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História Beautiful Soul - On the road.


Escrita por: poetyeeun

Notas do Autor


Hello hello, babes! Espero que gostem, xx

*Capítulo ainda não revisado, perdoem-me se tiver erros*

Capítulo 4 - On the road.


Fanfic / Fanfiction Beautiful Soul - On the road.

Arabella Harper P.O.V

Eu definitivamente estava maluca. 

Não sabia onde estava com a cabeça quando tive a minha brilhante ideia de entrar em viagem com Michael Clifford. Isso estava completamente sendo a maior idiotice que eu já cometi, mas não tinha mais volta. Eu jurei a mim mesma que não voltaria atrás com a minha decisão e que eu faria de tudo para conseguir convencê-lo a participar dessa maluquice. Afinal, nós dois estamos perdidos e condenados. Então, porque não podemos passar por isso, juntos? 

Eu não sei se quero saber as respostas numeradas dessa questão. 

— Eu devo chamar a policia para você, certo? Olha só, eu posso ser cego, mas ainda tenho reflexos rápidos e se estiver tentando me atacar, desista. Eu irei sentir antes disso acontecer. - ele replica com a voz alterada.

— Eu não estou aqui para te atacar, mas preciso que venha comigo. 

— Eu não vou a lugar algum, garota. Agora, saia do meu quarto e da minha casa. 

Suspiro e passo as mãos por meu cabelo. Esfrego a minha testa, tentando ter uma brilhante ideia que possa convencer alguém tão difícil como ele. 

— Você sabe o meu nome, eu sei o seu. Porque não podemos viajar, passarmos pelo que tivermos que passar e voltarmos para casa depois? 

Muito bem, Bella. Um excelente argumento.

— Seus pais sabem sobre isso?

— Não, mas eu deixei um bilhete explicativo, pedindo para que minha mãe não chame a policia. 

— Eu devia chamar a policia para você. - ele devolve e eu não posso discordar. Talvez o tumor estive afetando seriamente o meu cérebro. 

Michael fica quieto por algum tempo. Ouço-o praguejar baixinho e entrar em um tortuoso conflito com ele mesmo antes de seu rosto se virar para o local em que eu permanecia parada, mantendo-me estática e me convencendo de que ninguém seria louco o suficiente para fazer algo assim. 

— Eu aceito. 

Arregalo os olhos. 

— O que?

— Eu disse que aceito a sua proposta de viagem. 

— Está falando sério? - não consigo conter a minha surpresa. Eu realmente não contava com isso, por mais que tentasse acreditar na possibilidade de acontecer. 

— Não faça eu me arrepender. - ele diz e começa a bater sua bengala pelo quarto. — Preciso arrumar minha mochila. Pode escrever um bilhete e deixar sobre a minha cama? 

 — Claro. - respondo-lhe, ainda extasiada pela sua resposta repentina e sua mudança brusca de ações. 

Ele começa a andar e faz tudo com tamanha facilidade que eu me pergunto como devia ser a sensação de não poder mais ver após ter uma vida com nítida visão das coisas. Michael prepara sua mochila, e mesmo deixando algumas coisas caírem no chão, ele não demonstra precisar de ajuda para apanhar tudo novamente e colocar no lugar. 

Escrevo o mesmo que escrevi para a minha mãe e meu irmão. Deixo o bilhete sobre a cama e toco nos lençóis macios. Tudo tinha o cheiro forte do seu perfume. Observo o ambiente ao redor quando ele entra no banheiro. O quarto tinha pouca iluminação e as cortinas estavam todas fechadas. No teto havia pôsteres de bandas e de times de Futebol Americano. Mas, não havia fotos dele, de sua família ou de seus amigos. 

Eu não podia imaginar como Michael se sentia por ter que lidar todos os dias com a ausência de seus amigos que sempre foram tão próximos dele. Eu me lembrava de vê-los, sempre juntos, pelos corredores do colégio. Eles riam alto, conversavam e ficavam passando a bola um para o outro enquanto atraiam atenções de todos, mas não pareciam se importar com nada do que acontecia ao redor, somente com eles mesmos. 

Quando eu disse o meu nome, a expressão de Michael mudou, eu pensei que ele fosse dizer que se lembrava de mim e que queria distância, mas ele nada disse, apenas voltou a me atacar com o argumento de que eu era maluca. Mas, como ele poderia se lembrar? Tivemos apenas um momento frente a frente e ele não terminou de uma boa maneira. Eu me recordo das palavras que proferi a ele. Palavras que se desfizeram com o tempo, e hoje estou aqui, desejando, acima de tudo, poder ajudar alguém que tem sua alma escurecida. 

— Estou pronto. - sua voz rouca me assusta. Olho para trás e vejo-o, com uma alça da mochila sobre o seu ombro direito e em sua mão sua bengala estava firme. — Eu não vou acordar daqui alguns minutos e perceber que tudo não passou de um maluco sonho, não é?

