História Be mine - Jimin - Os coadjuvantes sempre se arrependem no fim.

Hospital

Sexta-feira - 22:20 PM

- Senhor, não acha melhor descansar em casa? – Sungjoo questionou para o pai de Jiyun – Será muito mais confortável do que em um hospital.

O senhor sorriu e se acomodou melhor na poltrona em que estava, seu quarto era bastante amplo e confortável, melhor do que muitas casas e se assemelhava muito a um mini apartamento luxuoso.

- Acha mesmo que eu vou desistir do conforto do hospital e ir para casa? – o senhor sorriu – Eu não quero morrer agora, se eu voltar pra casa só vou me estressar e terei vontade de voltar ao trabalho, aqui eu serei mais bem controlado.

 - A sua esposa não se incomoda? Ela deve querer cuidar do senhor. – Sungjoo argumentou

- Eu sei que no fundo ela está feliz por não ter tanto trabalho comigo. – ele brincou e em seguida suspirou – Mas não foi por isso que lhe chamei aqui tão tarde... Eu soube que SeulPeun lhe nomeou advogado do hotel e fez com que Jiyun voltasse a trabalhar como uma cozinheira qualquer...

- Senhor! – Sungjoo falou imediatamente – Entendo perfeitamente se o senhor for se impor a minha nova atribuição, mas Jiyun está feliz e ela tem grandes chances de crescer nesse ramo e virar uma grande chefe, o senhor sabe melhor do que qualquer um que ela só não abriu o próprio restaurante por problemas na herança e...

- Eu não estou me impondo a absolutamente nada. – o senhor interrompeu Sungjoo que se surpreendeu ao ouvi-lo – Se Jiyun quer quebrar a cara deixarei que ela faça isso, tentei protegê-la dos monstros que existem no mundo, mas no final eu que me tornei esse monstro... Mas a minha preocupação maior agora é a SeulPeun.

- SeulPeun? – Sungjoo questionou confuso

- Ela recebeu uma grande carga de responsabilidade da noite para o dia, além disso, ela não tem uma preparação adequada para o cargo que ocupa, tenho certeza que em pouco tempo os acionistas vão tentar derruba-la da pior forma possível.

- Eu tive esse pensamento, mas após vê-la comandando uma reunião, a minha opinião mudou. – Sungjoo observou o olhar avaliador do senhor – Ela precisa se preparar, isso é obvio, mas se compararmos ela com Jiyun, a força de comando que ela tem é absurda...

- Em outras palavras, você está me dizendo que colocar SeulPeun não foi erro?

- Ela conseguiu controlar alguns acionistas que tentaram se opor a minha nova posição e ela foi surpreendentemente bem. – Sungjoo admitiu – Mas não acho que ela será capaz de suportar uma “rebelião” maior, a verdade é que ela não tem nem 20% do apoio dos acionistas, SeulPeun precisa de aliados...

- E é nesse momento que você deve entrar na história. – as palavras do senhor surpreenderam Sungjoo – Quero que você abandone o escritório temporariamente, passe seus casos em andamentos para outros advogados e que fique integralmente no hotel dando suporte a Seul.

- Senhor, por acaso isso é um pedido feito por ela? – Sungjoo questionou desconfiado

- Não, pelo contrario, isso é algo que quero que você faça sem Seul saber... Quero que você encontre bons aliados, receberei alguns acionistas durante a semana e eles vão poder avaliar o quão a minha saúde já está melhor e logo voltarei a minha posição. – o senhor sorriu – Quero deixar claro logo de inicio que quem se opuser a Seul, será o mesmo que se impor a mim... Mas a minha filha quer fazer tudo por conta própria, então não conte a Seul esse meu pequeno pedido.

- O que eu não devo saber? – a voz dela ecoou pelo quarto

SeulPeun fechou a porta com força e seguiu em direção aos dois homens que estavam surpresos ao vê-la. A jovem dava passos firmes e longo, seus olhos de águia encarava-os descaradamente, ela odiava o fato de alguém lhe esconder algo, principalmente agora que estava carregando uma grande empresa.

- Então, o que eu não devo saber? – ela cruzou os braços, tendo cuidado com o documento em suas mãos.

