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História Beautiful Distraction - Liar


Escrita por: hails

Capítulo 39 - Liar


Com a cabeça em seu peito, eu contornei suas tatuagens. Já era um tipo de costume, assim como a forma que ele mexia nos meus cabelos. Algo involuntário, automático, mas que significava muito. Eu acho que nunca me acostumaria a ficar sem isso, e o medo me atingia em cheio agora.

- O que está pensando?

Clichê.

- Você sempre faz essa pergunta – dei risada, erguendo meu rosto para encarar seus olhos. 

- E na maioria das vezes você não me responde.

- Pensamento é algo... – procurei a palavra, e disse entre risos – Pessoal.

- Em alguém? 

Eu quis rir, ao negar com a cabeça.

- Você é tão inseguro quanto eu – apontei – Deveria existir um equilíbrio aqui.

- Não é fácil. Não quando a namorada é tão bonita.

- Eu não sou tudo isso, Justin. 

- Você é muito... – batidas na porta o interromperam, e eu puxei o lençol até a altura dos seios.

Scooter entrou sem esperar uma resposta, e nesse momento eu quis um buraco para me enfiar.

- Meu Deus – ele nos deu as costas – Eu não sabia que você estava aqui, Hailey – se justificou, e eu cobri o rosto com o travesseiro. 

- Eu não estou aqui.

Eles riram, e Justin levantou-se com um lençol enrolado na cintura.

- Você tem que aprender a bater, cara.

- Vou esperar no corredor – avisou, e Justin assentiu antes de entrar no banheiro.

Eu nunca mais queria olhar para Scooter na minha vida. Cheguei a gritar com a cara no travesseiro, odiando a vida. 

Justin saiu do banheiro com os cabelos pingando, e uma toalha envolta do quadril. Meus olhos pararam nele por algum tempo, e eu ri.

- Seu cabelo está horrível.

- Vai me dizer pra voltar com o topete? Nem se dê o trabalho.

- Eu gostava do topete, mas essa fase já passou.

- Eu gosto desse cabelo.

- Vai cortar pro primeiro show?

- Não.

- Está horrível.

- Tá bom.

Me sentei na cama e estiquei os braços, tentando me livrar da preguiça. Ele me olhou brevemente, negou com a cabeça e puxou a toalha, ficando completamente nu na minha frente. Claro que desviei o olhar para meu celular, mas acabei me distraindo, e não vi quando ele saiu.

Após tomar um banho e me vestir, eu caminhei até o corredor para procurá-lo. Ele e Scooter pararam de falar quando cheguei, e me senti um tanto incomodada.

- Eu já vou – avisei, apertando um moletom seu que estava me vestindo no momento. 

- Já?

- Tenho uma reunião com o pessoal da Tommy, e já estou atrasada – selei nossos lábios rapidamente – Depois eu te ligo. Tchau, Scooter – sorri envergonhada, e ele deu risada.

- Tchau, pequena Baldwin.

- Vai jantar comigo? – Justin perguntou.

- Eu não sei – fiz careta – Não sei que horas vou estar livre, mas qualquer coisa eu aviso.

Ele me beijou de verdade, e ainda me deu um tapa na bunda quando finalizou o beijo, me fazendo xingá-lo.

Um ensaio fotográfico em um Deserto, e dois desfiles. Eu fiquei tão empolgada com a notícia, que acabei esquecendo tudo. Eu jantei com Maeve, a estilista deles, e quando olhei o celular tive um susto. Já passava das dez, Justin havia me ligado treze vezes, e mandado algumas mensagens.

Está perto de terminar?”

“Quer que eu vá buscar você?”

“Responde!”

“O que você realmente está fazendo?”

“Entendi, vou jantar sozinho.”

“Jantei sozinho.”

Me senti culpada, e disquei seu número. Antes de começar a chamar, recebi uma ligação de um número desconhecido. Eu tentei atender, mas começaram a chegar várias mensagens, ligações pelo Face Time, tudo de uma vez.

