História Because I Love A Monster? - - Because I Love A Moster? - Por Que Eu Amo Um Monstro? -

- Because I Love A Monster? - Por Que Eu Amo Um Monstro? -

Uma pergunta que se sempre se fazia na minha cabeça era "por que eu o amo?". É uma pergunta difícil de responder, considerando o quanto nós dois somos diferentes e completamente opostos.

Não importa o quão bem Mikoto escondesse sua presença, todos que estavam ao seu redor notavam sua presença intimidadora, notavam o quanto ele podia ser perigoso e eu, claro, não fui uma exceção; Assim que o vi sua aura me fez ter calafrios, me fez querer sair de perto de onde ele estava, queria fazer que o meu corpo recuasse imediatamente. No entanto, até mesmo a minha própria firmeza me assustava, ainda que com medo, algo me forçava a me acostumar com aquela presença, me forçava a observa-lo.

Com o tempo, descobri aos poucos que ele era o líder da HOMRA, sempre estive curioso sobre aquele grupo em especial, começei a pensar sobre ser uma grande sorte eu descobrir quem era o líder de tal grupo.

Sempre que eu o observava de longe, notava a sua expressão um tanto vazia, umas das minhas qualidades estranhas é que eu sempre notava os sentimentos de outra pessoa, e é claro que isso serviria para o líder da HOMRA. Mas aquela expressão vazia não me enganava, era como se ele escondesse alguma coisa, bem, todos temos algo a esconder, mas com ele era algo mais intenso e quem sabe... Perigoso...? Senti isso na primeira vez que entrei em contato com a sua presença.

E bem, quando notei isso soube que não ia dar em coisas boas, por que eu sempre dava um jeito de descobrir coisas sobre algo que me interessava, mesmo que fosse por sorte,  e aquele homem de expressão vazia me interressava...

Lembro que a minha falecida mãe sempre me dizia que as aparências enganam. Ela vivia dizendo coisas como "Por mais que uma pessoa seja forte por fora, por dentro ela pode estar chorando e seja tão frágil quanto porcelana"; O que no fundo, era a mais provável verdade; "Não nascemos fortes Tatara, são nossas escolhas e experiências que nós tornam fortes";  Então, o mesmo podia acontecer com aquele ruivo, não? As experiências e escolhas dele o fizeram forte como é hoje. Mas o que me esquentava a cabeça era que preço ele teve que pagar para ser tão forte?

"Nada vem de graça, Tatara. Às vezes precisamos abandonar uma coisa para preservar outra. Assim como, uma pessoa não se torna forte se não pagar algo para ser forte"

"Você só consegue ver a parte que as pessoas deixam você ver"

Bem, isso siginfica que essa expressão vazia pode ser uma máscara, afinal é apenas isso o que ele deixa que os outros vêem. Mas... O que há por trás dessa máscara?

Com o tempo, começei a observar discretamente a saída do líder para todos os tipos de lugares. Com o tempo, notei o motivo de ele sair tão longe... Era para eliminar gangues que estavam causando problemas a HOMRA... E quando digo eliminar, é eliminar mesmo, digo matar. Às vezes o número de pessoas que ele matava de uma só vez chegava a 50, e isso tudo apenas com o fogo... Aquele fogo misterioso que emanava do corpo daquele ruivo e parecia seguir as suas ordens.

Qualquer um ao ver aquilo entraria em desespero, sairia correndo ou denuciasse o paradeiro do Rei Vermelho para a policia local. Mas eu nunca me encaixei no "qualquer um". Aquilo me incentivou ainda mais para descobrir o que aquele rei mantinha por trás da presença assustadora. Ele seria na verdade, uma pessoa frágil cheia de cicatrizes que o atormentavam? Bem, isso com certeza, Totsuka Tatara iria descobrir, custe o que custar...

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Levou um tempo para eu finalmente me socializar com a HOMRA, e foi um tanto difícil me "apresentar" e fazer com que o rei notasse que eu queria fazer parte de seu grupo, bem, quase morri quando fui fazer isso, mas não é isso o que interessava agora.

Com as minhas táticas de observação, notei que Mikoto - finalmente descobri o nome dele depois de um longo tempo - era uma pessoa legal apesar de tudo, mesmo que com jeito preguiçoso no bar, ainda era um bom companheiro. 

Sempre fui gentil com as pessoas, mas isso não significava que eu não percebia as intenções delas. E apesar de eu sempre conseguir notar o que os outros sentiam, Mikoto ainda era um mistério para mim. É um tanto irônico alguém como eu admitir que não sabia de nada sobre tal assunto. Mas com o tempo que estive em HOMRA, notei que a postura de Mikoto era diferente da dos demais, era como se ele se controlasse, como se algo o atormentasse 24 horas por dia... Parecia que eu era o único que notei isso.

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"Até mesmo monstros tem sentimentos, mesmo que estes sejam pequenos, Tatara"

Sempre considerei que as frases da minha mãe eram confusas, no entanto profundas e que continham sabedoria. Não entendi essas frases por muito tempo, mas agora elas faziam sentido, afinal, Mikoto era um monstro.

