História Bad Blood (Camren) - More problems

Assim que eu e a Camila chegamos na escola eu pude sentir um cheiro que eu conhecia muito bem.

- Vejo você na terceira aula, tudo bem? - perguntei para a Camila e ela assentiu, apenas deixei um beijo na testa dela.

Mas ao invés de eu ir para a sala da aula que eu teria nesse tempo eu fui para a enfermaria.

- Parece que isso ainda te atrai - Katy levantou uma bolsa de sangue aberta após eu abrir a porta. - Sente sede?

- Claro! - me aproximei e peguei o objeto das suas mãos.

- Algo mais de estranho aconteceu com você?

- Sim... - sentei-me sobre a maca e tomei um pouco do líquido contido na bolsa. - Ontem eu dormi, sim, eu dormi, mas o mais estranho é que eu dormi em um hotel e acordei na casa da Camila, sem saber como.

- Lauren, ontem foi dia de lua cheia - falou pensativa.

- Eu sei, Katy, isso é possível? É possível eu ter me transformado?

- Estamos falando do mundo sobrenatural e nele nada é impossível, Lauren.

- Mas eu sou uma vampira! E em mais de setecentos anos isso nunca aconteceu, por que agora? - ela deu de ombros. - Eu sinto que todo mundo está escondendo algo de mim - bebi mais um pouco. - Parece que sabem o que está acontecendo, mas não querem me contar.

- E isso tudo começou quando você conheceu a Camila...

- Vai dizer que eu devo me afastar dela também?

- Lauren, quem sou eu para dizer o que você deve ou não fazer da sua vida? - ela sorriu de lado e eu suspirei. - So não se esqueça que o pai dela é um caçador e você pode arrumar um grande problema com isso.

- Eu sei... - caçador! - Katy, tem alguma chance do que está acontecendo comigo ser por causa de verbena?

- Por que acha isso?

- O pai dela é um caçador então ela deve ingerir verbena e acônito sem ao menos saber, então minha proximidade com ela me causaria alguns problemas.

- Mas a Michelle não tem nenhum sintoma e você é praticamente imune a verbena...

- Tem sim, ela me disse - resmunguei.

- Lauren, o que está acontecendo com você não tem nada a ver com verbena - ela se aproximou de mim e colocou a mão sobre onde fica meu coração. - É culpa disso aqui - a encarei confusa. - Ele so voltou a bater na hora errada, na verdade eu diria que ele demorou muito pra voltar a bater.

- Mas, Katy... - ela me interrompeu.

- Eu realmente deveria dizer o mesmo que seu irmão, deveria dizer que você precisa ou deve se afastar da Camila, mas você demorou tanto tempo pra sentir isso... tanto tempo pra encontra-la que seria covardia pedir para você desistir dela tão rápido... vá com isso até quando você aguentar, daí no futuro você não se arrependerá de não ter vivido esse sentimento como merecia.

- Então isso realmente tem a ver com ela? - Katy assentiu. - O que está acontecendo comigo, Katy?

- Você está apaixonada e essa paixão está causando o rompimento de uma coisa importante no seu coração.

- Ahn?

- Você vai descobrir em breve, Laur - sorriu e afagou meus cabelos. - Você e Michelle.

- Katy, acabou... - mostrei-lhe a bolsa de sangue vazia fazendo um bico e ela riu, pegando de mim.

- Quer mais? - assenti abrindo um sorriso gigante e ela logo me deu outra. - Você não tem caçado ultimamente?

- Não e isso ja tem um tempo, desde que me mudei pra Miami eu evito caçar, fui diminuindo aos poucos a ponto de ficar quase dois meses sem ingerir sangue.

- E o que fazia pra suprir a sede?

- Álcool, ajuda bastante sabia? - sorri. - E eu ainda faço isso quando estou pra perder o controle. Não é como sangue, mas ja ajuda.

- Você faz isso pra ficar perto dela? Eu conheço seu histórico de perdas de controle, Lauren.

- Acho que todo meio sobrenatural conhece - ri. - Mas perto dela eu não sinto vontade, é estranho...

O sinal tocou.

- Acho bom você ir para a aula.

- Não tem mais disso pra mim? - perguntei me referindo a bolsa de sangue.

- Era a última - fiz bico e ela riu. - Tchau, Lauren.

[...]

- Eu sou a nova professora de história, me chamo Taylor Swift - desviei meus olhos da Camila e encarei a professora. - Espero que tenhamos uma boa convivência durante esse ano - ela disse olhando diretamente para mim e deu um sorrisinho.

- Lolo? - Camila chamou após alguns minutos e eu a olhei.

- Oi?

- Por que olha tanto pra ela?

- Ela não me é estranha - dei de ombros.

Camila passou a mão por meu braço e arrastou as unhas pelo caminho, até chegar em minha mão onde ela segurou e eu entrelacei nossos dedos.- O que foi? - franzi o cenho.

- Nada... - sorriu e eu assenti, sem soltar sua mão.

Uma sensação estranha se instalou em meu estômago, não era a sensação de borboletas que eu sentia com um simples toque ou sorriso da Camila.

Era uma sensação ruim.

Coloquei a mão livre sobre a boca e cobri antes de tossir um pouco, logo fiz careta sentindo um gosto estranho na boca. Olhei para minha mão e ela estava com sangue, fazendo-me arregalar os olhos.

Levantei do meu lugar, sai da sala sem falar com a professora e corri para o banheiro, sentindo uma presença atrás de mim assim que apoiei as mãos na pia do banheiro.

- Fica ai, Camz... - eu senti algo voltar até minha boca, mas não saiu, tossi mais um pouco e a porcelana da pia ficou coberta de sangue.

- Você está bem, Lolo?

Neguei e a sensação voltou, junto com todo o sangue que eu havia tomado, fazendo me vomitar.

- Lauren? - escutei a voz da Michelle.

- Michelle, chama a Katy! - escutei passos apressados que deduzi serem da minha irmã correndo e logo senti a Camila abraçar minha cintura por trás. - Meu Deus, isso é sangue!

Gemi de dor e não demorou para que eu vomitasse mais um pouco de sangue.

Um incômodo na minha boca fez-me abri-la em frente ao espelho e eu me surpreendi ao ver mais presas do que eu deveria ter e meus olhos parcialmente pretos. Meu corpo inteiro queimava e pelo espelho eu podia ver as veias do meu pescoço completamente pretas, fechei os olhos com força e torci para que a transformação parasse.

Uma mão fria tocou minha barriga e eu senti um pequeno alívio na queimação.

Alguém estava me curando, mas so tinha uma pessoa ali comigo.

- Camz?

Ela ergueu a cabeça um pouco a cima do meu ombro e eu pude ver seu sorriso pelo espelho.

- Tudo bem...

A dor foi aliviando aos poucos junto com a minha vontade de vomitar e então finalmente eu pude me controlar. Camila se apoiou do meu lado na pia e eu a abracei com força, ainda completamente confusa com o que tinha acontecido.