Cassie Miller
Ver o Justin cantar uma das minhas musicas favoritas foi provavelmente a melhor parte dessas pequenas férias até agora. Não sei em que momento foi que eu comecei a admirar ele, mas sua voz é tão linda. Ele é tão lindo.
Não sei explicar exatamente o que aconteceu, mas depois daquela musica eu comecei a sentir o Justin diferente. O clima entre nós, a forma que ele me olhava, seu sorriso. Era tudo diferente, mas eu não sabia explicar o motivo nem o que estava especificamente diferente, só sabia que tinha algo fora do normal ali.
Quando terminamos nossa sobremesa Jazzy e Jaxon queriam ir na praia, mas ninguém quis levar eles então eu me ofereci e Justin disse que iria junto. A praia a noite sempre foi um dos meus lugares preferidos e já fazia um tempo que não ia.
As crianças caminhavam mais na frente brincando com a areia. Justin e eu andávamos em silencio apenas rindo dos dois.
— Seus irmãos são muito fofos – falei.
— Eles são crianças incríveis. Eu adoraria estar mais presente na vida deles e acompanhar esse crescimento.
— Elas entendem isso, Justin – falei parando de andar e me virando pra ele - Pelo menos a Jazzy entende e se o Jaxon ainda não entende, ele vai um dia. Você faz o que pode pra ficar perto deles e isso é realmente lindo.
— Vocês conversaram sobre isso? – ele perguntou me encarando.
— Talvez – fiz charme e ele riu.
Justin pegou uma mecha do meu cabelo, colocou atrás da minha orelha e acariciou a minha bochecha. Nós estávamos bem próximos e eu não conseguia desviar o olhar dos seus olhos.
Eu ainda não sei o que tem nos olhos do Justin. Eles não são azuis, nem verdes. São cor de mel, bem comuns. Pelo menos é o que deveria ser, mas algo naquele olhar te faz hipnotizar e não conseguir desviar mais.
Senti um frio estranho na minha barriga quando percebi o rosto de Justin se aproximar do meu.
Ele vai me beija?
E o que eu vou fazer se ele me beijar?
Não tem mais nada que nos impeça de dar esse beijo. Eu não estou namorando mais e o Justin não tem ninguém, mas de alguma forma eu não sei se isso é o certo.
Antes que eu me decidisse o que deveria fazer senti um jato de água gelada no meu corpo. Quando me virei vi Jazzy e Jaxon rindo enquanto eu e Justin estávamos levemente molhados.
— Ah vocês não fizeram isso – Justin disse em um tom falso de indignação.
— Eu acho que eles fizeram sim, Justin .
— Então deveríamos castigá-los, não? – Justin falou sorrindo.
As crianças pediam desculpas ainda rindo o que nos fazia rir também.
— Que tal guerra de cosquinha? – falei.
— Ótima ideia – Justin disse.
— Não, cosquinha não – Jazzy disse andando pra trás a cada passo que dávamos pra frente.
O clima estava bem leve e divertido. Eu e Justin começamos a correr atrás deles que tentavam desviar de todas as formas. A risada das crianças era contagiante e tanto eu quanto Justin estávamos rindo bastante também.
Em certo momento eu peguei a Jazzy e nós duas acabamos caindo na areia o que fez Justin e Jaxon pararem de correr e rir mais ainda de nós duas.
— Tá legal, vem cá - Justin disse estendendo a mão pra mim depois de levantar a irmã.
Segurei as suas mãos e dei impulso pra levantar. Meu corpo se chocou com o dele e ficamos novamente bem próximos, mas eu logo me afastei tentando tirar a areia do meu corpo.
— Vamos voltar pro resort, vocês precisam de um banho - Justin disse com um sorriso no rosto.
Nós caminhamos até o resort e deixamos as crianças no quarto do Jeremy que levou um pequeno susto ao ver a filha toda suja de areia. Nós explicamos a situação e ele riu mandando a menina ir tomar um banho.
Logo fomos para o nosso quarto e eu entrei no banheiro pra tentar tirar toda aquela areia de mim. Demorou um pouco, mas eu consegui.
