abraço, um abraço terno, comos os de meu pai eram me passando uma paz que eu não sentia em anos.
- Você é linda. - Sorriu.
-Você também, linda. - A abracei novamente e a mesma riu me puxando para a mesa, Harry nos seguiu e por instantes olhou para a porta, desconfiado.
- Papai, você trancou a porta? não quero que o homem mau apareça. - Melanie falou baixo, chamando minha atenção e Harry a repreendeu.
- Melanie querida, este assunto morreu, lembra? - Seu tom de voz havia subido.
-Desculpe, papai. Eu vou subir, so queria conhecer a moça bonita. - Styles deu um beijo na garotinha antes dela subir e então o silêncio voltou a se fazer presente. Harry se levantou e foi até uma vitrola, até então não notada por mim, a ligando e correndo novamente até mim.
- Levante Sweetie, vamos dançar. - Levantei-me da caceira ainda receosa e se aproximei do homem a minha frente, deixando a música me acalmar. 
- E eu posso? - Ironizei recebendo um olhar reprovador. Harry me aproximou de si e me guiou como se eu fosse uma boneca, aproveitando para botar meus braços em seus ombros.
- Você não tem medo da morte, Campbell? - Sussurrou contra meus ouvidos.
- Não senhor, pelo contrário, temo a vida- Styles fez uma cara confusa mas logo riu me girando pelo cômodo.
- E por quê? - Questionou me puxando para si novamente.
- Porque a vida é cruel, os homens a controlam, mas não os bons, os maus. A morte é só uma passagem, uma bela passagem. - Sussurrei o final pousando minha cabeça em seus ombros, me dando a visão da cômoda atrás de mim, vejo algo reluzir e paro o olhar no objeto, um relógio, idêntico ao que meu pai costumava usar. Não pode ser, repito para mim mesma. Sinto meu corpo ser girado novamente e me encontro em frente a Styles, muito perto.
-Sabe Sweetie, as vezes eu creio que você me olha como se quisesse me matar! - Riu jogando a cabeça para trás.
- Eu nunca faria isso. - Sorri, e logo meu corpo foi puxado por Harry, que selou seus lábios nos meus. Desço minha mão para seu bolso sentindo seu revólver em contato com as minhas mãos e sorrio. - Eu não teria coragem, senhor.
- PAPAI! - Um grito é ouvido vindo do andar de cima, fazendo com que o homem com quem dançava me soltasse, e  meu corpo entrasse em contato com o chão. Louis apareceu na sala, como se soubesse o que iria acontecer e rapidamente correu até mim. Seu olhar transmitia pânico.
-Vem comigo.