História Before And After - After 04

Eram quase 02hs e Clarke estava agradecendo aos céus por finalmente poder ir para casa, sua mãe havia ligado há algumas horas atrás e avisado que estava tudo bem, estava muito feliz com as crianças e o seu namorado, Marcus. Clarke não teve a chance de conhecer muito o rapaz já que assim que eles começaram a namorar foram para a África com um projeto social, mas se sua mãe estava feliz ela estava feliz também.

-Quer uma carona? - Clarke escuta e olha de onde vem a voz.

-Está indo pra casa? - a loira questiona.

-Na verdade não. É uma longa história. - a mulher apoia o cotovelo na janela do veículo - Entra logo. - a loira pensa um pouco antes de entrar no carro - Não vou te comer. Se eu fosse a Lexa, talvez.

Clarke continua calada no banco do carona e a mulher dá algumas olhadelas na direção da loira, porém sem tirar a atenção do trânsito. Costia sentia como se Clarke a temesse, talvez porque ela tivesse "roubado" sua namorada há alguns anos ou porque ela exalava mesmo maldade.

-Sabe? - a morena quebra o silêncio - Eu sei que você deve me odiar por ter trazido a Lexa, mas se você pensar pelo lado bom, se ela não tivesse vindo, vocês talvez não estivessem juntas hoje. - Clarke a encara franzindo a testa - Quer dizer, aposto que ela quer você. Vamos falar como adultas, Lexa sempre gostou de você e eu sempre soube disso, ela nunca esteve com alguém como esteve com você, Clarke. E por mais que o nosso casamento tenha sido ótimo, que nossos filhos tenham sido planejados e são muito amados, eu sei que Lexa queria ter tido essa vida com você. Mas a questão é: você a perdoa por ter tido isso comigo?

Clarke apenas avalia a expressão de Costia, ela não parece estar brincando. A loira continua calada pensando, ela desconfiava que seus sentimentos por Lexa ainda estivessem vivos, mas isso nunca daria certo, uma mãe e uma interna de medicina. Pela segunda vez Clarke se vê sendo deixada para trás, pela segunda vez Lexa estava a sua frente em idade e em prosperidade. A loira respira fundo e o veículo para em frente à sua casa, ela se pergunta como Costia sabe seu endereço, mas ignora isso e sai do carro.

-Eu não quero nada com Lexa. - Clarke diz botando a cabeça na janela - Eu não sei o que vocês têm, é uma coisa confusa e eu também não faço questão de entender, mas eu nunca teria algo com alguém como ela. Alguém que eu sei que a qualquer momento vai enjoar de mim... - ela suspira - de novo.

Costia apenas assente e espera que a loira se afaste do carro para dar partida, ela dirige pelas ruas pouco movimentadas às 03hs e para em frente a uma praia, ela gostava de praias, o vento parecia diferente lá. A mulher tira os sapatos confortáveis que usava no hospital, porém por conta do tempo que fica com eles, acabavam castigando seus pés. O alívio é quase como um sopro de vida e ela desce do carro, caminha até a areia e se senta.

Depois de horas observando a imensidão do mar e ver o sol nascendo, Costia decide que é a hora de ir para casa. Levanta da areia e olha ao redor, as pessoas estavam começando a preencher a paisagem, pessoas correndo com suas roupas de academia, surfistas aproveitando as ondas suaves da manhã para ensinar os menores, cachorros arrastando seus donos que pareciam ainda estar dormindo.

Ela entra no carro e dirige pra casa. Por mais que sua vida não tenha sido uma maravilha até aqui, Costia agradece pelo que ela é, por tudo que viveu e tudo que aprendeu. Ao chegar em casa ela percebe alguém sentado na grama e seu corpo gela, como se o clima tivesse mudado bruscamente. O senhor sentado na grama levanta ao ver o carro se aproximar e sorri largo. Costia puxa o freio de mão e desce do veículo.

-O que está fazendo aqui? - a mulher pergunta seca.

-Como você está linda, filha. - o idoso sorri e Costia revira os olhos - Eu estive te procurando, sabe? Depois que perdemos sua mãe eu só tenho você e...

-Me poupe. - a mulher o interrompe - Me poupe da sua hipocrisia, me poupe do seu drama, eu sei que você é meu pai e eu te respeito muito, mas você sabe que tem um motivo pra não nos relacionarmos. Fico feliz que esteja bem, deve ter sido um longo caminho até aqui, mas eu não quero nenhum tipo de contato com você. Desculpa.

