Acordo com Bad Girls da M.I.A. e desligo meu despertador suspirando. Por que não era possível usarmos algum tipo um capacete que nos ensinava o que precisamos? Ai escolas não seriam mais necessárias! Melhor momento da vida!
Me arrumo e desço, pegando um pacote de biscoitos e voltando para meu quarto para me maquiar. Ontem não havia feito pois não havia tempo. Fiz um delineado forte e passei lápis. Algo básico, do jeito que Hyo havia me ensinado. No mesmo momento, recebo uma mensagem dela, o diabo sabe quando estamos falamos dele?
“Hyo: -Vai vir hoje, né?
-Infelizmente...
Hyo:-Não esquece que sexta temos uma festa, viu? Vai ser naquela boate, os meninos já falaram que irão.
-E você acha que perco uma festa?
Hyo: -Uiiiii festeira! Também né, quem arranja as festas? A mestrona aqui.
-Putinha! Eu que te levei para esse caminho, se não fosse por mim você nem procuraria por festas!”
Respondi e guardei o celular e fui para a escola, com meus fones tocando Bang Bang Bang, e eu cantarolava baixo essa música, por que reis são reis né? Chego na escola e fico na porta esperando os golfinhos.
O tempo passava e só Kris apareceu. Cadê minha putinha e o cara dos gemidos? Porra, me deixaram sozinha com o Bozo.
-Cadê eles Kris? –perguntei o encarando.
-Sehun ia faltar para terminar o trabalho com a Eunha. –eu o interrompi.
-Eles vão é se pegar, tenho certeza! Sehunzinho é esperto. –dei um sorriso safado e Kris riu.
-E a Hyoyeon passou mal. Possivelmente por causa da prima que agora ela precisa de aturar.
-Aish, eu vou matar os dois! Sehun não, por que ele tem que ir pra cama com a Eunha. –então comecei a gritar: -Mas a putinha da Hyo não podia me deixar sozinha! –disse me estressando.
-Quer água com açúcar? Não, eu sei. Então vamos entrar. –ele me puxou, e pude ver Suho de longe.
Parecia que ele queria falar algo comigo, mas Yifan me levou para dentro da escola.
-Me deixa lá fora! Quero ir embora pra casa e me enrolar nas minhas cobertas e não deixar ninguém mais me ver!
-Tudo isso por que Hyoyeon não veio. –riu e balançou a cabeça e me levou para sala.
E hoje, eu prestei atenção nas aulas. Algo extremamente raro.
(...)
As aulas acabaram e eu e Yifan fomos almoçar. Enquanto saíamos eu pulei em suas costas e o obriguei a me carregar.
-Vai cavalinho, vai! –gritei e dei um tapa em sua bunda, fazendo o mesmo rir –Queria bater na bunda do Sehun, mas a sua por enquanto serve.
-Vai se fuder, garota! –ele riu mas da mesma maneira me levou até o restaurante. Mas ao chegarmos ele me jogou das costas dele.
-Viado, vai tomar no cu! –gritei indo pegar minha comida.
Kris e eu nos damos bem desde quando nos olhamos pela primeira vez, e o considero meu grande amigo, o qual posso confiar tudo. E ele o mesmo comigo. Posso dizer que ele é meu primeiro grande amigo.
(...)
Kris havia me deixado na porta da escola e havia ido embora, e agora já eram 3:10 e nada do filho da puta do SuHo chegar. Quando ele aparecer, vou esfregar a cara dele no asfalto com meu pé.
Vejo então um carro bem caro parar na frente da escola, então de dentro saí o Suho. Então ele era um riquinho mimado?
Que bosta ein? Deus, por que faz essas merdas comigo? Só porque sou malvada com todo mundo e você me pune assim? Faz meu celular cair no vaso, menos me deixa com ele!
Eu estava visivelmente irritada, e ele viu isso, mas veio sorrindo na minha direção, como se não tivesse chegado atrasado.
-Vamos princesa? –ele disse me olhando. Eu juro que iria xingá-lo de todas as maneiras possíveis, quando vi em seus olhos que ele suplicava para eu fingir que era sua “princesa”. Possivelmente por causa dos pais. Engoli meu orgulho e toda a minha reputação no momento.
-Claro, estava a tua espera. –ele me deu o braço e eu o segurei, mas não deixei de apertar com a maior força que eu tinha, dando um sorriso falso enquanto os pais dele iam embora e nós entravamos na escola.
Ao chegarmos na biblioteca eu explodi.
-Que merda foi aquela de princesa? –disse brava me soltando dele e o encarando com chamas nos olhos.
-Calma, eu te explico... e aí! Você é mais forte que parece! –ele disse passando a mão no braço que havia apertado.
-Eu vou esfregar sua cara no asfalto! Ou posso bater em você tanto que nem sua mãe vai te reconhecer!
-Desculpa, mas meu pai acha que todos aqui são perfeitos, principalmente as garotas. Se ele visse que você é assim ele provavelmente não me deixaria vir, aí sem nota para você.
