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História Batalha - Capítulo Único


Escrita por: N1ghtCh1ld

Notas do Autor


Olá cupcakes! ;3
Isso é apenas algo que eu escrevi há um ano e acabei achando sem querer ao mexer nos meus arquivos antigos. Minha intenção era que isso fizesse parte de algo maior, mas eu acabei desistindo antes mesmo de terminar o capítulo. Anyway, eu achei que ficou apresentável e foi um ótimo treino de aprofundamento de personalidade da personagem (que por sinal, é a minha favorita). E não esqueci, é claro, de achar um jeito de colocar meu OTP do lolzinho no meio disso tudo heheh, ninguém é de ferro.

Capítulo 1 - Capítulo Único


Sound the bugle now

Tell them I don’t care

There’s not a road I know that leads to anywhere

 

Lux olhou em volta, as cinzas dificultando bastante a visão. Apesar da tontura, levantou-se do chão no qual deitava. Havia cortes e queimaduras por todo o corpo e era muito difícil mover-se, mas ao menos a mulher estava viva. ‘Por que eu? Tanta gente inocente, tantos civis indefesos...’, pensava consigo mesma. Demacia estava tão devastada quanto a maga, e a memória da mesma começava a voltar. Lembrou-se da bomba lançada pelos Noxianos – um claro sinal de que a aliança com Zaun permanecia – logo após as tropas de armadura negra recuarem. A curta vitória fora doce: a lembrança de abraçar Ezreal e o irmão, Garen, era vaga, mas estava lá. Ezreal...

 

I’m a soldier

Wounded, so I must give up the fight

 

Os pés da maga da luz forçaram-se a caminhar por entre tantos corpos imóveis. O campo de batalha estava lotado deles, embora alguns sobreviventes já tivessem sido carregados para um local seguro onde pudessem ser tratados. Lux olhou para as próprias roupas chamuscadas e armadura quebrada: provavelmente tinha se passado por morta. Os cabelos, outrora sedosos, eram praticamente marrons de tanto sangue e sujeira. Sentia-se nojenta, e queria que pudesse dar sua vida para que qualquer daqueles corpos demacianos reganhasse o frágil pulso do coração.

Encontrou o próprio bastão não muito longe de onde aterrissara após a explosão. Usara ele para formar um forte escudo de luz em volta de si mesma e em quem mais conseguira, para que o impacto fosse menor. Andou e andou, até que um corpo familiar lhe chamou a atenção: Sona Buvelle. A mulher tossia sangue, e Lux sabia que seu estado era além da cura. Mesmo assim, não podia simplesmente ignorar uma amiga. Correu até ela o mais rápido que as fracas pernas permitiam e caiu de joelhos ao seu lado. Pousou uma mão no bastão e a outra no peito da Mestra das Cordas, em cima do coração.

Sentiu a luz fluir de seu corpo para o da mulher; entretanto, Sona sabia que era um caso perdido e desejava que Lux seguisse seu caminho. A loira sentiu o toque da muda em sua própria mão, e entendeu o olhar que lhe fora lançado. “Não desista, Sona, por favor...”, sussurrou, o mais perto de uma fala normal que conseguia emitir. Fechou os olhos e tentou mais uma vez curar a mulher, porém parou ao sentir o aperto em sua mão afrouxar. Sona parecia dormir pacificamente, a beleza remanescente mesmo com todo sangue e sujeira.

 

Without a light,

I fear that I might stumble in the dark

 

 

“Não, não, NÃO!” gritou Lux exasperada. Era demais para ela. Sentiu-se impotente, mas não deixaria que as lágrimas caíssem. Não podia demonstrar medo... era o que todo mundo sempre falou a ela durante toda sua vida.

Conseguia ouvir várias vozes na própria cabeça sussurrando aquela frase: não demonstre seu medo, Luxanna. Seus pais. Garen. O mentor pessoal da maga após ingressar no exército com 13 anos de idade. Até mesmo Katarina DuCouteau ao enfrentá-la em Summoner’s Rift. Todos falaram a mesma coisa. Se você deixar o medo transparecer, ele vai te fazer parecer fraca. E parecer fraca significa perder.

Luxanna ouviu uma voz familiar e melodiosa chamar seu nome, o que a fez questionar se estava delirando; contudo, ao virar-se na direção de onde vinha o som, percebeu que não era nenhum delírio.

Ezreal...

Deu uma última olhada no corpo sem vida de Sona, e levantou-se. ‘Ela está morta. Você não conseguiu salvá-la, mesmo’, dizia a maldita voz em sua cabeça. Correu até Ezreal, pulando por cima de alguns corpos, apesar de todas as dores e cortes no corpo, e atirou-se nos braços dele, como se lá fosse encontrar um abrigo que a escondesse de todas as memórias, mortes e tristeza. O explorador suspirou em alívio ao perceber que aquilo era mesmo real, e Lux estava viva, apesar de tudo. Lux se sentia segura ali. Tentou olhar para Ezreal e falar alguma coisa, qualquer coisa... mas ao invés disso, sua voz quebrou e então as lágrimas caíram sem permissão.

Demacia já tinha lhe dito como se vestir, agir, mentir, lutar, matar. Mas certamente não lhe diria como sentir. Havia medo, angústia e remorso dentro dela, e ninguém podia impedi-la de demonstrá-los.

Nenhuma palavra foi dita enquanto Lux derramava seu pranto. Ezreal esperou até que ficasse tudo bem para que falasse algo.

“Lux, eu sei que é difícil, mas preciso levar você para um lugar seguro, onde todos os sobreviventes estão”, disse ele, gentilmente secando as lágrimas da mulher.

