História Be My Pair - Kiss Me

O beijo.

Flasback On

- Ei, Erza!!! – O rosado e o moreno gritaram chamando a minha atenção.

- O que os dois querem?!!! Não estão vendo que estou ocupada?!!! – Eu comia meu delicioso bolo de morango até os dois fedelhos me atrapalharem.

- Eu não quero saber!!! Você vem com a gente!!! – Natsu gritava, então eu soquei ele até calar a boca e terminei meu bolo.

- Vamos conversar lá fora. – Arrastei Natsu e Gray veio andando rindo do rosado.

Soltei Natsu, praticamente joguei ele, com isso encostei-me na parede da guilda.

- O que vocês querem? – Falei fria, não gostava que me incomodassem quando comia meu precioso bolo.

- Nós queremos fazer uma aposta. – Gray falou, já que o rosado ainda se recuperava.

- Uma aposta? – Arqueei a sobrancelha surpresa.

- Sim, queremos que você... – Natsu cortou a fala do Gray.

- Beije a Mirajane!!! – O rosado gritou e eu fiquei com uma cara surpresa até começar a rir debochadamente.

- Até parece que vou beijar aquela magrela. Pode esquecer vocês dois. – Desencostei da parede e pus-me a andar.

- Está com medo, hein Erza?!!! – Gray falou aquilo e parei de andar.

- Até parece que eu teria medo de beijar alguém.

- Erza franguinha, franguinha!!! – Natsu falava enquanto imitava uma galinha, suspirei para não matar aquele moleque.

- Tudo bem, eu farei o que querem, mas em troca vocês dois irão fazer o que Mira quiser, além de admitir a derrota dos dois mais uma vez perante mim. – Falei sorrindo confiante. O orgulho falara mais alto, detestava perder ainda mais para aqueles dois desleixados.

- Aye, sir. – Os dois falaram juntos e engoliram em seco por terem tido a ideia de fazer uma aposta comigo.

Entrei na guilda a passos largos e fortes indo em direção a albina mais velha, Mirajane Strauss.

- Ora, ora, quem apareceu pro segundo round. – Mirajane já estava com punho fechado pronta para me atacar.

Antes que ela o fizesse, eu fiz a coisa mais maluca da minha vida, eu a beijei. Um simples beijo naqueles lábios doces... Maravilhosos e deliciosos lábios, tudo ótimo, mas tudo que é bom dura pouco.

Senti o punho dela no meu olho o que fez com eu me afastasse. Todos estavam surpresos inclusive ela e ela estava um pouco corada?!

- Por que é que você fez isso?!!! – Ela perguntava incrédula.

- Foi uma aposta. – Massageava o ferimento, teria quer ir a Porlyusica-san, mas provavelmente só ficaria roxo.

- Natsu e Gray farão o que você quiser, bem era só isso. Ah! E a ideia da aposta, foi deles. – Caminhei para fora da guilda indo até a casa da Porlyusica-san, deixando todos da guilda ainda surpresos exceto Mira que já batia nos dois.

Desde aquele incidente, eu já não brigava com Mira, não tinha o porquê de fazê-lo. E todas as noites dormia pensando nela e no nosso beijo, os lábios macios e deliciosos de Mirajane...

- Acho que estou apaixonada por você, Demônia. – Suspirei e fechei os olhos dormindo, tendo meu sonho roubado mais uma vez por ela.

Flashback Off

- My Lady, eu... – Estava nervosa, não era igual da última vez, agora eu tinha certeza que eu amava aquela albina.

- Está tudo bem, Erza. Eu prometo não te bater de novo. – Ela piscou e sorriu para mim.

- Eu farei se isso for o que deseja, My Lady. – Suspirei e devolvi o sorriso.

- E não podemos decepcionar todo nosso súdito. Isso desonraria meu rei. – Ela abriu ainda mais o sorriso.

- Obrigada, minha rainha. – Sorri de volta em agradecimento.

O sorriso de Mirajane me deixava calma e confiante, mas ao mesmo tempo abobada e perdida perto dela.

Obrigada de verdade, Mira, por tudo.

Eu e Mirajane paramos de sussurrar e voltamos a nossa atenção a plateia. Todos nos olhavam ansiosos pelo que viria a seguir. Entreguei o cetro para que a princesa segurasse e voltei para perto de Mirajane.

Coloquei um mão em sua cintura, puxei-a delicadamente até colar nossos corpos e a outra mão coloquei no seu rosto, fazendo um simples carinho na bochecha. Devo dizer que a pele branquinha como a neve dela era uma das coisas mais macias do mundo. Mirajane direcionou suas mãos ao redor do meu pescoço, ela arranhava de leve minha nuca, isso me causava alguns arrepios. Movi minha mão da bochecha dela para atrás de sua nuca, finalmente, colando nossos lábios, um beijo simples e calmo de início, os lábios continuavam macios e deliciosos como eu me lembrava, mas não era o suficiente para mim desta vez e nem para ela, então pedi passagem com a língua e ela cedeu naturalmente como se ansiasse por isso também. Nossas línguas dançavam em sincronia, mas ao mesmo tempo brigavam por explorar cada canto da boca uma da outra, só que aquilo não era eterno, pois somos humanos e humanos precisam de ar. Então ele nos faltou e separamo-nos, mas não antes de Mira morder meu lábio inferior o puxando de leve. Ah! Como eu queria mais daquela boca, mais de Mirajane... Odeio-te ar!

