12 de abril de 2016
Lauren:
Eu tento ajuda a garota, fico toda preocupada com ela e o que eu ganho em troca? Uma bela declaração de ódio.
Que garota maluca.
A culpa nem foi minha, mas ela gritou comigo e saiu correndo com duas garotas e um garoto atrás de si, bufei e me virei para a Michelle que me olhava parecendo não entender nada.
- Lembre-me de nunca mais fazer nenhuma boa ação! - segurei o braço dela e a puxei até o pátio.
- Ei, ei! Não desconta em mim - ela puxou o braço que eu segurava. - Não tenho nada a ver com isso.
- Desculpa... - suspirei e encarei-a. - Por que fica me olhando o tempo todo?
- Seus olhos estão brilhando - me lançou um sorriso malicioso. - Eles ficaram assim quando cruzaram com os olhos daquela garota, aliás, que bela garota em.
- Não inventa, Michelle! - dei um tapa no braço dela.
- Não estou inventando, você ficou o tempo todo olhando para ela.
- Ela é linda e até você ficou olhando - dei de ombros e fui em direção ao banheiro.
O resto do intervalo passou lento demais, eu fiquei conversando com a Michelle e agradeci muito por ninguém vim nos perturbar. Quando estava voltando para a sala às duas garotas e o garoto que estavam com a maluca entraram na sala sem ela, me bateu uma pontada de preocupação, pois quando ela caiu pude ver uma expressão de dor em seu rosto.
Sim, eu estou preocupada com a maluca.
- Vou à enfermaria - avisei a Michelle e ela apenas assentiu com um sorriso sapeca.
- Não faça nenhuma boa ação! - revirei os olhos.
Passei pelo corredor a passos apressados esbarrando em várias pessoas até que me lembrei de algo importante: Eu não sabia onde ficava a enfermaria!
Puxei o braço de um garoto e o prensei contra o armário e meu corpo. Ele me encarou com os olhos arregalados e uma feição confusa.
- Calma, eu não mordo - sussurrei divertida perto de seu ouvido. - Só quero fazer uma pergunta - olhei em seus olhos. - Onde fica a enfermaria?
- No segundo andar, terceira porta a direita.
- Obrigada - sorri, soltando-o logo depois.
Fui até as escadas que davam acesso ao segundo andar, segui o caminho que o garoto havia falado e encontrei uma porta branca fechada com uma placa escrita: ENFERMARIA.
Bati na porta escutando um "entre" logo depois e abri-a encontrando a garota sentada em uma maca enquanto uma mulher passava algo no pulso dela. A garota estava de cabeça baixa e parecia não ter percebido que era eu quem estava ali.
Tenho certeza que se ouvisse minha voz ela iria me olhar e me xingar.
- Esta sentindo algo? - a mulher perguntou me encarando e eu me limitei a dizer algo apenas negando com a cabeça. - Veio matar aula? - neguei novamente. - Então...? - apontei para porta em um pedido mudo para que ela me seguisse. - Já volto - falou e a garota assentiu sem levantar a cabeça.
Saímos da enfermaria e a mulher me olhou com dúvida esperando que eu começasse a falar.
- Não é nada grave, não é? - perguntei transparecendo toda a minha preocupação e escutei uma baixa risada da mulher a minha frente.
- Ela só machucou o pulso - suspirei aliviada. - Só preciso passar um pouco de gelo no local e massagear, não quer fazer isso por mim?
- Eu queria até por que seria um bom jeito de me desculpar, mas é capaz de não sair viva daí - apontei para a porta rindo.
- A Mila é um pouco complicada - riu. - Você a conhece há quanto tempo?- cruzou os braços e encostou-se à porta.
- Na verdade eu nem a conheço, não faço à mínima idéia de como seja o nome dela, comecei a estudar aqui hoje.
- Bom... - ela coçou a nuca e me olhou sorrindo. - Então? Vai aceitar minha proposta?
- Sim, quero cuidar dela - sorri.
- É só você deixar um pouco de gelo, depois pergunte a ela onde esta a atadura ela sabe onde fica, pega e enrola bem firme no pulso dela - assenti. - Ela não trincou o osso nem nada, então só esta um pouco dolorido e inchado, mas logo passa.
- Entendi.
- Vou estar na diretoria, qualquer coisa é só me chamar - assenti novamente e ela sumiu do meu campo de visão.
