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História Bad girl gone good - Temporada 2 - Dinah's words vs Lauren's actions


Escrita por: FindingLauren

Notas do Autor


Queridos leitores... Eu voltei. Triste pelo o que está acontecendo com o grupo mas voltei.

Primeiro de tudo eu vou me desculpar pela demora, eu tive que viajar e depois da viajem eu confesso que larguei um pouco, fiquei meio sem vontade. Então me desculpem, essas coisas acontecem as vezes né?

É isso, boa leitura!! <3

Capítulo 66 - Temporada 2 - Dinah's words vs Lauren's actions


Lauren's Pov 

-Rose para! - Murmurei mal separando meu lábios para falar e a frase saiu quase incompreensível. Rose gargalhou de meu tom de voz e do bico em meu rosto, mas notando que eu permaneci séria ela se ajeitou na cadeira minúscula do café onde estávamos e me encarou fingindo seriedade, mas eu sabia que ela ainda queria explodir em risos. 

Se eu estava de mau humor Rose não perdia a oportunidade de me importunar, isso ás vezes levantava meu humor mas tendo dormido longe de Camila por uma segunda noite eu sabia que nada seria capaz de levantar meu ânimo. Só minha noiva seria capaz mas ela estava tão longe de mim que pensar nisso me deixava deprimida além de mau humorada. 

-Tudo bem, tudo bem. Você está parecendo cansada, Mi. - Ela comentou bebericando de seu chá gelado, o canudo posto no canto da boca sempre sorridente, sempre flertando comigo por mais inútil que fosse. 

-Eu estou cansada, durmo mal sem a Camz. - Resmunguei ajeitando meu filho dorminhoco em meus braços. Theo estava adormecido com a cabeça em meu ombro depois de ter passado uma boa hora mamando, tentei dar um pouco do meu chá á ele mas acho que ele ainda não estava pronto. Gravei toda a experiência em um vídeo e eu o mostraria a Camz assim que ela chegasse. 

-Ah o amor! Olha o que ele causa nas pessoas. - Rose apontou para mim e deu de ombros. -Ainda bem que eu não estou apaixonada, você me faz perder o sono por muito menos imagine se eu te amasse. 

-Eu não te amaria de volta. - Respondi sem perder nem um único segundo, com toda certeza de minha resposta. Eu não seria capaz de amar outra pessoa que não fosse a Camila. 

Rose abriu a boca ofendida mas pela ameaça de sorriso no canto de sua boca eu já sabia que era tudo fingimento seu. 

-Você não tem dó do meu coração, Michelle Jauregui!  

Balancei a cabeça em negação concordando com ela. Rose e eu tínhamos essas brincadeiras por mais que tivessem fundo de verdade. Ela flertava, eu acabava com suas expectativas deixando claro que eu estava tomada por uma só mulher, ela me dava seu melhor olhar pidão, imitava como ninguém um cão sem dono, eu não cedia e ela partia para o próximo flerte para que assim nosso ciclo se repetisse. 

Eu ainda me lembrava do primeiro flerte descarado que Rose me lançou. Eu estava grávida, tinha acabado de completar seis meses e aquele dia tinha sido terrível, minhas costas doíam, minhas pernas estavam inchadas e para completar eu tinha uma dor de cabeça maçante pressionando meu crânio em todas as partes. Eu tinha oficialmente desistido de manter o controle de tudo, eu tinha decidido naquele dia que contaria para Camila sobre as mensagens anônimas que eu recebia, eu correria para os seus braços e admitiria também que ela estava certa, eu não deveria trabalhar com seis meses de gravidez. 

É, naquele dia eu abriria mão de manter o constante controle das coisas e eu as jogaria sobre Camila pelo menos uma vez. Eu tinha até mesmo praticado que palavras dizer á ela: "Camz, alguém tá me ameaçando atrás da tela de um celular. O que nós vamos fazer, amor?"  

