História Bad Woman - Glass in the Park

4:00 A.M

—Alô Dinah!

—Sim eu estou em Paris com Lauren

—Não eu não sou louca, louca seria se eu ficasse dando bandeira ai em Miami

—Conseguiu pegar o dinheiro?

—Sim, obviamente, naquela outra conta

—Ok tenho que desligar

Novamente me aninhei ao corpo de Lauren e voltei a dormir.

Lauren Jauregui POV

Levante da cama por volta das 8 da manha, meu corpo ainda estava um pouco dolorido mas a dor era prazerosa. Me dirigi ao banheiro para minha higiene matinal e logo após tomar um banho. A água relaxou meu corpo recém acordado, sai do banho e verifiquei se Camila havia acordado, por sorte não havia, coloquei um travesseiro nas costas da latina esperando que ela não sentisse falta do calor do meu corpo naquela região. Coloquei um roupão e liguei para a recepcionista me trazer o café da manhã. Enquanto esperava a comida me sentei na cama e comecei a observar Camila, literalmente apreciando-a minimamente, ela era desumanamente linda, até dormindo ou estando inconsciente do ato de fazer-se bonita. Ela era a mistura perfeita de sensualismo e infantilidade eu não sabia como duas pessoas diferentes poderiam se encaixar em uma única porque ela poderia ser o céu e o inferno de qualquer pessoa e por um minuto comecei a pensar do porque Camila traia seu marido. Será que ele não era bom de cama?, Será que ele sabia a mulher que tinha? O que fazia dele tão ordinário pra ela simplesmente me dizer que Richard não merecia sua lealdade? Ou por que ela decidiu acabar com anos de casamento? Eram tantas perguntas não respondidas e eu iria descobrir a resposta pra cada uma daquelas. Divaguei por longos minutos que foram interrompidos por batidas na porta, rapidamente fui até a porta abrindo para a mulher . A mulher entrou no apartamento onde direcionei a ela o local para deixar as coisas, ela sorria ternamente pra mim que retribui ao sorriso. A mulher era alta, tinha um corpo maravilhoso, cabelos loiros apertados em um coque perfeito e olhos azuis. Senti seus olhos sob mim.

—Ahh sim, a gorjeta eu vou pegar, desculpa!- Disse em um salto que foi detido pela voz da loira

—Não,não precisa

—Vocês não trabalham com gorjetas aqui?

—Sim,mas não quero a sua! - Eu podia jurar que ela estava dando de cima de mim

—Só se certifique que tudo que você precisa está aqui – Ela disse dando conotação ambigua e do nada a voz já conhecida por mim soa pelo quarto.

—Sim, garanto que tudo que ela precisa já está aqui!Não é amor? – Camila me abraçou por trás me fazendo sorrir de nervoso. Não precisava estar ao lado da loira pra saber que Camila estava fuzilando a mesma.

—Sim!Obrigada! - Eu disse, e Camila se desvencilhou de meus braços indo até a porta e abrindo a mesma, rapidamente a moça passou por ela e Camila a fechou.

—O que foi isso Camila? - Questionei

—Eu quem te pergunto, santa moral que você dá pras empregadas desse hotel não?

—Eu não fiz isso, apenas pensei que seria bacana pedir um café pra você

—Você não viu a ambiguidade que ela falava? Toda oferecida. Eu vou falar isso pro gerente daqui.

—Eu não vi – Menti. —Não faz isso Camila, vai acabar com o emprego dela, - Disse de forma sensata.

—Ta preocupada com ela Lauren? - Ela estava irônica.

—Não, mas é desnecessário, não ia dar moral e pronto! E isso não te ameaça a ponto de criar um grande coisa não é?- A única forma de evitar que Camila destrua aquela mulher era mostrar a ela que ela estava acima disso, e por mais que odiasse crescer a moral dela eu precisava.

—Não! - Ela se limitou ainda emburrada.

—Então história encerrada!Vem aqui me desejar bom dia. - Ela me beijou calmamente como se tivéssemos um tempo eterno.

—Deveríamos comer! - Me limitei a dizer .Camila e eu tomamos nosso café da manhã meio a uma conversa tranquila ela me disse que é louca pra conhecer o Brasil mais seu marido nunca a permitiu ir.

—Até parece que você precisava da merda da permissão do seu marido pra ir. - Disse de forma debochada

—Eram outros tempos!

—Desculpa, eu só não consigo ver essa Camila submissa que você diz. Você realmente amou ele?

—Na verdade, não como casais se amam sabe?Existia carinho, eramos conhecidos, filhos de pais ricos que se conheciam logo nos conhecemos. Ele me ajudava a escapar das festas chatas da empresa de meu pai. Aos 18 anos minha mãe foi chamada na minha escola por terem pego eu e uma menina se agarrando no banheiro. Minha mãe me tirou da escola, me fez prometer nunca falar disso com ninguém ou ao menos repetir tal ato. Depois de alguns meses ela mandou que eu arrumasse um namorado e a melhor opção que tinha era Richard. Ele sabia que não era amor mais estava 100% disposto a entrar nessas.

—Mas ele sabia que...bem você beijava meninas?

—Não. Eu jamais me atreveria a contar a ele.

—Ele foi seu primeiro rapaz?

—Na verdade não, tive uma experiencia nova mas eu não curti muito

—Eu sei como é.Então por isso você o trai hoje?

—Não. Richard era cordial, louco por mim e amoroso. Quando começou a trabalhar na empresa cada dia que passava ele ficava mais obcecado com os negócios. Se afastava de mim, saia pra viagens que eu não sabia com quem quase toda a semana. Eu pedia pra ele ficar, pra não levar a secretaria ou pra se privar das viagens por uma única semana no mês. Mas ele recusou todos os meus pedidos

—Se eu o achava idiota, agora, eu o acho muito mais.

