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História Barriga de Aluguel - Proposta


Escrita por: MrsRodriguez

Notas do Autor


Alô Alô!!! Se to feliz com o resultado do primeiro capítulo? Nem... 😂😂😂❤️

Boa leitura.

Capítulo 2 - Proposta


Fanfic / Fanfiction Barriga de Aluguel - Proposta

 

"E apesar de rir e fingir que não me importo, eu me importo sim. Tem dias que gostaria de ser diferente, mas isso é impossível. Estou presa ao caráter com qual nasci, e mesmo assim tenho certeza de que não sou má pessoa. Faço o máximo para agradar a todos, mais do que eles suspeitariam.”


— O diário de Anne Frank. 

 

 

   21 de Setembro, 2015.

 

Duas semanas, duas angustiosas semanas sem receber se quer uma notícia do meu pai. Eu sentia que tinha algo estranho acontecendo. Desde que sai da Inglaterra papai não me deixava em paz um segundo, me ligando todos os dias com o mesmo papo "Está comendo bem querida?" "Sei o quanto você odeia ser mandada, mas não arrume briga com sua chefe, nem com nenhuma espanhola. Não tenho dinheiro ao menos para beber com meus amigos, imagine para tirar minha bebêzinha da prisão." Ele sabia que eu e dona Cerys não nos dávamos bem, mas não sabia das humilhações que ela fazia quando tinha vários clientes no estabelecimento. Se o Senhor Owen descobre já posso comprar minha passagem e voar para minha cidade natal Clovelly, uma pitoresca vila de pescadores localizada no sudoeste da Inglaterra. Aaah, saudade!

Espantei meus pensamentos indo me trocar no pequeno cômodo que tínhamos na cafeteria. Era, uma nova segunda-feira, agora não tão movimentada. Estava dando vinte e duas horas, o que significava que eu já poderia me retirar. Vesti minha calça preta inseparável, uma blusinha branca e um tênis branco e preto. Sai do cômodo sorridente, estava com uma grande esperança de ligar para o meu pai e receber boas desculpas pelo seu grande sumiço.


— Cachorra, já estou indo. – disse alto olhando Harriet que ainda limpava o balcão cheio de café.


— Ok, daqui a pouco o Francesco vem me buscar. – ela deu um sorrisinho malicioso ao citar o nome do namorado. Fiz uma careta e rimos. Paramos de rir quando a grande porta de vidro se abriu dando visão a morena de olhos verdes, que adentrou ao local andando reservadamente para mesma mesa cinco encostada a janela de vidro. Aquela sensação de agente do FBI me invadiu novamente. O olhar da mulher continuava o mesmo, triste, frio, solitário. Ela havia vindo aqui por essas duas semanas, pedindo sempre o mesmo café com uma pitada de canela. Olhei para Riet e ela negou logo entendendo o que eu estava pensando. Jogou um bloco de notas em minha mão e foi trocar de roupas. Essa vaca ainda me paga.

 

— O que a Senhorita deseja? – fiz minha voz angelical e sorri cordialmente, tentando não analisa-lá muito já que essa mania vem me perseguindo.

 

— O de sempre e sua companhia. – disse simples. De início eu me assustei, mas depois eu acabei rindo. Me enganei ou essa moça é lésbica e está flertando comigo agora?

 

— Desculpa, mas não posso misturar meu profissional com pessoal. – disse me afastando de sua mesa.

 

– Você acha que ser faxineira é uma profissão? – perguntou debochada quando dei as costas.
Eu sabia! Sabia que uma moça tão fina quanto ela ainda iria me desacatar, isso não era a primeira vez que acontecia. Ri nasalmente.

 

— Sim, eu acho. Infelizmente nem todos podem terminar os estudos e ir direto para uma faculdade de medicina ou direito, infelizmente nós pobres temos que abrir mão de sonhos para cuidar de suas famílias, como no meu caso. – a encarei mais profundamente e ela parecia arrependida, quando pensou em se intrometer eu a interrompi – Não é todos que nascem com sua sorte, seja lá paparicada por pais ou marido. Ser faxineira não é a coisa mais fácil do mundo, o que torna isso uma profissão trabalhosa e digna, onde pessoas como você não aguentaria um dia. – abri meu melhor sorriso e finalmente dei as costas a ela indo pegar o seu café.


