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História Bad Boy - O perigo mora nos sabores


Escrita por: CrzyRainbowStar

Notas do Autor


Sejam muito bem viados a mais um capítulo igualmente gay de Bad Boy, a fanfic que mora nos nossos corações.

Desculpa a demora hahahah rindo de nervoso aqui. O que eu tenho a declarar sobre esse capítulo é só que eu e Agatha esperamos que vocês amem Seokjin como nós estamos amando, porque ele é simplesmente demais!!!

Boa leitura meus amores!! Beijoooos

Capítulo 22 - O perigo mora nos sabores


Fanfic / Fanfiction Bad Boy - O perigo mora nos sabores

Mundo pequeno? Queridos, o mundo era do tamanho de um furico de mosca! Quando na minha vida que eu ia imaginar que do nada, em plena minha volta das férias e pós briguinha/discussão de amizade com Jimin, que ia me deparar com Seokjin em carne, osso, cabelo perfeito e beleza incrível bem na minha frente e trabalhando na minha escola? Nunca.

Qual era a do destino? Me sacanear?

 

— Você eu já conheço, mas quem é esse lindinho aqui? — perguntou se direcionando para Jimin, inclinando-se sobre a mesa e ficando próximo a ele de uma forma muito, mas muito perigosa mesmo. — Lindo mesmo. Cabelo rosa, carinha de inocente, mas com certeza não é. — Seokjin praticamente desvendava meu amigo rosinha enquanto acariciava seu queixo, e o bobão nem conseguia se mexer quase babando com os olhos vidrados no homão. Nisso que dá só conviver com essas pessoas horríveis do colégio, quando vê alguém bonito de verdade não aguenta e fica em choque. — Qual seu nome, bebê? Que gato comeu sua língua? Porque eu não fui. — bati com a minha mão na testa. Aquele louco tem noção de que ali é o ambiente dele de trabalho e que ele não pode ficar flertando com os alunos? E além do mais, Parkinho é um neném! Não é para ninguém tocar nele!

— Ji-ji-jimin. — ai meu deus! Ele gaguejou, pronto, era o fim ainda no início.

— Olha, você tira a mão do meu amigo! — dei um tapa na mão de Seokjin com força e ele só me encarou sorrindo. — Não pode! Tá louco?

— Taehyung! Deixa o Seokjin hyung. — olhei para Jimin indignado. Não acredito que ele estava defendendo o outro ao invés de ficar do meu lado, o lado de quem queria proteger a bundinha - que na realidade não era nada inha, e que eu ainda acreditava ser virgem - dele.

— Como está seu namoro? — Como se a cena anterior não tivesse acontecido, Jin mudou totalmente de assunto e agora eu era o centro das atenções. Ou quase isso, porque ele ia roubar a cena de novo, eu já estava esperando. — Garoto, eu amei aquela chupada na língua dele que você deu na frente das piranhas! — falou alto, mas vejam bem, alto mesmo, e me deu um tapa na coxa começando a rir escandalosamente em seguida como se tivesse contado a melhor piada do mundo. Alguém me mata. — Foi ali que eu tive certeza que você era dos meus. — E foi ali que eu tive certeza, que o que ele tinha de lindo, tinha de inconveniente e estranho. — Agora me diga… — ele se aproximou mais e eu tentei relaxar, tomar suquinho calmo. Tudo estava normal. — Vocês transaram muito não foi? — quase engasguei com meu suco de uva. Onde existia um buraco para eu me esconder? — Ah filho, nem adianta negar. Com o fogo que você agarrou aquele homem eu sei que as únicas lembranças que você tem de viagem são dentro do quarto. — eu queria morrer, e Jimin permanecia sorrindo. Não por causa do que foi dito, mas por causa de Jin mesmo. Acho que ainda estava viajando por quando ele o chamou de lindo. Trouxa.

— Eu não te devo satisfações da minha vida. — fui bem firme e sério. Onde estava a mentira no que eu disse? Eu não estava vendo. — Mas sim. — Jin começou a rir novamente e me balançar fazendo meu suco quase derramar todo sobre a mesa. Ah meu Deus, eu vendi minha alma ao diabo e nem pisquei antes disso. Tem como voltar, ó Hosana? Você me aceita?

