História Because of you (HIATUS) - Aceitação Part - II

YUGYEOM (ON)

Meu primeiro contato com Park Jinyoung foi um desastre, tenho certeza que ele tem raiva de mim por ter estragado seu terno que deve ter custado uma fortuna. Tentei me desculpar duas vezes, mas ele foi extremamente grosseiro, eu sabia que ele era mal humorado, mas não esperava que fosse tão mal educado com as pessoas. Eu não tenho muita sorte, na verdade ela deve fugir de mim “Olha é sua vez Kim Yugye... Não. passo” Mas acho que ela teve pena de mim ao menos uma vez e me presenteou colocando o Youngjae na minha vida. O conheci há um ano quando eu estava passando por um momento difícil.

(Flashback on)

Era uma tarde chuvosa, naquele dia eu estava completamente sem rumo andando pelas ruas a esmo, até que parei em uma praça e caí sentado em um dos bancos. O céu azul que eu tanto amava estava escuro pelas nuvens pesadas, assim como minha alma naquele momento. Logo pequenas gotas começaram a cair e aumentavam gradativamente, tombei a cabeça para trás e deixei que a chuva banhasse o meu rosto, esperava que assim ela levasse minha dor junto com minhas lágrimas.

De repente não mais senti as gotas pesadas em meu rosto, abri os olhos e vi um garoto vestido com um casaco cinza e um cachecol rosa claro que cobria o seu rosto até a altura do nariz. Segurava um guarda chuva transparente que tentava nos abrigar da chuva.

— Você vai ficar doente com essa chuva — Porque um estranho estava se preocupando comigo? As pessoas só costumam ignorar e seguir seus caminhos — Está me ouvindo? — Confirmei com a cabeça.

— Venha comigo — Ditou e me puxou pelo braço me fazendo levantar — Segura pra mim? Você é bem mais alto que eu. — Sorriu e me entregou o guarda chuva.

Aquele garoto desconhecido me levou até uma cafeteria, colocou seu casaco sobre meus ombros e uma xícara de café fumegante em minhas mãos.

— Beba vai lhe aquecer — Fixei o olhar no liquido escuro. — Não gosta de café? Posso pegar outra coisa pra você.

— Não. Café está bom. — Forcei um sorriso.

— Porque estava naquele lugar com um temporal desses? — Abri a boca para lhe responder, mas não o fiz. — Oh! Desculpe-me, não quero ser inconveniente.

— Obrigado... — Foi a única coisa que consegui pronunciar com a voz um pouco tremula.

— Ouça. Sei que deve está com problemas, não os conheço e nem sei o tamanho deles, mas você pode enfrentá-los ou deixar com que eles te consumam. É fácil enfrentá-los? Não, não é. Você deve ter sonhos, olha se algo ruim te afetou e lhe colocou no chão, levante-se. Se alguém não lhe estendeu a mão, mesmo assim levante-se. Olhe-se no espelho e sorria para você e quando não suportar mais e as lágrimas começarem a cair, continue sorrindo, respire fundo e repita quantas vezes for necessário; “Eu consigo”. Quero que guarde essa frase com você: “Sem chuva, não há arco-íris”.

Ao terminar de dizer aquelas palavras ele sorriu gentilmente e meus olhos estavam ardendo, minha vontade de chorar tinha voltado, mas não era mais de tristeza. Choi Youngjae tinha me estendido à mão mesmo nem sabendo quem eu era, ele foi meu raio de sol depois da tempestade, se tornou meu melhor amigo, o único na verdade.

(Flashback off)

Alguns minutos após saímos da cafeteria eu estava estacionando o carro em frente  a empresa, desci e abri a porta traseira do carro.

— No caminho de volta a mansão passe na cafeteria e pegue o Mark, se ele quiser ir a algum lugar pode o levar, mas não se esqueça de está aqui ao meio dia.

— Sim Sr. Park. Tenha um bom dia.

— Obrigado. — Não achei que me responderia, me curvei minimamente e o vi se afastar em direção ao prédio.

Retornei a Cafeteria Ars e ao entrar encontrei o amigo do Park sentado em um dos sofás, me aproximei e o cumprimentei novamente.

— Sr. Tuan, vim buscá-lo.

