História Balance (Jimin imagine) - Begin

X Mensagem de texto enviada às 16:35h X

Eu: Taetae, por favor
Eu: eu te imploro
Eu: me dá um motivo pra eu sair dessa aula!!! Não tá dando!
Taehyung hyung: hahahha! Achava que você gostava desse professor...
Taehyung hyung: eu tenho um ótimo motivo
Taehyung hyung: na verdade, um EXCELENTE motivo
Taehyung hyung: me encontra na portaria em cinco minutos

Era uma sexta-feira em que eu havia começado com os dois pés esquerdos. O verão soltava suas asinhas e me expulsou da cama suando como uma porca assada às seis da manhã. Logo depois, quando fui tomar um banho para resolver a nojeira que a noite de junho me proporcionava, o chuveiro de casa resolve ter um daqueles dias temperamentais em que você só escolhe entre um banho no Alasca ou um banho no inferno.

Ok.

Meu humor costuma ser tão brilhante quanto um clipe da Madonna nos anos 80 ou um blazer do PSY, mas aquela sexta estava me surpreendendo. Até o café da minha máquina super cara que gastei uma FORTUNA para comprar com meu rico dinheirinho estava com gosto de merda.

A cereja do bolo parecia ter chegado e eu nem havia terminado o café da manhã: eis que Jungkook, meu irmão mais novo, resolve me ligar.

- O que foi, peste? - atendi com todo o carinho que era disponível em minha alma.

- Noona? - eu tive certeza que ele estava parado rolando os olhos de um lado para o outro sem entender minha grosseria. Dane-se.

- Sou eu, Jeongguk. - disse respirando fundo. - desculpa, o dia 'tá meio... estranho. O que você quer?

- Queria saber se está tudo bem se eu for na festa da faculdade.

- A gente tem pai e mãe, Jeon Jeongguk! Pra que perguntar pra mim?

- Mamãe disse que você é minha responsável aqui em Seul.

- Você tem vinte fucking anos.... - eu tentava lidar com essa falta de independência dele da melhor forma possível, mas e o café com gosto de cocô ficava como?? - vá se quiser. Não vou te proibir; além disso nós nem moramos juntos.

Ele me agradeceu e desligou, me fazendo rolar os olhos. Aliás, esse movimento eu faria MUITAS vezes naquele dia.

Continuando meu dia que aparentemente tivera o roteiro escrito  pessoalmente por Satanás, e peço perdão aos religiosos por isso, quase caio no chão pois as pessoas aparentemente não sabem entrar no metrô sem parecer que estão no cast do filme Sparta; chegando na universidade descubro que a primeira aula estava cancelada e a biblioteca estava fechada por algum motivo.

Fui até a parte central do campus e lá estava um grupo de meninas que tinha apenas um objetivo na vida universitária: que esta fosse exatamente como em American Pie. Isso, na cabecinha de nabo delas, dava-lhes o direito de serem extremamente mal educadas por serem ricas e perseguirem gente como eu, que não fazia lá o padrão estético coreano.

Logo a "líder" da coisa toda, que se vestia irritantemente de rosa todos os dias, me viu e veio me cumprimentar no clima que aquela sexta-feira se agitava.

- Ei, estranha! Me irrita ter que olhar pra esse seu cabelo enrolado. Porque não alisa isso? Ou esconde, sei lá. Não sou obrigada.

- Olha pro outro lado e não enche o saco, então. - Eu respondi rapidamente enquanto andava para qualquer direção até avistar um amigo no meio da multidão de estudantes caminhando, lendo, escutando musica e fazendo mil coisas pra lá e pra cá.

Só havia uma pessoa em todo o universo que combinaria com meu humor funerário. E lá estava Min Yoongi ignorando solenemente qualquer indivíduo que se locomovesse em volta de seus fones de ouvido. Sentei-me na mesa de pedra ao ar livre em que ele estava, o fazendo ignorar as coisas um pouco menos.

- Você não tem aula não, mulher?

- Teria se não cancelassem por qualquer merda. Ou se estivesse viva. - arregalei os olhos ao dizer a última frase, o fazendo rir de leve.

- E essa sua cara de bunda é por isso? - obrigada por ser assim, Min Yoongi. Obrigada.

- Várias coisas. Pra começar, que bicho te mordeu pra você ficar aqui fora nesse calor?

- Os alunos da engenharia fizeram qualquer merda aí e interditaram a biblioteca. Estou com tanto ódio dessa gente que mal posso colocar em palavras. Era o único lugar com ar condicionado aqui.

- Ah, foram eles? - ele meneou a cabeça em afirmativo.

