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História Bad Boys - The One With The First Day


Escrita por: KaliC_

Notas do Autor


Oi gente!!!

Nossa, chegamos em treze favoritos só com o prólogo! Eu nunca imaginei um número assim, é sério.

Fico feliz que tenham gostado.

Fiquem então com o primeiro capítulo saído do forno.

Tenham uma boa leitura, e nos vemos nas notas finais.

Capítulo 2 - The One With The First Day


''A walking disaster, the song of all bastards

You regret, you made me. It's too late to save me.''

Walking Disaster - Sum 41

 

Kensingtown - Estado de Alberta, Canada. 

1º de Setembro de 2007.

 

Às vezes eu penso se meus pais não se arrependem de terem tido um filho. De terem tido um filho que por alguns anos acabou com todos os planos que eles tinham feito para o futuro dele. De terem tido um filho que mal queria sair de casa, quanto mais ir para a faculdade e viver por conta própria durante alguns anos.

 Minha mãe demorou muito para engravidar, e até chegou a pensar que era estéreo. Ela tomou alguns remédios, fez um tratamento e conseguiu. Nove meses depois, nasceu um bebê estranho, que ela chamaria de Evan, um nome de origem gaulesa. Mal meus genitores sabiam que esse bebê desenvolveria problemas psicológicos com apenas doze anos. Depressão, crises de pânico, autoestima baixa e ainda por cima antissocial.

 Mas mesmo assim, eles não desistiram de mim.

Depois de me tirarem do colégio – o lugar que, por sinal, havia me deixado daquele jeito –, passaram a me dar aulas em casa. Meu avô é dono do banco da cidade, que não deve passar dos trinta mil habitantes. Então meu pai, como um bom filho, cursou Economia e se tornou presidente, além de dar aulas de cálculo na faculdade da cidade ao lado, que era a única da região. Ele me ensinou matemática e física. Minha mãe, formada em Microbiologia, me ensinou química e ciências naturais. História e geografia eu aprendia sozinho. Pegava vários livros antigos no escritório do meu pai, sentava em sua poltrona de couro e passava horas folheando os atlas e os livros de história.

Meus pais me colocaram em uma psicóloga. Era praticamente a única vez que eu saia de casa: para ir ao consultório dela. Meus pais não possuem irmãos, e eu, consequentemente, não possuo tios e primos. Era realmente uma vida bem... digamos... solitária.

Mas de acordo com a minha mãe, isso iria mudar.

 

-{...}-

 

O despertador tocou, com aquele mesmo som irritante que se vê em qualquer filme. Abri os olhos e virei o rosto para a cabeceira da cama. O rádio relógio marcava sete horas da manhã, do dia primeiro de setembro. O dia que eu voltaria para a escola para cursar o terceiro ano e me formar.

Tentei convencer meus pais de todas as maneiras possíveis de que isso é uma loucura. Afinal, eu já era capaz de entrar para uma faculdade, mesmo tendo terminado os estudos em casa. Com quatorze anos, eu sabia matérias que só alunos que estavam terminando o colegial aprendiam na escola. Era adiantado e inteligente, totalmente capaz de seguir com os estudos na universidade.

Mas minha mãe via a minha volta para a escola como uma esperança de socialização para o filho derrotado. Ela só não dizia isso para mim. Ela preferia argumentar que era melhor eu cursar o terceiro ano na escola para ter um diploma do terceiro ano.

Até parece.

Mas, aquele menino de doze anos que ainda vivia dentro de mim, se sentia inseguro de voltar, com medo do que poderia acontecer. Minha psicóloga disse que aquilo era perfeitamente normal, e que eu estava emocionalmente e psicologicamente preparado para voltar e não me sentir mal. Aquilo era um fardo que eu carregaria para sempre comigo. Eu era Evan Peters, o coitadinho do sétimo ano que sofria bullying e por isso teve que estudar em casa até se recuperar dos traumas. Só porque eu me ‘’recuperei’’, isso não quer dizer que eu queria voltar, e nem que eu devia voltar. Mas meus pais prezavam minha socialização com o exterior do meu quarto. Mas eu não. Eu não ligava para as pessoas.

