História Balança - Capítulo Único

Kim Hanbin olhava-se fixamente naquele espelho que lhe dava uma visão completa de seu corpo. Algo parecia sobrando em si, por mais que apenas o moreno fosse capaz de visualizar tal coisa; sua barriga estava incomodando-o, ela parecia estar ocupando mais espaço do que deveria.

Hanbin sempre fora magro, então porquê de repente havia tornado-se tão "gordo"? Seu peso incomodava-o, seu corpo dava-lhe desgosto. Já não usava mais roupas leves, pois estas revelariam aos olhos alheios o quão acima do peso ele estava. Mesmo ali, completamente sozinho de frente para aquele espelho, ainda sentia-se profundamente envergonhado por sua aparência.

Francamente, estava horrível, deveria parar de comer de uma vez, fazer algo para sair daquela situação.

XX

Na escola o moreno não se sentia bem acolhido, sempre havia alguém que comentava que ele tinha ganhado peso. Ora, o que uns quilos a mais fariam de tão ruim a um corpo tão magro quanto o do pobre Hanbin? Aparentemente, engordar era como cometer o pior dos crimes. Imperdoável, inaceitável. O garoto sentia-se cada vez mais pressionado.

Subir na balança na aula de educação física, para a pesagem mensal, tornou-se tortura. Por que todos pareciam especialmente curiosos sobre o quanto ele pesava?.

Todos menos ele.

Kim Jiwon parecia tão atento ao celular que mal notara quando sua vez chegou, ele era sempre sociável e não havia uma alma sequer na classe que não conversasse com ele.

Bem, isso não incluía Hanbin. Ou melhor, ele mesmo não se incluía.

Para o Kim menor, socializar-se significava ouvir mais comentários e, enquanto os dígitos na balança não diminuíssem, não se permitiria fazê-lo.

—Certo, Hanbin, está pesando cinquenta e oito quilos.-O professor disse.

O moreno chocou-se ao ouvir tal coisa, esforçava-se todos os dias para abaixar seu peso. Já não jantava mais e negava-se a comer de tarde, então como poderia ter pedido um mísero quilo?.

Saiu dali perplexo, estava tão preso aos próprios pensamentos que não viu seu celular cair do bolso da calça de ginástica. Quem viu foi Kim Jiwon, que pegou o aparelho e tentou chamar a atenção do colega de classe, sem sucesso. Pesou-se rápidamente, atendendo a  aquela idiotice que faziam-o passar mensalmente; a pesagem só servia para que as pessoas tivessem mais comentários maldosos para distribuir.

Saiu na direção que o menor seguira, com sorte acharia-o antes de voltarem para sala, pois nela seria impossível de falarem-se. Kim Hanbin só abria a boca para responder a chamada, seus amigos eram de outra sala e ele não fazia questão de se relacionar com ninguém.

O pobre moreno não sabia do veneno que escorria daquelas amizades que mantinha, eram das bocas de seus "amigos" que saiam os piores comentários acerca de seu peso. Ele tratava aquilo como uma forma de seus amigos cuidarem de si, achava que comentavam sobre ele apenas porquê estavam preocupados.

Um engano. Um grande engano.

 Jiwon enfim alcançou o menor, sentado atrás da arquibancada onde ninguém o acharia, Hanbin olhava os próprios pés, o rosto não tinha emoção alguma. Na mente ecoava a voz do professor, expondo-lhe seu fracasso; mal ouvira o maior se aproximando e assustara-se quando ele sentou-se ao seu lado, estendendo-lhe seu celular.

A verdade era que Jiwon sempre esteve curioso sobre Hanbin, estudavam juntos a anos e o mais alto sempre observou-o e, por fazê-lo, notou a diferença no peso do Kim menor. Seus braços e pernas estavam desaparecendo, os ossos eram destacados cada vez mais; os olhos tornaram-se mais fundos e a barriga mal fazia volume nas roupas.

