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História Begin (Taekook - Vkook) - Performance


Escrita por: ancorada

Notas do Autor


Fiquei alguns dias sem computador, então só tive condições de postar agora TT
De qualquer forma, espero que gostem. Boa leitura!

Capítulo 3 - Performance


02 de dezembro de 2016 – 02h25 AM

Cinco dos membros permaneciam sentados em seus devidos lugares, apreciando as apresentações que se seguiram. 

Taehyung, por outro lado, fazia questão de observar tudo de pé, bem ao lado de Hoseok, movimentando o corpo de acordo com as músicas, semelhante a uma criança animada.

Vez ou outra Jungkook levava seu olhar até ele, rapidamente, temendo ser pego no flagra. Observar o mais velho pelo canto do olho já havia se tornado um hábito para o Jeon, incômodo, porém imprescindível. Gostava de saber que existia um sorriso tão bonito habitando os lábios do Kim.

Contudo, ainda estava chateado. Após ouvir as palavras deixarem a boca de Jin, Jungkook sentia-se um idiota por ter se preocupado e martirizado tanto, enquanto Taehyung desfrutava da companhia de “uns amigos”.

Decidiu que, pelo menos por essa noite, esqueceria a existência de qualquer envolvimento que não fosse o profissional e focaria em suas verdadeiras responsabilidades, que não eram nada simples. O maldito frio no estômago persistia, e sabia que esse era um dos motivos que o deixava inquieto, embora não fosse o principal. A melhor opção era manter-se distraído com as performances, ciente de que a sua vez se aproximava.

Como se conhecesse os pensamentos do Jeon, um staff segurando uma prancheta logo abordou os garotos, afoito, pedindo que o acompanhasse.

Tae estava tão animado que quase se espatifou no chão ao descer um degrau, e suspirou aliviado quando conseguiu recuperar o equilíbrio.

Os meninos foram guiados de volta ao backstage, rapidamente sendo levados até a próxima produção da noite. A mais importante delas.

Taehyung se livrou das antigas roupas, agora vestido em calças escuras, camisa brilhante de botão e sapatos confortáveis para dançar. Recusou-se a vestir o blazer elaborado antes de poder fazer umas últimas flexões, já que precisaria exibir as costas com enormes cicatrizes de asas que já não lhe pertenciam mais – obvio que era só parte da apresentação.

O esforço para manter a boa aparência em último momento acabou chamando a atenção não só dos companheiros de grupo, mas também das câmeras que realizavam gravações para um futuro Bangtan Bomb.

Após encenar brevemente a parte onde mostra o corpo, dessa vez vestido adequadamente com o blazer, Taehyung começou a conversar com a câmera sobre malhação e como não praticava exercícios há muito tempo.

Acabou tendo uma dúvida quanto a um determinado nome e fez a seguinte pergunta:

– Jungkook-ah, como se chama aquela coisa em que seu corpo cresce instantaneamente? – olhava fixamente para o maknae.

Já havia visto-o andando despreocupado pelo camarim vestido em um blazer azul escuro cheio de detalhes brancos e um acessório vermelho. A peça contrastava com os olhos azuis, deixando-o fascinante.

Taehyung tentou não prestar muita atenção em tudo isso.

– Pumping! – a resposta viera no ato, rápida como um foguete.

Essas foram as únicas palavras trocadas por eles naquele meio tempo.

...

Sentado numa espécie de balanço, Jungkook podia sentir o sangue fluindo em suas veias. Estava preso em cabos de segurança, confiava naquilo e mesmo assim precisava passar a língua nos lábios secos pelo nervosismo.

Lembrou-se de ter dito em frente às câmeras que não temia altura e não estava com medo, o que era verdade, mas não podia esconder a ansiedade.

A apresentadora parou finalmente de falar, porém os gritos não cessaram. Pelo contrário. Eles só ficaram mais altos a partir do momento em que Jungkook projetou o corpo para trás, como se fosse cair, e amoleceu os braços e pernas.

A sensação era única. Sabia que pelas lentes das câmeras a cena devia estar incrível, bem iluminada, ele flutuando em contraste com os efeitos de raios que se projetavam ao seu redor. Até os sons eram parecidos.

Entretanto, aos seus olhos nada era tão perfeito. Na verdade, era agonizante. A posição era extremamente desconfortável, fazendo suas costas e pescoço doerem pela necessidade de manter-se imóvel. O coração insistia em bater descompassado no peito, dificultando até mesmo a passagem de saliva na garganta.

Apesar de tudo, fechou os olhos e tentou manter-se tranquilo, mentalizando que logo o sacrifício chegaria ao fim.