- Não tem como esconder nada de você, não é? – o senhor brincou, mas a garota permaneceu seria – Pedi para Sungjoo me informar de tudo que acontece no escritório, os nossos casos difíceis.

- Por que Sungjoo? O senhor não tem um secretario encarregado disso? – ela questionou e o senhor riu

- Aquele maldito mente muito... A minha saúde já esta ótima, mas mesmo assim esconde as coisas. – brincou – Mas o que você faz aqui há essa hora?

- Preciso que assine isso. – ela entregou os documentos – Jiyun já assinou, irei contratar e demitir alguns funcionários do restaurante e da área administrativa do hotel.

- Qual o motivo dessas mudanças? – o senhor questionou enquanto analisava os documentos

- O hotel tem recebido as mesmas queixas dos clientes a mais de três meses... Isso é um absurdo, não acredito que ninguém tenha tomado uma providencia até então, além disso, os próprios funcionários estão deixando queixas dos seus superiores, como trabalhar por horas exorbitantes, principalmente na área do restaurante.

- Como você ficou sabendo disso? – Sungjoo questionou

- Experiência própria, além disso, ouvi dois garçons comentando que o gerente era um carrasco, aproveitei e dei a noite livre para eles. – ela sorriu e piscou disfarçadamente para Sungjoo – Eles eram maravilhosos, deveriam ser modelos e não garçons.

- Você não muda. – o pai a repreendeu enquanto terminava de assinar os papeis – Pronto aqui está. Como vai voltar para casa?

- Da mesma forma que vim, vou chamar um taxi. – ela respondeu distraída enquanto pegava os papeis.

- Não precisa, Sungjoo pode te levar. – o senhor olhou para o rapaz – Não é?

- Claro senhor. – assim que respondeu Sungjoo olhou para Seul que estava com um sorriso vitorioso nos lábios.

***

- Vamos ouvir uma musica? – Seul sugeriu depois de cinco minutos de silencio absoluto naquele carro, ela olhou para Sungjoo que deu de ombros – O que você quer ouvir?

- Nada. – ele disse áspero e em seguida suspirou – Se quiser ouvir alguma coisa é problema seu, escolha o que quiser.

-Hum, então vamos ouvir... – ela disse pensativa enquanto selecionava a musica no celular e em seguida começou a cantar – Simon, Simon Dominic, Simon D.O.M.I.N.I.C.  Oh,Oh

- Hip-hop? – Sungjoo soou levemente debochado

- Algum problema? – ela rebateu e o rapaz riu – O que? Pensava que eu só escutava musica clássica?

- Tenha certeza que musica clássica nunca passou pela minha cabeça. – ele resmungou atento ao caminho

- Esqueceu que eu era uma ótima pianista? – ela resmungou e revirou os olhos – Tanto faz, você adora me menosprezar, mas não se preocupe que isso não me ofende, apenas me deixa mais excitada, adoro suas provocações.

- Você vê isso como uma brincadeira, mas o que eu digo é apenas a verdade. – ele falou suavemente, enquanto seus olhos se concentravam no caminho.

Após alguns minutos em silêncio, SeulPeun resolveu que iria provoca-lo mais um pouco: - Você costuma assistir dramas?

- Não. – a resposta foi rápida e áspera.

- Então é por isso que você me rejeita tão fielmente. – nesse momento o rapaz fitou a garota rapidamente – Os coadjuvantes sempre se arrependem no fim por não dar atenção a vilã.

- Coadjuvante? – ele riu debochado

- Exatamente, coadjuvante. – ela sorriu sem tirar os olhos deles – Estamos pré-destinados a ficar juntos.

- E quem disse que eu sou o coadjuvante? – o questionamento de Sungjoo fez Seul se empolgar.

- E não é? – o questionamento soou levemente debochado – Vamos começar as explicações, Jiyun é a jovem mocinha rica que sai de casa, eu sou a meia-irmã vagabunda e odiada por todos e você o personagem masculino que completa esse triangulo amoroso...

- Ainda não entendi o coadjuvante. – ele resmungou

- Realmente... O coadjuvante bonito e apaixonado pela mocinha é sempre o ultimo a saber... – o deboche provocativo voltou para a voz dela – Então se você não é o coadjuvante, por que a Jiyun está completamente apaixonada por outro e não por você?

