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História Battle Scars - Conexão


Escrita por: Ryenla

Notas do Autor


Desculpem a demora, não desistam de mim.

Capítulo 7 - Conexão


Maverick Carter

Meu peito parecia que ia explodir, sentia como se tivesse corrido uma maratona, mas, por nossas atividades anteriores, não era tão surpreendente que eu estivesse assim.

O jeito como ela olhou pra mim, com aqueles olhos azuis elétricos tão surpreendentes, e me chamou, eu ansiava tanto por aquilo e não sabia. Me senti aterrado finalmente, como se esse tempo todo sem rumo, sem propósito, finalmente ganhasse uma direção. Eu era um Alfa agora, de verdade. Acho que ela nem mesmo sabia o que tinha feito por mim, em tão pouco tempo.

Sem me segurar mais, eu passei a mão por seus cabelos curtos, e a beijei.

Foi como beijar um soquete de luz, era energia pura, o contato era mais necessário do que pensávamos. Amy cruzou as pernas na minha cintura, nos conectando o mais profundamente possível, eu gemi em sua boca, mas não rompi o beijo.

Eu precisava marcar cada centímetro do corpo dela, não sabia exatamente de onde tinha surgido essa necessidade, mas agora era impossível parar.

Eu puxei seu cabelo um pouco, fazendo-a inclinar a cabeça para trás, e me dando a visão de seu pescoço, da minha marca ali, ainda vermelha. Bom. Eu queria que todos vissem, que sentissem meu cheiro na pele dela. Meus quadris voltaram a se mover, fazendo Amy gemer baixinho, eu queria fazê-la gritar de novo, mas meus movimentos estavam um pouco limitados, por ainda estar preso dentro dela.

Logo senti o frenesi do calor voltando, uma névoa vermelha em minha mente, nublando meus sentidos apenas para ela. Aquele cheiro doce maravilhoso, a pele molhada e macia ao redor do meu pênis, eu enfiei meus dentes nela de novo, bem acima da clavícula, e o gosto denso de sangue encheu a minha boca, era maravilhoso sentir um sabor assim, tão rico, depois de tanto tempo, e quase pude entender como vampiros se sentiam.

Ela gritou, senti seu interior se apertar ao meu redor, e seus olhos se encontrarem com os meus.

“Maverick.” Amy suspirou.

Eu abaixei minha cabeça em seus seios e chupei um mamilo, lambendo e mordiscando qualquer pedaço de pele que pudesse encontrar, enquanto estocava mais rapidamente, até senti-la gozar de novo. Seu corpo tremulou e me apertou, até que ela praticamente derreteu em meus braços, com os olhos quase fechados.

Mas eu ainda não estava satisfeito, eu poderia continuar por um longo tempo ainda, uma parte de mim quase se sentiu culpada ao lembrar que essa era a primeira vez dela, mas eu não conseguia me parar, eu continuei me movendo. Ouvi as correntes quebradas em meus pulsos tilintando, enquanto estocava em seu calor molhado. Meu lobo me dizendo para reivindicar, para torná-la nossa, uma sensação de possessão que eu nem conseguia entender.

Então Amy me abraçou, passou seus braços ao redor do meu pescoço e aproximou a boca da minha orelha.

“Sua. Eu sou sua Ômega, e você é o meu Alfa.”

E pude ouvir meu lobo uivar dentro de mim, mas só conseguia pensar na sensação maravilhosa do orgasmo, de gozar dentro dela.

Aos poucos eu fui me acalmando, troquei nossas posições para não largar meu peso em cima dela, e tombei a cabeça contra o chão, com a sensação de que a sala estava girando.

“Você está bem?” Ela perguntou enquanto passava a mão de cima para baixo no meu peito.

“Não sou eu quem tem que te perguntar isso?” Eu apoiei minha cabeça no antebraço para poder olhá-la melhor. Agora que a névoa vermelha passou, pude vê-la com mais clareza.

Passei a mão por seu rosto e ela apoiou a bochecha em minha mão. Fiquei encarando, tentando memorizar todos os seus traços. O rosto redondo, com os olhos de um azul claro brilhante, somado com os cabelos finos, castanho claro, tão embaraçados que pareciam que nunca tinham visto uma escova na vida. Isso poderia ser minha culpa em parte, mas, somando tudo, dava a ela um ar de inocência.

Claro que ela não era tão inocente assim, não depois do que acabamos de fazer, mas Amy tinha um ar de ingenuidade que a tornava adorável e totalmente irresistível.

Eu queria envolve-la em algodão e proteger do mundo. Queria tirar a gente daqui e ser seu herói. Também queria fodê-la contra a parede e bagunçar seu mundo puro.

