História Bad Girl, Good Girl - Imagine SuHo - Fifth Chapter - I swear

Acordo enrolada em um cobertor e com meu pijama de unicórnio. Estava na sala e Suho estava deitado no meu lado. Eu vejo vários pacotes jogados no chão e a roupa que eu usava na festa em um canto qualquer. Mano, o que aconteceu? Eu peguei o Suho?!

-Suho...Acorda! – eu disse o empurrando fraco e ele aos poucos foi abrindo os olhos – Que merda aconteceu aqui? Por que minhas roupas estão jogadas? A gente ficou? Eu não acredito que foi com você que... – ele me interrompeu.

-Não foi isso que você disse ontem.

Puta que pariu.

-Tá falando sério? – eu gritei e ele começou a rir. – Retardado.

-Tinha que ver sua cara!

-Falando sério, o que houve? Eu só lembro até o ponto em que me deu água.

Aos poucos lembrei do que havia feito com ele no taxi. Tadinho, deve ter ficado todo vermelho.

-Bom, depois desse momento você começou a me chamar de daddy e que queria brincar comigo... – ele corou e eu também. Quer dizer que meu eu bêbado é assim? – Então do nada você começou a chorar e falar algumas coisas que não entendia. Parecia que estava invocando o demônio, sei lá. – eu ri do comentário. – Aí você vomitou na sua roupa e eu peguei esse pijama para você, mas você não estava conseguindo vestir sozinha, aí tive que te ajudar. – Eita porra, ele me viu de roupa intima? E ainda estava corado – Aí peguei alguns remédios para você, mas tu ficava fazendo birra e jogando eles no chão. Você se levantou e começou a pegar uns pacotes de biscoito, os abrir e jogar no ar. Depois de muita luta, te dei o remédio e ficamos vendo televisão. Aí você dormiu encostada no meu ombro e eu dormi.

Caralho, queria que alguém tivesse filmado isso.

-Você então ficou aqui comigo?

-Não podia te deixar sozinha no estado que estava. – ele sorriu e passou o braço pelo meu ombro – Somos amigos, certo? Se eu te deixasse aqui, bêbada daquele jeito, eu nunca me perdoaria!

Eu senti uma corrente elétrica passando pelo meu corpo com esse toque. Olhei para Suho e vi seu sorrindo, não deixando de sorrir também. Ele parecia ainda mais bonito, com o cabelo todo bagunçado e a roupa que usava desarrumada. Os poucos raios de sol batiam levemente em sua face. Tudo nele estava bonito. Espera, que pensamentos são esses? Estou me apaixonando? Por mais que eu duvidasse, era isso que Suho estava fazendo comigo. O jeito que ele cuida de mim como ninguém nunca fez, o carinho e a paz que ele transmite.

Amor.

É algo bem forte.

-Obrigada Suho. – disse e o abracei involuntariamente. Ele me correspondeu na hora, mas ao ver o que havia feito me afastei corada. –Aish, isso foi só por não ter me deixado sozinha e bêbada por aí! – ele fez uma cara de confuso e riu.

-Vamos ver alguma coisa! – ele sorriu e ligou a Tv, onde estava passando Dream Knight com o Got7.

Olhei rapidamente para a janela e vi que o Sol que estava ali a pouco tempo dava lugar a uma fina neblina e a nuvens de chuva pesada.

-Acho que vai chover. – disse Suho.

-Você acha? – eu disse e ele riu, se enrolando na coberta que eu estava usando, ficando mais próximo de mim, me fazendo corar. – Ei, ei, o que está fazendo?! – disse brava, e ele fez um biquinho.

-Vai ficar frio e essa coberta é quentinha! Não saio daqui fácil! – eu revirei os olhos e ele riu, e nós voltamos a nossa atenção para a televisão.

Uma hora depois nós estávamos mais fazendo palhaçadas um com o outro. Suho ainda estava comigo pois dissera que queria ter certeza de que estava bem. Estávamos em uma guerra de travesseiros no momento quando eu me sentei no sofá e olhei para a janela. Caia uma chuva bem grossa.

-Wow... –disse.

-Nossa está bem forte, acho melhor eu ir embora. – eu o olhei.

-Não vai não! Olha essa chuva, está doido? – ele me olhou e arqueou uma sobrancelha.

-Você está se preocupando comigo? – eu corei.

-Eu não! Só não quero levar a porra da culpa se você morrer! Olha essa neblina como que está forte! – eu apontei para a janela.

Suho sorriu pegando sua jaqueta e vindo em minha direção.

-Eu tomarei cuidado. – ele disse tirando alguns fios de cabelo da minha testa e deixando um selar ali, logo após me dando um adeus e indo embora.

Eu possivelmente devo ter corado mais que uma fusão de pimentão vermelho com tomate. Estou me sentindo uma garotinha coreana de colegial, tipo as dos doramas.

Será que ele gostava de mim?

Chacoalhei minha cabeça para tirar esses pensamentos dela e fui fazer um chocolate quente. Como o maldito do Suho não saia da minha cabeça, demorei vinte minutos para fazer. Vinte minutos para fazer a porra de um chocolate quente.