Suspirei e contei até dez, me sentando na cadeira e tentando relaxar.
-Vamos fazer isso logo, já que seu paizinho quer a perfeição. –disse revirando os olhos.
(...)
Terminamos até que bem cedo. Eram 5:30 quando acabamos. Saíamos da escola calados. Eu não iria falar algo com ele, ainda estava irritada por ele ter me tratado como uma bonequinha que pode quebrar a qualquer instante.
-Quer ir em uma lanchonete comigo? –ele me perguntou e eu olhei para cara dele tipo: “Que?” –Terminamos cedo, vamos.
-O que eu ganho se eu aceitar? –disse o olhando.
-Comida de graça? –esse é um argumento que não podemos recusar.
-Ok.
Ele sorriu fofo e fomos andando. Pera, fofo? Ele só sorriu criatura. Para de showzinho. O lugar que ele me levou era até bonito. Me sentei em uma das mesas e ele foi pedir algo, e logo veio ao meu encontro.
-Espero que goste de sorvete.
-E quem não gosta? –ele riu.
-Eu te chamei para vir pois queria saber mais sobre você. –ele me fitou. Tive a impressão que era isso mesmo. –Você fala tão pouco e é meio grossa, mas quero te conhecer melhor.
-Tá me faça perguntas. –dei de ombros, o que o assustou.
-Por que você é má com todos e é tão diferente deles?
Eu o encarei. Realmente, nem eu mesma sabia. Só gostava de ser assim e era assim. Talvez, ainda carregue aquele dia em meu coração mas nem mesmo sei.
-Eu sou assim. Digo foda-se para o quê os outros pensam e vivo minha vida para mim, e não para os outros. Eu não ligo quando dizem que não sou feminina, que não sou fofa e quando dizem que irei para a cadeia, finjo que não escuto. Eu sei quem eu sou e o que sou capaz, por isso opiniões alheias não mudam meu jeito de ser.
Ao terminar de dizer isso ele começou a refletir, e os sorvetes que ele havia pedido chegaram e nós saímos andando.
-Agora é minha vez de te fazer uma pergunta. Por que você é tão chato e certinho? –digo o olhando enquanto tomava meu sorvete andando no meio fio.
-Certinho?
-É. O jeito que se veste, que age, tudo isso. Dá para ver que você não se permite viver o hoje e esquecer o amanhã e o ontem. Sinto que você é um pássaro enjaulado. Ir a loucura de vez em quando, e não ligar com o que os outros irão pensar.
-E como você sugere eu ir a loucura?
-Vai ter uma festa sexta. Me encontre na porta da escola as nove e quarenta sem atrasos. Mas amanhã, você vai ir comigo no shopping para dar um jeito no seu visual.
-O que quer dizer com isso? Não estou bonito? –eu parei e o olhei.
-Parece um filhinho de papai, me dá vontade de vomitar só de te olhar. E o local da festa possivelmente não vai te aceitar.
-Eu sei me vestir direito. Quer algo mais mal? Terá algo mais mal.
-Se você conseguir me impressionar eu te concedo um desejo. Mas se não... –o empurrei na parede que tinha ali perto, o provocando. –Você me dá um desejo. –disse e voltei meu caminho.
Ele ficou um tempo parado e depois veio até mim. Era divertido provocar os outros, eu sabia que era muito bonita e ainda mais por ser estrangeira, meu corpo era mais bonito do que os das coreanas.
Percebi que Suho estava vermelho e envergonhado e me fez soltar um risinho. Ele me levou até minha casa, e ali estava minha moto, só que alguém havia mexido nela, o que me fez ir até ela com sangue nos olhos. Estava faltando um pneu. Eu havia sido roubada.
-A moto é sua?
-Não, imagina. É do meu cachorro, tá vendo ele sentado em cima não? –eu disse e ele riu. –Não vi a graça. –olhei novamente para a moto e a chutei, brava, mas não forte.
Minha casa possivelmente era um quarto para ele, mas fazer o que. Eu não preciso de muito para ser feliz.
-Até amanhã no inferno! –disse estressada e fechei a porta na cara dele sem esperar uma resposta.
Hoje o dia havia sido completamente uma merda. Queria apagar as lembranças de hoje da minha vida. E o pior, tinham roubado um pneu da minha moto e eu não tinha dinheiro para comprar outro. Eu trabalhava nos finais de semana em um café, o que ganhava eu conseguia sobreviver e sobrava um pouquinho. Eu não precisava de muito.
Fui para o banheiro e tomei meu banho para tentar relaxar. Vesti uma camisola negra escrito: “Fuck you, I’m a amazing unicorn”. Fui para a sala e pedi uma pizza de calabresa e comecei a ver minhas séries quando a campainha toca. Estranhei, pois a pizza normalmente não vem tão rápido.
Mas as vezes é Deus querendo se reconciliar comigo, então vou atender. Mas ao abrir a porta vejo que na verdade era o diabo me mandando um presente.
-Que merda está fazendo aqui, Suho? –disse brava o olhando.
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