Eu soprei o cabelo de seu rosto e ela sorriu pra mim, fazendo uma covinha na bochecha esquerda. Ah, ela seria minha perdição. Senti meu pênis escorregar de seu interior, ela suspirou e ficou vermelha, enfiando a cabeça em meu peito.

“Pronta para a próxima rodada?” Eu perguntei rindo.

“Você não pode estar falando sério.” Ela falou com a voz abafada.

“Foi você quem me provocou, espero que leve a sério o que disse.” Ainda havia humor na minha voz, mas realmente queria dizer o que disse.

Seu corpo endureceu e ela se sentou, me encarando.

“Eu quis dizer isso, de todo o coração. Foi uma promessa.” Amy respondeu.

Eu também me sentei, olhando em seus olhos.

“Bom, porque eu costumo cumprir minhas promessas, e digo de coração que não vou desistir de você, não importa o que aconteça, eu vou te proteger, te tirar daqui, e vamos ficar juntos.” Eu disse, passando a mão pela marca em seu pescoço, a prova final de que ela era minha.

Amy então abaixou o olhar e segurou minha mão, mexendo na corrente.

“Maverick, eles vão nos separar de novo, em pouco tempo, tenho certeza. Tem uma mulher aqui, uma médica eu acho, ela quer saber mais sobre o nosso tipo, está fazendo experiências com a gente.”

Só de pensar em como Amy descobriu essas coisas fez meu peito se encher de raiva.

“O que aconteceu quando você fugiu?” Eu perguntei.

“Me pegaram pouco tempo depois, há muitas pessoas por aqui, como você disse, e também mais lobos, só não sei quantos. A médica, Dra. Kayla, queria saber sobre a nossa regeneração.”

“Ela te machucou?” Eu rosnei e coloquei as mãos em seus ombros, procurando algum ferimento que eu não tivesse percebido.

“Nada permanente, mas não acho que ela vá parar por aí. Quando tentei lutar foi pior, precisamos ser inteligentes, mais do que fortes, pra poder sair daqui.”

“Não é da minha natureza não lutar, ainda mais depois do que contou.” Senti meu lobo se enfurecer com a possibilidade de terem machucado Amy.

“Se eu consegui escapar uma vez, pode haver outra chance. É só esperar o momento certo. Diz para mim que vai ter cuidado?” Ela disse passando a mão em meu braço. E eu senti uma onda de calma em mim, como se fosse um cobertor, eu respirei fundo.

“Certo. Mas é bom que você saiba, eu posso te sentir agora, enquanto estiver por perto. E se algo te acontecer, eu não vou me importar, vou lutar e matar quem se colocar no meu caminho.” Eu disse.

Mal eu terminei de falar, a porta metálica da cela começou a se mover, revelando uma mulher de jaleco, e cinco homens armados.

“É ela!” Amy disse, e em um pulo eu me transformei, me colocando entre minha Ômega e eles.

“Desacordem o macho primeiro, façam rápido e limpo, por favor.” Mesmo enquanto escutava essas palavras, eu avancei, desviando dos primeiros tiros, mas não consegui chegar perto o suficiente antes de sentir várias picadas pelo meu corpo.

Enquanto minha mente se desvanecia e meu corpo pesava, pude sentir o cheiro do medo da Amy, o pânico que ela sentiu quando a tiraram de perto de mim. E mais uma vez me odiei por deixar isso acontecer, deixar ela ir pra longe de mim de novo.

Com uma última onda de energia, consegui me equilibrar em minhas patas de novo, e me empurrar em direção ao guarda mais próximo. Eu sentia como se o mundo passasse em velocidade diferente para mim, todos estavam rápidos demais, e ainda assim, eu continuei, em uma tentativa inútil de atacar alguém.

“Essa besta não desmaia! Já tomou cinco e continua vindo!” O guarda que gritou isso chutou meu focinho com força, mas eu mal registrei a dor, estava tão entorpecido, que a única coisa que passou em minha mente foi alcançar a Amy.

“Não!” Gritou a médica. “Já chega, eu não sei quantos são necessários para matar, ele cai sozinho agora, deixem ele aí, nós o buscaremos mais tarde.”

Com isso a porta se fechou, me deixando sozinho e imobilizado, ainda sentindo o cheiro da Amy ali.

Eu não apaguei como eles queriam, pelo menos não no começo. Meu corpo ficou duro como uma pedra, mas minha mente permaneceu acordada, ainda sentindo Amy por perto. Poderia dizer que ela estava com medo, mas não ferida. Ainda. Eu precisava me mover, precisava tirar a gente daqui.

