História Because Of You - Capítulo Dezesseis - Entre Príncipes e Abraços de Mãe

Chapter Sixteen -

“Mamãe?” Minha voz infantil, ecoou pelo corredor vazio. A semanas, que mamãe vem andando meio distante.

Apenas sai de seu quarto para cozinhar, e vez ou outra ir ao banheiro. Ela nunca abria a porta de seu quarto, mesmo que eu a chamasse. O único que conseguia a tirar do quarto era Chung-Hee, mas ele só voltaria de noite.

Suspirei altamente, desistindo de chamar por seu nome.

Eu sentia falta da minha mamãe. Parece que ela havia ido embora, a um tempão atrás. Eu a queria de volta.

Mamãe me dava comida gostosa, cantava pra mim, e me dava abraços gostosos e quentinhos. Ela costumava sempre se preocupar em perguntar se eu tinha comido bem, se eu havia dormido bem. O que eu queria comer no almoço, ou jantar.

Mas, mamãe não sairia do quarto, então eu tinha que me virar sozinho. Eu limpava meu quarto, lavava a louça, jogava o lixo fora, e tentava preparar algo pra comer. As vezes alcançar os armários altos da cozinha era complicado, mas eu dava o meu jeito. Eu tinha que fazer minha lição de casa, então às vezes eu não conseguia arrumar a casa. Ainda bem que Chung-Hee não brigava comigo.

Não esperava que Chung-Hee fosse cuidar de mim, e se mamãe não tinha forças pra isso; eu irei cuidar de mim mesmo.

Minha pouca idade não me importava, que importância tinha, se eu era uma criança de nove anos de idade?

Eu só queria poder comer, fazer minha lição de casa e abraçar minha mãe.

Antes de seguir meu caminho pra cozinha, eu juntei minhas mãozinhas, sussurrando pra Deus:

“Trás a mamãe de volta.”

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Um mês se passou, e como tinha pensado, eu e Hoseok nos tornamos grandes amigos. Saimos juntos diversas vezes, e nos conhecemos melhor. Tínhamos nos dado muito bem.

Mas o dia que eu tanto temia chegou; eu conheceria Kim Seokjin. Jungkook - que parecia ter se mudado para meu apartamento-, ressoava no meu sofá, quando a campainha tocou.

“Jeon Jungkook, pare de enrolar e abra essa porta logo!” Uma voz masculina disse do outro lado da porta. Jungkook se assustou levemente, mas se acalmou logo depois que reconheceu a voz.

“Já vai, Jin-hyung.”  O mais novo disse preguiçoso, se levantando e abrindo lentamente a porta.

Um moreno alto, de ombros largos e lábios carnudos entrou pela porta. Ligeiramente me assustei, com sua beleza.

Ele parecia um príncipe! Era tão bonito! Seus cabelos eram brilhantes, a pele limpa, os olhos eram tão bem desenhados, e seus lábios vermelhos se assemelhavam a um coração.

Ele deu passos calmos até a sala, onde eu estava, e sorriu para mim. Me levantei enxergando a diferença de altura entre nós.

“E aí, pequeno?” Ele se aproximou de mim e passou a mão por meus cabelos, os bagunçando. Ele me tratava como se nos conheciamos a anos, como se eu fosse uma criança. “Eu sou Kim Seokjin, você deve ser Park Jimin.” Eu sorri simpático, batendo minha mão no sofá. Ele se sentou ao meu lado.

“Você deve ser omma Jin.” Disse divertido, arrancando uma risadinha dele.

“Aqueles meninos são fogo.” Rimos baixinho.

“Hyungs, se precisarem de alguma coisa, eu vou estar no quarto de visitas, dormindo.” Jungkook disse com a voz rouca, ele tinha a cara amassada, por estar dormindo agora pouco. Marshmallow o seguiu, quietinha.

“Descanse bem!” Disse antes dele fechar a porta do quarto.

“Você parece com fome, onde é sua cozinha?” Seokjin se levantou. “Eu vou cozinhar alguma coisa para comermos.”