Continuei deitado na cama, com a cara enfiada no travesseiro, sem a mínima vontade de levantar.

— Evan? – Alguém batia na porta, era a minha mãe, Julie. – Filho, levante-se! Você tem que ir para o colégio, lembra?

Não ouço essa frase a cinco anos.

— Já levantei. – Minha voz saiu rouca por conta do sono.

Abri a porta do quarto e minha mãe me deu um abraço.

— Estou feliz por hoje. – Ela me olhou e acariciou minha bochecha.

Acenei com a cabeça.

— Vou tomar um banho. – Falei, andando até o banheiro.

Tomei um banho longo e gelado, enrolei a toalha na cintura e fui até o quarto. Me olhei no espelho por alguns segundos, analisando meu reflexo: Meus cabelos sem um corte definido, louros e despenteados, meu porte magro, meus olhos escuros e minha pele pálida pela falta de sol. Eu parecia um jovem viciado em heroína, ou uma versão loira do Sid Vicious, talvez.

Abri o guarda-roupa e peguei uma calça jeans e um par qualquer de tênis, junto com uma blusa cinza de manga. Me vesti e desci as escadas, indo até a cozinha. Meu pai já estava de pé, vestindo seu terno cinza e sua típica gravata vermelha. Hoje ele iria dar aula.

— Bom dia, Evan. – Disse ele, com a voz grave, enquanto dobrava o jornal para conseguir me ver.

— Bom dia, pai. – Minha mãe estava sorridente, colocando um copo de suco de laranja na mesa para mim.

— Fiz seu café preferido, filho. – Ela disse e eu olhei a mesa. Suco, torrada com manteiga e melão. A única coisa que eu comia de manhã era aquilo.

— Obrigado. – Dei um meio-sorriso para ela. Eu não costumo sorrir e demonstrar afeto, exceto com os meus pais, mas nada mais que alguns abraços ou raros beijos no rosto de minha mãe.

Comi calmamente, enquanto meus pais conversavam sobre algo relacionado ao trabalho. Minha mãe tem passado grande parte do dia no laboratório, e sua pesquisa está quase chegando no resultado que ela queria. Isso fazia ela ser animar.

— Evan, vai terminar de se arrumar. – Disse ela, olhando para o relógio. – Sua aula começa em vinte minutos.

Deixei o prato e o copo sujo na pia e subi as escadas lentamente. Escovei os dentes e me encarei mais um pouco no espelho do banheiro, observando as olheiras escuras abaixo dos meus olhos negros. Entrei em meu quarto e coloquei minha mochila, que minha me fez organizar com uma semana de antecedência, nas costas. Quando desci, meu pai me esperava na porta de casa, segurando sua pasta e as chaves do carro. Minha mãe estava ao seu lado, com as mãos juntas ao queixo.

Parei na frente dela, que fez um carinho em meus cabelos, enquanto depositava um beijo em minha testa.

— Sei como isso é difícil para você filho, mas eu estou muito orgulhosa. – Ela estava emocionada. Eu via isso em seus olhos. Sabia como ela se sentia em relação à minha situação. Cansei de ouvir ela chorando no quarto sozinha. Tudo aquilo era pressão demais para ela. Me sentia no dever de tranquiliza-la.

Meu pai abriu a porta. O carro estava estacionado em frente ao jardim que tínhamos em frente de casa. Dei um beijo em minha mãe e sai andando até o gramado. Quando os raios de sol tocaram minha pele, senti como se fosse derreter, e por um segundo não enxerguei um palmo à minha frente. Aquilo acontecia sempre que eu passava muito tempo sem sair de casa. Esfreguei os olhos, incomodado, e senti a mão do meu pai em minhas costas.

— Filho? – Ele chamou. – Abra os olhos, lentamente.

Eu o fiz, enquanto me acostumava com a luz e o exagero das cores vivas ao meu redor.

— Desculpe. – Falei.

