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História Barraca do Beijo - Um lamento LAMENTO


Escrita por: Freakyfics

Notas do Autor


Duplo capítulo Aoiha? Sim
Vou dar uma pausa no Reituki pras duas histórias continuarem na nesma linha do tempo okz? Okz

Vamos ficar tristinhos um pouquinho? :( eh só um pouquinho, juro <3

To trabalhado em Required Malfunction, quem puder vai la dar amor pra ela <3

KISSUS E BOA LEITURA <3

Capítulo 17 - Um lamento LAMENTO


Quando ja não havia mais luz, achei que era melhor ir pra casa.

Amanhã tinha aula, e mamãe ia me matar se e eu chegasse tarde.

Mas como você tira a criatura mais aconchegante do mundo de cima de você?

Inspirei profundamente, o nariz colado contra os cabelos de Kouyou e ele todo encolhidinho contra o meu corpo, mesmo na noite quente. Ele tinha cheiro de shampoo, suor e um pouco de grama, por ter rolado nela comigo. Ri dos meus próprios pensamentos.

Ele ergueu o rosto e olhou pra mim.

- O que foi?

- Não é nada! É só que... Você está com cheiro de grama.

A expressão dele se contorceu em interrogação. Ri de novo e apertei os braços em torno dele.

- Você não sabe quantas vezes eu imaginei fazer isso.

Kouyou sorriu, mas ao invés de deitar a cabeça de volta no meu peito ele apoiou os braços na minha barriga e a cabeça por cima deles, virando de lado no chão para poder olhar pra mim.

- E... o que mais você imaginou?

Senti a cara esquentar.

- Bom... coisas simples... poder mexer no seu cabelo, pegar na sua mão... - estiquei a mão e afastei a franja dele, que ficava caindo em seus olhos. - Coisas de... gente besta, e apaixonada.

O olhar dele amoleceu, e sua mão buscou a minha, entrelaçando nossos dedos.

- Assim?

- É.

Fiquei olhando aquele rostinho bonito, ainda estranhando o corte radical de seus cabelos. Seus olhos acompanharam os meus.

- Não gostou?

Balancei a cabeça.

- Você fica lindo de qualquer jeito. Só... queria saber por que cortou. Você ficou estranho quando eu perguntei.

Ele fechou a cara e balançou a cabeça.

- Podemos conversar sobre isso se você quiser. - brinquei cuidadosamente com os dedos dele, borbulhando de curiosidade, querendo desesperadamente que ele se abrisse. - Ainda tenho um tempinho antes de ter que ir pra casa...

Isso fez com que ele sentasse de repente.

- É verdade! Ja está tarde... sua mãe vai...

- Ta tudo bem. - sentei também. - Ainda da tempo de...

Ele balançou de novo a cabeça e se aproximou.

- Não. Não quero uma conversa desagradável agora. Quero aproveitar... o máximo que eu puder de hoje.

Senti como se meu corpo fosse entrar em ebulição com os pensamentos um tanto indecentes que passaram pela minha cabeça, mas algo me dizia que não era nada disso que ele queria dizer. Ri, sem graça.

- Você está falando isso como se a gente não fosse se ver amanhã na escola... Esta faltando como se... fosse uma despedida.

Kouyou desviou o olhar para nossos dedos entrelaçados e suspirou.

- É tipo isso.

Ah não.

Não.

- O-o que? Pera... agora você tem que me falar! Como assim "tipo uma despedida"? Aonde você vai?

O loiro sacudiu a cabeça, ainda sem olhar nos meus olhos, e respirou fundo.

- Vou voltar para Tokyo no final do ano letivo.

Saber que ainda veria ele amanhã desacelerou um pouco meu coração, mas não me deixou menos chateado.

- Tão... Tão cedo? Por que?

- Por que então vou para um internato em Kyoto. Meus pais... querem que eu tenha a melhor educação que posso. Eu só vim pra cá para passar um tempo com o vovô como... punição deles. Eles acharam que estando em uma cidade tão pequena e tendo que ajudar no templo eu consertaria esse meu jeito mas... - ele finalmente ergueu os olhos pra mim, sorrindo. - Acho que apenas piorei.

- Consertar seu jeito? Mas não precisa consertar nada! Você é perfeito! Eu sei que falo isso porque sou idiota e tenho uma paixão platônica enorme mas é verdade!

Kouyou me puxou para frente e me beijou de novo, de modo afoito.

- Você é mesmo um idiota com uma paixão platônica. Mas... meus pais não gostam tanto assim do meu cabelo, das minhas roupas, minhas músicas... eles acham que não vou ser ninguém se continuar assim. Eles se acham importantes demais pra ter um filho "ninguém"...

- Seus pais tem dinheiro. Muito dinheiro, aposto.

Kouyou deu de ombros.

- Suponho que sim. Meu pai é diretor de uma empresa grande de comércio de peixes. - ele tocou de leve a ponta do meu nariz com o indicador, sorrindo. - Nada daquilo deles serem pescadores, como todo mundo acha.

Ofereci um sorriso de volta, mas Kouyou deixou o dele escorregar dos lábios e sua expressão se tornou amarga.

-Não queria ser assim... sabe? Queria ser mais inteligente, gostar das coisas que papai me oferece e das roupas que mamãe compra mim... eles sempre se esforçaram tanto... - Kouyou passou os dedos pela própria franja, pensativo. - Foi ela que cortou meu cabelo. Ficou brava enquanto conversávamos sobre o internato... eu disse que não queria ir. Eu sei que eles só querem o melhor pra mim mas... eu disse pra ela que talvez quisesse terminar o colegial aqui. Ela gritou bastante. Pegou a tesoura e cortou um pedação fora. Tive que ir arrumar o corte no cabelereiro e vovô acalmou ela um pouco. Mamãe cresceu aqui, mas odiava a cidade por ser tão pequena e nunca ter nada de mais. Acho que eu não devia ter contado pra ela sobre como estava sendo viver aqui e parecer tão feliz... Não queria chatear ela. Queria estudar na escola boa e me formar pra ser diretor de uma grande empresa igual o papai, casar com alguma moça e ter netinhos pra ela, mas...

Os olhos dele encheram de lágrimas, e eu quase cheguei a ouvir meu próprio coração rachar em zilhões de pedaços.

Queria muito abraçar ele, mas agora não sabia se devia. Cautelosamente coloquei as mãos na cintura dele, e deixei que ele mesmo se aninhasse contra mim. E agora ele estava chorando bastante. Eu fiquei engolindo meu próprio choro pra tentar me concentrar em consolar ele, apenas apertei meu abraço e fiz carinho nele, esperando ele se acalmar.

- Não queria gostar tanto de tudo que eu tenho aqui... mas eu gosto tanto... tanto...

A voz dele sumiu até virar um sussurro, mas eu ouvi quando ele disse as cinco palavras que me fizeram não conseguir mais segurar o choro.

- Eu gosto tanto de você.


Notas Finais


Gente esse foi um dos chaps mais tristinhos que eu ja escrevi pqp T.T

Twitter para afogar as mágoas: @TiaFreaky


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