História Bad Reputation - Party on My Body

Cameron

10 anos atrás...

- Mãe, quem é esse garoto que você está levando para casa¿ - eu olhava curioso para o banco de trás onde estava o garoto de olhos azuis que tinha a mesma idade que a minha.
- Ele não é qualquer garoto, Cam – ela sorria e trocava olhares entre a estrada e o garoto – O nome dele é Nash, e é o seu novo amiguinho! Ele vai morar com a gente!

...

Eu e Nash éramos grudados. Sempre um protegendo o outro, mesmo tendo a mesma idade – Nash era alguns meses mais velho do que eu – éramos carne e unha. Lembro-me da primeira vez que jogamos vídeo game, e também da primeira vez que ele arranjou uma garota para mim. Sempre fomos assim, até hoje. Ele nunca foi o garoto desconhecido, ele sempre foi meu irmão. Sempre o amei, desde a primeira vez que o vi. E ele o mesmo.

Hoje

Minha cabeça latejava. Estava com dor de cabeça desde a noite passada. Andei bebendo um pouco, estava de volta aos velhos hábitos, e de novo recebendo uma dose da minha velha amiga: Vodka. Sempre achei que a bebida era um tipo de cura para a tristeza, mas eu acho que ela está mais para um tranquilizante instantâneo que tem efeito rápido. Minha cabeça ia de Nash para Alexis. Não gostava dela passeando pela minha cabeça, aqueles olhos verdes me encarando, me devorando, quase como se soubesse todos os meus segredos.

Deixo-a de lado, não era assunto para agora. Entro dentro do banho e espero que a água quente anestesie minha dor. Sentia dores pelo corpo, mas não entendia por que era tão forte. Amarro a toalha no quadril e saio do banho indo em direção ao quarto com gotas de água escorrendo pelo meu abdômen e costas e o cabelo todo molhado e bagunçado. Fecho a cortina da varanda e visto alguma roupa. A dor havia diminuído, mas ainda havia resquícios pelo meu corpo.

Desço as escadas e dou de cara com Jack G. Ele cozinhava alguns bacons e ovos e fazia torradas. O cheiro era maravilhoso, mas logo que o sinto o cheiro meu estomago embrulha. A ressaca era maior do que eu pensava.

- Acordado agora Dallas¿ - ele me olha rindo – Pensei que depois da noite passada iria ficar dormindo a noite inteira! – encaro-o estranho.
- Como assim noite passada¿ - pergunto. Estava confuso. Realmente quando tento lembrar da noite passada não consigo, era como se ela não existisse, apenas um vácuo em minha cabeça.
- Ai ai – ele diz colocando os ovos em um prato branco na mesa – De ressaca e ainda não lembra da noite passada!
- Caralho, Jack! Fala logo!
- Calma, Cam – ele continua rindo. Parecia estar achando super engraçado me ver daquele jeito – Eu não sei o que o Nash te falou, mas logo depois que ele saiu de casa ontem você pegou todas as nossas garrafas de bebida da dispensa e tomou todas.
- Todas¿ - pergunto. Deveria ter umas cinco ou seis garrafas.
- Sim, todas!

Eu não lembrava nada. E isso era a pior sensação de todas. Pego minha moto na garagem e vou procurar Nash. Precisava falar com ele. Não podia o deixar contar tudo para Alexis do nada. Ela não tem culpa do pai dela ser um canalha.

Alexis

Eu e Lucy estávamos em um parque do condomínio conversando. Eu falava para ela algumas coisas sobre Cameron, e ela contava para mim coisas sobre Nash. Acabei descobrindo que ele não era irmão de sangue de Cameron, e que ele foi adotado com 5 anos, mas ele e Cameron se consideravam mais do que tudo. Achei bem estranho tudo aquilo, e acabei percebendo o quanto eu não sabia nada sobre a vida de Cameron. Lucy também me contou que Nash nunca encontrou sua família biológica e que também não sentia vontade de encontra-la.