Respirei fundo e abri a porta, a garota continuava de cabeça baixa.
- Você demorou! - a voz dela soou.
Caminhei até ela lentamente, parei a sua frente e sorri.
- Desculpa?
Ao escutar minha voz ela levantou a cabeça rapidamente e me encarou surpresa, bufou e tentou se levantar apoiando o peso na mão e soltando um gemido de dor logo depois.
- Pela minha blusa ou por estar aqui? Porra... - resmungou baixo.
- Calma - segurei a mão dela e pressionei o local inchado com pouca força.
- O que você esta fazendo? - ela puxou a mão rapidamente e fez uma careta de dor.
- Me dá logo essa mão sua fresca, me deixa cuidar de você!
Voltei a pegar a mão dela que me olhou com os olhos arregalados e as bochechas levemente coradas, dei de ombros e comecei a passar sua dor para mim. Vi as veias do meu braço ficando negras e puxei a manga da blusa para cobrir.
- Me desculpa... - falou baixo e eu a encarei com uma sobrancelha arqueada, não estava entendendo o porquê de ela estar me pedindo desculpa. - Você não tinha nada a ver com o que aconteceu e eu acabei sendo rude com você.
- Não me importo - dei de ombros. Ficamos em um silencio mortal e aquilo já estava me incomodando. - Você ficou o intervalo todo aqui?
- Sim, a Katy ficou passando gelo para tentar diminuir o inchaço - ela se remexeu, parecia desconfortável.
- Algum problema? - quando perguntei, ela me olhou e nossos olhares se cruzaram, ficamos um tempo nos olhando até ela balançar a cabeça.
- Não... - o silêncio reinou novamente.
Eu comecei a passar o gelo enquanto ainda tirava sua dor, mas ela resmungou.
- Te machuquei?- perguntei preocupada e ela apenas negou com a cabeça.
- Só estou incomodada com uma coisa.
- E o que seria essa coisa?
- Você é curiosa - ri negando com a cabeça. - Posso te perguntar uma coisa? - pergunta ela.
- Já ta perguntando...
- Posso te perguntar mais uma coisa?
- Você acabou de fazer isso...
- Eu posso te pergunta várias coisas? - sua irritação me fez rir.
- Pode - digo tirando a atenção do seu pulso e encarando ela.
- Por que ficou me olhando durante as aulas? Você e a Michelle.
- Quer que eu seja sincera?
- Óbvio! - fez uma careta engraçada.
- Não faço à mínima idéia, quando eu percebia já estava te olhando - sorri de canto vendo-a corar. - E por que a senhorita me mandou dedo em? Eu não estava cometendo nenhum crime.
- Sei lá - deu de ombros.
- A enfermeira estava certa, você é mesmo complicada.
- Não sou!
- Imagina se fosse - falei brincando e recebi um tapa, olhei para ela indignada e ela estava com um sorriso sapeca nos lábios. - Qual é?
- Eu te odeio sabia?
- Sim, e eu acho que a escola inteira sabe disso - dei de ombros e me levantei. - Onde ficam as ataduras? - ela apontou para uma gaveta ao lado da maca e eu fui pegar. - Você vem frequentemente aqui para saber onde ficam as coisas?
- Digamos que eu sou meio desastrada.
- Meio? - me sentei ao lado dela e comecei a enrolar a atadura em seu pulso.
- Ta legal! Eu sou muito desastrada, digamos que essa enfermaria é a minha segunda casa - disse divertida.
- Ponto para mim - sorri vitoriosa e guardei a atadura na gaveta novamente.
- Você é muito idiota sabia?
- Esse é meu maior charme - pisquei para ela e voltei a me sentar ao seu lado.
- É... obrigada? - encarei o rosto dela e ela estava corada.
- Você não é muito de agradecer, não é? - sorri.
- Não mesmo - sorriu também e estendeu a mão para mim, eu a olhei sem entender. - Meu nome é Camila.
Ao ouvir o nome dela automaticamente meus olhos procuraram os seus e encontraram rapidamente.
Eu conheço essa garota de algum lugar...
- Prazer em conhecê-la - segurei a mão dela e não apertei devido ao pulso. - Camila...
De onde eu te conheço em garota? Seus olhos são tão familiares aos meus.
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