Ouvia-se a narração impactante de Rap Monster. Os arredores agora todo tomado pelos efeitos de penas e logo a sombra de um anjo surgiu, ao mesmo tempo em que o balanço descia cada vez mais rápido.

Jungkook sentiu como se estivesse mergulhando na escuridão, à medida que descia e intensificava os solavancos. Um último som fora ouvido, forte e profundo, semelhante a uma explosão. Assim, soube que estava livre.

Não literalmente, já que em seguida precisou corredor feito um louco pelo camarim para trocar o blazer e se juntar aos demais membros. Era preciso correr contra o tempo, e aquele era só o inicio da apresentação.

Assim que o remix qual Hoseok e Jimin dançaram teve fim, os outros cinco garotos, já posicionados devidamente em um elevador, surgiram no palco, prontos para dar início à coreografia de Blood, Sweat and Tears.

De fato, cada um dos artistas que se apresentaram encima do palco do MAMA àquela noite foram ótimos e mostraram o que tinham de melhor. Mas se havia algo a ser admitido é que o BTS parecia invicto meio aquilo tudo. Cada detalhe do que faziam era refeito e repensado mil vezes, até a última gota de suor. A dedicação era alma do trabalho daqueles meninos.

A performance prosseguia perfeita até aquele ponto. A tela de fundo imitava um cenário macabro, com castelo, lua cheia, chuva e fogo. A escuridão engolia o palco e a plateia, somente os lightsticks brilhavam.

Quando aquela música teve fim, Taehyung caminhou até o centro do palco, onde Jin estava ajoelhado com apenas um refletor o iluminando. Agachou-se logo atrás dele, sem demorar a retirar boa parte do blazer, evidenciando as falsas cicatrizes nas costas.

Em seguida fez uma breve encenação, tampando os olhos de Jin com uma mão e tocando o peito por cima do tecido da blusa com a outra.

Ainda ajoelhados, se retiraram dramaticamente com a ajuda de um elevador.

Dançarinos preencheram o palco, o preparando para a próxima etapa. O cenário dessa vez ficou por conta apenas de muito fogo. Quatro mini palanques aparentemente em chamas surgiram de repente, e logo atrás os sete membros, não demorando a iniciar a coreografia de Fire.

No término, já estavam completamente descarregados. Jungkook andava com dificuldade, sentindo o corpo todo dolorido e o suor presente em cada parte sua. Só precisava de muita água e um pouco de descanso.

Pegou uma garrafa de água gelada e caminhou até uma sala vazia, mesmo local onde discutira com Tae da última vez. Sentou-se na mesma poltrona e relaxou o corpo, se livrando do blazer e dos sapatos. Precisava disso, dessa tranquilidade, de ao menos alguns minutos para se recompuser.

Tomava um gole do liquido insipido e tinha a mente levada para outros universos. Odiava o fato de estar tão pensativo ultimamente.

Mesmo após o fim da apresentação, continuava a se sentir meio mal, de certa forma. E como se não bastasse agora, ainda tinha o real cansaço físico. Sentia-se exausto, o corpo inteiro dolorido, com uma vontade imensa de deitar em uma cama e dormir apenas. Mas ainda tinha que voltar lá pra cima e fazer bonito, para talvez, quem sabe, receber um prêmio.

Sobretudo, sentia-se realizado, com sensação de missão cumprida.

Taehyung também segurava uma garrafa quando passou pela porta, adentrando a mesma sala e sentando-se em um pequeno sofá.

Jungkook nunca disse que queria companhia, e analisou o intruso da cabeça aos pés, pronto para lhe dizer algo, mas achou melhor manter-se em silêncio. Preferia evitar confusões, porque sabia que uma discussão a essa altura seria fatal. Ainda estava bravo e exausto, portanto achou melhor poupar-se.

– Eu sabia que estaria aqui. – Taehyung disse simplesmente.

– Se sabia, veio pra cá por quê? – indagou com indiferença. Embora não estivesse a fim de brigar, era impossível mostra–se gentil nessas ocasiões.

Tae achou que seria mais inteligente ignorar a pergunta, e fez isso dando um longo gole na água e brincando com a tampa da garrafa.

– Fizemos uma bela apresentação. Fomos ótimos mesmo. Mas Jimin, Suga e Jin hyung estão lá fora chateados, dizendo que foi tudo um horror.

Jungkook piscou devagar e refletiu durante um instante.

– Eu me esforcei demais pra isso. Dei o meu sangue, quase que literalmente e agora estou exausto. Não tenho do que reclamar. – falou.