Costia entra na casa e tranca a porta, se encosta na mesma e bagunça seus cabelos, algumas lágrimas lhe marcam o rosto, mas ela não permite que qualquer som saia de sua boca. A morena sobe as escadas até o quarto dos filhos e encontra os dois dormindo, com seus pijamas de bichinho e as respirações leves.

-Eles pensaram que você ia vir pra casa ontem.

-Que susto, Bellamy! - a morena reclama, porém sorri logo depois - Tive alguns problemas no hospital, não pude vir mais cedo. Mas eu sei que você foi uma babá maravilhosa.

-Claro, dona Costia. - o homem ri.

Costia havia conhecido Bellamy atrás de Lexa e Octávia, o rapaz acabou se tornando um grande amigo e às vezes uma babá muito eficiente, quando Costia, Lexa e Anya tinham algum compromisso, ele salvava Adria e Aden.

A mulher vai até a cozinha pegar um copo de água e olha pela janela, seu pai ainda está sentado na grama. Costia se pergunta o porquê dessa insistência, mas logo esquece isso quando os gêmeos descem as escadas animados.

-Mãe, posso comer bacon no café da manhã? - Aden pergunta animado e leva uma bronca da sua irmã, já que Adria é vegetariana.

-Pensarei nisso, agora subam e se arrumem para a escola, Bellamy vai ajudar vocês. - Costia manda e os pequenos obedecem.

Tomam café da manhã, Adria com suas frutas e Aden com seu bacon. Costia se pergunta como eles podem ser tão diferentes sendo gêmeos. Após comer os menores vão buscar seus materiais no quarto e Costia aproveita para fazer um prato com frutas e pão integral. Sai da casa e senta na grama ao lado do idoso que estava ali.

Joshua estranha a mulher sentada ao seu lado, mas aceita o prato que lhe foi oferecido. Ele observa Costia encarar algum lugar no horizonte e os dois ficam em silêncio por um tempo, até Costia quebrar o silêncio.

-Ela também é vegetariana. - ela diz sem encarar o homem - Adria, o nome dela. Sua neta. Eu ainda me lembro de você tentando me convencer a parar de comer animais mortos. Mas eu sempre adorei carne. - o mais velho arquea as sobrancelhas e sorri - O Aden gosta de fotografia desde pequeno. Lexa sempre encorajou ele, sempre teve paciência de mostrar pra ele os melhores ângulos e por mais que ele soubesse, ele deixava ela explicar. - Costia sorri e brinca com os dedos - Ele que me disse isso, deixava Lexa explicar só pra que ela sentisse que estava o ensinando algo. Eles são tão inteligentes.

-Você odiava quando alguém tentava te ensinar a fazer alguma coisa. - Joshua diz - Preferia fazer errado e aprender sozinha. Sempre gostou de se arriscar e foi assim que você levantou aquele hospital, construiu sua família e deu um rumo lindo à sua vida. Tenho orgulho de você.

Costia encara o homem ao seu lado e assente, ela sabe que se tentar falar algo as lágrimas irão lhe trair, então decide apenas encostar sua cabeça no ombro do mais velho e encarar algum ponto fixo.

-Mãe, a gente pode ir no shopping depois da aula? - Adria pergunta correndo em direção à mãe.

Costia sorri e se levanta, Aden vem logo atrás da irmã com a câmera fotográfica pendurada no pescoço. O garoto estende a câmera para a mãe com um sorriso tímido. Costia pega o objeto e sorri ao ver a foto que estava na tela: era um registro de quando Costia estava com a cabeça encostada no ombro de Joshua.

-Preciso revelar as fotos. Podemos ir no shopping depois da aula? - Aden faz a mesma pergunta que a irmã.

-Podem, vou pedir que Lexa busque vocês na escola. - os gêmeos se animam, mas logo para de comemorar quando percebem o senhor os encarando - Esse é Joshua. - Costia explica - Meu pai.

-Oi! - Adria diz animada - Nosso avô? Que legal, a gente nunca teve um avô.

-Oi, eu sou Aden. - o garoto oferece a mão ao mais velho que a aperta.

[...]