E foi então que acendeu uma luz dentro da maga: havia ainda o irmão. Demorou alguns segundos para que conseguisse reunir forças para falar, a voz fraca e rouca:

“G-Garen... onde ele está?”, perguntou sem esperanças.

“Está vivo, nas tendas médicas montadas não muito longe daqui... mas seu estado não é bom. Venha, vou levá-la até ele.”, puxou a amada pela mão e guiou o caminho.

Ao chegar na parte da cidade que não fora destruída pela bomba, as pernas de Lux fraquejaram. O Explorador resolveu carregá-la pelo resto do percurso, que não seria muito longo àquela altura. A maga escondeu o rosto, para que, pelo menos por ora, não visse todo o estrago causado à cidade-estado. Eu não lutei bem o suficiente... poderia ter evitado tudo isso se fosse mais forte e mais inteligente. Todos os anos de treinamento não serviram para nada, ainda sou a mesma tola que era quando ingressei no exército. Apesar desses pensamentos, um propósito maior a guiava: o fato de Garen ainda estar vivo.

O general Crownguard nunca fora o melhor irmão do mundo, e isso qualquer um podia ver; entretando, bom irmão ou não, ainda era sangue do sangue de Lux, o mais próximo de família que ela algum dia chegaria... e perdê-lo significaria se culpar pelo resto da vida.

 Os dois louros chegaram ao abrigo, em que tendas médicas improvisadas eram lotadas por civis e soldados feridos. Ezreal certificou-se de que Lux podia andar, e então permitiu que ela vasculhasse o local em busca do irmão. À distância, viam-se ombreiras enormes atiradas no chão, e a Dama da Luz tinha certeza que eram as de Garen. Andou até lá o mais rápido que as cansadas pernas permitiam, ignorando toda e qualquer pessoa que tentasse impedi-la ou fazer qualquer objeção.

O irmão claramente sofria muito. Dois curandeiros tentavam realizar suas magias nos ferimentos de Garen, mas as mesmas não pareciam surtir muito efeito. A armadura fora perfurada e uma lança ensanguentada – que inconfundivelmente pertencia à Nidalee – podia ser vista ao lado do corpo instável do irmão. O sangue, na verdade, estava por todo lado. Nas roupas do general Crownguard, na lança, em uma poça escura e assustadoramente grande ao lado dele. O coração de Lux acelerou ao ver o olhar que os curandeiros trocaram, e a maga quase gritou quando ambos olharam para ela com uma expressão que claramente dizia: ‘esse não tem mais jeito’.

A essa altura, Luxanna não se importava mais. Ezreal tentou segurá-la, mas ela se desvencilhou e caiu de joelhos ao lado de Garen, as lágrimas incessantes escorrendo pelo rosto sujo. Segurou a mão do irmão mais velho, e observou o olhar de desespero dele ao ver seu estado. Tentou falar na melhor voz:

“Garen... me... d-desculpe!” a frase saiu num tom choroso e desesperado, que partiu o coração de todos que assistiam a cena.

“Irmãzinha, não...” Garen fez uma pausa e apertou os olhos para afastar a dor “...não se desculpe. Nada disso foi culpa sua. Guerras têm consequências.”

“Mas eu podia-“ a mulher, que mais parecia uma garotinha chorando daquele jeito, foi cortada

“Não podia fazer nada quanto a mim. Esse é meu destino... morrer por Demacia.”

A voz de Garen ia ficando fraca, e notava-se como o homem falava com grande dificuldade.

Não, por favor, não diga isso!” Lux apertou mais a mão do general, como se fosse passar parte de sua energia a partir dali. “Você não vai morrer, irmão. É a única família que eu tenho!”

“L-Lux... eu amo você, maninha. Desculpe por tudo que fiz você p-passar.” Garen respirou fundo e com dificuldade. Podia sentir as batidas do coração ficando lentas a cada segundo. “Ezreal... cuide... dela. Ela é a es-esperança...”

Lux sentiu o aperto do irmão soltar. Um silêncio absoluto pareceu invadir sua mente. Não conseguia gritar. Não conseguia se mexer. Como poderia ela ser a esperança de qualquer um, quando não conseguia sequer salvar a única família que lhe restava? Por que era tão difícil ter um momento de felicidade plena sem que tudo desabasse? As lágrimas encharcavam seus olhos, e caíam como chuva na terra fria. Fechou os olhos cristalinos e apertou-os, para se certificar de que tudo aquilo não era um pesadelo. A dor parecia não ter fim, e o desejo de vingar tantas mortes e curar todos aqueles que sofriam inundava seu coração.

‘Injusto, injusto, injusto! Por que nunca consigo fazer nada direito? Tudo, tudo o que fiz até agora em minha vida foi falhar. Nunca consegui ajudar ninguém sem que machucasse outra pessoa. Será que, na verdade, eu sou a vilã? Será que isso é carma por amaldiçoar meus pais quando era mais jovem? O que diabos eu fiz para merecer esse fardo? São tantas mortes que podem ser relacionadas a mim. E ainda assim, eu estou aqui, viva e respirando. Por que eu?’ pensava, os joelhos afundando na terra e as mãos escondendo o rosto, para que ninguém visse a vergonha.

E mesmo que Demacia tivesse sido, de certa forma, sua prisão por tantos anos, não conseguia evitar se sentir culpada por não tê-la conseguido defender.


Notas Finais


IMAGEM DE CAPA: http://longai.deviantart.com/art/Lux-from-League-of-Legends-258269837
Ok, a formatação ficou meio meh, mas eu não posso fazer muito pra mudar isso ;-;
Se alguém encontrar algum erro de português, por favor, apontem pra que eu consiga corrigir!
Enjoy :)


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