Depois de conversamos sobre Cameron e Nash, começamos a ter várias ideias e acabamos resolvendo dar uma festa na casa de Lucy. Os pais dela iam viajar no final de semana e é o escape perfeito para adolescentes se pegarem e se embebedarem. Fomos para a sorveteria do lado do parque e continuamos conversando sobre a festa:

- O que você acha de festa a fantasia¿ - ela me pergunta. Eu adorava montar uma festa. Eu achava mais divertido do que a festa em si.
- Acho perfeito, mas eu não tenho nenhuma... – desanimo
- Fica tranquila, minha mãe tem um baú gigante cheio de fantasias, a gente pode pegar lá!
- Pode ser! – me reanimo.
- Você acha que eu devo contratar um barman¿ - ela pergunta com a ponta do lápis na boca e bloquinho de notas na mão.
- Não s.. – quando ia terminar de falar ela me interrompe:
- Claro que eu devo contratar um barman, o que seria de uma festa sem drinques coloridos e um barman gato e tatuado. – ela diz rindo e mordendo os lábios inferiores – Ai, Lucy, para com isso, você está com o Nash – ela fala para si mesma e depois ri.

Era estranho pensar que ela namorava o irmão psicopata do Cameron – pelo menos ele parecia ser psicopata, talvez não fosse – ela estava feliz, e eu ficava feliz por ela, mas ainda sim continuava sendo estranho. Depois das nossas conversas malucas voltei para casa e fiquei conversando por um tempinho com meu pai pelo Skype.

Josh

Ouço quando Alexis chega em casa. Como sempre deveria estar voltando de algum lugar com Lucy. Eu conversava com Cassie por mensagem e a gente convidou de ir juntos na festa de Lucy. Ela havia convidado praticamente todo mundo do colégio e que morava no condomínio. Hoje de manhã falei com nosso vizinho, ele parecia ser bem legal, mas estava um pouco chapado, e até perguntou sobre Alexis. Ainda não entendia como ele conhecia Alexis já que ela não saía de seu quarto por nada.

Passo na frente de seu quarto e a ouço conversando com o papai. Não entendia o porquê, mas ele nunca gostou muito de mim. Ele sempre preferiu Alexis. Não é que ele me ignorava, mas sempre priorizou sua filhinha querida. Sempre deixando minha opinião de lado. Com o tempo eu fui acostumando, e agora já é meio que rotina eu chegar em casa e receber a noticia de que ele e Alexis estão jantando fora. Até que essa viagem dele pra Havaí meio que me aproximou de Alexis.

Alexis

Daqui uma semana papai voltaria para casa. Não sabia o que sentir, mas a saudade não cabia mais dentro do meu peito. Apenas fecho a tela do notebook quando a ligação acaba e dou uma olhada pela varanda – a cortina estava fechada. Cameron era meio que tanto faz para mim, pelo menos era o que aparentava. Nunca ligava, nunca aparecia para conversar, apenas chegava do nada nos momentos mais inoportunos e ficava me encarando, ou como a ultima vez me beijava do nada.

Não queria me aproximar dele, pois sei que se eu me aproximar dele vou começar a criar sentimentos por ele – se já não tenho – mas meu corpo parece que carece de seu corpo. Tentava afasta-lo da minha mente o máximo possível, mas quando menos esperava ele estava lá, pairando pelos meus pensamentos e me fazendo ceder a olhar a cada cinco minutos a varanda.

...

Dia da Festa

Eu estava na casa de Lucy. Ela estava maravilhosa. Ela vestia uma fantasia de oncinha com um vestido bem curto e que a deixava sexy e uma tiara de orelhinha muito fofa. Ela separou algumas fantasias para mim na cama e eu opto pela fantasia da Marylin Monroe. Era um vestido branco bem curto e leve – quase transparente – e uma peruca platinada. Eu coloquei um salto preto e passei um batom bem vermelho, completado com um delineado gatinho no olho. Olho-me no espelho e penso: Nada mal! – dou um sorriso.

- Pronta¿ - Lucy pergunta.
- Pronta! – nós sorrimos e descemos a escada.

A casa de Lucy estava maravilhosa também. As luzes, o gelo seco, o bar, a playlist que tocava no volume máximo. Logo quando descemos uma massa de pessoas dançava e escorregavam uma nas outras, perto do bar vejo uns quatro casais se pegando e do outro lado da sala três garotas se agarravam e se beijavam e iam se esfregando uma nas outras. Era exatamente como as festas dos filmes de Hollywood.