Lexa está em seu escritório revisando o repasse de verbas do hospital quando alguém bate em sua porta, ela já estava esperando alguém e agradece que finalmente tenha chegado.

-Entra! - a mulher diz se levantando da sua cadeira.

-Licença. - a garota diz entrando e solta um grito fino quando vê Lexa do outro lado da mesa. Ela corre até a mais velha é a abraça apertado - Mano, você tá pencas linda! Será que a Clarke me mataria se eu tirasse uma casquinha?

-Mas você não muda mesmo, hein? - Lexa diz sorrindo largo - Pronta pra começar?

-Mais do que pronta. - as duas sentam uma em cada cadeira ali - Nossa, esse hospital é incrível, dei uma volta com a Octávia.

-Octávia? - Lexa dá uma gargalhada - Cuidado, ela vai acabar te levando pra uma das salas de descanso, peça que ela mantenha as mãos onde você pode ver.

-Relaxa, eu sei lidar com superiores tarados. - a garota pisca e sorri.

-Bom, você vai ficar com o Wells Jaha, okay? Os armários ficam nesse andar, daqui a dois corredores e aqui está o seu crachá e o seu pager.

-Wells Jaha? Clarke disse que ele é péssimo de cama. - Raven diz abaixando o tom.

-Sabia que ela tinha dormido com ele. - Lexa diz pra si mesma - Será um prazer ter você na nossa equipe, interna Reyes. Tanto profissional quanto pessoalmente.

A garota sai da sala de Lexa que olha para o relógio e se apressa em sair logo, antes de pegar o elevador ela vai até os armários e encontra Clarke de calça jeans e sutiã, de costas para a porta, se preparando para sair.

-Quer almoçar comigo? - a morena pergunta e Clarke se assusta e se vira pra a porta, Lexa segura o riso.

-Almoçar? - a loira franze a testa - Me dê cinco minutos.

Lexa dá de ombros e dá alguns passos para fora do cômodo, se encosta em uma parede no corredor e assobia alguma música aleatória. Clarke sai da sala e a morena lhe oferece o braço, como em um filme antigo. Clarke aceita e as duas pegam o elevador e saem do hospital desse jeito. Param em frente ao carro e Lexa abre a porta para a loira.

-Sabe há quanto tempo eu não abro a porta pra alguém? - Lexa diz entrando pelo outro lado - Cinco dias.

Clarke revira os olhos e se pergunta quando o senso de humor (ou cinismo) havia ficado tão aguçado.

-Pra onde vamos? - a loira pergunta.

-Vamos passar na escola dos meus filhos, depois vamos almoçar no shopping e comprar algumas coisas também. - Lexa explica mais animada do que o normal - Eu já te contei a triste história da minha carreira? - Clarke nega com a cabeça - Bom, todo interno que entra no hospital me odeia, porque todo mundo acha que eu traio a Costia descaradamente e ela é a única que não sabe disso. Na verdade a maioria do hospital me acha um monstro por conta disso, porque não entendem o que a gente tem. Ou tinha.

-O que realmente vocês têm? - a loira se interessa.

-Bom, a gente sempre teve um relacionamento aberto, com algumas regras claro, mas todo mundo me julga porque eu sou a única que não esconde as conquistas. - Lexa para em um sinal vermelho e encara a loira - Costia odeia que eu misture trabalho com ficantes. Ela prefere ficar com mulheres que nunca mais vai ver depois. Mas isso nem importa mais, a gente terminou há algum tempo.

-Terminaram? - Clarke não pode negar que aquela informação lhe deixou esperançosa, porém iria ser cuidadosa - Mas não deu certo por isso? Por causa das outras mulheres...

-Claro que não. - a morena sorri - Deu certo. Deu muito certo até, tão certo que temos dois filhos. Mas quando ela soube que você vinha trabalhar em Polis, ela terminou.

-Mas vocês continuam juntas, quer dizer, as pessoas do hospital falam, né? Tipo, você moram juntas e...

-Clarke, eu e Costia somos muito amigas acima de qualquer coisa, é claro que a gente continua transando de vez em quando, mas é no máximo uma amizade colorida. - Lexa faz uma pausa - Confusa?

-Muito confusa.

