História Bad Wolf - Casa de felicidade

Chapeuzinho já havia ido no destrito 6 várias vezes, mas nunca foi um lugar que ela gostasse de ir. Por algum motivo era muito silencioso, com ruas vazias, prédios sem cor e um ar tóxico. Mesmo que fosse um lugar menos destruido que o destrito 7 ela não conseguia se sentir confortável naquele lugar. A casa de felicidade de Feliz era frequentado por Chapeuzinho indo sempre a negócios, isso fez com que ela conquistasse a amizade da responsável da casa, o que facilitaria a missão.

Chapeuzinho parou em frente ao prostíbulo: um edifício de 2 andares feito de cimento, uma cor morta e com uma aparência tão discreta que não chamava atenção. Ela bateu na porta sendo logo atendida pela responsável de lá, que assim quando a avistou abriu um largo sorriso.

-Chapeuzinho, querida, é bom te ver.

-Digo o mesmo, Cinderela. -respondeu sorrindo de volta.

Cinderela tinha em média de uns 30 anos mas aparentava ser mais jovem. Com seus cabelos loiros presos num coque, vestido apertado em um decote chamativo, e pele rosada, era uma mulher que chamava bastante atenção por sua beleza, o sorriso dela era de esquentar o coração de quem ela recebia.

Cinderela abriu caminho para que Chapeuzinho passasse e fez uma referência para entrar. E assim ela o fez com Cinderela fechando a porta e trancando em seguida.

-Então... -Cinderela puxou assunto. - Veio a negócios como sempre ou... Veio desfrutar uma de nós? -ela piscou para Chapeuzinho.

Chapeuzinho sorriu pra ela tirando a foto da prostituta de dentro do bolso mostrando a ela.

-Vim a procura dessa garota.  -disse

- Oh, é a Julie , siga me.

Cinderela a levou para um quarto onde só havia uma garota que fumava um cigarro olhando pela janela. Ela tinha uma aparência bem jovem, em média de uns 18 anos, ou até menos. Com cabelos pretos, pele pálida, seu rosto tinha olheiras fundas e sardas. Provavelmente ela era nova naquele lugar, pois ela não era familiar para Chapeuzinho.

Cinderela fechou a porta de trás delas as deixando a sós. Julie apagou o maço de cigarro na parede e foi ao encontro de Chapeuzinho que fez um sinal para que ela não se aproximasse mais.

-Não é necessário se aproximar, eu vim apenas conversar. -ela anunciou.

-É? -ela estranhou a olhando de cima a baixo.

-Teve um homem a qual você roupou uma carteira.

Julie riu.

-Qual deles?

-Um anão em especial.

-E? -Julie parecia não a levar a sério.

Ela realmente não sabia de nada.

-Você trabalha aqui a quanto tempo? -perguntou Chapeuzinho.

-Uns dois meses.

Chapeuzinho se encostou na porta e cruzou os braços. Aquilo era realmente péssimo.

-Olha detesto lhe falar, mas aquele anão é dono dessa casa e um dos líderes da Poisoned Apple.

Ela arregalou os olhos. Todos sabiam bem a fama daquela gangue, eles eram famosos por vingar dos seus inimigos lhes arrancando uma parte de seu corpo como prova de que o inimigo estaria morto.

-O que... Eu achei que a dona da casa era a Cinderela... E ainda o líder... -ela não conseguiu completar a frase.

-Olha, só me dê a carteira de volta, eu não pretendo machuca-la.

Ela deu uma pausa.

-Eu... Gastei. -ela murmurrou.

Chapeuzinho deu um tapa em sua própia testa.

-Olha... Eu imagino que naquela carteira havia uma quantia aceitável. Como você gastou tão rápido? -Chapeuzinho estava perdendo a paciência.

-Eu consegui um lugar melhor pra minha irmã ficar do que esse lugar e saiu bem caro... Eu não gastei tudo, mas uma grande parte se foi.

Chapeuzinho tirou sua faca da bota e apontou pra Julie.

-Escute, minhas ordens são de conseguir a carteira de volta e arrancar a sua cabeça, eu não tenho todo tempo do mundo... Eu preciso levar o dinheiro de volta. -disse fria.

Julie se jogou no chão e agarrou a perna de Chapeuzinho.

-Não faça isso! -ela começou a chorar- Sem mim minha irmã ficará sozinha, ela é só uma criança. Logo quando eu achei que teriamos dinheiro o suficiente pra voltar pro destrito 1...

Chapeuzinho a puxou do chão pelo braço e ficou a segurando.

-Você era do destrito 1? -ela a encarava.

A menor fez sim com a cabeça e Chapeuzinho a soltou e ela caiu no chão.

-Isso facilita as coisas... -ela deu uma risada sem humor.

Julie continuava a olhando assustada.

-Porque você saiu do destrito 1?