- E eu aposto um refrigerante que o Taehyung tem a ver com isso. - Yoongi disse, me fazendo rolar os olhos. Eu nem apostaria pois tinha certeza absoluta que Taehyung tinha MUITO a ver com aquilo.
Ao falar nele, recebemos uma mensagem em nosso grupo de amigos, do próprio. 

X Mensagem recebida às 08:37h  X

Taehyung hyung: gente
Taehyung hyung: os carakkkkkkkk
Taehyung hyung: soltaram uma bomba na biblioteca
Taehyung hyung: mas assim, bomba do BEM
Taehyung hyung: daquelas que soltam só um fedorzao sabe
Taehyung hyung: mas enfim
Taehyung hyung: kkkkkkk
Yoongi: Taehyung manda uma mensagem falando tudo de uma vez pelo amor de deus.
Nam: obrigado, Yoongi.
Taehyung hyung: OK
Taehyung hyung: continuando.
Taehyung hyung está digitando...

- Esse merda foi e acendeu a bomba de fedor na biblioteca apenas para se vingar da inspetora. É um gênio mesmo. - Yoongi bloqueou a tela do telefone mal querendo saber do desfecho da história. Fiz uma cara confusa. - Ela fez o Taehyung trabalhar lá uma semana por tentar pegar livros com a carteirinha do seu irmão.

- Do Jeongguk????\\\ Que diabos..?!

- Que eu saiba o Jeongguk é seu único irmão, S/N. E ele entregou a carteirinha pro Taehyung para testar se alguém saberia a diferença entre eles. Até essa coisa da biblioteca eles tinham ficado 2 meses com as carteiras trocadas. E pelo visto ninguém te falou nada...

- Eu vou matar aquele pivete... - eu apertei meus olhos com as mãos, apesar de não estar nem um pouco surpresa. Tae e Jungkook juntos NUNCA faziam boa coisa.

Prova disso era que o Jungkook trocou o nome do contato do Taehyung para "Taehyung hyung" e de alguma forma bloqueou para que eu  não comseguisse trocar de volta. Segundo os dois era engraçado falar ~hyung hyung~ duas vezes.

OK.

Para poupar-lhes de meus infortúnios medianos durante o almoço, mais duas horas de intervalo inútil graças a mais um cancelamento (e ao Taehyung), e depois a aula que eu achei que me salvaria o dia mas fora um debate nada produtivo, vou voltar ao ponto inicial que provavelmente foi o início do fim da linha para mim. Entenderão jájá.

Taehyung me disse para encontrá-lo na portaria do meu departamento e pra lá eu fui, depois de dirigir um olhar para meu professor que basicamente dizia: "me desculpe, mas meus colegas de classe estão presos na idade média e por isso algo substancial apareceu no bar com meus amigos". Sim, pois era o que meu melhor amigo fazia de melhor: arrancar todos nós da sala de aula única e exclusivamente para encontros inadiáveis com o soju.

- S/N, vamos para o lugar de sempre. Os meninos vão chegar logo.

- Legal, quem está indo hoje?

- Ah, você sabe. Todo mundo...

Taehyung sempre fazia questão de enumerar pessoa por pessoa que estaria na ocasião, tivesse a lista 2 ou 500 pessoas. Mas, do nada, ele resolve me dar uma resposta dessas. Mas eu, como sou uma estúpida, nem percebi. E esse foi meu primeiro erro.

Ao chegar no bar, nos sentamos e nossos amigos foram chegando aos poucos. Primeiro Seokjin, que vinha trazendo uma sacola ENORME de compras, entre comida e livros, pedindo urgentemente uma bebida pois a semana de exames finais estava chegando e ele hibernaria (assim como todos nós) nas matérias.
Depois vieram Namjoom e Yoongi, que faziam algumas matérias juntos, conversando sobre qualquer coisa. Yoongi estava meio corado pelo tempo que ficara ao ar livre (mesmo que na sombra) e não fez questão de esconder sua insatisfação e vontade de trucidar Kim Taehyung ali mesmo.

O próximo a chegar - e receber olhares mortais dessa vez de mim - fora Jungkook, o trocador de carteirinhas estudantis, falando sobre um jogo que eu mal conhecia.

Hoseok fora o último a chegar e trazia consigo algo meio...... inesperado. Algo não, alguém. Alguém extremamente familiar e com voz e sotaque inconfundíveis que haviam permanecido nas profundezas das minhas memórias: Park Jimin.

O cara com quem eu tinha perdido a virgindade.

E que foi uma merda.

Assim como minha sexta-feira estava uma merda até aquele ponto.

Depois disso, o que poderia ser pior do que merda? Ainda procuro um palavrão que possa se encaixar.