Do jeito que essa moça é não duvido que venha amanhã só para dizer que a "desacatei" para Cerys. E ultimamente ela está com pouca paciência comigo. O nervosismo se instalou quando a possibilidade dela me demitir veio em minha cabeça. Deu uma vontade de ir sentar com a mulher e me fingir de lésbica.

 

— Aqui está. – entreguei o seu café com canela. Quando dei as costas a mesma me chamou.

 

— Me desculpe por minhas palavras. Não ando muito bem ultimamente e acabei descontando em você. – ela disse, mas não parecia muito sincera. Me convencer depois de fazer burrada é fácil, se seu perdão for verídico.

 

— Tudo bem, não é algo que eu não ouça vinte e quatro horas. – sorri irônica me virando a ela.


— Sou Pilar, Pilar Rubio. – estendeu as mãos e eu apertei, não com tanta força ao ponto de arrancar seus dedos como eu queria, mas apertei.


— Libby Mitchell. – sorri. Tenho esse grande problema, sempre perdoo as pessoas, por piores que forem suas palavras. Outra mania feia.


— Sente-se comigo querida. – ela apontou para cadeira a frente e eu arregalei os olhos.


– Como eu disse, não posso misturar meu profissional com pessoal. E bom, não sou lésbica, desculpe. – disse baixo com vergonha. Vai que a moça estava cheia de esperança e acabei dando um fora nela. 


A encarei e ela prendia o riso, estava vermelha. Passou dois segundos e ela não conseguiu segurar, soltou um riso alto. Harriet depois de horas saiu do cômodo e estreitou os olhos olhando a mulher que nunca sorria, agora rindo com muito exagero. 
Mandou aquele olhar de "O que essa doida tem?" e eu levantei os ombros.

 

— Você é bem engraçada. – disse cessando suas risadas. Arqueei a sobrancelha procurando algum piada que havia feito. — Eu não sou lésbica, só queria sua companhia por estar bastante solitária aqui. – disse mais calma. Minhas mãos foi diretamente para o meu rosto. Estava enrubescida. Que vergonha! — Não se envergonhe, talvez eu tenha me expressado mal. – disse por fim. Assenti sentando na cadeira a sua frente. Meu horário já havia se esgotado e Riet havia ido a sala de tesouraria provavelmente fechando o caixa até o namorado chegar.


— É que clientes nunca pedem isso, e acabei me assustando. – disse e ela riu fraco.

 

— Tudo bem. Hm... – ela deu uma pausa e parecia pensar o que falar. Demorou tanto que até fiquei angustiada e batendo meus joelhos embaixo da mesa – Venho te observando a um tempo, mas não no modo homossexual da coisa. – rimos e ela prosseguiu – Vi que você é jovem, ainda tem um grande futuro pela frente. E hoje só tive a certeza que você é a pessoa certa. – estranhei suas palavras – Tenhoumapropostaparatefazer. – disse rápido e aparentemente nervosa. Estreitei os olhos como se pedisse para ela dizer com mais calma – Tenho uma proposta para te fazer. – falou pausadamente, a encarei ainda sem entender – Mas antes, deixa eu te contar desde o começo. – se pronunciou ao ver minha expressão de interrogação.— Na minha primeira ida ao ginecologista, aos 15 anos, eu descobri que não poderia ter filhos. – falou direta, aquilo a incomodava, era perceptível o seu desconforto. 


— Sinto muito. – disse triste. Nunca sonhei em ser mãe, mas saber que você não pode ser progenitora deve ser horrível.