-Porque? Eles simplismente começaram a expulsar as pessoas pobres de lá, é agora apenas um estado de elite. Eu fui indo de estado a estado até que consegui ser acolhida nesse. Foi sorte eu conseguir ficar aqui antes de parar no destrito 13...

Os destritos funcionavam com uma certa ordem: Os primeiros eram os mais ricos apenas habitados pela elite, sendo os mais poderosos o 1, 2 e 3 e os últimos para as classes mais baixas. Cada vez mais longe do 1, mais pobre. O destrito 13 é famoso por ser o último estado do país e também o mais lamentável, ninguém tinha coragem de ir lá, o nível tóxico e radiativo dele era de acabar com qualquer um, ela realmente teve sorte de não parar lá.

-O que mais? -Chapeuzinho se abaixou ao encontro dela -O que mais sabe sobre lá?

-Os destritos 1, 2 e 3 estão tramando algo, algo que vem de uma produção direta do destrito 1. Era proibida as informações pros pobres, então isso foi tudo que eu soube antes de ser expulsa pela guarda local.

Chapeuzinho chegou mais perto.

-E quem é Hadaward?

-Eu n-não sei... -Ela gaguejou envergonhada.

-É? -Chapeuzinho se levantou se afastando de Julie que suspirou de alívio. Chapeuzinho olhou pela janela.

-Acho que já deve ser de madrugada... Eu venho buscar a quantia inteira de manhã.

-O que? Como vou conseguir tanto dinheiro em uma noite só? -Julie se desesperou.

-Cobre caro, dê muito, você sabe bem dessas coisas. Assim que eu buscar a quantia você deve fugir para outro destrito.

Ela voltou a chorar

-E como quer que eu fuja sem dinheiro algum... -ela falava em quanto limpava as lágrimas. -Essa casa é tudo o que tenho, eu não posso ir embora.

-Ótimo, então fique e seja eliminada por alguns dos capangas da Poisoned Apple. Se não for eu será outro que virá arrancar sua cabeça. -explicou.

-Mas isso... Minha irmã vai... -Julie se levantou com pressa e agarrou a gola da blusa de Chapeuzinho. -Eu posso ficar com você não posso???

-Que diabos...

-Eu sei que não quer me matar, então me deixe ficar com você! Eu conseguirei a quantia em alguns dias, não irá demorar!

"Ela ficou louca... Era de se imaginar". Pensou Chapeuzinho tirando as mãos da garota de sua roupa.

-Isso não é possível, eu faço parte de uma gangue sua presença não passa de um incomodo. -ela deu uma pausa e pensou. -Só se sua irmã ajudar...

-Como? -Julie perguntou confusa.

-Meu chefe adora crianças.- Chapeuzinho deu um riso malvado.

O rosto da Julie se iluminou.

-Mesmo? -ela perguntou animada.

-Sim... Daquelas que ficam nuas cavalgando em seu colo.

Seu rosto iluminado desapareceu.

-Que nojo! -Julie se exaltou- Eu nunca faria isso com minha irmã... Como tem coragem de trabalhar com esse monstro??

-Meu chefe gosta de crianças, e eu não sou uma, então não vejo como um problema.

Ela ficou parada um tempo pensando.

-Mas existe um outro jeito... -Ela murmurrou.

-Hã?

Julie entrelaçou seus braços em torno do pescoço de Chapeuzinho.

-O que você acha do meu corpo? Acha que ele é bom o bastante? -Julie perguntou com uma voz maliciosa.

Chapeuzinho olhou pra ela, vendo seus seios pequenos, cintura fina e quadril largo.

-Não sei, acho que sim? -Chapeuzinho disse em tom de pergunta querendo saber se era aquela resposta se Anna gostaria de ouvir.

-Então, porque não descobre? -ela sussurrou no ouvido de Chapeuzinho a fazendo rir.

-Tire a roupa pra mim.

Julie se afastou e fez o que ela pediu.

-Vire-se.

Ela o fez.

Chapeuzinho deu um tapa na bunda da menor.

-Use seu charmezinho com outros. -ela disse rindo- Será uma longa noite. -Chapeuzinho se virou e foi até a porta indo embora.

-Hã? Eu não acredito!- Julie se virou pra ela e correu atrás dela até a porta do quarto. -Volte aqui! -Ela berrou, mas Chapeuzinho não se virou.

Chapeuzinho já estava quase na porta da casa quando se encontrou com Cinderela.

-Então querida... Como foi? -Cinderela perguntou com um sorriso bobo no rosto.

-Ah, foi ótimo, madame! Mas creio que Julie tenha se apaixonado por mim. -Disse.

-Como se alguém não se apaixonasse por você. -Cinderela piscou.

Na saída, Cinderela abriu a porta para Chapeuzinho.

-Volte sempre, dá próxima quero que fique só comigo.

Chapeuzinho pegou na mão e Cinderela e a beijou.

-Eu irei. -ela disse.

Chapeuzinho saiu pela porta e se afastou do prédio, era hora de voltar para o destrito 7.