– Foi muito ruim ficar pendurado? – demonstrava real preocupação.

– Tirando o fato de que estou com uma dor insuportável nas costas e no pescoço, foi legal. Valeu a pena no final. – comentou, lembrando-se dos gritos positivos dos fãs. Essa era sempre a melhor recompensa.

– Eu vou te fazer uma massagem. – Taehyung largou a garrafa no chão e pulou do sofá, imediatamente indo para trás do mais novo.

– Não é necessário. – começou a dizer, mas mordeu a língua no mesmo segundo que as mãos macias de Tae fez contato com sua pele, esfregando o local, realizando movimentos leves. Era reconfortante.

Permitiu-se fechar os olhos por um segundo, aproveitando a sensação.

– Você ainda está chateado comigo? – o Kim atreveu-se a perguntar, usando uma voz apaziguadora, tão tranquila que fez o outro se arrepiar.

Definitivamente, Jungkook não queria pensar em nada. Sua vontade era apenas de continuar sossegado, sentindo aquele toque e a voz tão característica e mansinha soar perto do seu ouvido. Mas agora, agora havia lembrado que estava chateado e sentiu os músculos ficarem tensos.

– Quer mesmo falar sobre isso? – inquiriu.

– Jungkook-ah...  

Sem paciência, o Jeon levantou-se da poltrona. Puxava o ar pela boca enquanto coçava o cantinho do olho direito, mostrando sinais de nervoso.

– Eu não estou chateado. Estou esgotado. Você sempre encontra um motivo para acabar com a minha tranquilidade e isso vem me irritando há um tempo. Talvez hoje eu esteja no limite mesmo, mas definitivamente não é algo que percebi agora. – confessou – Não é legal se sentir assim.

Taehyung franziu o cenho e tentou digerir as palavras. Por um segundo questionou se Jungkook estava mesmo falando com ele. Aquela reação parecia um pouco absurda demais, com certeza desnecessária.

– Do que você está falando? Ainda é por causa das ligações do Seojoon? Eu já expliquei que aquilo... – foi interrompido pela risada do mais novo.

Cada centímetro daquele garoto emanava deboche.

– Você não esqueceu que passou meia hora longe do evento porque estava com uns amigos no backstage, certo? – disparou.

– Ah. – suspirou devagar o Kim, levantando os olhos – O Jin hyung te falou, não foi? Mas isso só aconteceu porque encontrei o Minho e o Hyungsik lá atrás e ficamos conversando sem notar o tempo passar. Nada demais.

– Só podia ser. – resmungou – O elenco de Hwarang. – as palavras soaram tão debochadas e maldosas que por um segundo sentiu-se mal, mas os pensamentos logo foram afastados pela fúria – Ultimamente é sempre a eles que você dá prioridade, certo hyung?

– Pare de falar besteiras! – pediu realmente irritado – Acho que nunca te vi tão ciumento e chato, Jungkook. Sério, o que está acontecendo? Se tiver algo de fato errado pode me dizer, eu quero te ajudar. Mas se isso for o problema, eu vou continuar sem conseguir te entender.

– Okay, hyung. – disse com remorso – Pode debochar dos meus sentimentos. Continue pisando em mim sem dó. Vá em frente!

Taehyung suspirou pesadamente dessa vez e sentou no sofá. Odiava sentir suas emoções alteradas, odiava ainda mais qualquer tipo de discussões. Contudo, de uns dias pra cá estava impossível lidar com o Jeon.

– Eu não estou pisando no que você sente, Gukkie. – começou a dizer com calma – Eu nunca faria isso. Só quero que entenda que esse tipo de coisa – gesticulou, indiretamente apontando pra atual situação – essa coisa, ela meio que desgasta a nossa relação. Já temos problema demais pra lidar todos os dias, não é necessário criar mais um, entende? Eu já tinha amigos antes de termos o que temos, então esqueça esses ciúmes. Caso contrário não vai dar pra continuar. – esclareceu o que achava necessário.

Jungkook ouviu tudo atentamente, e em parte concordava, mas este final... Ah, o final. Aquelas palavras acertaram em cheio o seu coração, provocando até mesmo uma lacrimação indesejada. Queria chorar.

– Não vai dar pra continuar. – repetiu. A mesma frase voltava em loop em sua cabeça – Quer dizer que está disposto a desistir de tudo, é isso?

– Jungkook... – Tae o observou. Percebeu o sofrimento dali e começou a se sentir mal, embora não tivesse culpa de nada. O próprio Jeon havia começado tudo aquilo, mas se bem o conhecia, sabia que de um jeito ou de outro encontraria uma forma de se vitimar. Era tão a cara dele!