— Sabe, a história de como eu vim parar aqui é engraçada. — Seokjin voltou  falar, mas eu não me lembrava de ter perguntado nada a ele. — A propósito, eu sou o novo enfermeiro. — Também não perguntei. Mas confesso que estava curioso para saber das duas coisas. — Eu queria trabalhar, já estava de férias a muito tempo, mas não queria exercer dentro de hospital, porque eu detesto aquele lugar. — meio irônico não é? — Então um amigo me falou sobre trabalhar na enfermaria de escolas. E eu pensei que era perfeito, os mais jovens precisam de uma presença descontraída e experiente, além de linda, como a minha para ajudá-los nessa fase tão difícil que é a adolescência. — ele falava com tanta devoção, até parece que era algum tipo de influência com o juízo certo no lugar. Ele ia causar o caos no colégio, disso eu tinha certeza. — E aqui estou eu, e ainda tive a sorte de te encontrar de novo. Só podia ser o destino mesmo. — querendo me sacanear, repito. Então o sinal tocou, antes que mais algo que me envergonhasse profundamente fosse pronunciado por mim, por Seokjin ou, muito dificilmente, por Jimin. — Bem, agora eu vou me trocar para trabalhar. — Jin se levantou sorrindo, pleno, pleníssimo. Eu tenho a sensação de que nada no mundo conseguia abalar aquele homem e seus ombros largos. Seria ele um deus? — Vejo vocês depois. — E depois de dar um beijo na minha bochecha e outro na bochechona de Jimin, ele saiu desfilando e distribuindo tchauzinhos pelos corredores, porque era meio impossível não parar e ficar encarando um homem totalmente estranho e bonitão caminhando pelos corredores do colégio como se fosse um modelo famoso.

 

A aula seguinte era de inglês, ou seja, duplinha garantida com Jimin. Eu fazia par com ele porque enfim, não tinha outro amigo, pois cá entre nós, não sei quem de nós dois era mais inútil em falar, escrever ou entender a língua inglesa. Park era expert em pronunciar tudo embolado, e eu em entender tudo como um palavrão, ou acabar pronunciando de formas que soassem como expressões sujas.

Demorei muito para entender que era por isso que a sala toda ria e o professor Kim sempre ficava vermelho e chocado quando nós tínhamos que falar algo na frente da turma. Parece que minha humilhação não tem limites mesmo.

Enquanto eu tentava traduzir todo o texto que existia no exercício, Jimin ao meu lado fazia vários nadas de útil com a cara enfiada no celular. Fiquei irritado, porém ao invés de já chegar gritando e brigando com ele, me estiquei para ver o que ele fazia, fofoca em primeiro lugar. Vai que ele estava vendo pornô, aí sim explicaria a parte de todo seu conhecimento libidinoso. Mas só parte dele mesmo. Quando tive um vislumbre, discretamente, da tela do seu celular, percebi que ele conversava com Jungkook. Revirei os olhos, mas fiquei por ali mesmo em silêncio lendo a conversa, porque convenhamos, assistir meu melhor amigo ser trouxa com o crush era bem mais interessante que fazer exercício de inglês.

 

Jimin: Jungkookie

 

Kookie: oi

 

Jimin: tem um funcionário novo na escola

Ele disse que eu sou lindo

Você também acha isso?

 

 

Ah meu deus! Hosana me segura para não bater no Jimin. A trouxice dele não tinha limites!

 

Kookie: eu te acho bem bonito

Quer dizer

Seus traços são equilibrados

E essa cor de cabelo combina com você

 

 

Corrigindo, eu quero bater é no Jungkook. Consegue ser mais trouxa que Jimin.

 

Jimin: ele é o novo enfermeiro da escola

Muito lindo

Acho que nunca vi ninguém tão lindo antes

 

Kookie: hum

Até ontem eu era o único que você chamava de lindo

 

 

E eu no meu lugar só me perguntava qual era a dificuldade das duas antas, Jimin e Jungkook, de admitirem logo que se gostam. Francamente, nem eu fui tão devagar assim.

 

— Jimin, pelo amor de Deus! Diz logo pra esse garoto que você quer ele! — quase pulei em cima do meu amigo que me olhou com uma expressão de susto engraçada demais, mas eu estava muito irritado para prestar atenção nisso.