-Bom, leve em consideração então que você tem dois filhos e é casada com a dona do hospital que você trabalha. Ocupa cargos extremamente invejáveis e vivem saindo em sites de notícias. Todo mundo acha que qualquer conflito em nosso relacionamento vai fazer com que a gente bote fogo no hospital ou sei lá. Ninguém acredita em relação aberta. - Lexa arquea as sobrancelhas - Para as pessoas é mais simples que eu traia minha esposa do que eu ter a permissão dela pra ficar com outras pessoas, ou até me separar dela.

-Mas vocês são casadas mesmo? Tipo, judicial e tudo? - a morena nega com a cabeça.

-Só moramos juntas.

-Vocês são loucas. - Clarke diz com uma careta estranha.

-Somos mesmo, mas fazer o quê? Mas eu quero que você saiba de uma coisa. - Lexa estaciona o carro em frente a um prédio - Costia terminou comigo por sua causa, espero que faça a atitude dela valer a pena. - ela sorri provocativa e pisca, a loira revira os olhos.

-Eu nunca sei quando você está falando sério e quando está zoando. - Clarke diz e a outra dá de ombros.

Elas ficam algum tempo paradas ali dentro do carro e Lexa começa a mexer freneticamente a perna toda vez que uma criança sai e não são seus filhos. Clarke abre o porta luvas do carro e como imaginou, encontra um pendrive, pluga ele no rádio do carro e começa a tocar Os Beatles. A morena desvia o olhar do portão do lugar e encara Clarke.

-Nunca é um bom sinal quando você mexe suas pernas desse jeito. - a loira diz e logo duas crianças correm em direção ao veículo.

Eles abrem a porta e entram no veículo, quase atropelando um ao outro, falam coisas ao mesmo tempo que nenhuma das duas adultas no carro consegue entender.

-Mamãe! O Aden...

-Mentira, mamãe! Ela quebrou o meu...

-Ele que estava tentando...

-Você é uma mentirosa!

Nenhum dos dois terminava a frase é assim era difícil saber o que aconteceu. Lexa pressiona a buzina até que os dois parem de falar e tapem os ouvidos.

-Um de cada vez ou vão os dois ficar de castigo. - Lexa diz dando partida no carro.

-A idiota da Adria quebrou o meu lápis de cor! - o garoto diz irritado.

-Não fale assim da sua irmã.

-Desculpa. - Aden diz cruzando os braços.

-Ele estava conversando com o Spencer! - Adria se defende - Eu já disse que gosto dele e você continua conversando com ele!

-Quem é Spencer? - Lexa diz dando uma freada brusca.

-Lexa! - Clarke protesta olhando pelo retrovisor, torcendo pra que não viesse algum carro atrás - Você pode por favor voltar a dirigir?

-Spencer é o meu namorado! - Adria diz irritando o irmão.

-Você sabe que eu gosto dele! - Aden diz.

-Com quem vocês aprenderam a gostar de homem?

-Lexa! Não fala assim com eles!

Depois de alguns minutos de drama da parte de Lexa, argumentos de quem estava errado da parte das crianças e frases coesas de Clarke, os quatro finalmente voltam a se movimentar em direção ao shopping. Assim que chegam, Lexa encontra uma vaga e os menores seguram cada um em uma das mãos de Clarke. A loira estranha, mas não diz nada.

-Tia Clarke, você gosta de sorvete? - Adria pergunta e a loira assente.

-Qual sua cor predileta? - agora é a vez de Aden perguntar.

-Hm... Acho que azul. - a mulher responde depois de pensar por um tempo.

Assim que entram no grande prédio, os dois menores correm em direção à loja de brinquedos, arrastando Clarke com eles. A loira olha assustada para Lexa que tem um sorriso divertido nos lábios.

Aden e Adria arrastam Clarke até a sessão de máscaras e fantasias, Lexa segue os três. A morena já está acostumada com isso, os filhos por algum motivo desconhecido adoravam fantasias, máscaras e afins. Eles se divertem montando Clarke que parecia uma princesa, esqueleto, enfermeira. Lexa se divertia com aquilo, mas logo tirou os acessórios da loira, pois querendo ou não estava morrendo de fome.

Os quatro vão até um fastfood e escolhem uma mesa, Lexa faz os pedidos no balcão e logo trás o "almoço" deles.

-Tia Clarke, você come bichinhos? - Adria pergunta e a loira fica confusa.

-Adria é vegetariana, ela não come bichinhos. - Lexa explica sorridente.

-Todo mundo come bichinhos, só Adria que é esquisita. - Aden diz fazendo careta.

