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História Be Together. - The Walk That Changed Everything.


Escrita por: lauvenjauregui

Capítulo 1 - The Walk That Changed Everything.


Fanfic / Fanfiction Be Together. - The Walk That Changed Everything.

Escalei o muro sem dificuldade. Quando meus pés tocaram o chão, senti que minha respiração estava de volta. Olhei dos dois lados, vendo se estava sozinha e continuei meu caminho.

Era cedo, a neblina ainda era espessa nas árvores acima de mim e o cheiro de terra molhada era revigorante. O único som que eu podia ouvir eram meus passos pelas folhas secas que cobriam todo o chão.

Quando finalmente cheguei ao meu destino, a pequena cachoeira que ficava perto daqui, joguei minha mochila no chão e me sentei em uma das pedras; retirei a faca que guardava dentro da bota e deixei de lado, caso precisasse.

Queria ter algo para comer agora e poder relaxar totalmente observando o percurso da água e aproveitando o único momento da semana que podia ficar sozinha e as coisas pareciam quase normais. Mas se sair do santuário já era difícil, roubar comida seria praticamente impossível.

Voltei no tempo para alguns meses atrás, quando minha maior preocupação era escolher uma faculdade e pagar o aluguel. Quando eu passava noites em claro lendo teorias sobre o fim do mundo ou assistindo algum filme idiota sobre zumbis e ria.

Tudo parecia tão fácil agora, tão idiota. Retirei meu caderno um pouco destruído da mochila, foleando as páginas e relendo minhas anotações.

Quando meus pais morreram e fui obrigada a ficar com minha tia e receber atenção psicológica quase todos os dias, minha médica me deu esse caderno e disse que um diário ajudaria. Eu tinha 10 anos e a vida de uma órfã com essa idade não era movimentada então ela tinha permanecido em branco até o começo do apocalipse.

A “sobrevivente” como todos diziam antes de me consolar; me pergunto se essa palavra ainda fazia sentido ultimamente ou eu apenas tinha sorte. Suspirei, pensando em como meus pais encarariam a realidade de hoje.

As primeiras páginas eram anotações sobre a doença, alguns remédios que eu podia usar e coisas aleatórias que eu vi na televisão.

Dia 24 de maio foi meu primeiro diário e também o dia que a energia parou. Li rapidamente sentindo cada palavra.

Fiquei dias trancada em meu apartamento, pensando no que iria fazer ou para quem iria correr já que pelo barulho perturbador que os mortos faziam eu tinha certeza que todos em meu prédio já se foram.

A energia não funcionava mais, o governo não mandou mais aviões e eu não via mais carros ou qualquer coisa viva nas ruas, tudo o que eu conseguia ver eram mortos ainda frescos vagando. Pessoas que eu costumava esbarrar indo para o trabalho.

Quando meus dias de isolamento acabaram tudo o que coloquei em minha mochila foram as coisas essenciais que tinha anotado em meu diário. Tinha sorte de que aprendi a não me apegar as coisas, então não pensei duas vezes em deixar toda a minha antiga vida trancada sem olhar para trás.

“Tudo mudou Camila, eles se foram, mas você não. É hora de crescer. É hora de ser forte”, as palavras da Dra. Torres passeavam em minha cabeça.

Quando desci até o estacionamento, com minha faca na mão esperando para encontrar algum morto, me surpreendi.

Era uma garota. Loira, alta, um pouco suja e revirava uma lata de lixo tentando não fazer barulho. Quando me viu, sorriu e disse:

- Gostei da jaqueta.

Quem diria isso no meio de um apocalipse zumbi? Dinah Jane.

Dinah era uma ex-secretária de 22 anos que acabou se tornando minha melhor (e única, pra ser sincera) amiga. Quem diria que era preciso o mundo acabar e metade da população mundial morrer pra mim achar alguém com quem sair não é?

Juntas Dinah e eu passamos os piores meses de nossas vidas, comendo comida do lixo quando tínhamos sorte, bebendo água suja, passando todas as noites em claro e quase virando jantar no mínimo umas 5 vezes por dia.

Até que eles nos acharam. Virei a pagina para ler as anotações que tinha feito sobre eles até agora.

Eram chamados de “Salvadores” e pertenciam a uma comunidade chamada “Santuário” que ficava a poucos quilômetros de onde Dinah e eu estávamos nos escondendo.

Nenhuma de nós tinha força para lutar e eles estavam em maior numero, de modo que não tivemos outra opção a não ser ouvir o que eles tinham para falar, ou melhor dizendo, oferecer.