— Sai seu maluco! O que você tá fazendo? — ele lutava comigo tirando o celular das minhas mãos. Ah que eu não ia deixar. Era hoje que Park Jimin ia desenrolar de vez a situação com Jeon Jungkook, ou eu não me chamava Kim Taehyung.

— Te ajudando a ter atitude! Seu frouxo! — tentei roubar o celular mais um vez. Imagino que aquilo visto de fora deveria estar um pouquinho ridículo. — Vou te fazer pedir esse garoto em namoro.

— Tá doido?! Não mesmo!

— Esse garoto tá louco por você idiota! Percebe não, sua anta? — ele me encarava ainda com os olhos arregalados e negando freneticamente com a cabeça. — Ah Jimin faça-me o favor! Até eu transo e você aí nesse zero a zero! Misericórdia! Cadê aquela safadeza toda que você tem quando fica me fazendo passar vergonha com suas conversas?

— Com o Jungkook é diferente! — e o empurra e puxa tava ficando maior. — Eu gosto dele Taehyung, não posso estragar nada!

— Então diz isso para ele! Qual a dificuldade?

— Kim Taehyung e Park Jimin! O que está acontecendo aí entre vocês dois? — a voz grave do professor Kim estourando pela sala, fez nós dois pararmos imediatamente. Socorro, era meu ânus na reta. Depois da confusão na aula de química, a briga no banheiro e a detenção, eu não podia de jeito algum ir parar na diretoria de novo. E muito menos junto de Jimin.

— Com licença. — bateram de levinho na porta e já foram a abrindo. Aquela voz eu conhecia, era Seokjin. Só podia ser uma entidade divina mesmo, chegou no momento certo de salvar meu rabo. — Namjoon, posso tomar um tempinho da sua aula? — Namjoon? Como assim só tinha uma dia que ele estava na escola  e já chamava meu - aparentemente - quieto e sério professor de inglês pelo nome?

 

Ele sorrindo, fechou a porta e entrou na sala. Usava um jaleco enorme e aberto que só havia o deixado ainda mais bonito, como se fosse possível. Não fazia a menor ideia do que ele ia dizer ali, talvez só esfregar na nossa cara o quanto nunca seríamos lindos como ele, e fazer todo mundo babar, porque era óbvio que esse era efeito de Seokjin nas pessoas: as meninas e mulheres morriam e os caras também, se não gay, era só por Kim Seokjin.

 

— Bom dia. — Ele disse sorrindo e então me mandou um oizinho e jogou um beijinho junto de uma piscada de olho para Jimin, que corou todo e se encolheu na cadeira. Era só ver o Jin que num instante esquecia o Jungkook, né safado? — Eu sou Seokjin, e como podem perceber pela minha roupa, eu sou o novo enfermeiro da escola. — deu uma risadinha e todo mundo acompanhou ele. Se aquele homem fosse professor, teria as turmas mais focadas, porque ninguém ia conseguir desviar os olhos dele, certeza. — Estarei todos os dias na enfermaria, pronto para atender. Mas também darei umas palestras e workshops sobre educação sexual, porque alguém precisa ensinar isso por aqui, não é mesmo? — deu uma palma estalada e sorriu pequeno. — A professora de biologia não me pareceu muito apta a falar disso com propriedade, entendem? Vocês são jovens e precisam de alguém que entenda do negócio e da linguagem de vocês também, para ensinar como as coisas são, não é mesmo? — Deu uma risada alta, mas logo em seguida tornou a ficar sério. — Olha, isso é segredo tá? Se eu souber que vocês falaram isso para alguém nossas relações estão cortadas. Posso contar com vocês? — a turma toda respondeu em coro um longo e animado “sim” com uns sorrisos enormes nos rostos. Parece que tinham gostado do novo enfermeiro. — Bem, eu tenho uns presentinhos das minhas boas vindas para vocês. Jin chegou, mas o prazer é todo de vocês. — Só que percebi que enquanto ele dizia isso - que por si só já possuía duplo sentido demais - os seus olhos não saíam do professor Kim? Socorro, o enfermeiro é realmente um tarado!

 

Seokjin saiu pela sala, passando de fila em fila tirando dos bolsos do seu jaleco camisinhas e entregando aos alunos. Quando eu vi aquilo meus olho cresceram de tamanho choque que foi. Que falta de vergonha na cara era aquela? Hosana, o que significa isso? Já não entendo mais os teus sinais. Se bem que uma figura daquela como Jin não podia ser obra tua. Ou podia?

