1. Spirit Fanfics >
  2. Barriga de Aluguel >
  3. Capítulo Cinco

História Barriga de Aluguel - Capítulo Cinco


Escrita por: MrsRodriguez

Notas do Autor


Demorei?? Próximo capítulo vai ser rapidinho. Boa leitura.

Capítulo 5 - Capítulo Cinco


Fanfic / Fanfiction Barriga de Aluguel - Capítulo Cinco

 

Gosto de quem olha com doçura, nunca perde o encanto, esquece as desavenças e perdoa o que passou. Gosto de quem se arrepia com uma música, sente uma lágrima rolar com um filme e se alegra com uma lambida de cachorro. Gosto de quem sorri ao ver uma criança, de quem mantém seu lado puro, de quem entende que a vida é melhor quando a gente observa o que acontece com olhos inocentes.

— Clarissa Corrêa.

 

          POV. Libby Mitchell: 

 


Minha rotina nunca fora tão tediosa quanto nesses dois meses. Vou do quarto para sala, de lá para cozinha e assim vai. Eu poderia sair e curtir uma balada com uma amiga solteira, aproveitando a bolada que está na minha conta. Mas não é tão fácil assim. Não consigo parar de pensar em meu pai, principalmente por ter o visto a dias atrás em um estado quase vegetativo. Tudo o que eu mais queria era ficar ao seu lado, mas agora carrego um serzinho aqui dentro, que não é meu. Por estar apenas no segundo mês, quase chegando ao terceiro, não vi mudança em nada do meu corpo, nem no meu humor, apesar da Riet dizer que estou mais chata. Inveja.

 

— Desculpa o atraso. – Pilar Rubio disse se sentando na cadeira a frente. Havíamos combinado de conversarmos em um restaurante perto do meu apartamento. Ela disse que tinha uma coisa urgente para me contar. Exageros de ricos.

 

— Não tem problema, faz pouco tempo que cheguei também. – mentira, faz mais de meia hora e minha vontade é de esgana-lá por que já havia pedido quase todo o cardápio enquanto estava a sua espera. 

 

— E como vai o meu filho? – perguntou pedindo permissão para tocar na minha barriga. 

 

— Não esta com nenhum volume ainda. – disse enquanto ela alisava – Mas anda me dando muita fome. – ela riu nasalmente.

 

— Por esse e outros motivos que eu agradeço por não poder ter um. – disse balançando a cabeça. Arregalei os olhos com suas palavras. Pilar é um amor quando se fala do filho que estou gerando, mas se fosse procriado nela, sem dúvidas iria abortar. Não sei como ainda me espanto com suas palavras, em um mês que fomos obrigadas a passarmos juntas pelo tratamento eu já conheci o que não queria — Até por que, esse corpinho aqui não pode acabar tão cedo, não é filhinho? – alisou novamente minha barriga e eu acabei contraindo. Ela me encarou por um tempo, mas logo voltou ao seu posto normal e chamou o garçom. 

 

Lembro-me de todas as broncas que recebia de Cerys no Coffe Fuentes por encarar demais os clientes. Mas era quase impossível, ou realmente impossível, não tentar decifrar todos os rostos que ali adentravam. Já vi pessoas felizes, como cinco jovens que entraram lá para comemorar resultados positivos de provas. Vi pessoas devastadas por término de namoro, e outras chorando por terem acabado de receber notícias tristes. Chegava a conversar com algumas, quando Cerys não estava. Eu definia minha condição financeira e a falta de uma presença materna na adolescência como um grande problema, até quando comecei a conversar com os clientes e vi o tamanho dos problemas que estão a nossa volta. Um certo dia uma garota de aproximadamente minha idade entrou lá toda sorridente e eu presumi que a mesma havia ganhado na loteria. Não consegui conter a curiosidade e acabei perguntando o motivo de tanto entusiasmo e a mesma me disse "Descobri o dia que irei morrer, isso não é genial?", meses depois descobri que ela morrera de uma câncer de medula maligno. Ao ouvir tantas histórias eu me sentia uma tremenda egoísta, egoísta comigo mesma, por não me fazer feliz de verdade, por não me aventurar, por me privar de viver por completo por coisas que já aconteceram e que nada poderá mudar. Vendo Pilar idolatrar seu corpo por idiotice fazia com que eu não me considerasse tão egoísta assim.

