História Bear - 51 – Verdade Dita

Binnie

Mal me recuperei de tudo aquilo e uma semana foi suficiente para minha vida virar completamente: YooA voltou para a casa dos pais, JinE está saindo com um garoto, a ida de meu pai e eu estou aqui, mais uma vez diante de um urso que esse sim, mudou minha vida. Eu estava analisando ele, ali parada, até ser interrompida por uma mensagem, de quem? MoonBin. Então, olhei para o mesmo, em cima do criado mudo ao lado de minha cama, mas ignorei.

Meu dia estava indo bem — ou melhor, minha manhã —, até a campainha tocar. Então bufei e fiz um bico, indo até a porta para atendê-la.

—MoonBin? — Perguntei surpresa assim que vi ele ali, que à poucos segundos havia me mandado mensagem. — O que faz aqui?

—Não tenho tempo para explicar, Binnie! Vamos! — Ele pegou no meu braço e com um movimento rápido, fechou a porta e assim saiu me puxando para fora do prédio.

O que está acontecendo?

—MoonBinnie, minha porta tá destrancada! E se entrar um ladrão ou algum pervertido e se esconder na minha casa?! — Perguntei enquanto era puxada. — Coréia está perigosa sabia? Tem um monte de jovens-barco-de-papel escolhendo o mundo do crime, sabia?

—Binnie não há tempo para suas teorias de Kim RanDo! Só apresse o passo!

Ele leu algum livro de Kim RanDo?! Aigoo!

Não houve tempo nem de respirar. MoonBin me puxava pelas ruas de Seul e eu tentava acompanhá-lo com minhas pernas nada longas e nada ágeis. De qualquer modo eu confiava em MoonBin. Se ele estava agindo assim, havia algum motivo que eu iria descobrir em breve... É... Eu ainda sinto algo por ele. Algo não, eu ainda o amo.

Eu reconheci aquela rua, aquela casa... Mas me lembrei pelo número da residência que era reconhecível em qualquer lugar: 777.

—Espera... Esse é a casa do MJ! — Eu parei de andar naquele mesmo momento e MoonBin parou juntamente comigo. Então me virei para encará-lo. — Binnie o que estamos fazendo? O que está acontecendo?

—Não há tempo, Binnie! Só confia em mim, por favor! — Eu afirmei com a cabeça e a gente entrou na casa de MJ que estava escura, quieta e o dono nem me cumprimentou. Ele estava sentado no sofá com uma camisa social branca e completamente desanimado. Pensei em falar com ele ou perguntar o que aconteceu, mas MoonBin não deixou e me levou pro andar de cima, onde ficamos numa sala, ou melhor, era o quarto de MJ. — Você vai me...?

—Não! Calma! Eu vou te provar uma coisa. — Ele passou a mão pelo meu ombro e me fez sentar na cadeira da mesinha do computador.

MJ

Eu não estava animado de forma alguma para receber YooA. Eu já tinha tomado minha decisão. Ela provavelmente iria querer um colo, alguém pra chorar, pra desabar mas essa pessoa não seria eu; eu não iria estender minha mão para uma pessoa tão suja, tão sem escrúpulos igual a ela.

Ao ouvir a campainha tocar, olhei para a escada apenas confirmando se Binnie e MoonBin estavam ali bem escondidos para o plano dar certo. Então respirei fundo e fui abrir a porta, dando entrada para YooA.

—Oi MJ... Por que me chamou? — Ela foi tão direta quanto eu imaginei. Então, dei passagem para a mesma entrar.

—Eu estou me sentindo encomodado com o que me falou naquele dia. — Olhei para os meus pés, ainda diante da porta enquanto a mesma olhava a casa com admiração. Senti a mesma virar o olhar para mim assustada.

—O que? Você contou sobre o boa noite cinderela para MoonBin? Para Binnie? — Sua voz era num misto de medo e susto. — Você nã...

—Calma YooA! Eu não contei nada! Mas se isso se manter eu vou falar... Tudo.

—Você não pode contar! Não tudo! Nada! Nem sobre o plano de você beijar YooBin; sobre o eu ter dado remédio para MoonBin dormir na nossa noite porque a gente não transou e nem da gravidez falsa! Por favor! — Nem precisei fazer muito esforço para ela contar tudo.

Um sorriso aliviado e satisfeito saiu de meu rosto, então eu disfarcei e me virei para a mesma, fechando a porta de minha casa. Binnie não se conteve e começou a descer as escadas lentamente enquanto YooA nem percebia e se preocupava com suas explicações bobas.

—Você é uma vaca. — Pela primeira vez, ouvi YooBin dizer algo tão forte para ela.

Então YooA a olhou confusa e balançou a cabeça em sinal de negação. Começou a tentar se explicar, porém Binnie interrompeu aquelas palavras, as lágrimas de crocodilo com um tapa doloroso e barulhento no rosto de YooA.

—Você é idiota, Binnie! — YooA sorriu de canto. — Você cai em qualquer armadilha que te fazem. Caiu feito um patinho em meu plano.

O olhar dela era de ódio.

—MJ...? Nem é tão trouxa assim. Soube executar um plano direitinho. Pelo menos esse, não é mesmo? Mas vai voltar correndo para os meus braços como sempre fez. — Eu me mantive quieto. Era a vez de MoonBin descer as escadas. — MoonBin! Eu...

Ela não esperava que MoonBin estivesse ali e suspirou fundo.

—Eu fiz tudo isso por você, Oppa... — Muu.

—Como ainda consegue estar aqui, YooA? — MoonBin, ainda no pé da escada a encarou. — Saia daqui antes que eu não responda por mim mesmo. Saia! — Ele se alterou e gritou com a garota.

E ela saiu.