Nesse momento Sungjoo parou o carro bruscamente, seus olhos surpresos encararam o sorriso descarado de Seul, ele sabia que ela não estava mentindo, SeulPeun não jogava dessa forma e isso só o irritou ainda mais.

--

- O que você está fazendo aqui? – a voz de Jiyun ecoou na rua praticamente vazia.

- Eu vim buscar a menina dos meus olhos, não posso? – Jimin respondeu enquanto um tímido sorriso se formava nos lábios da garota.
 

O rapaz estava completamente agasalhado e esperando pela garota em frente à porta dos fundos do restaurante em que ela trabalhava, em suas mãos estavam dois cafés extremamente quentes e o rapaz abriu um enorme sorriso ao ver a garota correndo em sua direção.

- Você não deveria estar trabalhando? – a garota questionou enquanto pegava o café que Jimin oferecia – Obrigada.

- Fui liberado mais cedo junto com um colega de trabalho, uma mulher importante nos ouviu reclamar do nosso superior, então ela nos liberou. – ele sorriu e colocou o braço sobre os ombros da garota – Não está com frio?

- Não, estou bem. – ela sorriu e em seguida deu um gole no café – Vamos para casa? Haneul deve estar com saudades.

Os dois andavam pelas ruas abraçados e conversando assuntos completamente aleatórios, mas quando eles começaram a chegar próximo ao prédio em que moravam Jiyun começou a ter uma sensação estranha e começou a olhar para trás com bastante frequência.

- Eu creio que a melhor pizza é a italiana, a massa é perfeita, saborosa, até mesmo a cor é diferente das outras... – Jimin falava completamente empolgado

- Hum... – Jiyun fingiu concordar enquanto olhava para trás

- Qual o problema? – Jimin questionou enquanto olhava para trás e em seguida olhou para a garota que parecia preocupada – Por que você está olhando tanto para trás?

- Você já teve a sensação de que tem alguém olhando para você? – questionamento fez Jimin sorriu

- Olhe para o meu rosto, como você pergunta algo assim? – ele fingiu indignação e em seguida riu – Como alguém pode não olhar para nós? Eu sou simpático e você maravilhosa, seria um pecado não olhar para você.

Jiyun acabou rido enquanto negava com a cabeça e o rapaz aproveitou para trazê-la para mais próximo de si e selou seus lábios rapidamente, mas tudo isso não durou por muito tempo, quando estavam se aproximando de casa resolveram andar mais afastados.

Quando entraram no prédio se surpreenderam com a aparição surpresa da senhora Kim, ela estava enrolada em uma coberta grossa e seu olhar era assustador.

- Senhora Kim, quanto tempo não nos vemos. – Jimin se curvou e Jiyun fez o mesmo

- Pelo que vejo vocês são amigos agora. – a voz dela contém um enorme desdém – Estão até voltando juntos para casa.

- Nós encontramos por coincidência, mas isso não é um problema da senhora, certo? – Jiyun questionou e Jimin lhe cutucou e sorriu para a senhora Kim

- Bruxa afrontosa. – a senhora resmungou

- O que a senhora faz acordada uma hora dessas? Esperando seu neto? – Jimin questionou mudando de assunto rapidamente

- Não, havia um barulho incomodando os vizinhos e eu tive que resolver no meio da noite. – ela fitou Jiyun intensamente e a garota ficou desconfiada.

- Que barulho? – a jovem questionou

- Um som estranho que era um completo incomodo, como tenho a chave de todos os apartamentos então entrei nos que estavam vazios e não foi surpresa nenhuma que o motivo do barulho infernal estivesse em seu apartamento, bruxinha.

- Haneul.. – a garota balbuciou e fitou Jimin rapidamente – Senhora Kim, Haneul não vai mais incomodar...

- É claro que não vai. – a senhora Kim interrompeu a jovem – Eu já joguei o animal na rua.

Após ouvir as palavras frias da senhora que estava em sua frente, Jiyun sentiu suas pernas fraquejando e cambaleou para trás, só não caiu graças a Jimin que lhe aparou imediatamente.