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História Be Alright - Twenty-seventh


Escrita por: BruMollinary

Notas do Autor


Perdoa a demora e não desiste da fanfic <3

Capítulo 27 - Twenty-seventh


Fanfic / Fanfiction Be Alright - Twenty-seventh

3 anos depois.  

Cassie Miller

Era o aniversário de 4 anos do Enzo, sobrinho do John, e meio que a minha despedida de Nova York. Minha formatura foi na semana passada e amanhã eu volto para Los Angeles.  

Me encostei no batente da porta que dava para o jardim e fiquei observando a minha irmã correndo e rindo junto com as outras crianças. Depois que recebi a herança do meu pai, a primeira coisa que fiz foi contratar os melhores advogados que pude e entrar na justiça pra conseguir legalmente o direito de visitar a minha irmã. Meu padrasto concordou em fazer um acordo e a cada 15 dias ela vem ficar comigo em Nova York durante o fim de semana, mas isso vai mudar e a partir de amanhã poderei conviver mais com ela, já que estaremos na mesma cidade.  

— Cerveja? - Ryan diz parando do meu lado.  

Eu o encaro com um sorriso divertido no rosto e pego a long neck de sua mão.  

— Você é a única pessoa que eu conheço que leva cerveja pra uma festa infantil.  

— Até parece que você não gostou - ele diz e toma um gole de sua bebida e eu faço o mesmo.  

Apesar de me afastar completamente do Justin, a minha amizade com o Ryan não acabou, pelo contrário, estamos cada vez mais amigos. Ele é como um irmão que eu nunca tive.  

Antes de me formar chegamos a trabalhar em alguns filmes juntos, mas eu acabei me apaixonando pelos clipes musicais e desde então tenho seguido esse ramo trabalhando na produção de alguns artistas famosos e até mesmo dirigindo alguns não tão famosos assim.  

— Então amanhã você volta pra Los Angeles de vez? - Ryan pergunta mais uma vez.  

— Sim, amanhã cedo você vai me levar no aeroporto e vai perguntar mais uma vez se eu tenho certeza disso - falei e ele riu sabendo que era verdade.  

— Você já tem algum emprego em vista lá? - ele perguntou e só então eu me lembrei que ainda não tinha contado a ele.  

— Eu recebi uma proposta de uma agência. O Miles mostrou o meu portfólio pra chefe dele e ela gostou bastante. Eles querem me conhecer, ouvir algumas ideias. Tenho uma entrevista na semana que vem.   

— Miles seu ex namorado? - ele pergunta me encarando.  

— Sim.  

— Não sabia que ainda se falavam.  

— Não é porque a gente terminou que temos que nos odiar, ainda somos amigos - dei os ombros.  

— De qualquer forma parabéns, tenho certeza que vai conseguir.  

— Obrigada.  

Tomei mais algumas cervejas e conversei com mais algumas pessoas que eu conhecia. Depois que o bolo foi cortado e eu comi uma quantidade generosa, chamei a Julie pra ir embora. Me despedi de todos e prometi voltar pra visita-los. Minha irmã queria ficar, mas eu ainda tinha algumas coisas pra arrumar no lofty e nosso voo sairia bem cedo.  

 

 

 

Ryan e Sr. Jorge, o porteiro do prédio, me ajudaram a descer com as malas e colocá-las no carro do Ry. Quase não coube todas, mas eu dei um jeito e a Julie teve que ir no meu colo durante o percurso até o aeroporto.  

— Você vai pagar muito em excesso de bagagem - Ryan disse empurrando um dos carrinhos cheios de malas.  

— Eu não podia deixar as minhas coisas e também não ia pagar uma mudança de Nova York pra Los Angeles com apenas algumas malas.  

Fomos direto para o desembarque de malas e como Ryan disse gastei um bom dinheiro em excesso de bagagem. Faltava meia hora pro voo então procuramos um lugar pra tomar café da manhã. Encontramos um starbucks e nos sentamos em uma daquelas mesas com sofás em volta. Julie logo se deitou e dormiu, assim como em todo o percurso de carro.  

— Você sabe quem você pode encontrar lá né? - Ryan disse com receio.  

Eu sabia muito bem de quem ele estava falando. Nunca tocávamos nesse assunto. Apenas falamos dele uma vez, a alguns anos atrás e eu pedi que não tocássemos mais desse nome.  

— Você não falou que... 

— Não - ele me interrompeu - mas você sabe que é uma possibilidade né?  

— Los Angeles é enorme, não vai acontecer - falei tentando converter mais a mim do que a Ryan.  

— Se você quer acredita nisso - ele disse por fim e a garçonete trouxe nosso pedido encerrando a conversa.  

Eu sabia que existiam possibilidades de nos cruzarmos por lá e não vou negar que já pensei sobre isso. Mas muita coisa aconteceu nos últimos 3 anos e eu não tenho mais tanta certeza se Justin ainda sente algo por mim. Mesmo que eu nunca admita isso em voz alta, o amor que eu sentia por ele nunca diminuiu, pelo contraio. 