Solto uma risada baixa e esfrego o meu rosto. 

— Se isso não for real, estamos tendo o mesmo sonho então. 

Ele anda até a porta e espera por mim.

— Quando vamos voltar? 

— Eu não sei. 

— Para onde vamos primeiro? 

Oh, merda!

— Eu não sei. 

— De que exatamente você sabe sobre essa louca viagem, Arabella? 

A maneira que meu nome fora pronunciado me causou arrepios estranhos. Era como se meu nome tivesse se tornado uma graciosa melodia. 

Maneio a minha cabeça e ando até a porta. Paro entre os batentes e olho para ele, desejando saber se ele sabia que eu o olhava com tanta curiosidade e receio. 

— Eu só pensei até a parte em que viria até aqui. - sou sincera e isso o deixa frustrado. 

— Estamos prestes a cometer uma grande estupidez. - resmunga. 

Ele não estava errado. Somos grandes desconhecidos que estão a pouco de entrarem em um carro e viajarem pelos estados do país ou além dele. Nós não nos conhecemos para que possamos dizer que isso é algo que amigos fazem. Jesus Cristo! Eu só tenho uma amiga que irá me odiar quando souber do que eu fiz. 

Nossos pais provavelmente ficarão malucos quando souberem o que estamos fazendo, mas eu implorei para que a minha mãe me deixasse fazer isso. Nós duas sabemos que o meu tempo de vida é limitado. Eu sei que a vida de todo ser humano é limitada, mas eu sei que a minha validade está por pouco de vencer e eu quero que isso aconteça após eu ter cometido erros, conseguido decepções e ter chorado por motivos que não sejam apenas por me culpar pelas pessoas tristes ao meu redor. 

Estou certa de que isso é uma grande e incorrigível loucura, mas eu irei fazer que isso signifique algo para mim e para Michael. Sua essência está adormecida, mas eu sei que posso consegui-la de volta, eu me esforçarei para isso. Eu quero que ele sinta tudo o que precisar sentir e que se esqueça de suas limitações, assim como eu me esquecerei das minhas. 

— Está pronto?- pergunto ao vê-lo com o rosto virado para o lado oposto ao que eu estava. 

— Com certeza não. 

— Nem eu. - respondo baixo. 

Andamos pelo corredor e ele desce a escada, segurando no corrimão. Preocupo-me com ele por estar segurando sua bengala e sua mochila, mas ele não parece precisar que eu fique ao seu lado o protegendo caso se desequilibre. 

— Filho? - a mãe de Michael aparece na sala, secando suas mãos com um pano branco. — Estão de saída? 

Ela me olha e eu desvio o olhar. Sempre fui uma péssima mentirosa. 

— Sim. Iremos dar uma volta. - Michael responde simplesmente. — Não tenho hora para voltar. 

— Filho, não esqueça...

— Tomarei todos os remédios, mãe. - ele responde sua mãe. Antes que ela diga outra coisa, ele anda até ela e beija sua testa. — Eu te amo. 

— Oh, querido... - ela sussurra e abraça o seu filho. 

Eles ficam algum tempo da mesma maneira, mas Michael logo se afasta e dá alguns passos para trás. Sua mãe me olha e sorri docemente, da mesma maneira em que me recebera em sua casa.

— Foi um prazer conhecê-la, Arabella.

— O prazer foi todo meu, senhora Clifford. - ela sorri de canto e joga o seus cabelos para trás. 

— Me chame apenas de Karen, querida. - ela diz e eu apenas assinto, sorrindo de canto. 

Michael limpa sua garganta e bate sua bengala até chegar a porta, abrindo-a e passando por ela, mas parando na entrada. 

— Tomem cuidado. - Karen diz e Michael bufa. 

— Pode deixar, mãe. 

Despeço-me dela com um aceno e toco no ombro de Michael para indicá-lo para onde estava estacionado o meu carro. Ele se esquiva do meu toque e segue em direção a ele, parando em frente à porta do lado do passageiro. Destravo o alarme e abro a porta para que ele entre. 

— Não o vi pegando seus remédios. - digo e ele passa ao meu lado, me inebriando com o seu cheiro. 

— Se vamos ser loucos, que sejamos por inteiro. - ele diz e entra, se acomodando no banco. 

Ele fecha sua bengala e a coloca sobre suas pernas. Sua mochila é jogada para o banco de trás e ele passa o cinto de segurança por seu corpo enquanto estica suas pernas. Ele não vira o seu rosto para mim, mas percebe a minha presença que observava cada um de seus precisos gestos. 

— Vamos ou não? - replica enraivecido. 