 

— Olha, façam bom uso. Não é daquelas de posto, tá? Tem de sabores. — meu Deus! Me encolhi na cadeira e abaixei a cabeça para me poupar de presenciar aquilo. Só eu que estava com vergonha? — Quem não souber usar, me procura que eu ensino. Eu também sei tudo sobre anatomia, viu? Caso vocês tenham dúvidas. — não tinha para onde a minha vergonha se esconder. Não dava para lidar com aquele ser humano. — Qual o tamanho do seu namorado, Tae? — ele falou baixinho e então percebi que ele estava do meu lado. Apenas o encarei atônito, eu não consegui falar nada. — Hum, pela sua cara de dor, é grande. Pega, sabor de menta. É bom para fazer um oral depois. — Eu quero morrer. — E pra você lindinho — se dirigiu a Jimin. — camisinha de morango para combinar com seu cabelo.

 

Continuei encarando Seokjin pelas costas enquanto ele terminava de distribuir seus presentinhos com o maior sorriso no rosto e a galera toda amando. As religiosas da turma nem adiantava depois se fazer de inocente que eu vi a cara delas para cima do enfermeiro. E receberam o troço também! E vão guardar, que eu sei que vão.

Quando ele terminou e passou pela cadeira de todos os alunos presentes voltou para perto da mesa do professor Kim que atentamente lia algo que pareciam bem mais interessante que aquele show todo de Seokjin. Será que tínhamos ali alguém que não sofria os efeitos dos encantos da Afrodite da história?

 

— Namjoon, você ganha também. — como sentava próximo à primeira fileira e estava prestando atenção demais nos dois, consegui ouvir isso. Ele entregou um preservativo para o meu professor recatado. Era louco! E epa, aquela embalagem era diferente, por que a dele era especial? Ah que Seokjin não prestava. — Cuidado nunca é demais. E prazer também. — Ele piscou. Eu vi ele piscar para o meu professor. Que cara de pau!

 

E finalmente Jin deixou a sala, depois de causar demais. E acho que o professor Kim ficou tão chocado com o descaramento dele que até esqueceu do showzinho que eu e Jimin estávamos dando antes de tudo aquilo acontecer. Até porque, o que eram dois amigos alterados brigando por uma falta de atitude com crush, comparado com um enfermeiro bonitão distribuindo camisinhas e flertes em pleno horário de trabalho?

 

— Eu ainda não terminei com vocês. — mudança de planos, minha vida ainda estava em risco. Porém mesmo com o orifício trocando de lugar com a mão, depois de uma olhada mortal do professor para mim e Jimin, eu ainda notei que ele discretamente guardou a camisinha. Você também não me engana Namjoon.

 

[...]

 

Quando saímos da aula, de longe avistei meu lindo e, permita-me dizer, gostosíssimo namorado Jung Hoseok da oficina, me esperando do lado de fora da escola. Ai, que eu estava com saudades dele e louco para contar da ilustre e nada esperada presença de Seokjin como mais novo funcionário. E se eu contasse que tinha ganhado camisinha de menta dele, era capaz de ouvir alguma piadinha indecente junto a propostas de fazer um uso digno do presente do enfermeiro.

Entretanto, antes que eu pudesse sequer pensar em correr na direção do homem da minha vida, Jimin segurou meu braço e me parou.

 

— Lembra que você prometeu que ia me dar atenção agora? — eita, a voz dele estava tão séria que até me assustou. — Então, você vai no shopping comigo, não vai usar camisinha nenhuma com seu namorado, tá me entendendo?

— Eita, não sabia que o escravo Taehyung tinha mudado de senhor e agora é de Park Jimin. — me senti tão venenoso que até tive medo de engasgar. — Relaxa. Eu vou só dar um oi rápido para o mozão e daí vamos embora. Certo? — olhei fixo nos olhos e com um sorriso ele me confirmou que sim. — Por que não vem junto? Jungkook pode estar com ele lá.

— Não, tudo bem. Eu sei que não vai estar e não quero atrapalhar você dois. — Jimin sorriu de leve e eu me afastei na direção de Hoseok, mas será que era coisa da minha cabeça ou ele realmente parecia triste?