Voltei para a sala e vi que a televisão ainda estava ligada e que estava passando o jornal. Eu estava indo mudar de canal quando o carro que estava na reportagem se parecia muito o de Suho.

“A poucos minutos um porshe prata capotou no centro da cidade, possivelmente devido a tamanha chuva e neblima.”

Meu coração gelou e a caneca caiu de minhas mãos e sujou o chão todo.

“O motorista do veículo está com ferimentos graves e está sendo aguardada a ambulância para leva-lo ao hospital.”

Peguei as chaves de minha moto e sai do jeito que estava e sem capacete. Lágrimas escorriam do meu rosto a medida que chegava na minha moto e saia de casa acelerando como se não houvesse amanhã. Com pouco tempo já estava totalmente encharcada, mas isso não me importava. Tinha que ir até Suho, custe o que custar.

Eu temia que o pior tinha acontecido com ele, e ainda por cima me sentia culpada. Justo com ele, alguém que eu possivelmente amo. Eu preciso dizer isso a ele.

Devido à alta velocidade que estava minha moto cai, e eu felizmente, escorreguei dela e não fui de encontro a uma árvore como a mesma foi, mas havia machucado meu braço direito todo. Sentia o sangue escorrendo da minha mão e do meu braço, mas não estava tão pior que minha moto, que estava totalmente destruída.

Continuei meu caminho até o lugar em que o acidente havia acontecido com o braço direito doendo cada vez mais, acho que possivelmente eu o quebrei, e a perna direita um pouco dolorida, me impedindo de correr o mais rápido que conseguia.

Mas ao chegar ali preferia nunca ter saído de casa. Vi Suho bem e atrás dele o carro do mesmo, mas ele estava abraçado com uma menina, e logo após, deixou um selar na testa dela, como ele fez comigo a pouco tempo atrás. Senti meu coração ser quebrado em milhões de pedaços nesse momento.

Amor.

Realmente existe? Ou é só uma programação do seu cérebro, que ele lhe obriga a sentir por alguém? E por que esse sentimento é só de uma pessoa?

Por que esse sentimento que parece ser tão bonito dói tanto? Por que ele nos faz sofrer?

Amor e felicidade existe ou é só fachada? O que é amor? O que é felicidade? Isso tudo existe ou é falso?

Por que amamos?

Por que ficamos bobos por alguém?

O que é amar realmente? Por que temos que amar para nos sentir vivos?

O que é viver? Estou vivendo ou estou só existindo?

Por que a vida é tão cruel?

A dor que sentia no meu braço não era maior do que a que estava em meu coração. Minha visão foi ficando cada vez mais embaçada pelas lágrimas, mas me virei e fui meu caminho em direção do hospital.

Foda-se o Suho.

Foda-se a maneira que ele me tratou.

Foda-se a menina que estava com ele.

Foda-se o amor.

Estava chorando e estava com raiva. Ele tinha o meu coração, mas eu acho que o dele não estava comigo. Palavras dele ecoam em minha mente.

“Somos amigos, certo?”

Isso nunca doeu tanto em mim quanto hoje. Sempre concordava quando isso vinha de Sehun ou Kris ou da Hyo, mas dele eu queria ouvir que ele me amava. Mas isso não vai acontecer.

Cansei de me abrir para os outros, sempre me fodo no final. Por mais que minha casca foi fraca contra Suho em um momento, isso nunca mais vai acontecer. Eu juro.

A chuva ainda continuava a cair durante meu percurso. Acho que hoje comecei a gostar mais dela. Gosto da chuva por que... Ninguém pode me ver chorando.

Cheguei no hospital e eles me atenderam rapidamente, e ali vi May deitada em cima de uma cadeira e a chamei para entrar comigo. Precisava desabafar com alguém.

Os médicos cuidaram dos meus ferimentos e rapidamente estava só com ela na sala.

-O que aconteceu, ____?

-O idiota do Suho! – disse já começando a chorar. Comecei a contar toda a história para ele, desde o momento em que conheci Suho. Quando terminei, vi que May tinha uma feição irritada e lágrimas caiam como uma cachoeira dos meus olhos.

-Ele é idiota ou algo do tipo?!

-Não é culpa dele eu ter me apaixonado por ele. O que sei agora é que não quero nunca mais ser invadida por esse sentimento. Amor não existe, ele só traz dor. Amor é algo que foi programado em nosso cérebro quando recebemos de alguém algo que nunca tivemos ou querendo. Eu não consigo acreditar mais no amor.

May concordou comigo e me deu carona na moto dela até minha casa. Eu agradeci a ela e me joguei na cama, soltando um gemido de dor por causa do meu braço. Queria ficar ali, para sempre. Comecei a chorar, sendo meu único consolo meu travesseiro. Não iria para a escola amanhã, não quero que todos me vejam fraca quando eu encontrar Suho, que imagem eu teria se fizesse isso?

Queria só desaparecer.