 

— Vai querer alguma coisa? – perguntou me tirando do transe, provavelmente eu estaria a olhando com nojo, apenas espantei os fantasmas falantes da minha cabeça e neguei – Então... – ela começou depois que o garçom saiu – Como eu já devo ter dito, sua gravidez é um segredo, pelo menos para a mídia, e por isso eu preciso ir para minha cidade natal em Torrejón de Ardoz, até você ter o nosso pequeno. – a única coisa que eu ouvirá foi sobre esconder da mídia.

 

— Esconder da mídia? – perguntei.
Sentia que tinha feito merda.

 

— Você não conhece o meu marido? – perguntou indignada, apenas neguei bufando – Sérgio Ramos, jogador do Real Madrid. – revirou os olhos ao perceber que eu não sabia. 

 

— Não sou muito ligada ao futebol, mas já ouvi falar sobre o time no Fuendes. – relatei. Realmente não era ligada a esse tipo de esporte. Gostava apenas de rugby e fazia hipismo quando criança, nada que me fizesse o acompanhar e torcer vinte e quatro horas. Do jeito que tudo me estressa, futebol me mataria.

 

— Voltando o assunto, você já irá começar o pré-natal e minha cunhada, Miriam, irá te acompanhar em todas consultas. Ah, olha ela ali! – apontou com a cabeça para porta onde uma garota linda e jovem vinha em nossa direção. E autoestima, como controlar ao lado de tanta mulher bonita?

 

— Me desculpem o atraso, Madrid está um caos por conta do jogaço de daqui a pouco. – disse afobada enquanto pegava a sua bolsa que havia caído por conta de seu desastre ao se sentar – Prazer, Miriam. – estendi a mão e a mesma me puxou para um abraço, sem dúvidas não era espanhola. 

 

— Tava dizendo a ela que você irá acompanhá-la nas consultas com a doutora Harrison. – Pilar pronunciou depois de se abraçarem. 

 

— Então, como anda a minha sobrinha? – perguntou já mexendo na minha barriga. Ainda bem que vim de blusa.

 

— Sobrinho. – Pilar contraditou e Joana apenas revirou os olhos. 

 

— Libby, terei que ir agora. Vou fazer meu último catálogo antes de engravidar. – riu e eu me mantinha em silêncio – Mih, passa o número de seu irmão para ela, mas só ligue se for extremamente necessário. Adeus. – pegou sua bolsa e deixei algumas notas na mesa. 

 

— To com muita fome. Já pediu alguma coisa? – Miriam acenava para algum garçom. Eu já havia comido e estava um pouco enjoada.

 

— Já sim, e o bebê aqui não gostou de ter comido tanta coisa chique, agora estou enjoando. 

 

— É normal nesse período da gravidez. – assenti concordando – Mas me diz, o que fazia antes disso tudo? – começou a puxar assunto.

 

— Era garçonete e faxineira em um café em Valdefuentes. – disse um tanto nervosa. Estava com remorso do que ela poderia falar de minha profissão, e eu nunca liguei para comentários de ninguém. 

 

— Sério? E como Pilar te achou? – parecia interessada e isso me relaxou mais.

 

— Ela era uma cliente frequente do Coffe Fuentes, em uma noite ela apareceu lá e me fez a proposta. De início eu não iria aceitar, não acho algo certo, sabe? – perguntei e ela assentiu – Mas no mesmo dia a proposta fora a única saída para salvar meu pai. – ela parecia surpresa.

 

— Que louco! Mas, o que seu pai tem? – perguntou ainda com o "o" formado nos lábios.

 

— Câncer, e alguns médicos irresponsáveis o mandou para um hospital em que eu jamais poderia pagar, Pilar e seu irmão foram minha única salvação. – sorri ao terminar. Ela sorriu terna e engatamos uma conversa sobre a faculdade de engenharia mecânica que ela cursava.

 


Notas Finais


Imagino a Miriam mais nova, mas podem imaginar como quiserem.
Próximo capítulo tem Serjão.


Gostou da Fanfic? Compartilhe!

Gostou? Deixe seu Comentário!

Muitos usuários deixam de postar por falta de comentários, estimule o trabalho deles, deixando um comentário.

Para comentar e incentivar o autor, Cadastre-se ou Acesse sua Conta.


Carregando...