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História Bad Time - Capítulo 8


Escrita por: msbelievcr

Capítulo 8 - Capítulo 8


A outra voz no corredor eu não consigo me lembrar de quem seja, porém é familiar e é de um homem adulto.

Após alguns minutos que me pareceram horas em frente àquela porta, tudo fica em silêncio e o sinal para o café da manhã toca.

Eu saio e vou quase correndo até o refeitório. Procuro por ele nas mesas mas não o acho. Um ligeiro pânico se instala sobre mim e meu sangue congela. O que estava acontecendo?

A enfermeira legal Kristy está parada na entrada do outro lado do cômodo então sigo até ela, ainda alarmada.

- Bom dia, Srta. Stephens. - ela diz, mas algo nela está estranho. Sua postura está rígida e ela parece desconfortável ao me ver.

- Onde diabos ele está? O que está havendo? - digo, quase chacoalhando ela à procura de respostas.

- Olha, Lily... - ela estica os braços, tentando me acalmar, mas eu me afasto e sinto algo quente correndo pelas minhas bochechas. São lágrimas. Havia tanto acontecendo que nem percebi que estava chorando.

- Não tente me acalmar, eu sei que tem algo havendo e é melhor você me contar agora porque não vai querer me ver descontrolada.

Ela me pega pelo braço e me leva até um canto mais afastado do refeitório.

- Ezra perdeu o controle hoje. Ele entrou numa briga com o Dr. Williams, que foi levado agora ao pronto socorro. Acho que com o nariz e o braço quebrado.

Começo a soluçar. Droga, eu odeio chorar na frente das pessoas mas já não consigo mais me controlar. Okay, o psicólogo se ferrou mas ela ainda não me disse o mais importante.

- Para onde levaram Ezra? - eu sussurro, com dificuldade.

Ela me olha atentamente e depois desvia o olhar. Algo estava muito, muito errado.

- Kristy, por favor. - eu imploro. Ela suspira e volta seu olhar para mim, ainda segurando meu braço.

- Ele foi... Ele foi levado à área de terapia por eletrochoque, Lily.

Eu congelo. A sensação era de ter levado centenas de chutes no estômago seguidos. Já não sabia como reagir ou o que fazer, parecia que eu tinha deixado meu corpo e estivesse observando tudo aquilo de fora.

- Ele vai sobreviver, Lily. Só... não o veja hoje, está bem? Dê um tempo para que ele se recupere.

Ela solta meu braço e me leva de volta ao refeitório. Tudo parecia desfocado ou fora de lugar. Sem sentido. Ele estava sofrendo e eu não podia fazer nada. Impotência estava sendo uma tortura tão grande quanto a que estavam aplicando em Ezra, e eu estava começando a achar que aquele era o objetivo.

Mas depois do choque, enquanto eu tomava meu café da manhã, me ocorreu algo que já devia ter passado pela minha cabeça: por que ele fez aquilo?

O resto do dia foi como viver um inferno pessoal. A cada segundo eu tinha uma teoria diferente do que poderia ter acontecido entre Ezra e Dr. Williams que fosse tão sério a ponto de se transformar em um confronto violento. Poderia ter sido algo que ele possa ter dito a Ezra sobre seu passado ou ele poderia ter tentado abusar dele como havia feito comigo algum tempo atrás. Eu estava tentando de tudo, não havia saído nem para almoçar. Já era por volta de 19:15 quando eu ouvi a porta do meu quarto abrir. Era a enfermeira legal, trazendo um pouco de comida: frango assado, salada e arroz. Eu me ajeito na cama e agradeço a ela pela comida. Minha barriga ronca e eu nem tinha percebido o quanto estava faminta.

- Estou violando umas 10 regras só trazendo a comida até aqui então dane-se. Ezra está bem, só um pouco frágil, então vou trazê-lo para cá pela manhã, digamos 8:30, tudo bem?

Eu quase engasgo com o frango e assinto com a cabeça. Essas são as únicas ações sãs que me passam pela cabeça no momento, mas após entregar meu prato vazio a ela, penso em algo que queria dizer há algum tempo.

- Enfermeira leg... quer dizer, Kristy, por que faz isso por mim e por ele? Se colocando em perigo assim por nós dois?

Ela hesita por um momento mas logo responde.

- Eu vejo em vocês algo que eu desejo para mim mesma um dia. Um tipo de ligação como a de vocês, forte e inquebrável. Lily, você pode não saber, mas o que vocês tem é uma lealdade rara e, sem querer ser clichê, um amor raro. Ajudar a preservar isso me faz... me sentir bem.

Ela sorri e olha para mim, pacífica.

Eu sorrio de volta.

- Eu agradeço por ter alguém com um coração nesse lugar para variar. Obrigada, mesmo.

Ela acena com a cabeça e vai embora. Eu não deixo de pensar a sorte que tenho por ter Kristy por perto. As outras enfermeiras já teriam perdido a paciência conosco e talvez nos matado só por termos encontros constantes após o toque de recolher.



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