Camila:
- Demetria! – Karla disse assustada.
- Três Aimatirí Lýkos em apenas um lugar, ou melhor, quatro – sorriu tentando se aproximar de mim, mas ela gemeu de dor e se ajoelhou no chão com as mãos na cabeça. – Maldita bruxa – grunhiu. – Camila, eu sei o que esta acontecendo com você.
- Do que você esta falando? – perguntei confusa e ela tentou ficar de pé, falhando miseravelmente.
- Do que aconteceu... com você... com seus olhos depois que você e... e a Lauren...
- Ta bom, já entendi! – interrompi ela sentindo minhas bochechas esquentarem. – E o que é que tem?
- Eu posso... te explicar... se... ela parar...
- Por que eu confiaria em você?
- Sou a única que pode te explicar o que está acontecendo e não tenho nenhum interesse em te machucar.
Eu devo confiar nela?
Olhei para a Anne e ela negou, parecendo querer me repreender pelo olhar.
- Para, por favor – abaixei a cabeça.
- Vai mesmo confiar nela, Camila? – Karla me perguntou incrédula.
- Não custa nada tentar... – suspirei. – Anne – a olhei e ela parou o que fazia.
- Se você tentar algo eu...
- Vai me matar? Você não pode fazer isso – Demetria revirou os olhos ficando de pé novamente. – Como um voto de confiança lhe darei uma informação – se aproximou de mim e tocou seu dedo indicador na minha testa. - Não foi seu pai que sequestrou a Lauren, foram os Calavera. Sua namoradinha esta no fundo de um poço cheio de verbena e acônito, boa sorte.
- O antigo poço atrás da delegacia – sussurrei pensativa.
- Esse mesmo. Depois que encontrarem a Lauren eu quero que você me encontre em Téras.
- Em Téras? Você é louca? Lauren nunca permitiria isso! – Michelle falou ficando ao meu lado.
- Então leve ela com você, Camila – deu de ombros. – Prometo que nada irá acontecer a vocês duas enquanto estiverem no meu território. Os garotos vão acordar em breve – ela deu as costas e foi em direção a porta. – Alias Camila, não tente entrar no poço para salvar a Lauren, você pode morrer.
E então ela sumiu.
- Você não vai atrás dela, Karla - olhei para a minha irmã e a Michelle estava abraçando ela por trás, segurando-a. - Se acalma.
- Argh! Eu odeio ela - rosnou e eu vi seus olhos de lobisomem e as presas.
- Calma! - Michelle pediu mais uma vez e ela assentiu. - Precisamos ir atrás da Lauren.
- Como eles estão? - perguntei ao ver a Anne se ajoelhar ao lado dos dois garotos.
- Bem, so estão inconscientes - suspirou aliviada. – Mas como vocês vão tirar a Lauren de um poço cheio de verbena e acônito?
- A única saída é a Camila – Karla falou respirando fundo.
- Aquela mulher acabou de dizer que eu posso morrer!
- Vai acreditar nela? – Karla ergueu as sobrancelhas e eu revirei os olhos.
- Prefiro não arriscar – sai do chalé e corri até me afastar dali.
Parei ao chegar na beira de um pequeno lago e me sentei, abraçando meus joelhos
- Você é bem rápida – me assustei ao escutar a voz da Michelle e a vi se sentar do meu lado. – Não liga para o que a Karla disse, ela estava irritada, não colocaria sua vida em risco.
- Michelle, a Lauren esta bem, certo? – perguntei com os olhos focados em alguns patos no lado.
- Vazo ruim não quebra fácil, garota – ouvi sua risada.
- E nós vamos ajudá-la, certo?
- Claro, prometi a minha mãe que iria protegê-la e eu não posso perder mais uma irmã...
- Mais uma? – a olhei confusa.