Quando chego perto do bar sinto olhares me queimando. Garotos atiçados e prontos para abocanhar sua presa: Eu! Eu adorava ser desejada, mas não gostava quando isso ultrapassava o limite que eu impunha. Olho para a porta e vejo Cameron entrando com uma garota loira. Ela vestia uma fantasia de coelhinha da Playboy e usava um batom rosa choque. Ele passa do meu lado e não me cumprimenta – e nem olha na minha cara. Ele não fez isso, talvez não tenha me visto, não é possível que ele tenha me ignorado...

- Quem é essa garota com o Cameron¿ - Lucy pergunta virando um shot rapidamente.
- Não sei... – digo o mesmo dando um gole no meu drink azul que estava no balcão.
- Fica tranquila amiga, deve ser alguma amiga dele, ou prima, ou irmã... – ela tenta me tranquilizar.
- Lucy, eu não gosto dele! E a gente não está junto! Ele pode pegar quem ele quiser, e eu também! E essa noite eu não vou ficar me preocupando com Cameron, eu quero me divertir, você não quer¿
- Claro que quero!
- Então! – eu viro o shot dela e vou para o meio da pista dançar.

Sentia vários corpos roçando meu corpo. Em algum momento me pego entre um garoto e uma garota. Nós dançávamos. As mãos do garoto seguravam meu quadril por trás e as mãos da garota seguravam meu rosto e percorriam meus braços e minha cintura. Depois de ficar dançando por uns 40 minutos saio da pista com a pele toda suada. Estava morrendo de calor e peço um copo de água bem gelada. Cameron estava no canto da festa conversando com alguns garotos e com a garota loira em seu colo.

Tiro a peruca e percebo a raiz do meu cabelo toda molhada por causa do suor. Bagunço o cabelo – ou tento ajeita-lo – volto para a pista de dança e danço com a garota e com o garoto de antes novamente. Na segunda musica já estava beijando o garoto desconhecido. Pego a mão da menina e levo-a para perto da piscina. Naquele momento eu já não era eu. Eu estava muito bêbada. Puxo-a para a borda e começo a beija-la. Todos começam a gritar, como se tivéssemos fazendo a coisa mais maneira de todas. Arranco o fino tecido que grudava em meu corpo – o vestido – e pulo dentro da piscina apenas com a lingerie de renda branca. E de repente todos estavam fazendo o mesmo que eu.

Antes de eu pular na piscina, me certifiquei de que Cameron estivesse olhando eu beijar a garota, por alguma razão queria que ele soubesse do que eu estava fazendo. Todos gritavam e mergulhavam na piscina. Eu saio da piscina tremendo de frio. Meu corpo estava gelado. Agarro meus braços na altura do meu peito e subo as escadas correndo para o quarto de Lucy. Quando abro a porta do quarto dela dou de cara com Nash e ela transando.

- Ops! – digo rindo. Eu estava muito bêbada.

Fecho a porta rindo e vou para o quarto de seus pais. Era o dobro do quarto de Lucy. Procuro uma toalha e a visto. Começo a secar meu cabelo e quando percebo a porta do quarto se abre.

- Não tá vendo que... – não podia ser – Cameron¿ - digo rindo.  – Resolveu me dar um oi agora¿ Ah, não, esqueci, acho que a coelhinha não deixou você falar comigo não foi¿

Antes de eu mesmo poder retrucar seu silêncio ele agarra meu corpo e puxa contra o dele me derrubando na cama de casal macia. Em menos de um segundo já arrancava sua camisa social branca. Ele tirava meu sutiã, e dançava sobre meu corpo. Seu corpo seco contra meu corpo molhado era a melhor sensação do mundo. Ele começou a beijar toda a minha barriga e ia subindo para meu pescoço fazendo um caminho de mordidas, chupões e beijos.

Cada vez que sentia suas mãos grandes tocarem minhas costas e meu corpo eu me arrepiava. Nunca tinha sentido tanto prazer na minha vida. Quando tento acelerar todo o processo – ele enrolava demais – ele para de me beijar e sai de cima de mim. Eu fico sem reação. Não sabia o que tinha feito de errado. Ele pega sua camisa do chão e apenas cochicha em meu ouvido antes de sair pela porta do quarto.

- Calma, Lexi! A gente ainda tem muito tempo...