- Que merda é essa? – perguntei para mim mesma.

- Seu número vazou – Maeve falou o óbvio, enquanto eu tentava rejeitar tudo.

Eu fiquei desesperada, era insuportável, tentava botar em modo avião e não conseguia, quase joguei o celular no chão. Por fim, tivemos a ideia de procurar alguém que entendesse disso. Foi um sacrifício enorme, e quando consegui fui ler as mensagens. 

Grande maioria era cheia de insultos, mas haviam algumas boas. Mensagens de apoio, e até versículos da bíblia. Me pronunciei no Twitter, agradeci pelas mensagens boas, mas fiquei um pouco bolada com as ruins. Eu sou humana, afinal de contas. 

Tentei ligar para Justin mais uma vez, mas já passava das duas da manhã, e ele provavelmente estava dormindo. Deixei uma mensagem de voz, esperando que me entendesse.

- Oi, amor. Aconteceu um problema com o meu celular, meu número vazou e eu não conseguia sequer colocar em modo avião. Era muita coisa, você não faz ideia – suspirei, antes de continuar – Por isso não te respondi, e não fui jantar com você porque tive que ir atrás de trocar de número. Me liga quando puder, beijos.

Eu menti.

Menti porque não queria me meter em uma confusão. Não queria que ele ficasse chateado comigo, porque nosso relacionamento já não estava tão bom. Me senti culpada sim, mas era necessário.

Acordei na hora do almoço, e encontrei a resposta mais vaga possível. 

“Certo.” Foi o que ele respondeu.

Isso foi algo que me intrigou. Eu liguei para Scooter, dessa vez.

- Fala aí, pequena Baldwin.

- Oi – respondi entre risos – Justin está com você?

- Ele está ensaiando, você quer que eu chame ele?

- Não, só me fala onde vocês estão, e não avisa que eu tô indo – ele concordou, e me passou o endereço.

Tomei banho, comi uma barra de cereal e fui. Praguejei por ter me tocado que não deveria ter colocado um short tão curto, mas era tarde demais, já estava perto de onde ele estava.

O que eu vi não foi muito legal. Tocava No Pressure, e a coreografia era muito... Bem, eles estavam próximos demais um do outro, e os toques...

Ele derrubou a garota sem querer, e todo mundo caiu na gargalhada, inclusive ela.

- Você vai me quebrar inteira, daqui pro dia do show – ela alisava o cotovelo.

- Eu não consigo, você deveria emagrecer!

- Eu não sou gorda – rebateu, fingindo que estava ofendida.

- É que ele é acostumado com corpo de modelo – Scooter alfinetou, e Justin ainda não tinha me visto – A namorada dele...

- Não fala dela – fez careta, o interrompendo – Ela...

- Eu? – chamei sua atenção, e ele recuou ao ter um susto.

- Há quanto tempo está aí? 

- Pouco – ri, e me aproximei – Suficiente para ver você derrubando a garota – encostei nossos lábios, e ele não mudou a expressão.

Não estava feliz com a minha presença, e isso era óbvio.

- Eu vou terminar os ensaios – me afastou – Qualquer coisa eu te ligo. 

Franzi o cenho, e olhei para Scooter procurando alguma pista do que havia acontecido.

- Mas se eu esquecer de te ligar e sair com outra pessoa, não se preocupe que eu vou me justificar de madrugada – completou.

Eu engoli em seco. Todo mundo estava com cara de merda, calado, assim como eu.

- Eu posso explicar.

- Mais uma mentira? – riu com sarcasmo, e todos começaram a sair de fininho – Vá embora, Hailey, eu estou ocupado tanto quanto você estava ontem.

- Eu não queria uma confusão, mas você...

- Também não quero, só quero que vá embora.

- Como você soube? - era simplesmente impossível.

- Paparazzi - respondeu, simples - Finalmente serviram para algo. Você não é tão desconhecida quanto pensa, não precisa esstar comigo para ser fotografada.

- Vai terminar comigo? – tentei esconder o desespero, e ele negou com a cabeça.