-Aden, não critique sua irmã. - Lexa reclama.

-Bom, algumas pessoas comem bichinhos, outras preferem não comer. - Clarke diz chamando atenção de todos na mesa - Ninguém é esquisito por algo que faz parte deles.

-Não precisa falar bonito, eles têm sete anos. - Lexa sussurra para a loira que lhe dá um tapa de leve no ombro.

-Mamãe, a gente pode ir nos brinquedos? - Adria diz de boca cheia e recebe um olhar repreensivo de Lexa.

-Não! A gente vai revelar as fotos. - Aden diz.

-A gente revela as fotos do Aden e depois vai nos brinquedos, okay? - a morena diz - Terminaram?

Todos assentem e levantam da mesa. Dessa vez Lexa caminha na frente com Aden em seus ombros. O garoto se anima com a sensação de ser mais alto do que todos ali.

Adria vai atrás segurando a mão de Clarke e fazendo perguntas invasivas que Clarke releva por se tratar de uma criança, porém se esquiva de algumas mais pessoas, como: "Você namora a mamãe?". Pelo jeito até os pequenos sabiam sobre a relação estranha de suas mães e Clarke aproveita pra se aprofundar mais no assunto.

-Achei que suas mães namorassem. - talvez seja errado usar uma criança pra saber da vida de seus pais, mas Clarke não resiste.

-Mamãe disse que ela e a mãe podem namorar outras pessoas, mas nunca deixarão de ser nossas mães. - a garota diz simples - Eu não me importo muito, a única diferença é que elas não gritam mais no quarto e isso é bom. - Clarke olha incrédula para a garota - Que foi? Elas viviam discutindo.

Por um momento, só por um momento Clarke achou que... enfim, não importa o que ela achou. Importa que eles finalmente chegaram ao estabelecimento que queriam e Lexa tirou o garoto de seus ombros, reclama do peso e finge exaustão. Um senhor aparece pra os atender.

-Hey, garotão! - o senhor diz - Como você está?

-Estou bem, Sr. Rodríguez. - Aden responde ficando na ponta dos pés para alcançar o balcão.

Adria se intromete na conversa e um diálogo é iniciado antes do garoto entregar os negativos das fotografias, Clarke se apresenta e o senhor a elogia bastante, deixando a loira sem graça. Ele pergunta de Costia e Lexa dá uma curta resposta que ele entende perfeitamente.

Ao sair do estabelecimento os pequenos saltitam até a área de jogos, as mais velhas se sentam observando em silêncio a sinceridade daqueles sorrisos.

-Então, como foram esses 10 anos que eu estive fora? - Lexa quebra o silêncio - Eu estou bastante curiosa, você sempre dá um jeito de não me contar.

-Bom, minha mãe foi morar na África com um projeto quando eu fiz 18 anos, eu até já era meio independente, tinha um emprego e estava na faculdade. - Clarke diz - E ela também mandava dinheiro de lá.

-Abby na África? - a morena diz incrédula - Que bonito da parte dela, por que você não foi?

-Eu estava na faculdade. - Clarke diz como se fosse óbvio - E ela está com o namorado, eu acho que não tem espaço pra mim lá.

-E Finn? Monty?

-Finn é biólogo, a gente não se vê há um bom tempo, mas ele sempre nos manda fotos dos lugares que ele visita. Sempre muito bonitos. - a loira continua - Monty é programador ou algo assim, a gente sempre se fala e se vê de vez em quando. Inclusive, ele tem um namorado muito gente boa. Bellamy.

-Espera, Bellamy Blake? - a morena pergunta e Clarke assente - Ele é irmão de Octávia! E é nossa babá de vez em quando.

-Sério? Que mundo pequeno.

-Tia Clarke! Tia Clarke! - os pequenos dizem correndo em direção às mulheres e chamando sua atenção - Olha o que a gente pegou pra você!

-Eu que peguei! - Aden reclama.

-Não! Fui eu! - Adria protesta.

-Eu só posso aceitar se os dois tiverem pegado juntos. - Clarke diz e os menores concordam - Obrigada, meus amores.

A loira abraça apertado os dois que voltam sorridentes e saltitantes para onde estavam antes.

-Eles gostam de você. - Lexa diz e avalia o presente, uma pelúcia, um leão de pelúcia - Leãozinho.