–Vamos seguir o Parrish? – eu pergunto entrando no carro, no banco de trás.
–Sim. – meu tio responde ligando o carro.
–Como isso é possível? Aquele cara viveu topo… Séculos atrás! – eu não consigo me controlar, é como se ansiedade em estar nessa situação estivesse tomando conta dos meus nervos. – É impossível! Existe alguma forma disso existir!
–Por que você está fazendo tantas perguntas? – Gerard parece impaciente.
–Porque estamos falando da minha vida, cidade, amigos e quer mesmo ouvir mais? – eu me inclino para frente.
–Você é uma hibrida, quer mesmo explicações lógicas? – meu tio diz e acelera o carro, e eu reviro os olhos. – Você sabia, não é? – ele pergunta ao Gerard, minha atenção se divide em ver o Parrish correndo a frente do carro e ouvir a conversa dos dois.
–Eu não tinha certeza, mas suspeitava. Embora, faz sentido que a pique de Marie-Jeanne seria reforjada em algo que poderia parecer inócuo como uma bengala. – eu encaro a bengala que ele está na mão, aquilo é o que pode matar a Besta.
–Isso é o que vai matar a Besta? – eu pergunto descrente das palavras do Gerard.
–Com certeza.
–Soa impossível… – eu murmuro para o meu tio. – Como vamos conseguir chegar àquela coisa?
–Parrish. – Gerard responde.
–É possível matar a Besta, sem matar o Mason, certo? – não recebo nenhuma resposta. – Vocês dois, me diga que podemos salvar Mason.
–Helene, muitas coisas se envolvem…
–Não importa! Eu fiz uma promessa, eu salvaria Mason… E eu vou cumprir minha promessa! – eu seguro o ombros dos dois. – E vocês vão achar um jeito de eu cumprir.
…
Alguns minutos depois, Parrish para de correr e meu tio para o carro. Eu desço primeiro que os dois, o vento frio e úmido pinica meu rosto, e eu fecho mais a jaqueta evitando o contato.
–Eu o perdi. – Parrish olha para mim e depois para frente.
–Se Sebastien ainda não sabe que estamos com a pique, ele saberá. – meu tio parando ao meu lado.
–Se ela já não sabe. – eu resmungo. – O que fazemos? – eu olho para meu tio e cruzo os braços.
–Nós paramos de persegui-lo e o fazemos vir até nós. – Gerard diz olhando para a pique.
–Isso não me soa seguro… – eu olho para ele, e ele sorri. – Ou bom.
…
Enquanto os três estão a alguns metros de mim falando alguma coisa, eu tento falar com a Malia. Mas, o telefone dela só dá na caixa postal.
–Vamos lá! Malia responda. – eu disco o numero dela novamente, e então tudo na minha cabeça para, um grito sufocado, dolorido, eu disco o numero dela novamente, e então tudo na minha cabeça para, um grito sufocado, dolorido,agudo, em seguida minha garganta começa a arder, é como se os cortes estivessem se abrindo. Torna um pouco mais difícil a respiração pela boca, dói e sufoca, eu começo a tossir forçando o ar a entrar, mas o resultado é sangue, e mais sangue saindo pela minha boca. –Jordan… – eu consigo balbuciar.
Parrish para a conversa com os dois, e se vira para mim. Ele corre a tempo de evitar minha queda contra o chão. O sangue escorre pela minha boca e ele me pega no colo.
–Lene, o que está acontecendo? – meu tio pergunta preocupado.
–Lydia. – minha ligação com ela, está cada dia mais forte. – É algo com ela. – eu murmuro, eu não sei o que é, mas tenho uma ideia de onde ela está. – Eu vou precisar do carro.
–Você não vai dirigir sozinha. – Parrish fala como se eu estivesse maluca.
–Sim, eu vou. – eu pulo do colo dele. – Vocês vão para os túneis, eu vou atrás do resto do bando.