 

Caminhei até Hoseok que me esperava do outro lado da rua, porque a fachada da escola era do lado do sol naquele horário do dia e mozão não merece ficar torrando naquele sol de verão, quente para um senhor caramba. Atravessei a rua, olhando bem para os lados como mamãe sempre ensinou e quando cheguei lá fui recebido por um abraço muito do gostoso. Tanto quanto quem me abraçava.

 

— Não posso demorar muito aqui hoje . — Falei depois de deixar um selinho rápido nos lábios de Hoseok. Ele fez um beicinho tristonho com a notícia e eu mordi o lábio para tentar conter minha vontade agarrar ele ali mesmo. Esse homem brinca com meus nervos.

— Por quê?

— Acontece que Jimin estava realmente bravo comigo, eu prometi a ele que daria mais atenção. Resultado, vou ter que passar a tarde no shopping. — sorri somente com os lábios, mas não contive um mais aberto quando vi o sorriso que Hoseok me direcionava.

— Tudo bem, Tê. Eu amo ficar com você, mas você também tem que dar atenção para seu amigo. — encostou a testa na minha e continuou me olhando fixo nos olhos. — Afinal, Jimin chegou antes de mim não foi mesmo? — ai meu Deus! Será que Hoseok havia presenciado a briguinha toda? Não era possível.

— Eu já disse que te amo?

— Hoje não. — dei um selinho nele e sussurrei um eu te amo, que mesmo que não existisse ninguém próximo a nós, eu não queria deixar que mais alguém além dele ouvisse. — Eu também. Agora me dá um beijo de despedida e te deixo ir. — agora me diz, como se recusa um pedido desses?

 

Abracei ele pelo pescoço e o beijei da forma mais discreta que consegui, até porque estávamos na frente da escola, tinha gente demais e eu ainda sou uma pessoa tímida e que preserva a intimidade do meu relacionamento apesar de tudo. E ao contrário de mim, Hoseok não faz nada disso, então eu que tive que começar a me afastar quando o danadinho começou a querer me apertar demais onde não devia, porque eu não me responsabilizo pelos meus atos depois que pegam na minha cintura.

E com muito pesar no coração, eu me separei dos lábios, braços e corpo do meu namorado e fui ao encontro de Jimin que me esperava na calçada da escola. Quando me aproximei ele segurou minha mão, entrelaçou seus dedos nos meus e saiu me puxando, arrastando junto de si todo aquele desânimo e repentina tristeza dele.

 

[...]

 

No shopping, depois de andar por pelo menos metade das lojas do lugar - que diga-se de passagem não eram poucas - eu ainda perguntava a mim mesmo o que havíamos ido fazer ali. Porque Jimin só rodava aquele lugar todo me arrastando pela mão e não decidia por nada, não comprava nada, estava pior que mulher escolhendo roupa em véspera de festa. Poderiam ter colocado minha perfeita cara de tédio, abusadíssimo, mas acredito que meu amigo só queria passar um tempo comigo, apenas nós e longe de todas as outras coisas e pessoas. Porque até mesmo na sua casa ainda tinha a sua mãe em cima de nós o tempo todo.

Será que Parkinho estava finalmente querendo abrir as asas e voar? Não estava preparado pra isso.

Quando bateu a fome, porque uma hora isso ia acontecer, já que nem almoçado tínhamos ainda, resolvemos ir para a praça de alimentação comer aquele delicioso lanche cheio de fritura, gorduras saturadas e sódio, acompanhado de refrigerante cheio de açúcares que entupiriam dois adolescentes com previsões de obesidade e diabetes no futuro. Só coisa boa. Entretanto, só de ver como o local estava lotado em plena segunda-feira a tarde de volta as aulas, já batia um desânimo e uma vontade morrer.

 

— Tae, eu posso ir procurando uma mesa para nós enquanto você compra nossos lanches de sempre? — Jimin me perguntou com os olhinhos arregalados e um biquinho nos lábios. Ah que ele era muito fofo!

— Tudo bem. — E lá se foi o cabecinha de sorvete de morango se perdendo, ou quase isso, no meio das pessoas espalhadas nas filas e mesas na praça de alimentação do shopping.