— Tudo bem, naquela época eu não ligava. – riu fraco – Eu era adolescente, poder fazer sexo com a consciência limpa de que não engravidaria era o máximo! – exclamou tentando se animar, foi bem falho. – Mas, bom... – respirou fundo tentando não transparecer sua tristeza – Eu encontrei o cara certo pra mim. Ele era tão certo ao ponto de eu não chegar a contar a minha impossibilidade mesmo depois de casados. Sempre consegui sair do assunto quando falávamos em gravidez e dava motivos como meus trabalhos de modelo que não queria parar por causa de um bebê. Só que isso encheu ele e eu acabei falando a verdade, não estava aguentando as pressões da família dele para ter logo um Sérgio Junior. – deu uma pausa e lágrimas já rolavam em seu rosto. Coloquei minhas mãos nas suas e ela riu fraco apertando, criou coragem e continuou – Eu tinha medo dele me trocar por outra só pela minha insuficiência, e ele se mostrou paciente e amoroso comigo, claro que houve muitas brigas por eu ter escondido, mas ele pareceu entender. – sorri, pelo menos teve algo bom. Qualquer homem poderia procurar outra para procriar um filho a ele, já que é o sonho da maioria.


— Não chegou a ser tão ruim assim. – sorri tentando conforta-lá. Ela abaixou a cabeça e negou.


— Naquele momento... – riu fraco. – Depois de um tempo ele foi se afastando, ficando diferente, não fazíamos sexo e ele dormia de costas para mim e claro, eu fui tirar satisfações. E o que ele queria? – perguntou irônica e eu capitei suas falas. – Sempre soube que ele não havia aceitado que eu não podia dar-lhe o filho, mesmo ele sendo fofo o tempo todo. Então, depois dele assumir que estava se afastando por falta de uma criança em casa para animar a todos, eu falei sobre adoção, que eu estava pensando a um tempo. Ele riu. – arregalei os olhos e ela chorou mais um pouco. Como um homem pode ser fofo e depois virar um monstro desse? – Para ele e sua família, é quase sagrado ter um filho próprio, acompanhar cada passo da gravidez e tudo isso. E ele continua querendo um bendito filho com seu sangue. – suspirou parecendo acabar. Tentei assimilar tudo, ela é bem forte por aguentar passar por essas coisas. 


— Então você pretende se esperar dele para ele poder ter um bendito filho? – perguntei depois de tentar entender suas palavras.


— Não, não. Eu o amo demais para fazer isso. – disse. Claramente ela o amava. Sua voz era convicta.


— E qual seria sua proposta? – perguntei me lembrando que o assunto inicial era esse.


— Ah claro, a proposta! – riu fraco – Eu andei conversando com ele. Vimos que nos amamos mas se ele almeja tanto um filho, nós precisaríamos arranjar um jeito de dá-lo um. Conversamos com uma obstetra e ela nos indicou uma barriga de aluguel. Mas não é algo simples, à muitas leis envolvidas. Sem contar que o nome de meu marido também pode ficar exposto e o seu empresário não o indicou isso. Sérgio conversou comigo, tentou me acalmar dizendo para esperarmos um pouco para pensar em uma barriga de aluguel. Mas eu não aguento, não aguento mais ser jogada para o lado da cama, dormir todos os dias aos prantos porque o meu marido não me quer por uma insuficiência. – finalizou aos prantos. Eu continuava sem entender a proposta, mas a abracei por cima da mesa. Aquilo sem dúvidas era horrível. 


— Deus sabe o que faz. Se ele fosse o cara certo para você teria te apoiado e adotado um filho, mesmo não sendo o padrão familiar que ele gostaria. – disse ainda entrelaçada a ela. Pude senti-la sair inquieta do abraço.


— Ele é o certo. Só precisamos de você para nos ajudar. – disse com uma ambição igual a de Cerys, estava um tanto receosa em sua última frase – Andei vindo aqui e vi o jeito que a gerente te tratar. Sem falar que esse não é o emprego dos sonhos. Você parece ser forte, batalhadora e ainda por cima ajudada sua família. Sem contar que é linda. Minha proposta poderia te ajudar muito financeiramente. – disse. Tentei entender o que ela queria exatamente, mas não entendi. A não ser que..


— Você aceita ser minha barriga de aluguel? – foi direta e arregalei meus olhos.


Notas Finais


Thrãm, proposta feita. Quem se arrisca na resposta? Palpites para melhorar a escrita é só dizer por aqui ou até mensagem.
Bjoos e continuem comentando pfv!!!


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