Mas ainda não era o bastante...

—Obrigado. -O sussurro saíra quase inaudível. Jiwon sorriu.

—ocê não me escutou antes, certo? Eu o chamei diversas vezes. -Tentou iniciar um assunto, o menor sempre parecera interessante ao seu ver.

—Me desculpe, estou um pouco desligado. -O moreno levantou-se, tirando a poeira da calça.

Sempre a mesma barreira...

Andou lentamente até escutar Jiwon chamando-o novamente, virou-se exibindo um semblante desinteressado.

—Eu gostaria de ser seu amigo, Hanbin. -Sorriu novamente, gostando de ter surpreendido o outro.

Quem gostaria de ser amigo de alguém como Kim Hanbin? Ele nem mesmo conseguia controlar o próprio peso, como poderia estabelecer uma amizade com o maior? Era impossível.

—Tudo bem. -Respondeu, surpreendendo-se consigo mesmo. 

“O que deu em mim?”

—Me dê seu número, posso te enviar mensagens, certo?-O moreno concordou, ditando-lhe o que fora pedido.

Já nem mais se lembrava do que era trocar mensagens, seus "amigos" não faziam-o consigo e ele apenas aceitava.

 Depois do estranho interesse de Jiwon em sua amizade, ficara pensativo novamente. Pensava em qual refeição seria melhor cortar; não poderia ser o almoço, sempre comia-o sob o olhar da mãe e ela ditava as quantidades que deveria comer, por isso não precisaria se preocupar com o mesmo.

Desde que não jantava há meses, decidiu que o café da manhã seria o próximo a ser removido. Nunca gostou da sensação que comer de manhã deixava-o.

  XX

Hanbin achava um tormento ir para casa mais cedo nos dias de pesagem. Era assustador, pois sabia que a mãe perguntaria-o sobre seu peso.

Ela o faria dizer, sabia que faria.

Suas mãos tremiam dentro do bolso do moletom, tentava acalmar-se por meio de sua playlist, mas parecia que as músicas apenas liam seu destino, contando-o sobre a dor que sentiria.

  —E-estou em casa. -Fechou a porta atrás de si, entrando lentamente

.
Não ouviu resposta e permitiu-se agradecer baixinho, subindo as pressas para seu quarto. Trancou a porta, nunca era seguro deixá-la aberta; alguém poderia ver seu corpo e isso seria horrível. Virou o espelho de frente para a parede, só por alguns minutos, permitiria-se esquecer de que estava acima do peso.

Aumentou a música nos fones e deixou-se chorar.

“Você ganha peso com facilidade, não pode perdê-lo assim também?”

“Yah, Hanbin, não acha que deveria fazer uma dieta?”

“Ultimamente você tem ganhado peso, não é? Posso ver sua barriga um tanto saltada.”

Os comentários o inundavam, o pobre Hanbin nunca ficara mais de cinco quilos acima do torturante "peso ideal" e, ainda assim, todos viam problema no seu pequeno aumento de peso. O garoto era perfeitamente saudável, mas seus quilos a mais o condenavam, deixavam-o abaixo dos outros.
Era assim que se sentia, menos do que qualquer outra pessoa.

 Assustou-se com o celular vibrando.

Mensagem de número desconhecido:
Olá, aqui é o Jiwon, estou enviando isso apenas para que possa salvar meu número.

Então era assim a sensação de receber uma mensagem? Era bobo, mas deixou o menor um tanto feliz. Após salvar o número do maior, seguiram conversando sobre coisas aleatórias, de modo que se conhecessem melhor. Até que Jiwon ousou perguntar-lhe, estava curioso sobre aquilo há tempos.

“Por que não fala com ninguém na sala ? Você não é desinteressante, tem algum motivo específico?”

A pergunta pegou Hanbin de surpresa, ele não queria explicar ao outro por tudo que passava. Era cedo demais para que conhecesse sua dor. Deu-lhe uma desculpa qualquer que o maior aceitou apenas por não querer forçá-lo a falar nada.