– Você acabou de dizer que pretende desistir de tudo, de nós, por causa dessa merda, V! – esbravejou, calçando os sapatos rapidamente e vestido o blazer – Está praticamente me dizendo que o que temos não vale de nada, não tem a menor importância, é frágil a ponto de não resistir a um mínimo problema. E eu nem sei o que estou fazendo aqui ainda.

– Não me interprete mal, Jungkook. O que eu disse... – tentou explicar.

– O que você disse? Eu ouvi bem o que você disse. – falou, tomando a garrafa de água em mãos, quase esmagando o objeto. Em seguida deu um riso nasal cheio de deboche. Parecia outra pessoa. – Quer saber? Que se foda!

E saiu dali batendo a porta da sala. Desconhecia a força que tinha porque acabou surpreendido com o baque que provocara. Mas não estava nem aí. Sentia o sangue fervendo nas veias, as mesmas alteradas sob o braço. Só queria se refugiar pra longe, já que pensar era a última opção restante.

Sem saber exatamente para onde ir, Jungkook olhou de um lado a outro e só encontrou o banheiro. Nem pensou duas vezes antes de caminhar em passos largos até lá, sentindo o olhar de cada pessoa presente pesar sob si. Passou pela porta e mais uma vez, inconsciente, a bateu com força.

Andou de um lado a outro dentro do cômodo, amassando de uma vez a garrafa nas mãos. Os olhos já estavam cheio de lágrimas e precisava soltar longos suspiros, numa tentativa de dissipar a maldita vontade de chorar.

Mal sabia se estava chateado, enfurecido ou qualquer coisa. Só queria desaparecer, mas não seria possível com alguém batendo na porta, a fim de perturbar o único possível momento de sossego e reflexão que teria.

– Abra isso, Jungkook, se não vou arrombar. – era a voz do Park.

O Jeon encarou o espelho, visualizando a própria imagem, esforçando-se a não deixar uma lagrima sequer cair. Tinha que deixar Jimin entrar, porque ele era a pessoa mais irritante que conhecia e não o deixaria em paz.

Girou a chave na fechadura e apertou a maçaneta, abrindo a porta. O garoto baixinho de cabelos loiros logo passou por ela, afoito.

– O que está acontecendo? – perguntou rapidamente, voltando a fechar a porto logo atrás de si – Porque saiu furioso daquela sala? Sabe, tinha um monte de câmeras filmando e flagraram seu pequeno momento de surto.

Pela primeira vez ele pensava nas câmeras e, sinceramente, não dava a mínima pra elas. Sabia que alguém daria um jeito de ocultar essa parte.

Mais uma vez Jungkook quis suspirar e fez isso enquanto sentava na tampa do vaso sanitário, puxando levemente os cabelos negros nas mãos.

– Ah, hyung. – murmurou cabisbaixo – É o V. Nós discutimos todos os dias e estou prestes a enlouquecer com isso. Não aguento mais! Eu o amo, mas estou esgotado. – e dessa forma não pôde mais conter as lagrimas.

Elas caiam livremente agora, ensopando a sua face e possivelmente borrando sua maquiagem. No fim, encontravam o chão do banheiro, próximo onde Jimin permanecia agachando, segurando as mãos alheias.

– É só uma fase, Gukkie. – o Park tentou tranquilizar – Vocês estão apenas no começo. Quer dizer, estão juntos há aproximadamente um ano, certo? É o primeiro relacionamento de ambos e ainda estão aprendendo a lidar com todas essas emoções. Discutir e ficar mal faz parte, mas passa.

O mais novo fungou, ouvia as palavras atentamente e tentava conter as lágrimas já que a este ponto começava a se sentir um idiota completo.

– Agora pare com esse choro e se recomponha, porque nós temos que voltar lá pra cima para receber um prêmio. Vamos! – motivou.

O Jeon assentiu e levantou devagar, como se estivesse com preguiça. Jogou o pescoço de um lado pro outro e ouviu o som do estalo. Em seguida tomou coragem para se olhar no espelho. Precisava que algum staff retocasse sua maquiagem, não podia voltar pra lá desse jeito.

Por ora, só queria esquecer o que tinha acontecido. Tentaria ser forte.

– Hyung – chamou Jimin, que o olhou – Obrigado. Mas fique sabendo que você é péssimo com conselhos. – não pôde deixar a provocação escapar.

– Idiota! – o Park riu, deixando um tapa brincalhão em seu braço e o puxando para perto, tentando amenizar a tensão ao sair daquele cômodo. 



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