- Nós éramos quatro irmãos... eu, Lauren, Chris e Taylor... mas por minha culpa a Taylor morreu, por pura imprudência minha – uma lagrima desceu pelo seu rosto e eu a abracei de lado. – Não posso perder a Lauren também.
- Nós não vamos perder a Lauren! Nós vamos ajudá-la, vamos dar um jeito! – ela assentiu e vi mais algumas lagrimas descerem pelo seu rosto. – Vai dar tudo certo!
[...]
- Vocês voltaram! – Karla disse afobada e correu até mim, me abraçando com força. – Me desculpa, por favor! Eu estava irritada e...
- Tudo bem, maninha – retribui o abraço.
- A Karla teve uma idéia para ajudar a Lauren – Anne falou e a olhei atenta. – Michelle, apenas a Lauren é imune a verbena ou você e o seu irmão também são?
- O Chris também é, eu não – deu de ombros. – Por quê?
- A Camila esta descartada de entrar no poço pelo que a Demetria falou, a Karla também por causa do acônito, você não pode entrar por causa do acônito e da verbena, mas seu irmão é imune a verbena e o acônito não afeta já que só você e a Lauren possuem os genes de lobisomem.
- Então vamos logo ajudar a Lauren! – coloquei o capuz do sobretudo e me virei para sair, mas alguém segurou meu braço.
- Ainda não, aquele lugar vai estar infestado de caçadores e armadilhas, Camila! Precisamos de um plano, não podemos ir assim – Karla falou.
- E você não vai com a gente, Camila – Michelle falou e eu me desesperei.
- O que?! Claro que eu vou!
- Nem fodendo! A Lauren me mataria se soubesse que eu deixei você fazer parte de algo assim – ela disse cruzando os braços. – Você não vai.
- Por favor, Michelle.
- Não! E ainda tem o fato de você estar fraca pelos vários dias longe da Lauren, você não vai e ponto final – me deu as costas e eu bufei.
- Então o que eu faço? Eu quero ajudar!
- Eu vou te levar pra casa, faça qualquer coisa pra desviar sua atenção... mantenha seus pensamentos longe disso! Eu prometo que assim que ajudarmos a Lauren eu levo ela pra ficar contigo, tudo bem?
- Sim... – abaixei a cabeça sentindo uma dor no peito que logo passou.
- Você precisa ligar para o seu irmão, Michelle – Anne falou e eu me sentei no sofá prestando atenção nas três mulheres.
Michelle pegou o celular e se afastou um pouco, enquanto Anne e Karla se juntaram ao redor da mesa em que o mapa estava.
- Droga, ele não atende – Michelle resmungou se juntando a mesa.
- Sei pouco sobre os Calavera, mas o Desmond já enfrentou eles, se ainda não mudaram eu sei algumas coisas sobre o sistema de armadilhas e divisão de guardas deles – Anne falou e eu senti meus olhos pesarem. – Os guardas se posicionam dessa forma – ela começou a passar o dedo pelo mapa enquanto explicava exatamente onde os guarda ficavam e até mesmo onde poderia haver armadilhas.
- Certo, já temos a possível posição dos guardas e das armadilhas, só precisamos de um plano – Karla disse pensativa. – Temos oito grupos de dez guardas espalhados por uma longa região e três sobrenaturais, acha que damos conta, mama?
- Não sei, vocês acham que o Chris vai ajudar?
- Ela é nossa irmã... ele tem que ajudar – Michelle suspirou.
- Nós também podemos ajudar! – um dos garotos disse ajudando o outro levantar. – Tudo bem, Harry?
- Acho que sim.
- Certo, cinco sobrenaturais – Karla comemorou e um celular começou a tocar, enquanto eu sentia cada vez mais meus olhos pesarem. – Camila? – ouvi a voz da minha irmã e tentei manter meus olhos abertos, mas falhei. - Camila!
E a ultima coisa que ouvi antes de apagar foi a voz da Michelle.
- Chris? Preciso da sua ajuda, irmão.
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