Disseram que o Santuário era comandado por uma mulher que chamavam de Comandante, e que estavam de portas abertas, incluindo comida, proteção e um teto para dormir a qualquer ser vivo que ficasse de acordo com as regras que ela exigia.

Aceitamos em 5 segundos. Eu acabei ficando com o trabalho na cozinha, enquanto Dinah era ajudante na enfermaria.

A Comandante tinha um sistema bem rígido, além das coisas extremamente essenciais que eram dadas a todos, você precisava trabalhar para ganhar pontos e comprar alguns luxos extras como: roupas, sabonetes, pentes, ou qualquer outra coisa que eles achavam em casas abandonadas.

Os toques de recolher eram obrigatórios, de modo que se você se atrasasse para algum ficava sem uma das 3 refeições do dia.

Mas agora falando da Comandante... Ela era jovem, quer dizer, jovem para ser uma líder de uma comunidade pós-apocalíptica; tinha lá seus 20 anos, com longos cabelos negros, belas curvas e um olhar de quem sabia qual era o seu lugar: no topo.

As pessoas aqui a tratavam como uma rainha, a coisa era tão exagerada que nas poucas vezes que ela descia de sua torre, as pessoas ajoelhavam e quase nunca tinham a coragem de olha-la nos olhos.

Ela passava para averiguar alguns setores, ou falar com os Salvadores depois que eles retornavam de alguma viajem. Estava sempre com o taco de baseball nos ombros, sua arma preferida e a punição de qualquer pessoa que desafiasse uma de suas regras (ou somente a irritasse).

Ela tinha um grupo de mulheres que se chamavam de A Elite. Eram modelos ou somente garotas bonitas que a Comandante escolhia para se tornar seu brinquedo sexual exclusivo.

Pelo que já ouvi uma delas comentando, além de ela ser ótima na cama as escolhidas também recebiam tratamento especial, não precisavam trabalhar e tinham quartos particulares na torre dela.

Apesar disso comentava sobre seu verdadeiro nome, se ela tinha alguma familia ou qualquer coisa de seu passado. Ninguém tinha a coragem de fazer isso e acabar no ouvido de algum dos Salvadores, e sofrer a punição que eles escolhessem por uma simples fofoca.

Era como se o mundo tivesse acabado e as pessoas tivessem decidido voltar na idade média, com a rainha e seus servos. Fechei o diário, anotando essa ultima frase caso algum dia o mundo volte ao normal e eu decida escrever um livro sobre esse lugar, e precisar descrever a Comandante.

Sorri enquanto guardava o diário em minha mochila. Era meu primeiro mês aqui e eu quebrava uma das regras da Comandante toda semana.

Era proibido qualquer pessoa deixar o Santuário sem a autorização dela. E eu pulava o muro sempre que podia e dava uma volta, ou somente parava aqui, bebia água e observava a cachoeira.

Tudo estava quieto e normal, até que um barulho de galho se quebrando chama a minha atenção.

Virei a cabeça e antes mesmo de conseguir formular algum pensamento, vi um corpo morto e barulhento cair em cima de mim. Minha cabeça foi de encontro com uma das pedras, me fazendo soltar um gemido de dor enquanto tentava controlar o monstro em cima de mim.

Ele grunhia desesperadamente, batendo seus dentes podres e com sangue perto de meu rosto. Era mais forte do que pensei, de modo que tive que usar toda a minha força para tentar pegar minha faca que estava caída perto da água.

Minha única mão estava em seu pescoço, já tremula e sem força enquanto ele chegava cada vez mais perto.

É isso, pensei. Sobrevivi um acidente de carro e 3 meses num apocalipse zumbi para morrer estupidamente escrevendo em meu diário.

Quando senti que meu pulso iria desistir de mim, sinto uma pancada e a cabeça do zumbi explodir em cima de mim. Sangue voou por todo o meu corpo, mas o barulho tinha parado.

Silencio. Respirei fundo, aliviada.

Tirei o corpo de cima de mim, jogando-o de lado com dificuldade. Quando levanto o olhar, sinto meu corpo inteiro estremecer e um sentimento mais aterrorizante do que quase ser comida viva percorrer meu corpo.

Era ela.

Vestia uma calça jeans e a típica jaqueta de couro com um cachecol vermelho enrolado delicadamente em seu pescoço pálido. Tinha uma expressão indecifrável e seus olhos estavam fixos na pulseira vermelha que indicava que eu era propriedade do Santuário.