Fecho a porta de seu lado e dou a volta, entrando do lado do motorista. Olho para a porta de sua casa e vejo Karen parada entre ela, com um grande sorriso no rosto. Ela acena para mim e eu lhe retribuo, entrando em seguida no carro e me sentindo ainda mais estranha pelo que estamos fazendo. 

— Última chance de desistir. - digo enquanto passo o cinto de segurança por cima de meu corpo. 

Michael estala a língua no céu da boca e encosta sua cabeça no acento de couro. 

— É tarde demais para isso. 

Não era completamente tarde, mas eu gostei de saber que ele não desistiria. 

Giro a chave na ignição e coloco o carro na estrada, dobrando todas as esquinas até me afastar completamente da propriedade da casa de Michael. Paro em alguns faróis e me sinto incomodada pelo grande silêncio que se estendia no carro. Ligo o rádio e deixo tocar, em volume baixo, alguma música aleatória. 

— Para onde deseja ir? - pergunto quando noto que faltava pouco para sairmos da cidade e entrarmos na pista que nos levava a saída de San Diego. 

— Você é a guia aqui. - ele diz e eu assinto. 

Eu não havia planejado as coisas em seus mínimos detalhes. Quando a ideia me surgiu, eu me lembrei do desejo que eu tinha quando mais nova, que era explorar tudo o que a vida permitisse para que eu pudesse me formar em uma grande faculdade, um dia, mas isso não aconteceu. 

Eu pedi para que Lauren me ajudasse a encontrar o endereço de Michael, de inicio ela se recusou a me ajudar, pois ia contra seus princípios e as normas do hospital, mas eu insisti tanto que ela cedeu e me ajudou. Quando eu tinha o seu endereço em mãos, eu pensei em ligar primeiro e perguntar se eu poderia ir até lá, mas eu sabia a resposta. Então, eu decidi continuar seguindo as loucuras do meu dia e fui atrás dele, correndo riscos de ser humilhada e ouvir seus gritos novamente, mas eu me certifiquei que não me abalaria pela sua rispidez. 

Em nosso pouco tempo de viagem, eu consigo ver que o seu semblante nunca muda. Ele continua sério e eu sinto raiva por não poder ver seus olhos cobertos pelos óculos escuros que ele parecia nunca tirar. Seu silêncio era sufocante e me causava incomodo por não saber o que tanto se passava por sua mente que parecia ser tão confusa quanto a minha. 

Lembro-me do som de sua risada e do seu sorriso quase que infantil. Michael nunca parecia serio pelos corredores do colégio, os únicos momentos que eu não o via sorrindo era quando estava procurando confusão ou estava jogando pelo time. Mas, ele sempre sorria. E eu me perguntava o que havia acontecido com aquele rapaz sorridente. 

Será que ele ainda estava ali, escondido em algum lugar, bem no fundo de sua alma? Será que haveria maneiras de dar um pouco de luz a sua vida? Será que eu que estou tão fraca e desacreditada nas coisas boas da vida conseguirei dar a ele motivos para acreditar?

Eu tenho medo de falhar. Eu tenho medo de não conseguir cumprir a missão que me destinei a cumprir. 

Olho de relance para ele que mantinha o seu corpo relaxado sobre o banco, com um de seus braços apoiados sobre a janela aberta e o rosto virado para a mesma direção. 

Suspiro e continuo dirigindo, tentando descobrir se acharia um destino para nós dois. 

(...)

Havia se passado pouco mais de três horas que estávamos viajando e nós dois não tivemos uma conversa, ao menos para nos conhecermos. Já havíamos saído de San Diego e estávamos passando pelas cidades vizinhas. Não conseguiríamos ir tão longe hoje, mas poderíamos parar e descansar em uma pousada antes de seguirmos pela estrada. 

Olho no relógio do carro e vejo que marcava o horário dos meus dois remédios controlados. Aproveitando que havíamos parado em um semáforo, apanho no banco de trás a minha pequena bolsa e tiro de lá um dos potes do remédio. Destampo o pequeno frasco e quando coloco dois comprimidos na palma da minha mão esquerda, olho para o lado e vejo Michael, quieto, mas parecendo concentrado no que quer que atraísse sua atenção do lado de fora da janela. 

Foco nos comprimidos em minha mão e os coloco novamente dentro do frasco. Fecho a pequena bolsa e a jogo embaixo do meu banco, desejando não me lembrar mais dela e nem da quantidade de remédios que havia dentro dela. 

Se vamos ser loucos, que sejamos por inteiro. A frase Michael fazia sentido para mim. 

O sinal é aberto e eu ouço as buzinas dos carros atrás do meu. Volto a dirigir e continuo seguindo o nosso caminho, já decidindo o nosso primeiro lugar. 

— Michael. - atraio sua atenção. — O que acha de Nevada? - ele balança sua cabeça e sorri de canto.

Que a nossa maluquice nos renda boas histórias para contar. 


Notas Finais




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