Fechei meus olhos sentindo nossa conexão, agora muito mais forte, uma conexão de alma. Era diferente de qualquer coisa que eu já tinha sentido na minha antiga alcateia, mesmo com meu pais. Quanto mais me concentrava, mais poderia sentir. Amy estava em algum lugar ao norte, e, mesmo com medo, podia sentir que ela estava agitada, quase como se eu sentisse seu coração batendo. Ela não desistiria, e nem eu. Isso me deu um pouco de esperança.

Percebi que entrar nesse tipo de conexão era muito cansativo, e que isso talvez não tenha sido a atitude mais esperta. Mas eu precisava saber que ela estava bem, mesmo que fosse uma falsa segurança.  Só então me deixei levar pelos tranquilizantes e desmaiei.

 

 

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Acordei com o barulho da porta metálica se arrastando, e o susto foi tão grande que tentei me mover antes de entender o que estava acontecendo.

Só que eu estava acorrentado contra a parede de novo, e o movimento fez com que meu corpo inteiro doesse, cada músculo repuxando contra a carne. Pensei ter gritado, mas percebi que estava com uma mordaça na boca, então tudo o que saiu foi um gemido alto.

Foi então que percebi que não estava sozinho, havia um lobo ali comigo, um estranho, e eu podia cheirar seu medo.

Aos poucos, consegui piscar os pontos pretos pra fora da minha visão e ver com clareza meu novo companheiro de cela. Ele era um cara pequeno, pelo menos bem menor do que eu, com cabelos e olhos castanhos, e um rosto apavorado. Ele parecia novo demais.

De repente, de algum lugar no teto, escutei uma voz estática, que reconheci como a da médica de antes.

“Indivíduo XY743, mate o outro, como combinado.”

“Eu não posso!” A voz do homem estava cheia de medo. Logo entendi o que estava acontecendo, era mais uma das experiências da médica, como a Amy havia dito.

“O indivíduo XY701 está acorrentado, não escapará, mate-o, e poderá ser libertado.” A voz sem emoção da médica passou pelo aparelho novamente. Era uma mentira óbvia, mas, pelo medo que aquele lobo estava sentindo, eu não tinha muita certeza se ele sabia disso ou não.

“Eu não posso! Por favor, eu não vou conseguir!” O lobo se encolheu contra a parede, tremendo. Eu estava sentindo pena pelo cara, mas ainda não tinha nenhuma ideia do que fazer.

“Por que você não consegue?” Ela perguntou, com uma voz um pouco mais suave.

“Porque ele é um Alfa, eu não poderia, nunca!” Droga! O que esse cara está pensando em contar pra ela? Ela já sabe demais sobre nós. Será que ele não percebe que está assinando a sentença de morte da espécie inteira?

Eu rosnei com raiva agora, tentando fazer com que se calasse, e ele se encolheu mais ainda, enfiando o rosto entre os joelhos.

“Alfa? Eu já ouvi esse termo antes. Ele é mais forte que você, é isso? Mas ele está acorrentado, não deve ser tão difícil.” A voz dela agora era bem calma, tentando convencê-lo.

“É mais do que isso, ele-” Eu rosnei de novo, tentando pará-lo, e ele se levantou em um pulo, e se aproximou um pouco de mim. “Desculpe. Por favor, eu não sei o que fazer, eu não aguento mais!”

Ele se ajoelhou no chão a minha frente e abaixou a cabeça, me mostrando seu pescoço.

Eu e meu lobo aceitamos a submissão como algo positivo. Talvez essa situação tivesse uma saída.

“Interessante. Mas se você não mata-lo, ele será solto, e é você quem morre, ainda assim é essa a sua escolha?” A médica perguntou.

“Sim, eu aceito, só acabe com isso, por favor.” Ele continuou de cabeça baixa, mas pude ver que estava chorando, pelo modo como seu corpo tremia.

“Certo. E pensar que você estava tão desesperado para viver. Isso só confirma minha teoria sobre a mutação hierárquica na genética de vocês. Uma pena realmente. Soltem o outro.” Disse a médica, e pude sentir a parte das correntes que se conectavam com a parede se soltando.

Me afastei movimentando os ombros, tentando tirar um pouco da dor de ficar sabe-se lá quanto tempo na mesma posição.

“Indivíduo XY701. O acordo é o seguinte: Você mata o lobo a sua frente, e te colocamos junto com a XX801 novamente.” Espera, o quê? Ela estava oferecendo a Amy como recompensa? Meu lobo rosnou, e eu mal consegui me controlar de raiva.