— Nossa achei que não ia mais sair do banheiro - Justin disse assim que me viu.
— Eu estava bem suja - falei rindo - porque tá tão frio assim? - perguntei indo até a cama.
— É o ar condicionado.
— Ah claro. Me esqueci que você gosta de dormir no Alaska.
— Não é assim, vai - ele riu e eu acabei rindo também.
Eu estava exausta então dei boa noite ao Justin e peguei no sono rapidamente virada de costas para ele.
***
Justin se aproximava de mim com certa rapidez e nossos lábios finalmente se tocavam. Ele não perdeu tempo pra aprofundar o beijo que era acelerado. Eu sentia o meu corpo inteiro se incendiar apenas com o toque de suas mãos na minha coxa.
Eu não queria parar o beijo, mesmo que o ar já estivesse faltando e eu sentia que ele também não, mas foi necessário. Justin desceu os beijos para o meu pescoço e eu já estava ficando louca com aquilo. Ele deu um apertão na minha bunda que me fez soltar um gemido sem querer.
Justin voltou a atacar os meus lábios enquanto pressionava sua ereção na minha virilha, eu me sentia cada vez mais molhada. Ele subiu suas mãos por baixo da minha blusa e parou o beijo por um breve momento arrancando-a.
Ele massageava meu peito com uma das mãos enquanto apertava minha bunda com a outra. Eu já não aguentava mais aquela tortura. Tirei sua blusa também e abri o zíper da sua calça.
— Eu precisa entrar em você – ele sussurrou no meu ouvido enquanto abaixava o meu short.
E então eu abri os olhos tomando um susto.
Foi apenas um sonho. Um sonho com o Justin. Um sonho onde eu estava prestes a transar com o Justin. Eu nunca tinha sonhado com ele antes, porque esta acontecendo isso agora?
Virei de vagar para o lado e vi Justin dormindo serenamente. Ele parecia calmo e tranqüilo. Um pequeno sorriso, quase imperceptível, se formava em seus lábios. Fiquei alguns minutos apenas o olhando dormir até que ele começou a se mexer pra acordar e eu disfarcei levantando e indo para o banheiro.
Eu estava constrangida por ter um sonho assim logo com o Justin. Não que fosse ruim beijar ou transar com ele, só que talvez isso fosse estragar nossa amizade. Por mais atraente que ele seja e por mais gostoso que o beijo dele seja, eu não posso arriscar nossa amizade sem ter certeza de que ela seria preservada.
Terminei meu banho e coloquei uma roupa de leve pois iríamos fazer uma trilha com Ryan e Alfredo. Assim que sai do banheiro Justin estava agradecendo um garçom que logo saiu do quarto.
— O que é isso? – perguntei vendo que a mesa estava cheia de comidas.
— Eu pedi o café no quarto, espero que não se incomode. Não estou muito a fim de ir no restaurante e ter que tirar varias fotos, alem do mais estamos quase atrasados.
Olhei no relógio e realmente faltavam poucos minutos para o horário que marcamos com o guia pra fazer a trilha.
— Você não vai sentar pra comer? – ele perguntou.
— Claro – respondi e me sentei.
Eu não conseguia olhar para o Justin sem pensar no maldito sonho que eu tive com ele e sentia minhas bochechas queimarem só de lembrar. Então eu resolvi que hoje faria o maxímo para não encará-lo, o que seria uma tarefa difícil.
***
Depois de tomar café esperei Justin tomar um banho rápido e se arrumar, então fomos nos encontrar com os outros no saguão.
— Até que em fim, princesa – Ryan disse encarando o Justin.
— Por que esta reclamando comigo? Você nem sabe qual de nós se atrasou – ele respondeu na defensiva.
— Ah Justin, todo mundo sabe que você fica horas arrumando esse cabelinho ai – Alfredo zuou e todos riram, menos Justin.
— Ah cala a boca – ele respondeu – cadê o guia?
— Ele esta lá fora no carro esperando, vamos.