- Eu disse isso? Só não quero você aqui.

 - Desculpa – mordi o lábio, me sentindo péssima – Eu juro que não foi por mal.

- Não, foi por bem – zombou.

Ótimo, perdi a paciência.

- Eu realmente não sei – soei amarga – Quem entende de mentiras aqui é você, já que me enchia com elas. Mas não se preocupe, eu não estava transando com um ex.

O desgraçado deu risada.

- Qual é a parte que você chora? – desdenhou – Podemos adiantar? Eu me cansei dessa história.

Por bem daquilo que chamávamos de relacionamento, eu resolvi ir embora antes que a merda se tornasse maior. Eu lhe dei as costas, e no terceiro passo ele fez com que eu me virasse.

Não pense que foi com um convite para uma conversa civilizada.

- Próxima vez que vier me pedir desculpas, não venha como uma vadia.

- Como é? – minha risada foi alta, eu realmente estava incrédula.

- Todo mundo viu a porra da sua bunda apertada nesse pedaço de pano – apontou – Isso é ridículo.

- Não, você é ridículo.

- Tchau, Hailey.

Ele se virou, e eu joguei minha bolsa em sua direção, como se pudesse aliviar a minha raiva. Ele parou ao ou ouvir o barulho, e cruzou os braços. Retirei o meu tênis e acertei sua barriga, enquanto o via andar em minha direção. O segundo ele segurou, e então eu não tinha mais nada para jogar.

- Você ficou maluca – o empurrei, e comecei a socar seu peitoral – Para, caralho – segurou meus pulsos, e os apertou com força.

- Você está me machucando.

- Você queria me machucar.

- Eu queria matar você!

- Eu não vou nem te responder - me empurrou para sentar em um equipamento de som, e voltou para pegar meus dois tênis. 

Justin calçou um e depois o outro, sem dar uma palavra. Ele voltou para pegar minha bolsa e me entregou. Eu tentei segurar sua mão, mas ele soltou.

- Não, você não sabe o quanto eu estou irritado.

Seu corpo ainda estava próximo ao meu, então entrelacei minhas pernas nele, impedindo que se afastasse.

- Para com isso, Hailey, me solta.

- Não vou embora.

- Vai sim.

- Não quero ir embora.

- Mas eu quero que vá – neguei com a cabeça, e ele respirou fundo.

Justin me deu impulso e me fez prender mais as pernas em seu quadril. Eu sabia que estava me levando embora, e tentei beijar sua boca várias.

- Ela você consegue segurar bem – um dançarino zombou ao nos ver passar.

- Costume – respondeu simples, e chupei a pele do seu pescoço – Para – mandou.

- Quer mesmo que eu vá embora? – sussurei em seu ouvido, e ele apertou forte a minha bunda, como repreensão – A gente poderia se resolver.

- Acha que eu quero? – me prensou na parede, me fazendo bater a cabeça com força – Seu jogo sujo de transar comigo para que eu esqueça não vai rolar, Hailey Baldwin – soltou minhas pernas, quase me fazendo cair – Terceira porta, vá embora – apontou.

Seria jogo sujo desabotoar o short?

- Fecha essa merda – mandou – Eu não tô brincando com você, Hailey.

- Me beije, e eu obedeço.

- Não vou beijar você.

- Então não vou embora. 

Ele bateu o pé, e nesse momento eu não sabia quem era mais patético. Ganhei um selinho.

- Eu disse beijo, Justin.

Após um suspiro contrariado, ele puxou minha cintura para mais perto, e me beijou de verdade. Disposta a ganhá-lo, desci suas mãos para minha bunda, e ele aperto após murmurar algo embolado.

Eu sabia que havia ganhado quando ele abriu uma das portas, e eu fiquei aliviada por não ser a terceira. Ele trancou a porta e voltou a me beijar, murmurando que me odiava, e me xingando de coisa horríveis.

Eu quis rir, mas fiquei com medo dele recuperar sua moral e me mandar embora de novo. 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 


Notas Finais


:)


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