Até agora, Hanbin provara-se alguém interessante do qual pode-de levar uma conversa leve e divertida; não entendia o que seus colegas de sala viam de ruim nele.

Contudo, Hanbin sabia; ninguém iria querer amizade com alguém como ele.

XX

Meses passaram-se, mas o reflexo no espelho ainda parecia tortura, quando aquele peso extra sumiria? Hanbin já não fazia questão de comer em nenhuma das refeições do dia, por vezes passara o dia todo sem nem olhar para a cozinha. Dizia estar enjoado, qualquer coisa que lhe ofereciam permanecia intocada. Trancava-se no quarto, sentindo cada célula clamar por alimentação.

55.6kg

Não era o bastante, não podia comer ainda.

Os ossos mais aparentes, a pele pálida, os olhos fundos, as olheiras negras, a fraqueza sempre presente. Como ele conseguia se manter em pé? Mal comia, mas ainda parecia forte de certa forma.

Cambaleou até a cama, haviam dezenas de mensagens de Jiwon, perguntava-o se queria sair consigo para comer algo e conversar.

Comer.

A coisa que mais odiava era, sem sombra de duvidas, comer e fazê-lo em público era pior ainda, as pessoas saberiam que ele estava saindo de sua dieta doentia. Saberiam que ele estava comendo demais; isso assustava-o, estava quase lá, não podia perder o foco, mas não podia negar a compainha do outro, Jiwon nunca comentava sobre seu peso, ele tinha educação o bastante para não expor o menor. Gostava disso nele, sentia que poderia fugir um pouco da sua realidade catastrófica quando estavam juntos.

“Hm, eu não sei sobre comer, mas podemos conversar.”

Jiwon bufou alto, todos os esforços para reverter a situação de Hanbin, mesmo que indiretamente, sempre iam por água abaixo. Ele se preocupava com o quão frágil o garoto vinha se tornando, mas o Kim menor fazia parecer que não queria emagrecer. Sempre que o perguntava, dizia que apenas não sentia fome, estava enjoado ou qualquer outra desculpa.

Como alguém poderia não estar com fome depois de uma exaustiva aula dupla de educação física? Era impossível.

XX

Decidiram ficar na casa do maior, pois nunca iam á casa de Hanbin, de qualquer forma; se fossem poderiam descobrir as embalagens de biscoitos e salgadinhos escondidas. Eram o refúgio de Hanbin, ele se destruía aos poucos e quando chegava perto do limite, se permitia comer um pouco. Aquela porção que não sustentaria nem mesmo uma criança de pé...

 A casa do maior trazia um sentimento bom para o moreno, no primeiro dia que foi ali, a mãe de Jiwon até disse que ele era magro. Ela era tão educada quanto o filho, Jiwon tinha a quem puxar

.
Logo os dois jovens estavam de frente para o video game do maior, jogando um jogo de luta qualquer. Jiwon sempre perdia, seus olhos estavam centrados no menor; tentando desvendar o que lhe fazia querer emagrecer tão ávidamente.

Mas Hanbin jamais o diria.

Nunca contaria para o maior que sentia dor quando, numa briga de família comum, insultavam-o por seu peso. Seus lábios jamais abririam se fosse para delatar seus "amigos", contando das vezes que o deixaram triste e desamparado por concordar com sua família a respeito de seu peso. Hanbin queria suportar sozinho, afinal era apenas seu próprio corpo que precisava de mudanças.

Ninguém precisava se intrometer.

 
 Jiwon levantou-se de repente, sorria esquesito para o menor. Tinha um plano.

—Ei, Hanbin, minha mãe fez aquele bolo de chocolate e deixou um pedaço especialmente para você.-Que sua mãe o perdoasse por nomear um bolo de padaria como sendo dela, mas era por uma boa causa.