O caminho não foi muito animado pra mim. Eu estava sentada no banco de trás do carro ao lado de Ryan e Alfredo ao seu lado. Justin estava na frente junto ao guia que dirigia. Os meninos estavam animado com a trilha e faziam varias perguntas para Cezar, o guia.
Eu apenas coloquei meus fones de ouvidos e viajei para outro mundo, o meu mundo. Eu algum momento eu me peguei pensando sobre o beijo que dei em Justin no sonho. Eu não entendia o porque disso, agora eu quero beijar o Justin?
Me lembrei no beijo que demos quando eu ainda namorava e de como aquilo não saiu da minha cabeça por longos dias. Talvez eu quisesse mesmo beijar o Justin, quer dizer, ele alem de ser muito legal é um gato, não posso negar. Mas isso não importa, tenho certeza de que Justin não quer me beijar. Eu não sou o tipo dele. Da ultima vez ele estava apenas curioso e já matou sua curiosidade então porque iria querer fazer de novo? Essas aproximações devem ser apenas coisa da minha cabeça.
***
Depois de uma longa e cansativa caminhada para alguém tão sedentário quanto eu finalmente chegamos ao nosso destino. E quer saber? Valeu muito a pena. A visão do mar cristalino vista la de cima era uma das coisas mais lindas que já vi na minha vida.
— Aqui é lindo demais né? – Ryan disse ao meu lado e eu concordei.
Acabamos nos aproximando um pouco durante o percurso, eu estava evitando o Justin então ficava mais perto do Ryan e puxava assunto de vez em quando.
Alfredo o chamou e Ryan saiu de perto de mim indo falar com o amigo então fiquei sozinha, não por muito tempo. Justin se aproximou a passos lentos e ficou parado do meu lado observando a paisagem assim como eu. Ele abria a boca as vezes pra falar, mas desistia. Até que em um momento ele não desistiu mais.
— Você esta a fim do Ryan? – ele soltou de repente.
Olhei pra ele tentando procurar algum vestígio de brincadeira, mas ele estava falando serio. Não me aguentei e comecei a rir, isso fez com que ele fechasse a cara.
— Claro que não, de onde você tirou isso?
— Você não sai mais do lado dele.
— Só estávamos conversando, queria conhecer um pouco mais seu melhor amigo – menti.
— Sei – ele disse desconfiado.
— Espera ai Justin, você não esta...
— Eu não to com ciúmes – ele disse antes que eu terminasse.
Não falei mais nada. Obvio que ele não estava com ciúmes, porque ele estaria? Não sei porque me permiti pensar nisso mesmo que por um segundo.
***
Quando chegamos de volta ao resort estávamos cansados demais para fazer qualquer coisa então apenas nos juntamos aos pais e irmãos de Justin e ficamos na piscina até anoitecer. Não tinha nada melhor que isso.
Sai do banho com um pijama curto e senti o frio no quarto me arrepiar completamente. Eu gosto de frio, mas Justin as vezes exagera com esse ar.
— Você vai me matar congelada qualquer dia desses – falei perto da cama e ele riu.
— Vem aqui de baixo do edredom, tá quentinho - ele sorriu.
E eu preciso confessar que o sorriso do Justin era simplesmente perfeito.
Me deitei em baixo do edredom junto com ele e ficamos nos olhando. Justin foi se aproximando de mim e eu ficava cada vez mais nervosa. Eu sabia o que ia acontecer. Justin sabia. E nós dois queríamos isso.
Senti sua respiração bater no meu rosto e o meu coração estava mais acelerado que o normal. Nossos lábios se tocaram e eu senti meu corpo inteiro se arrepiar, não pelo frio dessa vez. Justin colocou a mão na minha cintura me puxando pra mais perto e iniciando o beijo.
Eu não sabia que sentia tanta falta do beijo do Justin até esse momento.
Esse beijo era diferente do outro. Tinha mais carinho envolvido nele. Era um beijo lento e cheio de sentimentos. Depois de algum tempo ele começou a ficar cada vez mais quente e Justin colocou seu corpo sobre o meu. Ele apoiava seu peso em um dos braços e com o outro acariciava a minha cintura. Eu nunca tinha me sentido tão bem por estar beijando alguém.