[...]

“Você pode me contar como tudo começou?” Perguntei curioso, deitando minha cabeça no mármore da cozinha. “Como você e os meninos acabaram virando amigos?”

“Bom os meninos devem ter te contado, sobre como nosso pequeno grupo acabou se juntando.” Seokjin cortava alguns legumes, no balcão da cozinha. “Eles com certeza deram todo o crédito ‘pra mim. E não vou mentir, eu fui uma pequena parte sim.” Ele sorriu, levando os legumes cortados para panela. “Eu apenas fui usado pela vida, como um empurrãozinho, esse garotos iriam se achar cedo ou tarde. Eu conheço cada um deles, como a palma da minha mão, e os amo sinceramente. Eles se completam, e eu me dei conta disso logo de cara. Namjoon, mesmo que se comporte imaturamente as vezes, é o cérebro do grupo; ele é muito maduro, e cuida de nós como um líder.” Sorri. Eu conseguia facilmente enxergar isso em Namjoon. “Yoongi é como um pai ou avô. Ele enxerga bem as coisas, e não tem medo de dizer a verdade, por isso quando algum de nós faz besteira, ele é quem aponta e nos diz na cara dura. Ele parece mais velho que todos nós, às vezes. E por mais duro que ele possa parecer, a verdade é que ele é um grande babão; um doce.” Ele riu baixinho. “Hoseok é uma flor. Ele da a energia que nós precisamos, quando todos estão para baixo. Com um sorriso ele nos ilumina. Ele é uma pessoa muito especial, um pequeno raio de sol.” Sorri e concordei com a cabeça. “Taehyung é uma peça. O tipo de pessoa que por mais que, você vasculhe o mundo inteiro, não achará alguém igual a ele. Ele é como uma criança e como um velho sábio ao mesmo tempo. Ele sempre saberá a coisa certa a dizer para você.” Taehyung era tão peculiar. “E por último, mas com certeza, não menos importante; Jungkook. Ele é nosso bebê, nosso menino de ouro. Ele tem um coração gigante, é gentil e doce. Ele é do tipo que se sacrificaria para ver alguém que ama, feliz.” Virei a cabeça, olhando para o corredor, e a porta do quarto onde Jungkook dormia. Meu coração se apertou, Jungkook era uma benção. “Eu apenas segui meu coração e os juntei. Nem tudo foram ou são rosas, vou ser sincero. Às vezes suas personalidades distintas se colidem, e você não quer estar por perto quando isso acontece.” Sua risada alta e engraçada, me fez rir. “Mas ele sempre se acertam no final.” Ele olhou para a parede como se revisse as memórias em sua mente. “Os meninos brigavam bastante no começo, dá para acreditar? E de repente, eles já eram inseparáveis.”

“Jin-hyung, eu admiro e acho muito bonita a amizade e o laço de vocês todos. Eu adoraria poder ter um laço desses, algum dia.” Disse sincero.

“Já ouviu dizer que o número sete, é o número da perfeição?” Ele se virou,deixando a panela no fogão e me olhando nos olhos. “Jimin, você talvez seja o nosso número sete.” Ele abriu os braços.   Levantei uma sobrancelha, e ele me chamou com as mãos. “Vem logo, chim chim.” Meu coração acelerou, enquanto eu andava até Seokjin, e abraçava sua cintura. Ele me abraçou forte, os seus braços fortes e gentis me apertando; eu me senti quentinho. Seu abraço me lembrava os abraços quentinho que mamãe me dava.

“Eu mal-posso esperar para te ter no grupo.” Ele sussurrou. Eu me afastei um pouco, olhando no seus olhos.

“Como pode ter tanta certeza? Você me conheceu algumas horas atrás.” Ele sorriu gentil, e acariciou meus cabelos.

“Porque eu estou sentindo a mesma coisa que eu senti, quando conheci os meninos, ainda criança.” Ele sorriu de forma singela.