Não, ele não era um mostro, ele apenas achava ser um, levou algum tempo, mas descobri o quanto Mikoto sofria com medo de ferir aqueles que valorizava, com medo de perder o controle e os machucar com o seu próprio poder. Mas... Se o rei pensava assim, desse jeito tão assombroso e aterrorizador, era meu dever, como um vassalo guiar o rei para o caminho certo. 

"Seus poderes não foram feitos para ferir ou matar, é você que escolhe o que fazer com eles"

Bem, acho que para soar mais simples para o Mikoto eu teria que simplificar essa frase... "Seus poderes não são para ferir, eles servem para proteger". Certo, ficou bom, acho que isso vai ajudar...

Mas por que eu me importo com isso...?

Mikoto era uma pessoa presa ao passado e as amarguras que sofreu lá, e eu deveria o ajudar a passar por isso, mas eu não podia simplesmente ignorar esse fato e agir normalmente?

Por mais que me chamassem de "ingênuo" e "sem noção" por estar perto de alguém como ele, eu sabia muito bem com o que estava lidando...

Era perigoso ficar perto de Mikoto, sua influência era perigosa, os danos que isso causaria a Tatara graças a isso eram perigosos, mas... Tatara sempre foi alguém que desafiava o perigo se necessário...

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Algo estava mudando, eu pensava sentado na cama de hospital, sim, cama de hospital.

"Quantos ossos foram quebrados dessa vez?"

Tatara riu do próprio pensamento, com certeza era  mais do que apenas um osso quebrado, mas ele não se importava com tais danos, era apenas um pequeno preço para estar com o seu... Rei.

Desde quando pensava assim? Normalmente alguém ficaria irritado ou frustrado por se machucar tanto, mas isso não valia para Tatara, como sempre.

Mas continuado à linha de seus pensamentos de antes. Algo estava mudando, a forma como via Mikoto estava mudando, se já não estava mudada. Antes apenas via Mikoto como seu rei e que deveria o guiar como qualquer vassalo deveria. Mas Tatara queria ser mais que isso para o rei.

Mas também notou como Mikoto o olhava diferente de antes, sua expressão antes vazia suavizava quando olhava Tatara. Ele não sabia se isso era bom ou não... Mas se sentia orgulhoso e feliz por causar tal mudança. 

Mas o que sentia por Mikoto era algo mais profundo do que apenas amizade, disso Tatara tinha certeza....

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Bem, no fim Tatara descobriu o que sentia pelo rei, e deixou isso claro para o mesmo da forma mais clara possivel para o ruivo.

Todos os membros da HOMRA haviam saido para se divertir, convidaram Tatara mas o mesmo recusou, e Mikoto, como sempre, escolheu ficar no quarto e dormir.

Na cabeça de Tatara aquela era a oportunidade perfeita para se declarar, qualquer mico que ele pagasse só ficaria entre ele e Mikoto...

Mas antes de ir botar seus sentimentos pra fora, Tatara resolveu ir na cozinha beber um pouco de água, precisava se acalmar antes de tudo...

No entanto, antes que o loiro pudesse pisar no chão liso da cozinha, seu corpo foi bruscamente prensado contra a parede mais próxima.

- O-O quê?

- Tatara...

O loiro se calou no mesmo momento em que ouviu seu nome ser pronunciado por aquela voz rouca de quem acabou de acordar - o que podia ser verdade.

- Tatara.

Novamente seu nome foi chamado, mas estava ocupado com o olhar penetrante de Mikoto, que o olhava por cima e seus olhos dourados continham um brilho estranho...

- Tatara,  eu preciso te dizer uma coisa...

Mikoto levou sua mão até o queixo do loiro, e o segurou firmemente, levando seus rostos que ficavam cada vez mais perto. Mikoto só observava o incrível tom de vermelho que tingiu o rosto de Tatara, quase tão vermelho quanto seu cabelo ruivo.

- Eu te amo...

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Mikoto, eu te amo e suas mãos que me tocam com tanto fervor já derramaram tanto sangue... Mas eu não me importo.

Seus lábios que insistem em marcar a minha pele clara já proferiram tantas ameaças de morte... Mas eu não me importo...

Assim como eu não me importo de gritar e gemer tão alto enquanto você se afunda cada vez mais em mim.

Assim como eu não me importo de fincar as minhas unhas nas suas costas largas.

O jeito como você castiga sem piedade a minha próstata, me deixando louco e gemendo alto o seu nome.

O jeito como você sorria abertamente pra mim, apenas pra mim...

Eu queria expor esse seu sorriso para o mundo, queria fazer você esquecer o monstro que você acha que é. Isso tudo por que eu amo alguém que se compara a um monstro.

No fim, a minha vontade de querer saber mais sobre você acabou se transformando em paixão.

Como o mundo é estranho, né? Mikoto...

Mas esse é o mundo com o qual estou me desligando agora, o tiro que aquele albino me deu acabou atingindo um ponto vital e sinto a minha consciência ser pedida aos poucos...

Sempre considerei a minha mãe como uma pessoa sábia, me pergunto se pude ser tão sábio quanto ela. Se fiz as escolhas certas como ela faria.

....Me desculpe Mikoto....

Sayonara*... E obrigado por me deixar ver a sua outra parte....

"Está tudo bem..."

- A despedida é e sempre será a pior parte -

FIM...