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História Barriga de Aluguel - Capítulo Três


Escrita por: MrsRodriguez

Notas do Autor


Nem demorei né?
Não gosto de postar se não tiver dois capítulos prontos, porém, até eu escrever demoraria muito.
Boa leitura.

Capítulo 3 - Capítulo Três


Fanfic / Fanfiction Barriga de Aluguel - Capítulo Três

 

Dói. Dói fundo. É muito difícil a gente perder uma pessoa que ama. Eu sei que você partiu faz tempo, mas a gente demora para aceitar as coisas. A verdade é que eu nunca gostei de perder, não sou boa nisso. Não gosto de distâncias, partidas, separações. Sinto falta do teu abraço. Mas sei que um dia a gente vai se encontrar de novo, por isso te mando força, te mando luz, te mando só coisas boas. E prometo que não vou chorar mais.

 

— Clarissa Corrêa. 

 

 

Point of View; Libby Mitchell

 


Eu precisava de dinheiro. Ainda mais sabendo que meu pai poderia estar mal na Inglaterra. Mas não poderia vender minha barriga fora da lei, principalmente por me apegar muito as pessoas, para se apegar a um bebê que fica nove meses em sua barriga não é difícil. Eu ainda estava desnorteada com a proposta de Pilar. Ela me encarava esperançosa e me passou na cabeça todo o desespero dela para ter um filho. O que eu poderia ter por qualquer falha se saísse para uma festa com minha vizinha. 

Ainda estou nova, nunca pretendi ter uma criança planejada aos 23 anos e se fosse casada não iria querer prender meu marido por conta de um.


Existiam várias barreiras, motivos e circunstâncias para não aceitar. Tudo passava pela minha cabeça e eu realmente não sabia o que falar.
Deveria está com uma péssima expressão.

 

— Creio que não esteja raciocinando direito, agora. – pausou – São dois milhões de euros em jogo. – disse se levantando. Mexeu em sua bolsa jogando uma nota junto a um papel – Qualquer coisa ai está o meu número.  – disse por fim, saindo do estabelecimento. DOIS MILHÕES DE EUROS. Nem se eu trabalhasse até os meus cento e cinquenta anos conseguiria tanto dinheiro assim.

 

— Amiga do céu, viu um fantasma? – Riet perguntou rindo ao sair da tesouraria. Ela pode ser minha melhor amiga aqui, mas não sei se devo contar agora. Harriet e dinheiro são nomes bem parecidos, como a mesma diz. Se ela recebesse uma proposta assim não pensaria uma vez em aceitar, creio eu — Já sei, foi aquela cliente louca que te desacatou e você respondeu ela, certo? – perguntou ainda rindo e apagando as luzes. E eu? Bom, permanecia no mesmo lugar estática. 

 

— É, foi isso. – disse rindo nervosa – To com medo dela contar para megera. – fiz careta referindo a Cerys. 

 

— Pelo menos não terei que sentir mais o cheiro de café com canela, que tipo de pessoa toma isso? – perguntou com seu tom divertido que me fez relaxar e rir.


Fechamos o estabelecimento e ficamos esperando Francesco com um silêncio agonizante, para mim, já que Harriet lixava a unha enquanto cantava suas músicas de reggaeton que tanto ama.
Estava área e não percebi quando Fran chegou e eles ficaram se comendo em minha frente. Nojentos.

 

— Como vai, emo? – Fran perguntou com seu jeito que me irrita. Aquele apelido chato. Mostrei meu lindo dedo do meu pra ele. 

Apesar dessa ceninha, eu gosto dele. Ele e minha amiga são extremamente parecidos, conseguem unir graça com amor, e se ele faz ela feliz, também fico.

 

— Não é o seu ônibus ali? – Riet apontou para estação onde passava o ônibus que ia para o meu bairro.

 

— Socorro. – gritei correndo desajeitada e gritando o motorista que eu já conhecia.

 


(...)

 

Me joguei na poltrona com intenção de descansar alguns minutos, mas na verdade fiquei apenas cinco segundos. Olhei para o telefone da sala e haviam várias ligações perdidas, quando fui ver o número, ele tocou novamente, agora meu pai.

 

— Alô, filha? – uma voz fina ecoou pelo telefone. Percebi que era minha tia Bibiana, única irmã da minha falecida mãe.

 

— Oi tia Bibi. – sorri, mesmo estranhando uma ligação dela, que nunca me ligará desde que mudei de país.

 

— Ah minha querida, seu pai teve outro ataque daqueles e está internado no hospital. – disse com uma voz cansada e triste. Me desesperei ao ouvir isso. 


A pouco menos de um ano papai vem tendo algumas dores na cabeça. Sempre o levam para o hospital da cidade, mas a questão é, hospitais públicos prestam? Não. Principalmente em vilarejos pequenos como Clovelly. 
A um mês eu fui visitá-lo e ele teve o seu primeiro "ataque", o que se descreve em muita dor de cabeça que o fez vomitar e desmaiar. Aquilo me matou por dentro, meu pai era a única pessoa que eu tinha e vê-lo naquele estado me fez voltar a Madrid e trabalhar o triplo para pagar um bom exame em um hospital particular a ele. Não pensava que ele teria um ataque assim tão cedo, já que demorou seis meses depois de toda dor de cabeça para ele ter um ataque. Respirei fundo e tentei me auto-controlar, mas não demorou muito e lágrimas já caiam de meus olhos.