 

Para minha infelicidade, a fila da lanchonete em que eu e Jimin gostávamos de comprar o nosso lanche “de sempre” estava enorme. E quando eu digo enorme é grande mesmo, do tipo que em menos de vinte minutos eu não sairia dali. E se eu estou dando esse tempo ainda estou sendo generoso e iludido, porque as chances de demorar muito eram altas demais.

Enquanto estava esperando, fiquei perdido meio a minha distração de estar divagando sobre a minha maravilhosa vida, a quantidades de coisas melhores que eu poderia estar fazendo ao invés de estar perdendo minha juventude naquela fila odiosa, me questionando porque o mundo era tão injusto e fazia as pessoas precisarem esperar em pé para comer um lanche delicioso, e trocar mensagens com Jimin dando notícias um ao outro, pois parecíamos estar em nações diferentes.

De repente senti uma mão na minha cintura, me tocando de forma íntima demais. Alguma coisa estava errada.

 

— Oi lindinho. — me virei e dei de cara com Yoongi, em pessoa, cabelo colorido, pele branca, sorriso gengival e cara de pau. De onde aquele ser humano havia brotado? — Que surpresa encontrar você aqui.

— Oi Yoongi! — disse bem exaltado mesmo, e tentando me recuperar do nervoso de já ser agarrado em lugares onde só meu namorado podia tocar. — Surpresa? Eu que o diga.

— Já faz um tempo que eu te vi, é impressão minha ou você ficou mais lindo? — ah mas que cara de pau mesmo! Não perdia uma oportunidade. — Não é impressão, está lindo mesmo. O que houve com você nesse tempo?

— É amor. — joguei logo na lata para cortar as asinhas, porque comigo não, eu não ia dar trela para a conversa mole desse safado. Ainda não esqueci que ele deu em cima do meu namorado também naquela noite. E depois de mim. — Quando a gente se apaixona, namora, parece que fica mais bonito mesmo. Algum cientista fez uma estudo sobre isso, em algum lugar do mundo.

— Espera, você está namorando? — ah que o diabinho havia entendido o recado. Amém Hosana.

— Sim, Hoseok. — a expressão de surpresa no rosto dele era impagável. O que havia de tão surpreendente assim em eu e Hoseok estarmos namorando?

— Você e Hoseok? Namorando? — Ele ria, mas parecia que era de nervoso mesmo. — Nossa, isso que é realmente uma surpresa. — mas gente, que havia de surpresa em estarmos namorando? Alguém me explica mundo?

— Por falar nisso, você parece conhecer o Hoseok a bastante tempo. Você conhece ele faz tempo? — se Yoongi não perdia uma oportunidade de me azarar, eu perdia muito menos em tentar recolher informações sobre o passado do meu namorado que ele ainda se recusava em me contar.

— Não conheço ele a tanto tempo assim. Quer dizer, conheço a bem mais que o Jungkook, apesar deles dois serem mais próximos. — Hum, então definitivamente sabia coisas sobre ele. Talvez até mais que o Jeon Lesadokook.

— O que você sabe sobre a família do Hoseok? — Kim Taehyung, o mais direto. Se aquilo fosse um tiro, Yoongi tinha morrido, porque foi mortal.

— Por que está me perguntando isso? — ele sorriu e desviou o olhar de mim. Ah que ele escondia algo.

— Não importa. Só me responde. — Kim Taehyung, o mais exigente. Ele continuou me olhando e pensando. Ah que eu não tinha um bom pressentimento.

— Sabe Tae, eu até poderia te dizer, mas a resposta que você está procurando é melhor que venha do próprio Hoseok. — assim, na minha lata, na minha cara. Pelo menos ele foi sincero. — Bem, foi bom te ver. Agora vou indo. Manda um abraço para o Hoseok. — se despediu, mas antes de se afastar ainda deu sorriso de lado e piscou um olho. — E você está lindo mesmo. Se algo der errado com ele, não deixa de me procurar. Estarei sempre à sua disposição.

 

E eu fiquei com cara de tacho, largado na fila e pensando, não nas cantadas descaradas de Yoongi, mas no quanto a família e passado de Hoseok deveria ser algo complicado de dizer, já que todos ao meu redor insistia em não querer me contar nada.

Principalmente o próprio Hoseok.

 


Notas Finais


Se Seokjin não viesse para causar ele nem aparecia. Pura verdade.


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