19 de abril de 2016
Michelle:
Certo... onde estou?
Franzi o cenho olhando ao meu redor e senti levemente um cheiro que eu odiava.
Lobisomem.
Ah, fala sério.
- O que faz aqui? - olhei para trás, encontrando a dona da voz encostada em uma árvore me observando.
- Não sei - cruzei os braços e ela repetiu meu gesto. - Foi aqui que você me derrubou da última vez.
- Você estava correndo atrás da minha irmãzinha, eu precisava fazer algo - deu de ombros e mordeu o lábio inferior.
Você precisa admitir que ela é linda, Michelle.
- E você, o que faz aqui?
- Também não sei, so senti vontade de vim.
- Aquele dia... o que você era?
- Bom, a pergunta correta é o que eu consigo fazer - sorriu. - Aquilo que você viu é a terceira forma de um lobisomem, Crinos.
- E o que mais você consegue fazer, lobinha?
- Consigo te deixar cheia de desejo - me arrepiei com sua fala e dei uma risada.
- Vai sonhando, lobinha - continuei rindo e ela pareceu se irritar.
- Você provoca demais! - ela se aproximou rapidamente e levou uma mão até minha nuca e a outra até minha cintura. - Por que você esta arrepiada, morceguinha?
- Me solta! - tentei afastar seu corpo, mas foi fraco.
Na verdade eu não queria afasta-la.
- Se quer mesmo que eu te solte, vai precisar usar um pouco mais de força.
Karla aproximou seu rosto do meu e ficou encarando meus lábios.
Belos olhos azuis.
- Então se você quer me beijar ande logo com isso! - ela arregalou os olhos e eu revirei os meus, acabando com a distância e juntando nossos lábios.
No começo ela pareceu surpreendida e não retribuiu o beijo, mas logo seus braços estavam ao redor do meu pescoço me puxando mais contra ela, dando inicio a um beijo necessitado que com certeza eu dominava. Quando o ar faltou ela se afastou e apoiou a testa em meu ombro, respirando com pressa.
De repente eu senti uma dor enorme no peito e meu corpo ficou mole, mas a Karla me segurou.
- Você está bem? - neguei e ela me fez dar três passos para trás, até que eu encostasse em uma árvore. Eu respirei fundo e encarei seu rosto com expressão confusa e lábios parcialmente vermelhos. - Eu acho que seu coração não deveria estar batendo - ela arregalou os olhos e eu fiz o mesmo, sentindo meu corpo amolecer e tudo apagar em seguida.
[...]
Que sensação estranha.
Tentei me mexer mas dois braços ao redor da minha cintura me impediram, franzi o cenho e abri os olhos dando de cara com algumas árvores.
Ainda estou na floresta...?
Algo se mexeu atrás de mim e eu percebi que estava deitada sobre alguém e me levantei de supetão.
- Mas o que...
- Porra, que susto! - Karla resmungou esfregando o olho e eu sorri com aquela cena. - Você está bem? Se senti bem? - se sentou corretamente e eu assenti um pouco confusa. - Tem certeza?
- O que aconteceu?
- Do que você se lembra?
- De ter beijado você... - algo bateu em meu peito junto com uma pequena dor.
- Bom, depois desse pequeno ato inesperado você desmaiou e... seu coração ficou batendo lentamente... - ela franziu o cenho e me encarou igual a uma criança curiosa. - Seu coração não deveria bater, você logicamente esta morta - eu não disse nada, apenas me sentei a sua frente e fiquei encarando seus olhos e seus lábios por alguns segundos. - Você quer me beijar de novo ? - arqueou as sobrancelhas.
- Talvez...
- Faça-o - ela se aproximou e sentou em meu colo. Eu ri das suas bochechas coradas e a puxei pela nuca para beija-la novamente. Sua língua passou por entre meus lábios e eu os abri para que ela aprofundasse o beijo.
Após nos separarmos não dissemos nada, apenas sorrimos e ficamos olhando uma para a outra em silêncio.
- Você tem olhos lindos - me aproximei novamente e ela riu encostando nossas testas.
- Os seus também são lindos - de repente o celular dela começou a tocar e ela rapidamente o pegou. - Eu preciso encontrar a minha irmã.
- Agora? - assentiu.
- Você tem certeza que está bem? - tocou minha bochecha e eu dei de ombros.
- Eu sou um ser morto que está com o coração batendo, o que você acha?
- Tudo bem - se levantou e eu fiz o mesmo. - Até qualquer hora... sinto que ainda vou te ver muito por aqui...
[...]
Eu me joguei na cama da Lauren e fiquei a esperando. Fechei meus olhos, levei minha mão até minha boca e toquei meus lábios com o dedo indicador e médio, sentindo como se os lábios da Karla estivessem ali de novo. Algo em meu peito que eu logo percebi ser meu coração começou a acelerar e eu senti uma vontade enorme de beija-la de novo, várias vezes me causando um tremendo susto. Eu fiquei ali viajando por uns vinte minutos, até que ouvi a porta se abrindo e sentei na cama de supetão. Olhei para a Lauren que estava me olhando com as sobrancelhas arqueadas.
- O que você quer, Michelle?
- Você não está ouvindo isso? - ela arregalou os olhos.
- Seu coração também...
- Nós precisamos conversa! Você sabe o que está acontecendo?
- Eu não sei, mas o Chris sabe e não quer falar... - suspirei. - O meu caso tem a ver com a Camila - ela franziu o cenho. - Você não tem contato nenhum com a Camila, então...
- Karla
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