Está tudo bem... Eu estou bem, tudo vai ficar bem, eu vou ficar bem...
Afinal, eu sempre finjo não é?
(Denali_Hunter)
(I’m With You)
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Capítulo 29
A small part of me
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Ele andava em passos curtos pelas ruas de Londres. Seu olhar era triste, e vazio como seu estômago, que há essa hora, não havia recebido nenhum tipo de alimento e roncava alto. O menininho tentava ignorar o cansaço e o seu estômago que chegava a doer de tanta fome que sentia, mas era praticamente impossível. Não dormia a alguns dias, procurando alguma lata de lixo para ver se conseguia comer algo que as pessoas jogavam fora, ou alguma caixa velha para se esconder da chuva e da neve fria de Londres. Suas pequenas mãos pálidas e sujas tremiam debaixo do moletom velho que achara no lixo. A fome já afetava sua visão, suas pernas não conseguiam mais sustentar o peso de seu pequeno corpo.
Quando começara a nevar, o menininho sentou-se no chão, encostado em uma parede de uma loja que havia sido fechada há alguns anos. Encolhido e com fome, abraçou seus joelhos, colocou seu capuz e abaixou a cabeça, apoiando-a em seus joelhos. De seus olhos, as lágrimas já começavam a se formar, caindo sobre seus joelhos.
- Ei, você deve estar com fome né? – ele abriu os olhos, e desapoiou sua cabeça de seus joelhos, e olhou para cima. Observou a menina que olhava para ele gentilmente. Respondeu a pergunta dela com um simples balançar de cabeça. Ela pensou um pouco. – acho que meus pais não vão sentir falta desse pacote de biscoitos. – ela disse estendo um dos melhores pacotes de biscoito de chocolate que ele já viu comerem. O menino olhou para o pacote de biscoito como um cachorro olha para um açougue, e hesitou em pegar, mas a menina se agachou á sua frente, e estendeu o pacote para ele, que estendeu a mão e pegou o pacote. – seus olhos são tão lindos... – ela disse maravilhada.
- O-Os seus t-também... – ele observou o pacote de biscoitos e começou a chorar. – o-obrigado... M-Muito obrigado... – ele disse abraçando o pacote de biscoito, como se fosse ouro. Ela se levantou e acenou para ele.
- Adeus... Talvez nos encontremos novamente no futuro. – ela correu e atravessou à calçada.
O menininho sorriu, abriu o pacote de biscoitos, e sussurrou para o vento frio que o clima de Londres emanava:
- Se o destino quiser... Nós vamos nos encontrar novamente...
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Abri meus olhos, meu coração batia forte, e as lágrimas já ardiam os meus olhos, querendo sair. Minhas mãos estavam trêmulas, e a dor, havia voltado. Me sentei na cama ainda ofegando, respirei fundo tentando normalizar minha respiração descompassada. Quando me acalmei, eu permaneci sentado na cama, observando a janela aberta do meu quarto.
- Eu me odeio... – sussurrei para mim mesmo, minhas lágrimas já insistiam em cair, sem minha permissão. – por quê? Por que me deixaste tão cedo? – olhei para o teto do meu quarto e depois, observei meu guarda-roupa revirado. Baguncei meus cabelos, me levantei da cama, abri a porta do meu quarto, e desci. Resolvi fazer um chá para ver se acabava com essa minha insônia.
Em silêncio, abri o armário e tirei de lá, o bule de chá, enchendo-o de água e logo o coloquei no fogão. Puxei a cadeira e me sentei, batendo meus dedos na mexa em um ritmo aleatório.
[...]
Meu chá já havia ficado pronto, e eu já havia voltado para o meu quarto. Tomei calmamente meu chá, e novamente abri a porta, e fui ao quarto do lado do meu. Abri a porta com uma calma e paciência que qualquer um desconhecia quando se tratava de mim. Quando abri a porta por inteiro, eu a vi. Ela dormia em sono profundo, sua cadela estava dormindo no chão, por isso, não me preocupei em fechar a porta e ficar do seu lado. Fiquei a observando por longos minutos, até que resolvi me deitar ao seu lado, e dei graças a Deus que ela não acordou. Acariciei sua bochecha e cheirei seus cabelos, as lágrimas já não me deixavam em paz.
- Tudo estava tão doce... Até eu ter o desejo de te matar...
[...]
Alice – CASTIEEEEEL! ACORDA! Estamos atrasados! Acorda! – ela disse me empurrando, e eu caio no chão.
- PORRA TÁ MALUCA?! – eu gritei ainda meio sonolento.
Alice – Que cara é essa, garoto?! – ela disse horrorizada. – Parece que chorou a noite inteira. – ela brincou e eu revirei os olhos.
- Não enche. Eu não choro. – eu disse me levantando.
Alice – Será? – eu olhei irritado para ela. – acordou com o cão hoje foi?
- Talvez... Dragon acordou junto comigo? – ela fez uma cara cínica.
Alice – Engraçadão você hein? Merece ir para “A Praça é Nossa”.
- Ah claro, se eu falhar como guitarrista, com certeza você vai me ver lá. – eu disse bagunçando meus cabelos e indo até o banheiro.