Por mais que eu soubesse que na hora H as palavras não sairiam assim tão organizadas eu já estava decidida, dividiria meu problema com minha mulher, eu estava farta, já tinha aguentado o bastante de textos anônimos com palavras cruéis. 

No entanto, enquanto eu caminhava no estacionamento da M.I.T ás sete da noite completamente sozinha e louca para voltar para casa, recebi outra daquelas mensagens. Era como se tivessem lido minhas intenções naquele dia, eu ainda me lembrava de cada palavra naquela mensagem em particular. 

"Você conta e Camila morre. Manter a boca fechada é a regra número um desse jogo." 

Eu fiquei lá parada no estacionamento com as mãos trêmulas enquanto lia o restante dos textos que não paravam de chegar. Cada um deles eram como um novo aperto em minha garganta, sufocando as palavras que eu tinha praticado dizer á minha mulher, sufocando minhas intenções de finalmente pedir socorro á ela. 

Eu lembro de ter recebido cinco mensagens seguidas e a última me acertou com uma força sem igual. Eu me lembro que deixei meu telefone cair, cambaleei até o carro mais próximo, apoiei meu corpo trêmulo contra o mesmo e senti a bile viajando de meu estômago até minha garganta, abri minha boca e deixei o líquido viscoso escapar enquanto meu corpo convulsionava em pânico. 

A última mensagem tinha sido tão terrível, tinha me derrubado completamente. O monstro que me aterrorizava usou um parágrafo inteiro para narrar como mataria minha noiva se eu ousasse contar á ela. Disse que eu assistiria á tudo, que nossos filhos assistiriam á tudo, que logo depois ele os mataria e então seria minha vez. Ele não pouparia nem mesmo o bebê em meu ventre, uma vida que nem sequer estava pronta ainda. Ele me contou como mataria meus filhos e eu, diante de tudo aquilo, perdi cada fio de controle que eu ainda tinha. Naquele estacionamento eu tive meu primeiro ataque de pânico, eu tentei lutar contra, tentei me lembrar das palavras da Camz me dizendo que estresse faria muito mal ao bebê e tentei me acalmar mas eu não pude, eu fiquei ali aterrorizada até Rose aparecer. 

A australiana que eu jamais tinha visto até então estacionou seu Mustang velho perto de mim e saiu de dentro dele como um furacão, emanando preocupação e solidariedade por mim. Ela era uma estranha mas era tudo o que eu tinha ali naquele momento, foi ela quem me levantou do chão, foi ela quem me guiou até meu carro e não me deixou voltar a surtar quando me dei conta do pneu furado. 

Propositalmente furado por um maldito anônimo que parecia ter como diversão destruir minha sanidade. 

Ruby Rose me deixou sentada em seu Mustang com um copo de água para me acalmar enquanto ela trocava o pneu do Jaguar, ela fazia piadinhas com tanta conotação sexual que minhas bochechas ficaram avermelhadas e apesar de ainda estar completamente tomada pelo pavor trazido anteriormente a presença de Rose me deixou menos apavorada. 

Talvez foram suas piadas ruins carregadas pelo sotaque australiano que eu sempre achei engraçado ou talvez fosse somente o fato dela ter aparecido como uma salvadora com uma água para me acalmar e um pneu perfeito para o meu carro. 

O fato é que eu era grata á mulher sentada á minha frente, eu sei que teria ficado naquele estacionamento por horas, chorando e me deixando cada vez mais tomada por medo se não fosse por sua aparição quase mágica. 

-Não, não tenho. - Respondi quase um minuto inteiro depois de seu comentário acompanhado da cara de cão sem dono.  

Rose fez uma careta debochada e finalizou seu chá. 

-Você deu uma viajada agora, Mi.  

-É, eu estava me lembrando de como a gente se conheceu. - Falei com pesar, aquela não era uma de minhas melhores lembranças. 

-Foi... - Ela arregalou os olhos e abriu a boca procurando por palavras. -Na boa, foi insano encontrar a famosíssima professora Jauregui encolhida em um estacionamento. Michelle eu pensei que você estivesse morrendo, que tivesse tendo o moleque antes da hora, sei lá. Caralho, foi o maior susto do ano, muito obrigada. 