 

— Nós estamos cuidando dele. – minha tia tentou me conforta ao perceber que eu estava chorando. 

 

— Ele está no hospital Saints? – perguntei cessando meus soluços. 

 

— Ai que está o problema... – pausou e parecia nervosa. Passei a palma de minha mão no rosto tentando tirar os vestígios das lágrimas que, agora silenciosas, ainda caiam intensamente. — Eles  o transferiu para um hospital particular em Londres. – disse por fim. Arregalei os olhos e a vontade de chorar só piorou.

 

— Hospital em Londres, tia? Isso deve custar uma grana! – exclamei nervosa.

 

— Foi preciso, seu pai precisava ir para lá urgente. Não posso contar o que ele tem pelo telefone minha querida, peço que venha para Londres. – disse ainda calma.

 

— Eu voltei da Inglaterra em menos de um mês. Não tenho dinheiro, muito menos posso largar meu trabalho aqui. Ah, tia, eu não sei o que fazer. – escorei na porta chorando alto.

 

— Eu posso te contar, mas prometa ser forte e acreditar que Deus proverá o melhor para seu pai? – perguntou e só me apavorei mais. Tentei não demonstrar e concordei. — O novo médico do vilarejo, Scott, o examinou e constatou um tumor no cérebro. Ele disse que faz pouco tempo e não é maligno, mas ainda sim é perigoso e os sintomas estão muito avançados, o tratamento começou naquele mesmo dia. – as lágrimas eram poucas para expressar o que eu estava sentindo. Meu corpo inteiro doeu e eu tive uma leve tontura. Não conseguia pensar em auto-controle, muito menos em saber que não era maligno e que tem cura. Meu pai está com câncer, e eu estou em um país diferente sem nenhum tostão no bolso para visitá-lo e dizer que tudo ficará bem. 

Flashes rondavam minha cabeça, imagens da minha mãe sendo enterrada e meus familiares chorando. Papai nesse dia havia bebido tanto que não aguentou chegar até o pequeno cemitério.
Não queria perdê-lo da mesma forma que perdi minha mãe. 
Por que isso acontece comigo? 

 

— Viu, eu não queria te contar assim, com você sozinha nesse lugar desconhecido. – ouvi minha tia dizer ao fundo, já que o telefone estava na minha mão abaixada. 
Coloquei novamente na minha orelha, respirei fundo e a única coisa que fiz foi chorar novamente.

 

— Por que comigo de novo, tia Bibi? – perguntei chorando como uma criança. – Eu não quero sofrer aquilo, não quero presenciar aquelas cenas novamente. Papai é a única pessoa que me resta. Não quero o perder. – minha voz era desesperadora.

 

— Querida, temos que deixar isso nas mãos de Deus e dos médicos. – suspirou.

 

— E esses médicos, como vou pagar eles? – me apavorei ao lembrar disso.


— Podemos ajudar, mas tenho certeza que não será o suficiente. – disse. 


Após descobrir tudo isso, ainda tinha que resolver a questão do dinheiro. Me despedi da minha tia dizendo que tentaria resolver o problema financeiro pelo menos para pagar o mês.
Levantei da porta e me encostei na bancada da cozinha americana. 
Meu pai está com câncer. Ainda não consegui acreditar e imaginar isso.

Ouvi batidas na porta e já imaginava quem era.

 

— Querida, está tudo bem? Não a vi sair para andar como de costume. – Declan, zelador do pequeno prédio onde eu morava, disse. Suspirei pesado e ele percebeu meu olhar. – É, você não está bem. – me abraçou forte. Ele era como um pai para mim, esse pensamento só me fez chorar mais. — Quer me contar o que ocorreu? Se for o meu filho já avisa que bato nele hoje mesmo. – fez graça, até riria, mas não consegui.
Odiava isso de chorar o tempo todo, fazendo drama, mas não conseguia controlar quando a imagem da minha mãe vinha e imaginava meu pai no mesmo lugar que ela.

 

— Acabaram de me ligar e disseram que meu pai está com um câncer cerebral. Eu perdi minha mãe para o câncer, senhor Declan. – ele me abraçou mais forte ainda.


—  É algo mais grave do que pensei. – disse com os olhos arregalados – Tudo se resolverá minha princesa. – disse calmo. 


— O pior é que não tenho como pagar o tratamento dele. – disse me afastando e limpando o rosto.


— Tudo tem uma saída. – ele disse.

 

Eu tinha uma saída, e a horas atrás eu não imaginava que precisaria dela para salvar a vida do meu pai.

 

 

 

 


Notas Finais


Queria fazer esse capítulo mais dramático, mas saiu isso. Desculpem.


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