“Alfa, por favor, faça rápido.” O cara se encolheu mais na minha frente, sua voz tremendo pelo choro, provavelmente pensou que eu rosnei pra ele.

Eu estava incrédulo com o absurdo da situação, com que tipo de gente estávamos lidando? Com um puxão eu removi a mordaça, fazendo as correntes ainda presas em meus pulsos tilintarem.

“Eu não vou mata-lo, não vai conseguir este tipo de acordo de mim.” Eu disse, e o aparelho fez um ruído estático, quase como se a médica estivesse surpresa com isso.

“Então deixem que morram de fome, quero descobrir se, em situações extremas, vocês se tornam canibais.” E com isso o aparelho desligou.

“Você deve me matar, por favor. Eu não posso mais ficar aqui.” O homem disse e levantou o rosto, me encarando. Conforme prestei mais atenção pude ver diversas cicatrizes em seu corpo magro, ainda frescas, rosadas, quase como se ele tivesse sido chicoteado.

“O que fizeram com você?” Eu perguntei, da maneira mais calma que consegui.

“Eu não sei bem. Foi prata. Por favor, eu não quero passar por isso de novo. Te prometeram alguém, certo?” Ele disse, me olhando com o rosto molhado de chorar.

A minha vontade de matar essas pessoas só crescia mais e mais. Não acho que conseguiria seguir o plano da Amy, de ir com calma, não depois disso.

“Eu não a conheço muito, mas sei que ela não concordaria com esse tipo de coisa, vamos achar outra maneira. Qual é o seu nome?” Eu perguntei.

“É Ryan, Alfa. Mas, com todo o respeito, não acho que exista outra maneira.” Ele respondeu.

“Meu nome é Maverick, e tenho certeza que vamos pensar em alguma coisa, a Ômega que estava comigo conseguiu fugir uma vez.” Eu disse e estendi a mão, para ajudar a levantá-lo.

Ele hesitou por um momento, mas acabou aceitando a ajuda. Sua mão estava congelando, e eu percebi que ele ainda estava tremendo. Então ele pareceu pensar no que eu disse e me olhou.

“Uma Ômega? Aqui?” Ele disse, incrédulo.

“Sim, em algum lugar ao norte, eu acho.” Ao dizer isso eu tento novamente sentir o puxão de minha conexão com ela. E, de repente, foi como se uma porção de emoções que não eram minhas invadissem minha mente. Dor. Eu sentia muita dor. Tanta que caí de joelhos, e a voz de Ryan gritando meu nome parecia que vinha de muito longe.

Eu não conseguia ver nada, mas sentia como se cada centímetro da minha pele estivesse mergulhado em água fervente. Eu gritei, soltando a conexão. E vi olhos castanhos assustados me encarando. Mas não consegui registrar muito bem esse fato.

Eu me transformei, a única coisa em minha mente é que minha Ômega precisava de mim. Norte. Eu me virei para a porta metálica e usei minhas garras para rasgar de cima a baixo com o máximo de força possível. Fez um bom estrago, mas ainda não era suficiente.

Dei alguns passos para trás e saltei, usando o peso do meu corpo enorme para impulsionar minhas garras. Dessa vez eu abri rasgos grandes o suficiente para atravessar o metal.

Eu conseguia escutar sirenes lá fora, mas não me importei. Continuei rasgando a porta, até conseguir abrir um buraco grande o suficiente para passar. Tudo isso deve ter demorado cerca de dois minutos. Foi quando me virei para o homem atrás de mim. Rosnei, mostrando os dentes, exigindo submissão. Ele estava livre agora, mas queria que fosse comigo.

No mesmo instante ele se transformou, virando um lobo castanho, dois terços do meu tamanho. Ele rolou de costas, me mostrando sua barriga, e me senti satisfeito. Sabia que ele me seguiria.

Então atravessei o buraco no metal e me preparei para lutar, já haviam cerca de dez guardas armados se aproximando. Eu avancei no mais próximo, e, com uma mordida, eu quebrei o pescoço, caindo já pronto para pular no próximo.

Eu não os via como “inimigos” ou como “pessoas”, apenas presa que estava entre mim e o que eu queria. Apenas a soma física deles.

Veias que se rasgariam, ossos que quebrariam, e carne macia que se abriria fácil. Eu podia ver todos os pontos fracos com minha visão aguçada.

“Fujam! O tranquilizante não está funcionando!” Eu escutei um dos guardas mais distante gritar. “Prata! Precisamos de prata!”

Dentro de minha mente eu quase ri, eles não teriam tempo de fugir. Todos iriam morrer até que eu encontrasse a minha Ômega.

 

 



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