-De nada. - Respondi com falsa doçura ao seu comentário sarcástico. -Enfim, é melhor irmos, tenho que pegar o Pat na escola e depois nós vamos pegar a Camz no aeroporto. 

-Tudo bem, você paga a conta? - Ela perguntou esperançosa, me olhando com o infame sorriso de canto na boca. 

Ruby Rose era o tipo de mulher que não prestava, eu sabia muito bem disso mas não me preocupava. Apesar das piadinhas de tom insinuante ela não me desrespeitava, não passava dos limites e entendia perfeitamente bem que tínhamos apenas uma estranha amizade. 

-Você é uma aproveitadora. - Acusei gargalhando. 

-Mas você me ama. 

-Nem mesmo nos seus sonhos. - Ela revirou os olhos e depois voltou a sorrir, ela já esperava minha resposta cortante, ela sempre esperava. 

-Me deixa segurar ele enquanto você vai lá. - Ela ofereceu, estendendo os braços em direção ao meu filho ainda dormindo. Ela não tinha mais o tom piadista, apenas soava simpática e não tinha segundas intenções. 

-Não sei não, você lá sabe segurar um bebê? - Brinquei e ela se fez de ofendida. 

-É claro que eu sei, você deveria me dar mais créditos. Eu tenho irmãos pequenos sabia? 

Levantei as sobrancelhas, verdadeiramente surpresa. Rose não costumava falar de sua família, nada além do fato de ainda morarem na Austrália. 

-É sério? 

-Yep. Vai me dá ele aqui, tenho certeza que é como segurar o Tom e a Anne. 

-Seus irmãos? - Perguntei me levantando e ela assentiu. Theo resmungou um pouquinho enquanto eu o acomodava no colo de Rose, mas não acordou. 

Era engraçado ver a australiana segurando meu filho. Apesar de ter me dito possuir irmãos mais novos ela parecia nervosa, endureceu o corpo assim que eu o coloquei em seus braços mas oferecia um sorriso meio bobo para ele. 

-Eu já volto, cuide bem do meu amorzinho. 

Corri para dentro do café ouvindo Rose dizer um "pode deixar" que soou distante conforme eu me afastei. 

Fiz uma careta descontente ao me dar conta de que eu não conseguia ver Rose e meu filho do meu lugar na fila para pagar e quanto mais eu avançava na fila menos eu conseguia ver do lado de fora. Por esse motivo respirei aliviada quando entreguei meu cartão para a senhora atrás do caixa. 

Voltei para fora á passos apressados, sentindo que, apesar de confiar em Rose até certo ponto, eu ainda não deveria deixar meu filho sozinho com ela, afinal a australiana era uma das pessoas mais desastradas e irresponsáveis que eu já conheci. Fiquei surpresa quando voltei para nossa mesa e o que vi foi uma Rose completamente abobalhada pelo bebê que se manteve dormindo o tempo todo. 

-Viu só? Me dei super bem com o Don Juan aqui. - Ela se gabou e apesar de ver que na verdade ela tinha feito um bom trabalho tomando conta de Theo por cinco minutos, eu logo o peguei de volta para mim, sentindo saudades de seu cheirinho e de seu calor me envolvendo.  

Ele cheirava como a Camila além de se parecer com ela, era fantástico. 

-Parabéns, já pode ter seus próprios filhotinhos. - Caçoei. 

-Só se for com... 

-Nem termine essa frase. - A cortei um pouco mais ríspida do que de costume, afinal por mais que tudo fosse uma brincadeira eu não teria filhos com outra pessoa que não fosse a Camila, eu não amaria outra pessoa que não fosse a Camila... Ou não me sacrificaria por outra pessoa que não fosse minha noiva. 