Que eu era propriedade dela.

Um silencio perturbador estava entre nós enquanto eu podia ver o sangue do zumbi escorrendo pelo taco. Ela não parecia nem assustada, nem surpresa, nem um pouco afetada pela adrenalina de arrancar a cabeça de alguém com um golpe.

Quem sabia teria sido melhor deixar aquele zumbi me matar de uma vez.

- O que pensa que está fazendo aqui? – sua voz rouca cortou o silencio tão delicadamente quanto o golpe que ela deu no zumbi destruído ao meu lado.

- Ahn... – eu murmurei, tentando pensar em algo que fosse compreensível.

Ela continuou parada enquanto eu estava ensanguentada e pensando em algo que explicasse eu quebrar uma de suas regras.

- Eu só queria caminhar. – murmurei. A frase soou ainda pior em voz alta do que em minha cabeça.

Ela mexeu a mão, fazendo sangue respingar do taco. Por um segundo, achei que ela iria explodir minha cabeça com ele, mas somente limpou o sangue e soltou uma risada baixa.

- Me deixe entender... Você escalou o meu muro, enganou meus guardas, quase foi morta e tudo isso porque queria dar uma volta? – ela tinha um sorriso negro que fazia meu corpo estremecer ainda mais.

O medo se esvaziou de meu corpo lentamente, dando espaço para uma raiva que queimava no fundo de meu subconsciente.

Eu tinha quase morrido e ela me salvou para tirar com a minha cara. Mate-me de uma vez, pensei.

- O que você também está fazendo aqui? – pensei alto. Apertei os olhos com medo de sua resposta.

Droga Camila.

- Não devo satisfação a ninguém, querida. – ela sorriu. – Já você, não deveria estar cumprindo turno?

- Meu trabalho ainda não começou. – disse.

- Deixe-me adivinhar, você é do grupo de vigias?

- Cozinha. – respondi, com raiva.

- Oh, agora entendi. Sente falta da adrenalina não é querida? – ela disse. Não sei dizer se estava afirmando ou perguntando.

Mas no fundo era verdade. Passei minha vida toda trancada, estudando, sendo tratada como um pedaço frágil de vidro só porque perdi meus pais.

- Quando tiver vontade de se exercitar, pode sempre me avisar. – ela disse.

Levantei-me, tirando o sangue do rosto e jogando a mochila nas costas. Eu estava brava, quase morri e agora estava pouco me fodendo para outra pessoa tendo dó de mim.

- Prefiro quase ser morta por outro zumbi. – eu disse, marchando ao seu lado.

Sinto sua mão firme coberta pela luva de couro pra puxar. Sua mão é apertada em meu braço esquerdo e nossos ombros quase se encostam.

Pela primeira vez reparo em seus enormes olhos verdes. São incríveis e me perco em seu tom escuro por um segundo, antes de acordar e tentar puxar meu braço de volta.

- Quem você pensa que é pra falar assim comigo, querida? – ela faz até o “querida” soar sério. Sinto meu corpo tremer inteiro pela força de seu toque em meu braço.

- Sinto muito. – eu digo.

Nossas cabeças viram automaticamente para o som de alguém se aproximando. Ela ainda tem a mão em meu braço quando Ally Brooke, uma de suas conselheiras aparece.

Ela é baixa e tem longos cabelos loiros que cobrem a maior parte do seu rosto. Me lembro de ter a visto com uma prancheta rondando a cozinha algumas vezes, ou somente preparando os Salvadores para alguma viagem.

- Comandante. – ela diz, com o maior respeito do mundo. – Eles estão prontos.

Ela solta meu braço rapidamente e me olha. Não sei dizer se é raiva ou se está apenas incomodada que não pode me punir agora.

- Leve-a de volta. – ela diz. – Ainda não acabei com você. – ela sussurra para mim, antes de sair em meio as arvores.

- Nome. – Ally pergunta.

- Camila. – respondo.

- Só?

- Camila Cabello. – eu digo. Ela parece irritada.

- Olha Camila, não sei o que estava acontecendo aqui ou porque vocês estão aqui fora, mas se eu fosse você... Nunca mais se meteria com ela.


Notas Finais


A sinopse Só pra explicar as coisas: eu gosto muito desse estilo apocalíptico então resolvi misturar The Walking Dead e The 100. Imagino a Lauren como uma mistura da Lexa e Negan mas claro, com a maior parte da Lauren de verdade.


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