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História Beati Bellicosi - O dia depois


Escrita por: TrumanBlack

Notas do Autor


Espero que gostem <3

Capítulo 2 - O dia depois


―Você acordou na cama dele? ― Deaton disse, um tom acima do que ele geralmente usa comigo, e que de manhã sentindo a dor de cabeça e mal estar que eu me sentia parecia que ele estava gritando com um mega fone no meu ouvido. ― E você está de ressaca?

―Você disse pra eu me divertir, eu não sabia que tinha tanto álcool naquela coisa, nem tinha gosto de álcool! ― remoí, enfiando os óculos escuros ainda mais na minha cara, por que no diabo da Califórnia fazia tanta luminosidade? Pra sair de casa tinha sido uma missão de elite especial, meu maior óculos escuros, os mais escuros possíveis e um enorme chapéu que cobria cerca da metade do meu rosto.― Sabia que eu não podia confiar num drink chamado biscate.

―Biscate? ― ele respondeu, dessa vez num tom mais baixo, voltando pra sua bancada e começando a fazer alguma coisa que devido a minha dor de cabeça eu não era capaz de acompanhar.

―É, chá de hibisco e saquê eu achava que saquê era mais leve do que isso ― atrás das lentes dos meus olhos eu estreitei os olhos ― E isso é sua culpa “se divirta um pouco”, general Dave nunca teria deixado isso acontecer.

―Você não está mais na escola militar, é livre pra tomar as suas próprias escolhas.

―Você é literalmente, o pior.

Deaton deu uma risadinha.

―Eu tenho que aplicar glicose em você? ― ele perguntou― por que eu só tenho glicose pra cachorro aqui.

Eu me recusei a responder tal pergunta, segurando as beiradas da mesa e me apoiando já que tudo parecia me induzir a tontura, tremedeira, vomito e uma incrível vontade do meu ser de nunca mais consumir álcool na minha vida. E o auto julgamento, que diabos eu fiz e como eu iria remendar a situação.

―Então, como Scott reagiu a encontrar uma estranha na cama dele de manhã?

―Ele foi na verdade legal, o que tornou tudo pior, ele até se ofereceu pra me deixar em casa. Eu por outro lado, só conseguia balbuciar umas coisas sem sentido, perguntar o que eu estava fazendo lá, cadê o meu cachorro e você tocou em mim inapropriadamente enquanto eu dormia?

―Você jogou pra cima dele o garota bêbada?

―O que mais eu podia fazer? ― perguntei exasperada ― a verdade não era uma opção, por que eu não fazia ideia que estava lá! Eu me lembro não claramente de ir pra casa, de trancar a porta e deitar na minha cama com o meu cachorro.

―Foi o seu chamado, como a sua mente estava enfraquecida pelo álcool foi mais fácil de ceder ao seu chamado interior.

―Ligação sobrenatural idiota. ― reclamei, antes de ouvir os passos na recepção e tentar ao máximo me recompor do meu desabafo e parecer uma cliente normal, segundo depois a porta se abriu, revelando o alvo do meu desalento e eu juro que por um segundo a minha tontura ficou mais forte e a cor correu pra fora do meu rosto. E felizmente, o mesmo efeito pareceu se abater sobre Scott, que parou na extremidade oposta da sala me encarando numa mistura de surpresa e diversão, enquanto mentalmente eu procurava um lugar pra enfiar a minha cara.

―desculpa, eu não sabia que você estava com cliente ― Ele disse, parecendo levemente envergonhado.

―Ela não é uma cliente, está aqui pra vaga de recepcionista ― Deaton disse, parecendo despreocupado.

―Não sabia que a clinica precisava de recepcionista.

―Claro que precisa, alguém precisa preencher os pedidos, fazer uma triagem dos animais e não estou dando conta sozinho, achei que era hora. ― explicou o homem, enquanto eu ainda só conseguia encarar Scott morrendo de vergonha ―Pode entrevistar ela pra mim? Tenho uma coisas pra fazer no escritório.

―Sim, claro ― ele respondeu, então Deaton no ápice da sua sacanagem comigo entregou uma prancheta a Scott e saiu da sala me deixando sozinha com ele. Eu tentei me recuperar o máximo que eu pude antes dele virar pra mim com um sorriso tímido.

―Então, está se sentindo melhor? ― perguntou, sua voz realmente preocupada com o estado que eu havia deixado a casa dele de manhã.

―Fisicamente? Não ― disse ― Psicologicamente? Também não.

―Está de ressaca? ― ele estava se divertindo com o meu desespero.

―É como se estivessem socando o meu estomago enquanto batem na minha cabeça ― respondi, completamente desesperada por um lugar pra sentar ou deitar e ficar quietinha até o maldito sol desaparecer.

―Come um queijo quente, com bastante óleo sabe, ajuda muito.

―Obrigada.

―Eu tenho que te entrevistar agora. ― ele disse, puxando uma cadeira que estava escondida e me oferecendo para que eu sentasse e se apoiando na bancada atrás dele, com a prancheta na mão e um olhar avaliativo sobre mim.

―Seu nome?

―Adelaide Kirt, mas eu prefiro Addy.

―Prazer em te conhecer, eu sou Scott McCall ― respondeu, esticando a sua mão na minha direção e eu a peguei chacoalhando um pouco. ―De onde você é e quantos anos você tem?

―Eu nasci no Oregon, morei lá até os sete anos e depois me mudei pra Vermont até que eu vim pra cá.