— Oh! Achava que o Jinyoung ia me deixar voltar a pé — Sorriu e se levantou batendo em meu ombro — E pare de me chamar de senhor, pode me chamar de Mark.

— Mark Hyung? — Falei meio incerto.

— Hum... Okay — Fez um sinal positivo também com as mãos. — Como foi com o Jinyoung?

— Ele foi educado.

— Que bom, eu iria bater nele se não o fosse — Youngjae surgiu em nossa frente. — Quer comer alguma coisa Yugyeom?

— Não Hyung obrig... — Não terminei a frase porque ele enfiou um pedaço de chocolate em minha boca, ele tinha essa mania e eu sabia com quem ele aprendeu.

— Gyeomie você vem amanhã na festa do Mark Hyung não é mesmo?

— Hyung... Eu não sei. — Ele sabia muito bem o motivo pelo qual eu estava incerto de comparecer.

— Vai ser melhor do que ficar enfurnado naquele quarto.

— Por favor venha, prometo que vai se divertir. — O mais velho de nós insistiu.

— Tudo bem. — Disse vencido.

— Bem, agora vamos indo Yugyeom? Ainda estou com um pouco de sono e preciso desfazer as malas.

Nos despedimos do Youngjae e saímos. Adiantei-me e abri a porta do carro para que o mais velho entrasse.

— Ah não, eu vou na frente. — Entrou no veículo, colocou o cinto e passou a mexer no som. Eu tinha gostado dele desde o primeiro momento, me sentia confortável em sua presença.

Ao chegarmos à mansão saí do carro e fiquei encostado no mesmo, eu não sabia aonde ficar até a hora de ir buscar o Jinyoung, imaginei que eu ficaria o aguardando no carro no estacionamento da empresa.

— O que vai fazer agora? — Mark me questionou.

— Ãh... Nada — Na verdade estava pensando em ir procurar o Sr. Tuan, não queria ficar plantado sem fazer nada talvez eu pudesse ser útil em alguma outra coisa.

— Ótimo então venha comigo. — Fez sinal para que o seguisse.

Fomos em direção à parte detrás da mansão, tudo se erguia imponente naquele lugar. Na parte da frente tinha uma grande piscina cercada por árvores bem enfileiradas de ambos os lados. As primeiras portas e janelas eram todas de vidro que dava acesso a um saguão com um enorme lustre, também tinha duas estátuas sobre pedestais, mas não consegui ver de que figuras se tratavam porque estávamos afastados da entrada. Um gramado extremante verde e uma fonte com três andares que sustentava uma ninfa segurando uma ânfora. Quando chegamos a parte detrás meus olhos brilharam ainda mais, imensos pinheiros enfileirados, assim como as pequenas árvores da parte da frente, erguiam-se em meio a flores. Andamos um pouco mais e a minha esquerda visualizei uma grande estufa de vidro com metais branco, mesmo longe eu vi que ela era cheia de rosas brancas e vermelhas.

— É lindo não é? — Mark sorriu e abriu os braços — Sempre gostei desse jardim, Jinyoung e eu costumávamos passar horas brincando aqui.

Sorri com a revelação feita, tudo que envolvia a natureza me encantava e esse lugar era cercado por ela.

— Sim é lindo!

— Aquela é a casa dos meus pais — O mais velho apontou mais a frente — Vamos! — Ele segurou em meu braço e me guiou até a casa.

Conheci a Sra. Tuan que conversou bastante conosco, ela repreendeu o filho por não ter avisado com antecedência que estava vindo para a Coréia e perguntou por um rapaz chamado Jackson. O Hyung respondeu que em breve ele estaria no país, que não tinham vindo juntos porque o amigo precisava resolver algumas coisas antes.

Antes do meio dia eu já estava em frente a empresa, logo Park Jinyoung apareceu seguido por outra pessoa que eu já conhecia.

—Yugyeom como está? — Jaebum Hyung sorriu pra mim.

— Estou bem Hyung — retribuo o sorriso e o Jinyoung olhou o Jaebum e depois a mim.

— Se conhecem?

— Sim. Yugyeom é amigo do Youngjae e falando nele, preciso ir à cafeteria, ele disse que queria conversar sobre algo. Vejo você mais tarde Jinyoung, thau Yugyeom. — Apenas acenei e ele se afastou indo até seu carro.