Quando o meu voo foi chamado eu acordei a Julie e dei um abraço bem apertado no Ryan. Eu sabia que ia ser difícil me acostumar a não vê-lo quase todos os dias.  

— Se cuida – ele disse quando me soltou e eu apenas lhe mandei um sorriso afirmando. 

Assim que nos sentamos Julie já dormiu novamente e eu tentei acompanha-la, mas não estava dando muito certo então passei as seis horas de voo trabalhando no meu portfólio online, eu iria apresenta-lo na minha entrevista. Reorganizei as paginas, dei uma cara nova ao site e ordenei todos os trabalhos que já fiz até hoje. Estava tentando de tudo pra tirar da minha cabeça o que Ryan tinha me falado sobre esbarrar com o Justin por LA, mas não estava adiantando muito. Desde que decidi voltar para Los Angeles ele tem estado mais presente na minha cabeça do que nunca. 

 

 

 

 

Já estava morando em LA a dois meses e as coisas estavam se encaminhando muito bem. Consegui um apartamento incrível perto de onde a Julie mora, estou trabalhando em uma das melhores produtoras de clipes e posso ver a minha irmã com frequência. Mas ainda faltava alguma coisa e por mais que eu não admitisse pra ninguém, eu sabia muito bem o motivo desse buraco que eu tenho dentro de mim a mais de 3 anos.  

Eu não vou negar que sinto falta dele. Não vou dizer que consegui preencher o vazio que ele me deixou porque isso seria mentira, mas afinal foi eu quem quis assim não é? Eu escolhi me afastar e não me arrependo, pois acho que naquele momento eu não estava preparada pra ter um relacionamento com ele. Eu ainda acredito que no momento certo o destino vai cuidar de nos levar um até o outro.  

Sai dos meus pensamentos ao ouvir meu telefone tocar. Olhei no visor e o nome Lauren piscava, era a minha chefe.  

— Oi Lauren – falei logo depois de atende-lo. 

— Ola, Cassie. Me desculpe, eu sei que hoje é a sua folga, mas estou precisando muito da sua ajuda. 

— Tudo bem, Lauren. Pode falar. 

— Nós temos uma gravação hoje que não pode ser adiada de forma alguma, mas o diretor do clipe teve que sair de lá correndo porque houve um acidente com a esposa dele. Será que tem como você assumir a direção? - fiquei em silencio alguns minutos pensando sobre isso. 

— Não da mesmo pra adiar Lauren? Não acho certo eu assumir a direção de um clipe que foi todo preparado por outra pessoa.  

— Foi o próprio Hans que pediu que você o substituísse – ela disse e eu me surpreendi. Hans é um dos diretores mais conceituados da produtora.  

— Se é assim, tudo bem. 

— Ótimo, vou mandar os detalhes da gravação por e-mail pra você ir se situando e envio o endereço por mensagem. 

Nos despedimos e ela desligou. Eu corri pra tomar um banho rápido e coloquei uma roupa simples. Passei um pouco de rímel e chamei um táxi pra me levar até o local. Era uma casa em um condomínio não muito longe de onde eu morava. Durante o caminho eu li as partes mais importantes do roteiro que Lauren me enviou e já sabia do que se tratava o clipe. 

 Quando cheguei lá encontrei Matt andando de um lado para o outro, ele era o produtor.  

— Ainda bem que você chegou. Nós estamos atrasados e temos horário pra entregar a casa.  

— Tudo bem, vai da tempo. Os cenários já estão prontos? 

— Tudo montado, artista preparada, só estávamos esperando por você pra contar a Madison sobre a mudança de diretor e iniciar as gravações. 

— Então a espera acabou, me leva até a garota – Matt assentiu e foi comigo até um quarto do segundo andar da casa, que servia de camarim para a menina.  

As risadas dentro do quarto eram altas. Senti um arrepio percorrer todo o meu corpo e estranhe o repentino frio. Dei duas batidas e uma voz feminina disse que poderia entrar. Abri a porta devagar e tive a visão de uma garota morena. 

— Oi você deve ser a Madison – falei entrando no quarto. 

— Cassie? - uma voz do lado oposto do comodo disse. Uma voz que eu reconhecia muito bem, não importa quanto tempo se passe. 

Me virei devagar e tive a visão completa dele na minha frente. Justin estava sentado em um sofá me encarando com os olhos arregalados. 

— Justin – sussurrei mais pra mim do que pra ele.  

O ar pareceu sumir de repente dos meus pulmões e o meu coração batia tão forte que eu temia que alguém pudesse ouvi-lo. Eu não podia negar que estava feliz em vê-lo e minha vontade era correr para os seus braços, mas me contive. 

— Vocês se conhecem? - Madison disse quebrando o silencio. 

— Longa história – ele respondeu dando um sorriso de lado. 

Então me toquei que estávamos nos encarando a tempo demais e me lembrei do motivo de estar ali e voltei minha atenção a garota sentada na cama. 

— Então Madison, o Hans teve um problema familiar e não vai poder trabalhar hoje, então ele pediu que eu o substituísse na direção. Tem algum problema pra você? 