Hanbin se viu numa enrascada, estava com fome. Sempre estava com fome. Entretanto, não poderia comer algo como aquilo; seu peso aumentaria novamente.

—E-eu não estou com fome. -Mentiu, sem encarar o outro. 

—Não precisa ficar envergonhado, venha. -Puxou-o pela mão, levantando-o.

Hanbin já formulava em sua mente uma desculpa efetiva para não comer muito, visto que o maior não o deixaria escolhas. O moreno amava doces e não poder comê-los com a liberdade que fazia-o antes, era estranho; as vezes estar de dieta era sufocante.

 Jiwon notara o desconforto do menor, odiava ter que fazê-lo comer, mas estava preocupado. Quantos dias mais ele poderia manter-se daquele jeito sem que parasse no hospital?.

 Sentaram-se na mesa da cozinha, o maior serviu-os rápidamente. Hanbin comia lentamente, tentando pegar a menor quantidade possível; mesmo não sendo nada nutritivo, seu corpo implorava por qualquer alimento que fosse.

Logo o moreno devorava o pedaço de bolo como se o mesmo fosse sumir de seu alcance; suja-se como criança e parecia estar gostando de comer.

Jiwon estava impressionado, mal tocara no pedaço em seu prato, jamais pensou que fosse ver Hanbin comer daquele jeito. Estava acostumado as desculpas e a vê-lo sustentar-se de míseras balas durante o período das aulas.

 Quando o menor terminou de comer, deu-se conta da loucura que havia feito, devia ter se controlado, na verdade, não deveria nem mesmo ter aceitado! Abaixou a cabeça em total desespero, apenas uma solução acendia-se em sua mente. Nunca havia feito aquilo antes, mas sabia ser eficaz.

—Você se sujou todo!-Jiwon forçou um riso, pegando um guardanapo de papel e levantando o rosto do menor, de forma que pudesse limpá-lo.

Seus olhos fitaram profundamente os do outro, ele podia ver o medo e o arrependimento estampados nas orbes escuras. Aquilo estava o matando.

“Vamos lá, Hanbin! Você pode fazer isso se permitir!”

Repetia mentalmente, tentando mostrar ao menor que ele não havia feito nada de errado.

—Eu preciso ir ao banheiro.-Levantou-se, andando rápidamente.

Jiwon mordeu o lábio inferior, aflito e totalmente consciente do que aquilo poderia significar.
 
 As mãos estavam trêmulas, um nó prendia-se em sua garganta, as lágrimas acumulavam nos olhos não ousando deslizar pelo rosto. Respirou fundo algumas vezes, aquilo era tão assustador! Trouxe a mão direita até os lábios.

“Vai ser rápido!”

Introduziu o dedo indicador lentamente, sentindo-o raspar em seus dentes.

“Você consegue!”

O corpo já dava pequenos sinais, reagindo a escolha do moreno.

“É necessário!”

Era mesmo? Se fosse conseguiria terminar o que começou. Não estaria com a ponta do indicador entre os dentes, mordendo-o; não estaria fazendo o máximo para segurar o choro. Não estaria em pânico.

 Do lado de fora do banheiro, Jiwon tinha sua orelha colada a porta. Conseguia ouvir pequenos ruídos, mas nenhum remetia ao que pensou que o menor fosse fazer. Ele parecia estar conversando consigo mesmo, tentando acalmar-se; aquilo deixou o coração do maior pesado, parecia tão injusto.

Voltou para seu quarto, sentando-se sobre a cama, pensou se deveria mesmo falar com ele sobre aquilo. Esteve curioso por meses; o que o motivava a continuar diminuindo seu peso? O que ele via de errado em si mesmo?

Hanbin entrou no quarto pensando ser capaz de disfarçar os olhos levemente avermelhados, mas nada escapava do olhar atento de Jiwon.

Contudo, ele sempre escolhia ficar em silêncio e tratar o outro como se nada houvesse acontecido. Talvez conseguisse ajudá-lo assim...