Camila's Pov 

Só notei o quanto eu realmente desejava voltar para Cambridge no exato momento em que me vi caminhando pelo saguão do aeroporto de Boston. Tudo bem, não era Cambridge ainda mas as duas cidades eram como irmãs gêmeas, o ar fresco e gélido de Boston era o mesmo de Cambridge, a sensação de estar no lugar mais nerd do mundo também era tão forte em Boston quanto era em Cambridge. 

Eu passeis apenas dois dias longe mas já sentia extrema falta dali. Quer dizer, não da cidade propriamente dita mas sim das pessoas que moravam lá. 

Lauren, Patrick e Theo estavam me esperando próximos á saída, Theo confortavelmente posto em seu carrinho e Patrick no colo de minha noiva, acenando para mim com toda sua energia. Lauren me lançava um sorriso tão iluminado, tão belo, meu coração batia mais rápido enquanto meus olhos estavam presos á ela. 

Essas eram as pessoas de quem senti falta em meros dois dias. 

Senti falta do cheiro deles, do toque de cada um deles, de estar na presença de minha família. 

Quando eu não consegui mais me conter, trotei rapidamente para fechar a distância entre mim e os abraços aconchegantes que me aguardavam. Suspirei perfeitamente contente uma vez que me vi envolta pelo abraço caloroso de minha noiva e os pequenos palitos finos que eram os braços desajeitados de Patrick. 

Distribuí beijos por cada centímetro de pele, não me importando se era da Lauren ou de Patrick, eu só precisava deixar claro que senti tremenda saudades. 

E foram só dois dias. 

Nosso abraço durou pouco. Um resmungo alto e exigente se fez ser ouvido e nos soltamos. Lá estava um Theo atento e agitado, seus braços se balançavam estendidos em nossa direção, de tanto chacoalhar as pernas ele havia conseguido tirar o pequeno converse do pé direito e agora o pé delicado e pequeno estava á mostra. 

Fui animadamente até ele, mal conseguindo conter toda minha saudade e a primeira coisa que fiz foi traçar meu dedo pela sola de seu pé descalço, sentindo cócegas ele gargalhou e retraiu o pé, agitando mais os braços em protesto. 

-Você sentiu saudades da sua mama, meu amor? Sentiu é? 

Como se me respondesse Theo soltou uma porrada de sílabas que para os outros não significavam nada, mas que para nós eram tudo. Eram suas palavras ditas á seu modo e naquele momento eram suas palavras dizendo que o quanto ele sentiu minha falta. 

Com ele no colo voltei até minha noiva e nosso filho do meio e tasquei um beijo na boca pintada por batom vermelho. Lauren arfou contra minha boca, surpresa com minha atitude mas não demorou mais que um breve momento para traçar meus lábios com sua língua, pedindo por uma permissão que concedi no mesmo segundo.  

-Ecaaaa!! - Escutamos Patrick protestar e nos afastamos, ambas com o rosto vermelho e gargalhando. 

-O que foi ein? Um dia você vai beijar também. - Eu disse cutucando sua barriga.  

Ele negou furiosamente com a cabeça e escondeu o rosto no pescoço de Lauren. 

-Isso mesmo, leãozinho, você não vai beijar nunca. Jamais. Nunca mesmo. Nem em um milhão de anos. 

Rindo enlacei minha noiva pela cintura em um abraço de lado e deixei um beijo suave em sua bochecha pálida. 

-Dê mais uns dez anos á ele e esse menino vai estar beijando até as primas. 

-Ah credo, Camila! - Lauren protestou, uma careta enojada tomou todo seu rosto. 

-Brincadeira, meu amor. - Beijei sua bochecha mais uma vez, inalando com força seu cheiro quando o fiz. Seu aroma pareceu ter corrido por cada veia em meu corpo, indo diretamente para meu cérebro e me entorpecendo. -Á propósito, senti saudades. 

-Eu senti ainda mais. - Ela sussurrou. 

Lauren colocou Patrick no chão e então envolveu meu pescoço com seus braços, ela me abraçou com força, o nariz gelado fez cócegas em minha pele e eu me peguei aliviada por poder sentir a pontinha gélida de seu nariz.  