— Não, se foi ele que pediu. Tudo bem – ela disse simpática. 

— Vou pedir pra maquiadora te retocar e começamos a gravar em 15 minutos – ela assentiu e eu me virei saindo do quarto. Não sem antes dar uma olhada para o Justin que ainda me encarava como se não acreditasse naquilo.  

Meus olhos estavam com lagrimas e eu precisava pensar pra saber como deveria agir. Caminhei até o fim do corredor abrindo todas as portas e procurando um lugar silencioso pra ficar. Achei um quarto e me sentei na cama, apoiando os cotovelos no joelho e colocando as maos no rosto. Eu tinha plena consciência de que não iria ter muito tempo.  

Eu não tinha noção nenhuma do que estava passando na minha cabeça e principalmente no meu coração.  

Justin foi o cara que eu mais amei na minha vida e o melhor amigo que eu já tive. A única pessoa com quem eu consegui desabafar os meus segredos mais sombrios. O único a me ajudar com a morte do meu pai, mesmo depois de anos. Ele é o cara que não permitiu que eu chegasse ao fundo do poço me afogando em drogas. A pessoa que em poucos meses de convivência já tinha feito mais por que do que minha própria mãe em toda a minha vida. E então, certa altura da nossa complicada história, nós nos desencontramos e nos magoamos.  

 Eu escolhi me afastar do Justin. Eu sabia que ele poderia ter qualquer garota que ele pudesse e escolhi me afastar acreditando que o tempo cuidaria das nossas feridas e o destino se encarregaria de nos juntar novamente. Dessa vez mais maduros e preparados pra um relacionamento de verdade. Mas agora que estamos no mesmo ambiente eu não tenho mais tanta certeza se acabaremos juntos. 

Justin teve a chance de conhecer outras pessoas e pode ser que agora o seu coração não pertença mais a mim e mesmo depois de tantos anos, me dói ver ele aqui com outra. Eu não conheço a Madison e nem sei se eles são oficialmente namorados, mas por qual outro motivo ele estaria aqui com ela na gravação do seu cilpe? Eu tenho certeza que essa musica não é um Feat. Isso estaria escrito no email que Lauren me enviou, mas não estava. Essa é uma música solo e Justin esta aqui apenas pra acompanhar a garota, ele nem mesmo faz parte do clipe.  

Me assusto com o barulho da porta abrindo e vejo o motivo dos meus pensamentos parado ali na frente me encarando. Meu coração quase salta da minha boca e eu não consigo pronunciar uma palavra. Ele fecha a porta devagar atras de si e caminha na minha direção. Involuntariamente me levanto e o olhos nos olhos pela primeira vez. Os olhos castanhos que eu tanto amo

— Eu não acredito que você ta aqui – Justin me pega de surpresa e puxando pra um abraço. 

Retribuo sem pensar duas vezes. Respiro fundo sentindo o seu cheiro o máximo que posso e quando ele se afasta minha pele sente falta do seu contato. Nos encaramos por alguns segundos e ele quebra o contato olhando pra baixo. Justin franze o cenho segurando a minha mão e eu percebo que ele esta olhando a pulseira no meu braço.  

— Você usa – ela diz quase sem voz. 

— Nunca tirei – falo no mesmo tom que ele encarando a pulseira no meu braço e sendo tomada por lembranças.  

 

A pouco mais de dois anos atrás, no dia do meu aniversário eu recebi um embrulho em casa. Era uma caixa pequena e sem remetente. Assim que me livrei da caixa de papelão e abri a pequena caixa de veludo percebi que se tratava de uma pulseira berlock da pandora. Ela tinha quatro pingentes, um microfone, um ônibus, um coração e um predio. Eu não precisava de remetente pra saber quem tinha me dado aquilo. Também não precisava de explicações pra entender o que cada um dos pingentes significava.  

Durante mais um ano e meio os pingentes continuavam a chegar em anônimo nas datas importantes, datas que marcavam a nossa história. Mas depois de um tempo eles pararam. O último que recebi foi no meu aniversário de 21 anos, no dia em que me tornei legalmente uma adulta responsável. Era um coração escrito família de um lado e com o desenho de um bonequinho e duas bonequinhas do outro.  

Eu sempre soube que era o Justin que mandava e sempre entendi o significado de cada uma delas, mas confesso que esse me deixou confusa. Depois desse dia não recebi mais nenhum, nem mesmo nos outros aniversários ou no dia da minha formatura e é por isso que eu acredito que ele tenha desistido de nós. 

 

 

 


Notas Finais


Comentem o que estão achando, a opinião de vocês é MUITO importante.

Se alguém não entendeu o significado dos pingentes, só me perguntar.

A foto da capa é como eu imagino a Cassie depois de 3 anos.

Eu estou começando um canal no youtube e se vocês puderem se inscrever pra me ajudar eu agradeço muitíssimo, custa nada né gente: https://www.youtube.com/channel/UC-6mvpPzjQ4QwZoiI77T8rg

Beijos, até o próximo ♥


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