—Odiava a secretaria dele!

—Por que você mesmo não a demitiu?

—Acho que parei de me importar.

—Mudando de assunto. Qual a programação pra hoje sra Cabello?

—Hm...Cabello?

—Gosto desse seu sobrenome.

—Bom sra Jauregui, era estar aqui com você no quarto mas acho que depois dessa animação toda eu tenha que elaborar algo

—De forma nenhuma, ficar no quarto com você é irado! - Comemorei

—Não!Eu acabei de ter uma ideia

Camila Maltel POV

Disse a Lauren para separar uma roupa confortável a morena estava literalmente confusa pra onde iriamos, afinal aquilo era Paris. Após um tempo estávamos prontas, decidi alugar um carro com motorista particular, não tinha paciência em pegar táxi. Seguimos até o local. Quando finalmente chegamos no Parc Asterix, Lauren ficou literalmente pasma e queria voltar pra casa de qualquer jeito.

—Eu não tenho idade pra isso Camila!

—Para de ser chata, é só um pouco de diversão!Parece uma velha de 90 anos

—Isso é ridículo,o que você esperava eu ir em um parque pra andar de montanha russa?

—Sim, meus pais não quiseram me trazer aqui aos 16 e agora vou finalmente entrar

—Eu não vou! - Ela bateu o pé.

—Tudo bem eu dou o ingresso pro nosso motorista bonitão e você fica esperando dentro do carro. - Foi fatal, Lauren não foi com a cara do motorista da agência logo de cara, tinha certeza que era porque ele era bonito.Ele se levantava para abrir a porta pra mim e logo era detido por Lauren com uma frase tipo: Pode deixar que eu mesma abro pra ela.

—Merda!Me dá isso logo.

Entramos no parque e diferente do que Lauren poderia imaginar era totalmente temático com pessoas fantasiadas de vikings e tudo mais. Se eu pensei que eu ficaria louca com os brinquedos do parque você devia ver Lauren. Ela apenas não queria ir nos brinquedos de altura por motivos óbvios.

—Mas Lauren a barca nem é tão alto assim. - Expliquei da forma mais simples que consegui.

—Não Camila eu não quero

—Eu te seguro pra não cair – Tentei convencê-la

—Você não ia aguentar me segurar se eu estivesse caindo. - Ela tinha total razão mas eu poderia fingir pra ela, assegurar que conseguiria.

—Pode ser, mas eu não deixaria você cair até que parassem o brinquedo. A questão é, você confia em mim? - Estendi a mão pra ela esperando que ela realmente acreditasse em mim é importante superar nosso medos. Surpreendentemente ela pegou e foi comigo até o brinquedo onde eu coloquei um de meus braços em volta da cintura dela e segurei sua mão na barra de metal que delimitava o assento duplo. Ela estava lindamente em panico e eu podia ver isso nos olhos dela. Eu não seria má com ela, digo não muito!

O barco começou um movimento lento e as outras pessoas já se animaram, mas não Lauren, ela segurava a barra de ferro com tanta força que eu podia achar que ela arrebentaria o objeto. Rapidamente a barca ganhou altura e eu não deixei de gritar e pra piorar eu amolava Lauren soltando meus braço da barra ficando livre por alguns segundos e gritava —AI meu Deus vai cair! - Lauren ria de nervoso.

—Para Camz,por favor! - Ela dizia desesperada mas no final ela havia se convencido que não iria cair, e começou a curtir um pouco mais o brinquedo. Novamente o brinquedo voltou a diminuir a velocidade e por fim parou.

—Você não é nem um pouco confiável Camila, disse que ia me segurar pra não cair e na primeira oportunidade me soltou. - Ela realmente ficou chateada com esse detalhe.

—Prometi não te deixar cair e olha!Você tá inteira. - Disse com certo ar de deboche .A cara de insatisfação da Lauren era nítido, dava vontade de rir.

—Não foi justo. - Sua voz de bebezão ressoou divertido.

—Lauren confessa que você gostou, e gostou porque eu deixei você no extremo do seu medo pra superar. - Disse o obvio.

—Não foi tão ruim no final! - Ela cedeu desmanchando a cara emburrada.

—Montanha Russa?

—Camila! - Fui repreendida e literalmente ignorei a mesma, puxando a pelo braço parque a fora.

—Anda! Parece uma velha chata reclamona.

Fomos em todos os brinquedos do parque vimos as apresentações molhamos as roupas nos brinquedos de água e acabamos tendo que comprar outras.

Saímos do parque e eu e Lauren estávamos super felizes, foi incrível aquela tarde, totalmente diferente da rotina que viviamos. O mais engraçado quando eu e ela estávamos na fila da montanha russa e eu não conseguia fazer um nó na minha blusa e Lauren começou a fazer um belo laço. Uma menininha na fila perguntou pra mim se Lauren era minha namorada e nos entreolhamos antes de responder, a menina que logo foi repreendida pela mãe. Negamos o namoro, foi fofo ela me dizer no meu ouvido que acha que Lauren gostava de mim e que ela era bonita.

—Não vai mesmo me dizer o que a menina disse Camila? - Nunca imaginei que Lauren era tão curiosa.

—Não!É o nosso segredo Lauren

—Mas você nunca mais vai vê-la de novo - Argumentou

—Não importa! - Disse finalizando a discussão e fazendo Lauren bufar.

Nos dirigimos novamente ao hotel e aquele dia estava somente no inicio.