Porra, eu tinha sentido falta até mesmo do bendito nariz gelado. 

Lauren podia me deixar fodida da cabeça o quanto fosse e eu ainda estaria tão de quatro por ela quanto estive na primeira vez em que a vi. 

*** 

-Ah, que saudades que eu estava de casa! - Exclamei. 

Com muito prazer e ansiando por aquele momento, me joguei de costas no sofá da sala de TV, suspirei perfeitamente satisfeita uma vez que minhas costas estavam acomodadas contra uma pilha de almofadas, e de olhos fechados eu dei dois tapinhas no espaço ao meu lado. 

Senti o corpo macio de minha noiva se juntar ao meu, seu cheiro se tornou mais forte quando sua cabeça recostou em meu ombro. Beijei seus cabelos macios e passei meu braço desenhado por seus ombros, trazendo-a ainda mais perto por mais que fosse impossível. 

Ali, com ela nos meus braços, deitada em meu ombro e respirando tranquilamente eu nem sequer me lembrava do incômodo que senti antes de viajar até Miami. Não importava que diabos de motivo ela deu para que eu perdesse a calma com ela, tudo o que me interessava naquele momento era seu cheiro, seu calor, sua pele contra a minha, sua presença calma como só Lauren era. 

Eu a amava e ela me amava, qualquer paranoia poderia ser esquecida e era isso o que eu faria. Eu esqueceria porque Lauren tinha direito á ter amigas, Rose era só mais uma delas. Com toda certeza. 

-Ouch. - Lo resmungou. 

Entreabri apenas um olho para entender o motivo do resmungo e tudo o que vi foi nosso bebê esparramado sobre suas pernas. Ele me deu um sorriso ainda banguela quando notou meu olhar e eu sorri de volta como a mãe boba que eu era. Ele esticou o bracinho em minha direção e eu dei minha mão para que ele se mantivesse entretido. 

-Que foi, Lo? 

-Theo aprendeu a beliscar forte e isso é horrível, não posso pegar ele no colo que ele começa com isso. - Ela respondeu soando surpreendentemente manhosa. Ri baixinho e beijei sua cabeça outra vez. 

-Imagina quando surgir os dentinhos, ele vai começar a morder seu seio na hora de mamar. - Eu disse, repetindo uma das milhares de novas informações que peguei de uma das dezenas de artigos que li quando Lauren estava grávida. 

Vi minha noiva fazer uma careta e suspirar. 

-E tá perto, ele tá com cinco meses, daqui a três semaninhas já está fazendo seis. - Acrescentei lhe fazendo um carinho leve no braço, sentindo bastante por minha noiva e todas as mordidas que ela teria de enfrentar em breve. 

-Tudo bem, você vai cuidar dos meus seios não é amor? 

Arregalei meus olhos completamente pega de surpresa pelo tom sugestivo, pela voz carregada de malícia e pela frase definitivamente inesperada. Até mesmo me dei conta de que segurei o ar em meu peito e encarei minha noiva com meus olhos esbugalhados e minha boca aberta no meio de uma resposta que não veio. 

-Mas é... - Limpei minha garganta e assenti loucamente. -... claro. Óbvio, posso fazer isso agora mesmo. 

Lauren jogou a cabeça para trás enquanto gargalhou, nosso filho protestou pela quantidade de movimento que ela fazia, resmungando e a encarando bravo. Era adorável honestamente, a coisa mais adorável em que já botei meus olhos. 

-Você tá cansada da viagem, Camz, e de todo o estresse que passou em Miami. - Ela disse. Durante todo o caminho eu tinha contado á ela tudo o que aconteceu em Miami, deixando de fora é claro a parte em que fui fraca o bastante para fumar outra vez. Lauren não foi nada além de perfeita, me confortando apesar de desaprovar a forma como botei meu pai pra fora da casa e como tratei minha mãe. Quando mencionei para ela que, na intenção de ir á praia espairecer, fui invadida por uma enxurrada de más memórias ao passar justamente em frente ao presídio, ela me aninhou em seus braços e para minha surpresa deixou escapar algumas lágrimas, sentindo profundamente por mim e me enchendo de carinho. Me senti no próprio céu naquele momento. 