[...]

“Isso está tão bom!” Exclamei, levando mais uma colherada da comida para boca. “Hyung, você cozinha tão bem!” Ele sorriu envergonhado, mas vi o quão feliz ele estava em ouvir aquilo.

“Ah, não é nada demais.”

“Eu vou te apresentar a minha avó, vocês dois tem que cozinhar juntos!” Sorri grande. “Será que devemos acordar o Jungkook?”

“Nah, deixa ele dormir. Ele está em fase de crescimento. Eu vou deixar um pouco de comida para ele.” Ele voltou a comer. “Você mora sozinho a quanto tempo?” Ele me olhou.

“Quase dois anos.” Disse rapidamente.

“Você me parece magro. Tem comido corretamente? Se quiser eu posso cozinhar para você, eu tenho a estranha vontade de ver suas bochechas mais gordinhas.” Ele me olhou preocupado. “É importante se alimentar corretamente, não quero te ver doente.” Sorri com sua preocupação. “Teve uma época que o Tae, não se alimentava bem. Ele ficou anêmico, porque acha que ele é tão magrinho? Eu briguei bastante com ele, e fiz ele comer. Graças aos céus ele está melhor agora.”

“Eu consigo ver porque te chamam de omma, Seokjin-hyung.” Sorri, pegando um pouco de alface.

“Alguém tem que tomar conta desses meninos.” Ele riu.

“Acho que você tem feito um ótimo trabalho.”

“Eu tento.” Ele sorriu gentil.

“Hyungs?” A voz rouca e sonolenta de Jungkook se fez presente. “Vocês estão comendo? Porque não me chamaram?” Ele se arrastou até a cadeira ao meu lado. Seokjin montava seu prato.

“Não queríamos te acordar.” Disse suave;

“Aqui, coma!” O mais velho deu o prato para o mais novo.

“Obrigado, omma.” Ele disse meio grogue, pegando o prato de comida.

[...]

“Eu odeio dizer isso, mas eu tenho que ir.” Seokjin-hyung olhou para seu celular. “O Namjoon deve estar voltando para casa agora, e não é muito seguro o deixar sozinho em casa.” Ele riu divertido. “Tchau chim, eu amei te conhecer, pequeno. Se lembre de se alimentar direito, e dormir cedo. Ouvi dizer que suas provas estão chegando. Qualquer coisa me ligue.” Ele se aproximou e me abraçou. “Baby, durma bastante, e coma bem! Te vejo por aí.” Ele abraçou o mais novo, e seguiu até a porta.

“Tchau, meninos! Vejo vocês depois.” Ele disse antes de deixar o apartamento.

Jungkook - que ainda estava sonolento - se arrastou pelo sofá, até chegar perto de mim.

“Hyung, preparado?” Ele me olhou nos olhos. “É a última vez que eu irei te perguntar isso:” Eu assenti rapidamente com a cabeça. “O que achou do Jin-hyung?” Ele perguntou.

“Ele parecia um príncipe, quando o vi pela primeira vez.” Eu ri. “Ele…” Senti meus olhos ficarem marejados. “Ele me lembra minha mãe.” Sorri, enquanto uma lágrima fina desceu de meus olhos. “Até o abraço acolhedor, e o jeito preocupado.” Sorri mais uma vez. Jungkook sorriu doce para mim, me abraçando.

“Jimin-hyung, você acabou de ganhar uma nova omma.” Ele riu, me apertando mais forte.

“Eu estou feliz.” Ele riu.

“Eu também.”

“E você?” Eu me afastei um pouco, o olhando nos olhos.

“Eu o que?” Ele perguntou confuso.

“Se o Jin-hyung é meu omma, o que você é meu?”

“Eu sou seu bebê!” Eu ri alto, apertando suas bochechas. Ele era tão fofo. “E você é meu mochi.” Fiz uma careta, ao ouvir que ele me chamou de bolinho de arroz.

“Kookie, você é louquinho.” Eu ri alto, junto de si.