André estava na reserva outra vez, estava usando as roupas que antes estavam ensanguentada. Uma voz falou e ele sentiu um arrepio na nuca.
-Vejamos o que temos aqui! 16 anos, alto, magro, saudável... É este vai dar pro gasto.-Disse a voz grossa que dava calafrios.
- Q-quem é você? -Disse André procurando a voz.
-Você se encontrou comigo a algumas horas na reserva. -Disse a voz com sarcasmo.
-Por que me mordeu, o que você quer?-André estava desesperado.
-Para te tornar grande, forte...Poderoso!!-Disse a voz nas sombras.
-Mas porque eu? Eu só sou um magrelo desajeitado!- André
-Você descobrirá, agora acorde André, ACORDE!!-A voz soou como um trovão.
André acordou com um salto, suas roupas estavam molhadas de suor e sua respiração estava ofegante. André olhou para o lado e Vitor permanecia dormindo.
"Você descobrirá" A voz soava como um eco na sua cabeça. O que aconteceria com ele? Morreria? Enlouqueceria? André esperava ficar vivo.
-Você está bem?-Vitor havia acordado sem que André notasse.
-Sim... Só preciso de um banho. Posso pegar algumas roupas emprestadas?- Disse André se levantando.
-Claro... Ainda acho que você precisa ir ao médico! - Vitor estava preocupado, afinal não queria perder seu amigo, seu MELHOR AMIGO, que conheceu na creche.
-Eu estou bem, de verdade, não precisa se preocupar. -André tentava acalmar o amigo.
Vitor pegou uma muda de roupa e entregou a André, que pegou-as e foi para o banheiro, onde tomou um banho. Estava se lavando quando notou que a mordida havia desaparecido, sem deixar nem mesmo uma cicatriz. "Você descobrirá" outra vez a voz ecoava em sua mente; André estava começando a achar que estava louco.
Enquanto Vitor e André se arrumavam para a escola, dona Solange, mãe de Vitor grita da cozinha:
-Vitor, seu amigo está aqui!
"Amigo? Mas André já está aqui..." pensou Vitor.
Vitor pegou um bastão de basebol e pediu pra que a mãe deixasse o "amigo" subir.
-O que você está fazendo?- André perguntou.
-Você é meu único amigo, vai que é alguém querendo te matar!-Vitor estava cochichando.
"Hã" pensou André.
Os passos estavam cada vez mais perto.
Escada.
Corredor.
Agora o "amigo" estava em sua porta.
Quando o amigo misterioso abriu a porta, Vitor saiu correndo com o taco em suas mãos.
-AAAAAAAAAAAAHH- Gritou Vitor enquanto corria.
-VITOR PARA!- Gritou André
Quando Vitor parou, viu que o amigo na verdade era Gutto, o garoto de sua escola e que havia encontrado André na noite passada.
-Gutto? - Disse Vitor e André em uníssono.
Gutto estava parado na porta com uma cada de "O que os malucos estão fazendo? ".
-An... volto depois se quiserem... -Gutto apontava para fora.
-Foi mal, é que está tudo muito estranho pra mim. -Disse Vitor abaixando o taco.
-É eu entendo... Está melhor? - Disse Gutto olhando para André.
André levantou a camiseta e mostrou onde estava, e deveria estar, a mordida.
Gutto e Vitor ficaram sem entender nada. Como que em uma noOi te a ferida sumira?
-Vamos embora, ou chegaremos atrasados.- Disse André pegando suas coisas.
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Chegando na escola, Rafael e sua turma vieram em sua direção.
-Não sabia que os pombinhos gostavam a três! Hahahahahahah. -Disse enquanto olhava pra seus amigos/capangas.
-O garoto esquisito, da um tempo em! -Disse Gutto enquanto continuava andando.
-Eu garoto garoto! Eu não disse que podia sair! -Rafael estava irritado com a atitude do garoto.
-Não se esqueça que eu não sou seu cachorrinho, não preciso de sua permissão. - Gutto nem mesmo virou para dar atenção.
-Vamos enquanto ele está distraído. - Cochichou Vitor para André.
-Vamos.- respondeu André
Os dois saíram de fininho e foram para a classe, onde se encontraram com Gutto. O garoto já estava em seu lugar e esperava o início da aula.
André mandou uma mensagem pra Gutto.
《 Como fez aquilo? 》
《 Garotos como eles, exigem atenção, então é só não darmos isso.》
《Boa dica. O prof. Chegou. Nos falamos depois. 》
Durante a aula André começou a se sentir tonto, algo estava causando isso, mas o que era? Então começou a perceber que o cheiro das coisas estavam muito forte, e de algum modo ele sentia todos e podia dizer de onde vinha cada um.
André se levantou, mesmo tonto, e saiu da sala e o professor notando a retirada perguntou:
-Onde o senhor pensa que vai?
-E-eu não me sinto muito bem...- André estava sendo sincero.
O professor permitiu a saída dando a chance de André se recuperar. Mas quando André estava no corredor o sinal tocou e milhares de adolescentes inundou o corredor. Neste momento outro sentido de André despertou, a audição, ele conseguia ouvir cada passo, cada conversa, cada armário se fechando e cada gargalhada; Isso o fez cair de joelhos com as mãos nos ouvidos.
Vitor e Gutto viram a cena e levantaram o amigo.
-Pra onde levamos ele? -Gutto perguntou a Vitor
-Para a biblioteca, lá não há barulho.- Respondeu Vitor
Os dois o levaram e o colocaram em uma cadeira. Os ouvidos de André sangravam mas não haviam mais feridas, já deviam ter cicatrizado.
-Hey, amigão, o que aconteceu, tá tudo bem?-Vitor dizia segurando os ombros de André.
-Hmmmm- André soltou um gemido de dor.
-SHIIIIIIIIIIIIIIIII QUIETOS!!! - Disse a Bibliotecária de trás de uma das prateleiras.
As unhas de André estavam com um aspecto estranho, estavam amareladas e manchadas. Vitor e Gutto perceberam quando começam a crescer e parecer garras.
Os dois se afastaram do amigo.
-Que diabos é isso?- disse Vitor assustado.
-CALEM A BOCA OU FAREI FICAREM AQUI ARRUMANDO AS PRATELEIRAS!!!! - A bibliotecária não parecia estar brincando quando disse isto.
-Tá bom mulher entendemos! - Disse Vitor meio irritado.
-Garoto mal educado. - Falou baixinho.
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Os três estavam na casa de André. Não havia ninguém além deles na casa, a não ser Bob a larga tia de estimação. André já estava normal outra vez e pedia explicações.
-Porque eu consegui sentir tão bem o cheiro das coisa? E-e no corredor eu ouvi.... -Parecia que André estava em choque.
-E também não foi só isso.- Disse Gutto
-Garras começar a surgir em suas mãos André, tipo de um cachorro.- Disse Vitor
-Então eu estou virando um cachorro? -Disse André mais assustado
-Pode parecer loucura, mas acho que talvez pode ter acontecido.- Disse Guitto.
Os outros dois ficaram olhando para ele com uma expressão de "o que? "
Gutto abriu uma janela na Internet e pesquisou:
[{Licantropo}]
No folclore, licantropia é a capacidade ou maldição caída sobre um homem que se transforma em um lobo.
-Você está querendo dizer que...que eu...que eu sou...
-Sim André, você é um lobisomem.
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