-Cansada eu? Por favor Jauregui, até parece que não conhece minha disposição. 

-Eu conheço muito bem sua disposição e adoraria testar dela agora, mas enquanto Sofi e a Encosto não chegarem não temos ninguém para ficar de olho no Theo e no Pat, então nada feito. 

Fiz um bico e bufei, me sentindo em uma daquelas cenas dramáticas onde eu assistia, com água nos olhos, a chance de transar com minha noiva passar bem em frente ás minhas vistas. E eu nada podia fazer para agarra-la então apenas aceitei e grunhi contra seus cabelos cheirosos. 

-Falando em Dinah e Sofia, onde elas estão?  

-Saíram pra caminhar com o Peixe. 

-O que? Dinah saiu para caminhar?  

-Saiu e faz tempo. - Lauren suspirou ao me responder, senti a morena levantar a cabeça, seus olhos verdes e extremamente claros naquele dia me encaravam e ela mordia a bochecha, seu rosto não poderia estar mais lindo com sua expressão pensativa.  

-Que foi? 

-Dinah anda agindo estranho comigo. - Ela afirmou parecendo frustrada. 

Meus carinhos em seu braço migraram para seus cabelos. 

-Ela sempre age estranho com você, vocês vivem se implicando desde o incidente com a Pê.  

-Não, é outro tipo de estranho e começou agora, foi só você viajar pra Miami. Tipo... - Lauren gesticulava com suas mãos e tinha um vinco entre suas sobrancelhas enquanto pensava no que queria dizer. -Ela fica me encarando de longe, deve achar que eu não percebo mas não tem como não notar aquela cavalona me encarando. 

Por mais que eu tenha soltado um riso baixo com a forma como Lauren tinha falado meu cérebro gravou as palavras e pensei sobre elas por tempo demais. Lauren continuava falando mas eu nem sequer ouvia mais, toda minha concentração estava presa no que ela tinha dito anteriormente. 

Eu sabia melhor que ninguém o quanto Dinah tinha um pé atrás com Lauren e suas atitudes - principalmente depois de nossa pequena discussão no dia em que viajei, quando Lauren se retirou para atender o telefone – e eu sabia também que minha melhor amiga aguardava o dia em que eu iria confrontar minha noiva sobre o assunto.  

-... tudo bem pra você? Camz? Camila volta pra Terra! - Ouvi Lauren falar mais alto e a encarei atônita, deixando óbvio que eu tinha viajado completamente para dentro de minha cabeça. A morena sorriu e esticou o pescoço para me dar um beijo nos lábios. 

-Desculpa, eu... Estou cansada mesmo, você tinha razão. - Menti, não querendo vocalizar meus pensamentos e torná-los reais, era melhor mantê-los como mais uma de minhas loucuras. 

-Eu sei, Camzi, eu estava dizendo que vou preparar a banheira e fazer um lanche pra você, ainda tá muito cedo para preparar o jantar. 

Mesmo com minha mente fervilhando eu abri um sorriso ridiculamente bobo. Lauren colocou nosso filho em meu colo – o bebê estava distraindo com os botões de sua pequena camisa – e então se levantou. Eu queria protestar a falta de seu corpo contra o meu mas não o fiz. Ela beijou-me a boca uma, duas, três vezes antes de fazer um mimo para Theo e então sair do cômodo. 

Quando me vi sozinha com meu filho eu me peguei de volta em meus pensamentos paranoicos. Eu queria ter impedido que Lauren mencionasse para mim o fato de Dinah agora agir estranho com ela, a notícia me serviu apenas para trazer de volta meus pensamentos curiosos de antes. 

Quem diabos era Rose? 