―Seus pais se mudaram?

―Na verdade eu vim sozinha, pra faculdade.

―Faculdade? Está no final do ano letivo escolar...

―Eu sou da escola militar, nós seguimos outro calendário. Da lua. ― respondi antes que ele pudesse perguntar.

―Não sabia que escolas militar seguem um calendário diferente. ―Scott parecia confuso.

―É, é tipo uma arma secreta. ― expliquei. ―Você não pode contar pra ninguém.

―Você tem experiência com animais? ― ele perguntou, depois de uns segundos embaraçosos.

―Sim, eu sou boa com cachorros e gatos até lobos.

―Lobos?

―Escola militar. ― Essa era a melhor desculpa pra qualquer coisa estranha que eu soltasse desde que eu tinha oito anos de idade ― É uma das regras, se você acha um animal você tem que cuidar dele até poder soltar na natureza de novo, e eu era muito boa nisso, sabe? Acalma-los, cuidar dos ferimentos, lobos lutam muito entre si.

―Eu sei ― respondeu, num tom um pouco mais sombrio ― Então você vai ser veterinária?

―Psicologia.

―Então você está aqui sozinha e os seus pais estão em Vermont?

―Não, minha escola ficava em Vermont, eu tenho um tutor lá também se você precisar falar com ele sobre alguma coisa.

―Eu sinto muitíssimo ― ele disse imediatamente assumindo que eu era órfã e eu não havia motivos naquele momento de justificar a verdadeira história. Então eu apenas sorri, aceitando as suas condolências até por que, até onde eu sabia, meus pais poderiam realmente estarem mortos.

Afinal de contas, não faria sentido, se eles estivessem vivos por que eles nunca procuram por mim? E por que a praetor não tinha me mandão de volta pra casa? Era tudo tão mais fácil de não pensar e fingir que eu era órfã de verdade, praetor era praticamente a única casa que eu conhecia. Toda a minha referencia de vida era tudo de lá.

―Tudo bem, bem, eu sou boa com animais como você já sabe, eu sou organizada eu sei mexer com planilhas pode não adicionar em nada, mas eu tenho treinamento militar, minhas notas em estratégia e diplomacia eram muito boas, eu sei primeiros socorros.

―Diplomacia?

―Nem todas as guerras podem ser evitadas, mas todas podem ser resolvidas com dialogo.

Scott sorriu.

―Isso é verdade.

―Então, eu estou contratada? ― perguntei, sem realmente saber se era só isso, eu nunca tido um emprego na minha vida.

―Eu não sei, tenho que entregar a sua ficha pro Deaton e ele que decide, ele te liga.

―Okay ― respondi, me ajeitando pra sair com o restante da classe que e tinha ― eu vou indo.

Antes que eu pudesse sair pela porta, com a minha dignidade semi-intacta, Scott deu um sorrisinho.

―O que você bebeu, noite passada? ― eu paralisei, suavemente retomando o ar que havia escapado dos meus pulmões.

―Biscate.

―Você provavelmente não deveria confiar num drink com esse nome ― ele disse.

―Aprendi isso da pior maneira possível. ― respondi antes de sair depressinha pela porta.

A viagem de volta pra casa não foi muito melhor, era a famosa caminhada da vergonha, já que até então eu estava sem carro até o fim da tarde, quando finalmente meu carro estaria pronto pra ser entregue e eu voltaria a ser uma pessoa dotada de carro.

Carro não era uma necessidade pra mim, mas pra mim, como uma pessoa mãe de um cachorro que adorava andar por ai com o vento e no ronco do motor, eu era bem obrigada a ter para passear com kylo, e a praetor estava bancando, não havia razões solidas para não aceitar.

Ao chegar em casa, kylo parecia ter sentindo muito a minha falta, já que a primeira coisa que fez foi me atacar de lambidas, praticamente me derrubando no chão.

Eu não sou muito orgulhosa do como eu me comporto perto do kylo, por eu amo esse cachorro mais do que tudo na minha vida, então eu faço voz de bebê com o meu cachorro, mas ele é lindo e leal, merece toda a comidinha gostosa que ele quisesse e a minha vozinha de bebê.  Já me desvinculando do meu bebê gigante, e indo até o meu computador, que ficava sobre uma mesinha redonda e me sentei na cadeira, enquanto kylo vinha colocando a sua cabeça no meu colo.

Distraidamente enquanto uma mão acariciava a cabeça do meu cachorro, a outra se movia indo até o meu e-mail, onde havia uma mensagem piscando com um numero 1 dentro, cliquei na mensagem se revelando ser da praetor, apenas três linhas, uma missão dentro da missão.

Thomas McLean, 16 anos

Recém mordido

Problemas de raiva

Ótimo, levei a mão até a medalhinha de prata que eu sempre usava por baixo de todas as roupas, a patinha de um lobo com os dizeres baeti belicossi, fechei o meu e-mail abrindo um calendário numa nova guia verificando a lua, na noite seguinte seria a lua cheia, eu tinha uma noite e um dia pra conseguir descobrir quem era Thomas McLean, onde ele estudava, quem havia o mordido e principalmente, como eu iria caçar um lobo raivoso numa lua cheia.

―Pronto pra caçar? ― perguntei para kylo, sem realmente esperar uma resposta, mesmo assim, atencioso como ele é, latiu pra mim, bem alto e alegremente, como se estivesse feliz de ter mais de ter alguma ação o que mais correr.

 



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