Nós duas nos separamos e ainda de mão dadas curvamos de leve para nosso súdito, então veio aplausos e assobios. Devolvemos as coroas e a túnica do rei para a princesa, depois enlacei meu braço ao de Mira descendo do trono, indo até a Fairy Tail. Fui até Lisana e Elfman devolver lhes a irmã.

- Perdoe-me por beijar sua irmã, foi um pedido real. – Curvei-me desculpando.

- Está tudo bem, Erza. Nós entendemos. – Lisana sorria.

- Uma atitude de HOMEM!!! – Elfman gritou.

Apesar deles disserem aquilo, não estava nada bem!!! Eu estava mais nervosa do que fazer qualquer missão classe S, eu acabei de beijar a pessoa que amo. Agora entendi aquela expressão “ borboletas no estômago ”, eu estava morrendo por dentro, meus neurônios pareciam explodir a cada minuto e meu coração batia descompassado.

- Erza, posso pegar a Mira-nee emprestada? Prometo que devolvo mais tarde. – Lisana piscou.

- Claro, senhorita Strauss. My Lady, irei dar uma volta enquanto conversam, com licença. – Curvei-me despedindo das duas.

Aproveitei para pegar um champanhe e caminhar até uma das varandas do salão. Suspirava enquanto processava tudo que aconteceu hoje. O convite, a dança, o beijo... E que beijo! Queria que o ar fosse eterno assim nunca me separaria de Mirajane.

- Pensando em Mirajane, Erza?! – Olhei para atrás e vi o moreno se aproximar.

- Oh! Senhor Fullbuster. – Sorri.

- Você sabe que não precisa agir assim comigo, somos amigos. – Ele se apoiou na bancada da varanda junto a mim.

- Respondendo a sua pergunta, sim, eu estava pensando. – Brincava com minha franja.

- Quando pretende se declarar? – Ele falava calmo após beber um gole de champanhe.

- Não sei, Gray. E você quando pretende se declarar para a Juvia? – Ele engasgou quando eu disse o nome da azulada.

- Não diga besteiras, Erza. Eu não gosto dela. – Ele corou um pouco, Gray sabia ser fofo às vezes.

- Sei... Quanto mais cedo admitir, será melhor. – Terminei de beber meu champanhe.

- Falou a pessoa que beija seu amor na frente de todo mundo, mas tem medo de fazer uma declaração. – Gray sorria vitorioso.

- Touché. – Sorri de volta.

- Vamos lá, Erza. Você consegue, o pior que pode acontecer é vocês terem filhos e eles serem mini Erzas ou mini Mirajanes: Satan Souls. – Ele sorriu e dei um soco de leve no braço dele.

- Obrigada, Gray. – Sorri para ele e arrumei minhas roupas para estar apresentável.

- Boa sorte, Erza. – Ele disse levantando seu copo e depois tomando o líquido.

Após deixar meu copo em uma bandeja de garçom, caminhei para onde Lisana estava.

- Senhorita Strauss. – Curvei-me.

- Ah! Oi, Erza. Mira-nee está na varanda. – Apontou a direção para mim.

- Obrigada, senhorita Strauss. – Curvei-me novamente só que agora para me despedir.

Caminhava em direção a varanda, estava nervosa, sentia as borboletas de novo e meu coração bater cada vez mais rápido a cada passo que eu dava, finalmente havia  decidido que ia me declarar.

Fechei meus olhos, suspirei, criei coragem e entrei na varanda.

- My La... – Parei imóvel àquela cena.

Meu coração fora destruído, quebrado, pisado, esmagado, queimado...

Isso não podia estar acontecendo!!! Não podia!!!

O dia que antes era alegre, acabava por se tornar doloroso.

Mirajane estava beijando o Laxus.

Eu não queria saber mais nada, só queria fugir, sumir, desaparecer agora. Que saudade de minha armadura, minha proteção.

Eu corri, corri o mais longe que eu podia, ouvi Mirajane dizer “ Erza!!! Espere!!! ”, mas não importava, eu queria ficar sozinha.

Fui parar no jardim, bem longe de tudo e todos. Deixei-me sentar de frente para a árvore, apoiar-me nos joelhos e chorar. Chorar como se não houvesse amanhã, pois o meu coração estava quebrado, minha alma estava quebrada e a única testemunha de meu sofrimento era a lua que brilhava sobre mim.

Estava com dor, mas meu principal sentimento era o medo.

Medo de perder minha rival.

Medo de perder minha amiga.

Medo de perder você.

Simplesmente,

Medo de perder

Mirajane Strauss.