*** 

Naquele dia no jantar eu pude ver com meus próprios olhos que Lauren estava certa. A coisa toda foi ridiculamente desconfortável, comemos em silêncio e nem mesmo Patrick tagarelou como sempre fazia. 

Dinah. O problema era minha melhor amiga e a forma como ela estava agindo. 

Era realmente estranho, como Lauren havia dito. 

A loira não estava usando de seus apelidos sem noção ou de suas provocações fora de hora, ela estava quieta, mastigando seu pedaço de frango com ferocidade e encarando Lauren pelo canto do olho com algo muito próximo a raiva.  

Sentada ao seu lado estava minha irmã mais nova. Sofia, ao contrário de Dinah, comia devagar e parecia perfeitamente alheia á tudo o que acontecia. A verdade era que Sofi tinha ficado bastante calada desde que contei á ela como se desenrolaram as coisas em Miami. Ela estava satisfeita com a ida de Alejandro e tremendamente grata á mim, mas temia a reação de nossa mãe ao vê-la de volta. 

 -Então mama, como foi Miami? Você falou pro vovô Mike sobre o beisebol? E sobre meu uniforme novo pra vó Clara e Sinu? 

Patrick foi quem cortou o silêncio, lógico. Sua inocência infantil era a única coisa capaz de salvar-nos daquela tensão. 

-Claro que contei. - Respondi e na verdade eu tinha mesmo contado. Tive bastante tempo para conversar com meus sogros uma vez que voltei de minha falha tentativa de espairecer, mostrei á eles fotos de Patrick, Theo e até as de Penélope na França – por mais que mandássemos fotos para eles diariamente – Michael fez seu papel favorito de avô babão cada vez que botava os olhos sobre uma nova fotografia e Clara fez o que fazia de melhor: me deu sugestões, desde como tirar uma mancha do tapete com sucesso até como aliviar as cólicas de Theo em trinta minutos. -Mike quer um vídeo seu jogando para ontem e Clara ficou babando na sua foto, pequeno Thor, ela vai te encher de apertão na bochecha quando te ver. 

-Não gosto de apertão na bochecha mas da vó Clara eu deixo. O que a vó Sinu disse? 

-Ah bem... - Eu não havia contado para minha mãe, nem sequer tive uma conversa decente com ela. Sinuhe estava amargurada demais com minha atitude para sequer olhar para mim. -Ela também vai te encher de apertões. 

-Ah não, duas não! Minhas bochechas vão ficar vermelhas pra sempre. - Meu filho disse aterrorizado com a ideia. 

Normalmente a mesa teria explodido em risos mas devido a toda tensão apenas Lauren e eu rimos, a morena bagunçou a cabeleira de Patrick e se esticou para beijar a testa dele. 

E foi justamente quando Lauren se moveu para paparicar nosso menino que eu vi. Dinah tinha os olhos faiscando, segurava os talheres com muito mais força do que o necessário e encarava minha noiva com os mesmos olhos faiscantes como se ninguém fosse notar. Havia raiva transbordando em seu olhar castanho, eu tinha completa certeza do que eu estava vendo e honestamente estava completamente chocada. Dinah poderia implicar com Lauren o quanto fosse mas ela jamais tinha encarada minha noiva daquela forma, era quase como se olhasse para alguém que desprezasse. 

Depois disso o restante do jantar foi quase sufocante, eu só queria acabar logo com aquilo, empurrar Dinah contra a parede e perguntar qual era o maldito problema dela. Eu não suportava vê-la olhando para minha mulher daquela forma e suportava menos ainda ver Lauren encolher os ombros e baixar o olhar toda vez que notava estar sendo fuzilada por minha melhor amiga. 

-Qual a porra do seu problema? - Perguntei mais ríspida do que eu pretendia. 

O jantar tinha acabado, Lauren tinha subido com Patrick para monitorar a escovação dos dentes dele e Sofia estava na sala babando no sobrinho. Automaticamente Dinah e eu ficámos responsáveis por tirar a mesa e lavar a louça e assim que entramos na cozinha eu disparei a pergunta. 