YUGYEOM (OFF)

Se eu fiquei surpreso por Jaebum também conhecer aquele garoto? É fiquei. Obviamente sei que tanto o JB quanto o Youngjae tem outros amigos, mas presumi que o Kim é bem próximo do Choi uma vez que até o JB o conhecia. Eu tenho a impressão que perdi alguma coisa, depois irei pedir explicações àquela criança. Pedi para que o loiro me levasse ao restaurante ao qual costumo ir todos os dias, não estava com fome, mas se não comesse alguma coisa eu ficaria com dor de cabeça durante a tarde. Fiz uma refeição leve e sair do restaurante em seguida, eu costumava ficar no local lendo algum livro até a hora de retornar a empresa, mas eu pretendia comprar alguma coisa para o Mark como presente de boas vindas.

 Segui até o estacionamento e presenciei algo que me deixou um tanto quanto curioso. Meu motorista estava conversando com um rapaz de cabelos negros e um pouco mais alto que ele, não consegui escutar o que conversavam já que eu estava distante, mas notei a reação negativa que o loiro teve quando o outro rapaz se aproximou e colocou a mão em seu ombro. O garoto empurrou bruscamente o outro fazendo com que ele se afastasse um pouco de se, mas o mais alto o pegou pelo braço e o empurrou contra o carro, eles tinham praticamente a mesma estatura, mas a expressão assustada do meu motorista o fazia parecer menor que o outro. Aquilo começou a me incomodar então fui até os dois.

— Algum problema? — Me dirigi ao estranho.

— Park Jinyoung? É para ele que você está trabalhando Yugyeom? — Ele me olhou e sorriu de canto.

— E você quem é? 

— Saberá quem sou em breve, tenha certeza. — Percorri em minha mente se alguma vez já o tinha visto em algum lugar, mas não o reconheci — Vejo você depois. — Tentou tocar no Kim, mas o mesmo se afastou depressa.

Quando o outro nos deixou olhei para o mais novo e seus olhos estavam vidrados.

— Você está bem? — Me aproximei e a reação dele foi a mesma de quando o outro rapaz tentou lhe tocar pela ultima vez — Ei calma...

— Me desculpe, eu... Estou bem. — O nervosismo dele me dizia o contrário.

— Ele te fez alguma coisa?

— Ãh... Não... Está tudo bem. — Definitivamente ele não estava bem.

Quando chegamos à empresa, antes que ele descesse para abrir minha porta eu me adiantei.

— Não há necessidade de sempre fazer isso — Ainda parecia aéreo — Retorne a mansão ou se quiser pode ir a cafeteria ver o Youngjae — O loiro me olhou como se não tivesse entendido o que eu havia falado. — Pode ir.

Kim Yugyeom não me parecia bem, então pensei que o Youngjae pudesse ajuda-lo já que eram amigos. No momento em que vi aquele estranho segurar o garoto pelo braço e a expressão de medo no rosto dele, me lembrei dos garotos que intimidavam o pequeno Choi na época da escola, e eu detestava esse tipo de pessoas. Naquele instante os olhos do Kim me pareceram pedir por ajuda e eu não consegui ignorar, ele me pareceu tão frágil e assustado que o quis proteger de quem lhe quisesse fazer algum mau, proteger assim como eu fazia e faço com meus amigos se for preciso.

Acabei por esquecer que iria comprar um presente para o Mark, já que no dia seguinte eu não iria trabalhar eu podia fazer isso com mais calma. Descansei um pouco em minha sala, quando o relógio digital em minha mesa marcava duas e meia da tarde, Jaebum entra e me avisa que alguém da área de Marketing estava ali para falar comigo.

— Pode mandar entrar. — Abri o notebook para checar minha caixa de e-mail.

— Ocupado? — Desviei meus olhos do computador e no segundo seguinte eu me questionei sobre quantas surpresas eu ainda poderia ter até a hora em que eu fosse dormi. O recém-chegado sentou-se a minha frente e sorriu, o olhar dirigido a mim era tão intenso que eu cheguei a pensar se ele conseguia ler a minha mente.

— É um prazer revelo Park Jinyoung, ou talvez não.