XX

Mais meses passavam-se, menos comida era ingerida, mais preocupação era gerada. Jiwon estava decidido, finalmente conversaria sobre aquilo com o amigo; alguém do seu tamanho não podia estar bem pesando apenas cinquenta quilos, era completamente impossível.
 
 O menor estava finalmente ali com ele, apesar de parecer extremamente distante. Hanbin estava feliz, havia atingido o peso perfeito.

Oito quilos abaixo de seu peso ideal.

Agora ele comia, mas tão pouco que era quase como se não o fizesse. Sempre escolhia uma refeição para realizar; se almoçasse, não jantava e vice-versa; abandonara o café da manhã completamente, sempre ia para a escola de estômago vazio.

 Os olhos atentos de Jiwon observaram antes de soltar o ar e finalmente dar início a tão esperada conversa.

—Hanbin, por que você está sempre de dieta?-Perguntou, fingindo um tom desinteressado.

—Hm, eu precisava emagrecer, estava um pouco acima do peso, sabe?-O menor sentiu um arrepio percorrer sua espinha. Será que não havia sido o bastante?.

—Mas você está bem agora? Digo, parece estar pálido. -Jiwon surpreendeu-o com sua fala.

—Pálido? Mas é claro que eu estou bem, Jiwon!-Afirmou, ficando assustado com o rumo que aquela conversa poderia tomar.

—Se está mesmo bem, por que está mentindo?-Olhou nos olhos menor, ele encarava com medo.

—De onde você ti...-Foi interrompido pelo outro, Jiwon estava mais do que cansado de não poder cuidar dele.

—Pare com isso, por favor. Nós dois sabemos que não está bem. -A voz saíra um tanto embargada, mas não menos séria.- Hanbin, por que você está fazendo isso consigo mesmo? Não percebe o quão fraco está? Isso não é bom!-Segurou nos ombros do moreno, quem desviou o olhar.

No início só queria que as pessoas parassem de falar de si daquele jeito, mas depois qur todos pararam de comentar, sobrara apenas a obssessão em manter o peso. Não era mais por ninguém, tornara-se apenas uma alienação implatada no fundo de sua mente. Algo que não conseguia se livrar. Os comentários mudaram de alvo, agora todos diziam que estava magro demais e aparentava estar doente.

Contudo, o menor não tinha ouvidos para esses comentários; não ouvia nem quando sua mãe dizia-lhe para comer um pouco mais. Estava tão centrado na sua ideia de corpo perfeito, que esquecera-se de que não era mais preciso esforçar-se, não havia mais nada para "conquistar".
 
 As lágrimas começaram a molhar-lhe a face, estava desesperando-se só de cogitar a possibilidade de ter ido longe demais. Olhou para si mesmo e, pela primeira vez em meses, pode enxergar o estrago que fizera em si mesmo: os ossos aparentes, a pele esbranquiçada num nível preocupante, as veias destacadas.

Assustador.

Não havia palavra melhor para descrever a situação. Suas mãos tremiam tanto que sentia os ossos doerem, levou-as até seu rosto. As bochechas, antes um tanto salientes, agora estavam tão fundas quanto seus olhos; os lábios estavam secos e rachados, nem mesmo os cabelos estavam como antes.

  —O que eu fiz, Jiwon? O que eu fiz!?-Enroscou os dedos nos próprios fios, puxando-os; engasgava-se com os próprios soluços.

—Não importa o que tenha feito, nós vamos consertar. Você é perfeito para mim, Hanbin. -Sussurrou-lhe.

Jiwon abraçou-o forte, tentando acalmá-lo. Sentia uma dor absurda em vê-lo assim, mas se consolava pensando que poderia ter sido pior se jamais tivesse aberto os olhos do menor.

 Naquela tarde, Hanbin prometeu que cuidaria de si mesmo e Jiwon prometeu-o estar lá para qualquer coisa que ele fosse precisar.