Por um segundo me lembrei como aquilo poderia afetar a minha amizade com o Justin e me afastei dele.
— Justin, isso não é certo - falei um pouco ofegante.
Ele ainda tinha os olhos fechados e nossas testas estavam coladas.
— Porque não? Nós somos solteiros. Nós dois queremos isso. Por que a gente não pode simplesmente deixar rolar? - ele disse roçando os lábios nos meus.
Eu estava tão frágil naquele momento, tão entregue ao Justin que eu não pensei duas vezes, o puxei novamente pra mais um beijo. Justin levou sua mão até a minha coxa a puxando pra cima, fazendo com que a minha perna ficasse dobrada. Ele passava a mão por ela e apertava a minha bunda com vontade.
As coisas estavam começando a ficar quentes demais e o quarto já não parecia mais tão frio como antes. Por mais que eu estivesse com muita vontade eu não podia transar com ele, não agora. Ainda não é o momento, e sinceramente, não sei se algum dia vai ser. Se esses beijos já podem estragar nossa amizade, imagina sexo.
Assim que senti seu membro começar a enrijecer dentro da calça de moletom eu dei uma rebolada instintivamente, mas então me lembrei do que estávamos prestes a fazer e o afastei novamente, dessa vez finalizando o beijo com um selinho.
— Acho melhor a gente parar por aqui - falei com a respiração pesada.
— É... sim, claro - ele falou ofegante saindo de cima de mim.
Ficamos em silêncio por um tempo nos recuperando. A frase de Justin não saia da minha cabeça. Porque não podemos deixar rolar? Ele estava certo, porque não? Nós somos adultos e sabemos que podemos matar nossa vontade de beijar um ao outro sem estragar nossa amizade, com tanto que não tenha sentimentos.
Me virei para encarar o Justin sem saber o que falar e ele me olhou sorrindo, mas logo o sorriso se desfez ao ver minha cara.
— Você esta brava porque eu te beijei?
Eu ainda não sabia como colocar em palavras para o Justin tudo o que eu estava pensando, então apenas fiquei quieta o olhando.
— Cassie me desculpa, mas você também queria – ele virou seu corpo de frente para mim – olha só, eu sei que você tem medo de estragar nossa amizade, mas isso não vai acontecer. Nós já somos grandinhos e podemos nos beijar quando estivermos com vontade.
— Você esta sugerindo uma amizade colorida? – perguntei – porque eu já tive uma dessa e não acaba bem.
Falei me lembrando do Gabriel. Justin já conhecia essa historia e sabia que eu tinha me machucado muito por causa dessa amizade colorida. Eu me apaixonei por ele, mas Gabriel não sentia o mesmo e quem poderia culpá-lo certo?
— Eu não sou ele e você não é mais aquela menininha de 15 anos – Justin disse – nós somos adultos e maduros o suficiente pra fazer isso da certo.
Ele estava certo. Justin disse tudo que eu estava pensando, mas não conseguia verbalizar. Já estava na hora de superar isso.
— Tudo bem então, mas temos que ter algumas regras – falei.
— Regras? – Justin franziu o cenho.
— Sim, regras.
— Ta legal, que tipo de regra?
— Primeira, ninguém pode saber. Muito menos as suas fãs, não estou a fim de ser mais xingada e ameaçada do que eu já sou.
— Tudo bem, concordo.
— Segunda, sem demonstrações em publico.
— Isso meio que faz parte da primeira né? Se ninguém pode saber, obvio que não podemos nos beijar em publico – ele disse com um sorriso brincalhão no rosto.
— Sempre bom lembrar – falei sorrindo também.
— Mais alguma regra senhorita?
— Só mais uma. Nada de sentimentos, nossa amizade vem em primeiro lugar – falei e Justin ficou serio – nós somos melhores amigos e continuaremos assim. Ainda podemos nos envolver com outras pessoas, afinal isso não é um relacionamento, é apenas pra matar a vontade.
Ele ficou me olhando por alguns segundo e então concordou com a cabeça desviando o olhar.
— Como você quiser – disse.
Sorri e o puxei pra mais um beijo.
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