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História Because Love is the Best Thing We Do - Se você aceitar


Escrita por: eithamosb_y

Capítulo 9 - Se você aceitar


Bruna Conrá:

Eu não sabia onde me enfiar naquele momento. Não chorei, não tinha o porquê mas fiquei brava pelo fato de que traiu ela comigo. Isso não se faz. É a pior coisa na vida, uma traição é horrível. Nunca gostaria passar por tal coisa na vida. Nem no lado de lá, como no lado de cá. Nunca quis ser a amante como também nunca quis ser a traída. Nem a traidora. Eu virei o que tanto xingo, sem ao menos saber.

Olho para Nicolas e eu acho que ele percebe como estou desconfortável e me sussurra: - Você quer sair daqui? - sim, eu queria. Mas não podia fazer tal desfeita como meu pai. Afinal como poderia?  Mas antes que eu pudesse responder, Felipe toma partido e se pronuncia: 

- Nicolas, que surpresa o ver aqui. Não sabia que era amigo do Ayrton. - fiz com todo veneno que tinha dentro de você e não era pouco. Podia ver a gosma ácida sair da sua boca.

- Na verdade, - eu falei e pigarrei um pouco. Dois jogadores podem jogar o mesmo jogo. - Nicolas é meu amigo. Como meu pai disse que eu poderia trazer qualquer amigo, foi o primeiro e único que passou pela minha cabeça chamar. 

Meu pai nos chamou para sentar a mesa, que já estava posta. Sentei ao lado do meu pai, de frente para a suposta noiva, que ao seu lado estava Felipe, enquanto ao meu estava Nicolas. 

- Como foi a aula hoje, Bruna? Digo, na Academia, já que faltei? 

- Professor, devo lhe contar, - comecei - eu não assisti a aula com o substituto. Estava mal, problema feminino, devo acrescentar. Eu estava completamente afim de gazear aula, mas o Nico me viu e me levou para a sala dele. O que enfim, chegou no que quero falar. - segurei a mão do meu pai e olhei para ele. - Papai, quero fazer aula de canto. - disse com toda coragem que tinha e ouvi um engasgo.

Felipe estava vermelho e começava a tossir muito enquanto batia no peito de modo engraçado. 

- Mas, filha, como será? Não dá você estudar no colégio e na Academia com duas aulas...

- Acho que não entenderam. Eu quero ter aula de canto. Mas não quero ter aula de teatro. - falei suspirando e olhei para Felipe. - Nada contra o Blanco. Apenas o teatro que não é para mim. Ele é ótimo no que faz, um ótimo professor e ator também. Bem humorado, etc. - um filho da mãe também mas calada fico. - Eu só não quero mas ter aula de teatro. 

- Ayrton, Elena e Nicolas, se importaria se eu tivesse uma conversa particular com a minha aluna? Muitas vezes também quis desistir desse meio mas pessoas como o Bento entraram e interviram, mudando a minha vida. Quero fazer o que fizeram por mim. Talvez, eu seja o Bento dessa nova história. - falou Felipe com uma insistência que quase me convenceu. Implorei para o meu pai em pensamento para que não o deixasse. 

- Nem um pouco. - disse Elena enquanto tomava um gole do vinho. Ela depois encarou o Nicolas como se fosse o comer vivo. Senti que ele estava completamente desconfortável com aqui mas nada fiz. Ele que me desculpe.

- Claro que não. - disse Nicolas. 

- Certo, Felipe, o meu escritório é todo de vocês. Não derrubem em nada. Fiquem o tempo que precisar. - diz papai e logo me levanto seguindo Felipe contra gosto.

Chegamos no escritório que não ficava longe e fechei a porta, andei até a cadeira do meu pai e me sentei. - Diga-me teus argumentos, caro Blanco. - falei cruzando os braços.

- Entendo que esteja chateada com o fato de estar noivo. Mas quando aquilo aconteceu entre nós, estava separado de Elena. Mas devido as circunstâncias, pedi ela em casamento hoje, no aeroporto. Amanhã sai nos jornais, eu acredito. 

- Em primeiro lugar: Que clichê, pedi casamento no aeroporto? Esperava mais de você, Felipe Blanco. E em segundo: Acha mesmo que vou me ausentar das tuas aulas por causa de algo que devo ressaltar, foi um erro? Dois erro não equivalem um acerto. Eu não estou saindo das tuas aulas por causa do que houve. Estou porque não me satisfaço mais com elas e hoje foi legal a aula com Nicho.  - falei enumerando os dedos. 

- Tá íntima dele? - me perguntou amargo.

- E no que te interessa? - falei cruzando mais uma vez o braço. 

- Ok. Você ao menos sabe cantar?

- Eu me perdi, perdi você

Perdi a voz, o teu querer

Agora eu sou somente um

Longe de nós, um ser comum

Agora sou um vento só, a escuridão, eu virei pó

Fotografia, sou lembrança do passado

Agora sou a prova viva de que nada nessa vida

É pra sempre até que prove o contrário

Estar assim, sentir assim

Um turbilhão de sensações dentro de mim

Eu amanheço, eu estremeço, eu enlouqueço. - cantei uma parte de uma das minhas músicas favoritas e em parte o que estava me descrevendo um pouco naquele momento. 

- Um sim já teria me bastado, Bruna. - disse e ficamos segundos que mais pareciam horas em silêncio. - Eu vou ser pai. É por isso que vou me casar com ela. O pai dela tem dinheiro no Rio. Pode acabar com a vida da minha mãe e do meu irmão que estão lá. Eu não quero ela. Não é ela que eu quero. 

- Isso está me parecendo repetitivo. - brinquei ao lembrar que tinha dito algo parecido antes do nosso primeiro beijo. 

- Vamos repetir a melhor parte, então. - disse e me levantou me puxando para perto de si. Estávamos um respirando o ar do outro, sentindo nosso próprio calor e quase encostando meu nariz em sua boca, porque ele é bem mais alto. 

- Não faça isso. - pedi quase cedendo.

- Quem vai me impedir? 

- Você não quer isso. Eu não quero ser brinquedo. Você vai se casar, vai ter um filho e é na sua esposa que deve focar. Ela o terá diante da lei do homem. 

- E na lei do coração? Bruna Conrá, é com pesar que lhe digo isso: Cai nos teus encantos. Estou de quatro por você, pode me usar e abusar. Estou rendido por você. Se você me quiser, querer ter essa coisa louca comigo, mesmo nessa circunstância, sou todo teu. Não sai daquela aula, gosto mais dela por causa de ti. Preciso do emprego. Mas se você quiser, eu sou teu. - diz e me beija logo em seguida. Não da forma selvagem como me acostumei, mas de forma doce, sem língua, saboreando meus lábios enquanto puxava o inferior com o dente. Encosta nossoa lábios, roçando para cima e para baixo. - É apenas um pedaço da loucura que vou te levar, se você quiser. Tudo depende de você.

- Não quero por metades, - falei e me afastei o empurrando com a mão no peito dele. - Quero por inteiro. Por favor, não me procure ou algo assim. Não sairei das tuas aulas ainda. Mas falta três meses para o semestre acabar. Quando chegar em junho, pode se preparar, não me verá naquele palco mais.  - e saio de lá dando de cara com Nicho.

- Tudo certo? - me pergunta.

- Por que não estaria?



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