A mais alta se virou surpresa mas então tratou de disfarçar e fingiu a pior cara confusa que eu já tinha visto. 

-Do que tá falando, Camila? - Ela perguntou se virando de costas, suas mãos se apressaram em se ocupar com os pratos sujos sobre o mármore da pia. 

-Do jeito psicótico como você fica encarando a Lauren! Você está assustando ela, Jane. 

-Ah eu estou assustando ela? - Ela perguntou sarcástica, abandonando a louça e se virando para mim com um sorriso nada feliz. Era mais debochado do que qualquer coisa. -O que me assusta é a coragem que essa mulher tem. - Ela disse mas então pareceu se arrepender. 

Dinah evitou me encarar e balançou a cabeça como se dissesse não á si mesma. 

-Do que é que você tá falando? - Questionei. 

Me aproximei um pouco e Dinah suspirou de olhos fechados, a expressão quase dolorida e terrivelmente triste. 

Que merda tinha acontecido nos dois dias em que estivesse fora? 

-De que porra você tá falando? - Perguntei mais dura uma vez que ela demorou demais para me responder. 

Dinah abriu e fechou a boca, depois voltou a bufar e negou com a cabeça de olhos fechados, murmurando para si mesma que mal podia acreditar naquilo. 

-Camila... - A loira espalmou uma mão no rosto e bufou contra sua palma. -Eu... Você sabe que eu sempre achei estranho o comportamento da sua... - Ela ponderou, como se fosse difícil dizer o que tinha que dizer. -... noiva. Sempre tensa no celular, sempre tentando olhar pelas janelas da casa discretamente, sempre saindo sem dizer pra onde vai. Sempre misteriosa demais, Camila... 

-Onde você quer chegar? - A perguntei veio do fundo de minha garganta, soando como um rosnado. Reflexo do quão tensa eu estava. 

-Depois que você viajou no dia seguinte a Lauren levantou cedo, levou o Pat pra escola e foi até a casa de alguém, eu a segui, ela ficou um tempão naquele apartamento, ela levou o filho de vocês e quando ela saiu tinha mulher com ela, essa mulher acompanhou ela até o portão, elas olharam em volta sabe, como... Como se estivessem procurando por alguém, para que ninguém visse as duas ou algo assim. E hoje... Bem eu não fui passear com o cachorro porra nenhuma, Sofia foi, eu fui atrás da Lauren de novo e ela foi até um café com a mesma mulher, Camila ela deixou o filho de vocês com ela  enquanto estava dentro do café, deixou Theo com uma mulher que parece ter saído de uma gangue muito mais do que eu ou você. 

Eu não queria ter dado ouvidos á Dinah, não queria nem ter começado aquela conversa e muito menos ter acreditado em suas palavras.  

Mas foi o que eu fiz. 

Cambaleando para trás senti meu estômago se retorcendo, minha cabeça parecia pesada e minhas mãos estavam inquietas. Eu poderia furar um buraco na parede com meus próprios punhos mas ao invés disso eu gaguejei: 

-O-que? 

Era patético ter perguntado, eu havia entendido tudo, sabia bem o que Dinah Jane estava tentando me dizer. 

Ela respirou fundo, se aproximou me olhando cheia de compaixão e botou uma de suas mãos pesadas em meu ombro, talvez para me confortar. 

-Mila, eu acho que... - "Não diga as próximas palavras Dinah, por favor não me destrua dessa forma" -Eu acho que a Lauren está te traindo.


Notas Finais


Bom vamos lá. Eu não pretendo parar de escrever a fic até porque ela já está indo pro fim. Yep, se minhas contas estiverem certas (o que eu duvido muito --') temos mais ou menos uns sete capítulos até a fic acabar de vez, então não vale á pena parar de posta-la agora.

Eu vou tentar postar o próximo o mais rápido possível pessoal, quem sabe faço uma maratona (mas não estou prometendo, calma). Vejo vocês na próxima e espero que tenham gostado. xoxo <3 <3


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