Entramos no carro e meu pai dirigiu pelas ruas da área residencial até chegar ao quarteirão na escola. Ele estacionou bem em frente ao prédio e puxou o freio de mão, desligando o motor do carro.

— Tenha um bom dia no colégio. – Ele acenou com a cabeça, sendo sincero. – Eu amo você, meu filho.

— Eu... também te amo. – Falei.

Ele me abraçou rapidamente e eu me virei, colocando a mão na maçaneta. Mas hesitei. Encarei a enorme construção de tijolos marrom e mergulhei em todas as minhas piores lembranças do que eu tinha passado naquele lugar. Observei meu peito subindo e descendo em uma velocidade incrível, enquanto aquela sensação me invadia mais uma vez. Fazia muito tempo que eu não me sentia assim, e para ser sincero: não senti saudades. Mas as vezes ele vinha, e na pior das vezes, era do nada.

Era o meu velho amigo. O medo.

— Evan, fica calmo. – Encarei meu pai com os olhos arregalados, até que minha respiração normalizou. – Lembre-se de que você consegue.

Pisquei meus olhos algumas vezes e repeti:

— Eu consigo. – Falei e meu pai sorriu.

Abri a porta e sai do carro.

— Obrigado, pai. – Falei. – Pode ir.

— Estarei aqui na hora da saída. – Ele disse.

Me virei de frente para o prédio enquanto ouvia ele dar a partida no carro e sair. Observei o gramado cheio de estudantes andando em direção ao prédio e segui o fluxo.

‘’Eu consigo. Eu consigo. Eu consigo.’’ – As palavras se repetiam na minha cabeça como um mantra.

Dentro do prédio, os corredores eram exatamente como eu me lembrava. As paredes pintadas de creme e as portas amarelas dos armários. Fui até a secretaria e peguei meus horários da semana com uma mulher de meia idade que me reconheceu, enquanto lançava um sorriso breve.

 Alguns alunos me olhavam enquanto eu andava de cabeça baixa, enquanto outros cochichavam: ‘’Olhem, é o Evan Peters! Não falaram que ele havia ficado maluco?’’

Idiotas.

Na primeira vez em que eu ergui a cabeça no corredor, vi um garoto andando na minha direção. Ele era bem alto, loiro e tinha um piercing preto no lábio. As roupas eram coladas e escuras, e atrás dele, outros três garotos o seguiam. Ele parou alguns passos na minha frente, impedindo minha passagem.

Encarei o garoto. Os olhos azuis eram frios, como uma faca para corte. Logo, uma pequena multidão de gente se formou em volta de nós, e os cochichos aumentavam. Demorei um pouco para entender quem ele realmente era. Meus olhos se arregalaram levemente, mas, por mais estranho que pareça, eu não senti medo.

— Ora, Peters. – Luke deu um sorriso de lado, e algumas meninas soltaram risinhos. – Achei que demoraria mais para voltar.

Alguns jovens riram junto com Luke. Um dos garotos que andava junto com ele cruzou os braços e balançou negativamente com a cabeça, como se estivesse desapontado. Do outro lado do círculo, outros estudantes abriram passagem para mais um garoto, que também estava acompanhado de um grupo de três. Esse era mais baixo, tinha cabelos ondulados e usava uma jaqueta de couro. Ele deu uma risada enquanto me encarava.

— Evan, que prazer em revê-lo. – Disse ele. Seu nome era Bradley Simpson. Seu olhar passou para Luke. – Hemmings.

— Simpson. – Luke respondeu.

Antes que qualquer um pudesse falar alguma coisa, o sinal tocou, indicando o início das aulas. O corredor se esvaziou rapidamente, e quando pude ver, estava sozinho com os dois grupos.

— Seja bem-vindo de volta, Peters. – Luke passou por mim e esbarrou em meu ombro, enquanto o grupo de Bradley seguia o caminho oposto.

E então, no final do corredor, surgiu uma garota.

 

 

 

 


Notas Finais


Por favor, me digam o que acharam! Amo ler os comentários.

E aí, já temos um #TeamEvan, #TeamLukeou #TeamBrad ?

Até o próximo capítulo!!!


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