Alice – Vou esperar você. – senti seus passos se distanciarem. – mas se dormir de novo eu te amarro e saio arrastando sua cara pelo asfalto até a escola! – ela exclamou já distante.
- COMO SE TIVESSE FORÇA PARA ISSO! – eu gritei, e ouvi-a bufar, mas ela não revidou.
Tudo estava ficando tão doce... Até eu ter vontade de te matar...
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Personagem nova.
- Tiaaa! – gritei, e a mesma veio correndo ao meu encontro. – onde você colocou aquele meu corpete? – ela revirou os olhos.
- Já procurou nessa gaveta aqui? – ela apontou para uma das gavetas do meu guarda-roupa.
- Sim tia! E não achei.
- Se eu achar e tiver aqui, eu vou arrastar sua cara lá no asfalto. – eu sorri vitoriosa, pois sabia que ela não iria achar, mas meu sorriso se transformou em um “O” perfeito quando ela puxou o corpete e mostrou em minha frente. – esse daqui? – eu fui saindo de fininho. – volte aqui Emmi Gosh! – eu corri que nem louca escada a baixo.
Olá, eu sou Emmi Gosh, e esse é mais um dia normal em minha vida.
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Alice on
As coisas de agora em diante iriam ficar feias, já que os pais de Nathaniel já ficaram sabendo do ocorrido, e querem, por que querem adiantar a data do casamento, que eu não sei nem se papai já tinha marcado para outro dia. Castiel surgiu com uma ideia maluca e impulsiva de fugir. Eu cogitei várias vezes a ideia de fugir para outro país e nunca mais voltar, mas eu acabei desistindo por que seria infantil e eu iria me arrepender depois. Por incrível que pareça, Castiel também achou a ideia idiota, e me pediu desculpas por ele ser tão impulsivo.
Eu resolvi ficar, e lutar para que meus pais mudassem de ideia, mas o problema, é que quando um acordo de casamento é aceito por ambas as famílias, e uma delas quiser desistir, a família que quer voltar atrás, deverá dar uma quantia equivalente à quantia que ambas as famílias iriam pagar se o casamento fosse acontecer. Isso não teria nenhum problema, mas o real problema foi que Elisabeth havia decidido um casamento grande e exagerado, já que os Millers são ricos demais, mais ricos que a minha família e a de Castiel juntas. Se fosse eles a pagar, tudo bem, mas é a minha família que vai pagar, e se pagar, quase todo o dinheiro vai embora, e eu duvido que Elisabeth tenha paciência para que Felipe e Bella tragam dinheiro para casa... Isso me dá vontade de esquecer o que eu quero ser, já que astrônoma não dá muito dinheiro... Ás vezes acho que nem sempre podemos ser o que queremos ser, até por que, a vida sempre lhe dá uma desvantagem, e uma razão para desistir de fazer o que gosta, para fazer algo que não gosta, e sobreviver.
Alexy – ALICEEEEEEEEEEE! – gritou pulando em cima de mim.
- Coisa azul! Para com isso! – eu disse sorrindo.
Rosa – A louca! Vem cá Catarina! Deixa eu te mostrar como se faz o urro!
Catarina – Faz o urro Rosa!
Mas pelo menos, se algo de ruim acontecer, eu tenho amigos com quem posso contar.
Castiel on
- E a parte onde eu disse “eu não quero mais te ver, suma da minha vida” você não entendeu?
Debrah – Mas... Aquilo foi um mal-entendido! Eu... Eu tinha lhe mandado uma carta avisando que eu iria embora, mas eu iria voltar! Como não leu? – ela disse desesperada. Revirei os olhos, achando aquilo ridículo.
- Você não mandou caralho nenhum de carta garota! Pare de mentir! – eu exclamei irritado.
Debrah – Eu não estou mentindo Castiel! Aquilo que nós vivemos não foi mentira! Não foi uma mentira por parte de mim! Eu te amo Castiel! Por que não entende isso?! – eu trinquei os dentes.
- VÁ EMBORA! – gritei com sangue nos olhos. – EU... Eu não quero te ver! – disse tentando me acalmar. – Eu não quero que você venha de gracinha para o meu lado! Eu não quero que você chegue perto de mim! Eu não a quero em minha vida! – ela ficou calada. – Se deu pra entender, vá embora! – ela fez uma expressão de choro.
Debrah – Nós ainda vamos voltar a ser um casal Castiel... Eu... Eu tenho fé nisso! – eu revirei os olhos e dei as costas para ela, saindo do estacionamento e entrando na escola, mas antes disso, eu ainda a ouvi falar: – você vai voltar pra mim Castiel...
Alice – Castiel! Onde estava? Já estava achando estranho seu sumiço. – ela pegou em minha mão. – vem, vamos! – eu assenti.
Eu iria ficar bem... Eu sempre fico... Enquanto eu a tiver aqui, comigo, eu irei lutar contra ela.
Tudo o que vivemos desde o dia em que a encontrei naquela chuva... É apenas uma pequena parte de mim, e uma pequena parte do que sinto por ela. Se ela estiver aqui, eu não temerei nada.
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