…
Eu entro no hospital, e antes mesmo de perguntar sobre a Lydia, o cara da recepção faz o numero quatro com a mão, me indicando onde ela está. Eu vou pela escada evitando a espera do elevador, passo pelo corredor, e ao chegar no andar vejo o Liam sentado em uma das cadeiras, a cabeça baixa, as mãos cruzadas.
–Liam… – minha voz sai com dificuldade.
–Lene? – ele se levanta e corre até mim, me abraçando, eu o aperto no abraço, de certa forma é o que eu realmente preciso. Eu respiro fundo me afastando dele, sem nem mesmo querer isso. – Como você sabia?
–Eu não sabia, mas o hospital é sempre um bom chute. – eu murmuro e me sento. – Como ela está?
–Não sei, Scott e Stiles estão com ela. – ele dá de ombros. – O que é isso? – Ele passa a mão no meu pescoço. – Está vermelho, como se estivesse cicatrizando.
–É a Lyds. – eu explico. – Os machucados dela, viram os meus.
–A conexão. – ele deduz.
–A conexão. – eu confirmo. Scott vem caminhando de cabeça baixa pelo corredor, e parece surpreso ao me ver. Eu me levanto quando ele está mais próximo. – Como ela está? – minha preocupação é palpável.
–O que é isso? – ele passa os dedos no mesmo lugar que Liam encostou.
–A conexão com a Lydia, está mais forte. – eu explico. – Quando ela se machucou aconteceu o mesmo comigo. – eu ponho a mão sobre o lugar. – Como ela está?
–Ela vai ficar bem, mas não consegue falar direito. – ele me responde, mas sua atenção está atrás de mim.
–Então acabou, não é? – ouço o Liam, e me viro para olhar para ele. Scott não responde, e eu também não. Liam solta o ar decepcionado, mas sei que não é com a gente, e sim com toda a situação. – Não há nada a fazer para salvá-lo.
O celular do Scott vibra, e ele me olha, parece algo importante.
–Pode ficar com ele? – ele me pergunta.
–Claro. – eu me sento ao lado do Liam. Eu faço um carinho no rosto do Liam, e ele me olha como uma criança que acabou de descobrir que o Papai Noel não existe. – Não fique assim. – eu peço. – Mantenha sua esperança, eu preciso que você faça isso. Promete. – ele faz uma linha reta nos lábios, ele faz isso quando está confuso ou contrariado. – Liam, eu estou te pedindo, promete?
–Eu prometo. – ele finalmente fala.
–Meu garoto. – eu digo me esticando para lhe dar um beijo em sua bochecha.
–Levantem-se. – Scott diz se aproximando de novo.
–O que? – eu pergunto confusa.
–Por quê? – Liam pergunta no mesmo tom que eu.
–Porque eu tive uma ideia. – Scott responde esperançoso. – E porque isso ainda não acabou.
Ele sai andando e eu e Liam o seguimos. Eu empurro de leve o Liam com o ombro.
–E mais uma vez, o Super Scott McCall põe a sua capa e convoca seu bando, disposto a salvar sua cidade Beacon Hills. – eu brinco e Liam ri.
–Engraçadinha. – Scott diz me olhando por cima do ombro.
–Pelo menos eu fiz vocês dois rirem. – eu dou de ombros.
…
Eu e Liam entramos no quarto da Lydia, ela me olha surpresa e eu sorrio.
–Oi Lyds. – eu digo me aproximando dela.
–Vo… – ela tenta falar. – Mac… Machu…– ela se esforça demais.
–Sim, eu também me machuquei. – eu passo a mão nos cabelos dela. – Foi o jeito que descobri que você estava aqui. – eu sorrio. – O meu não dói como o seu. Não se preocupe. – eu olho para o Liam, que está rindo para nós. – Vamos te tirar daqui. – eu aviso. – Liam, me ajude a levantar ela.
Ele assente, e nós apoiamos as mãos nas costas dela, a levantando com o máximo de delicadeza que conseguimos. Minha tia, Scott e Stiles entram na sala. Stiles me olha, e eu sorrio para ele, é uma forma de avisar que estou bem.
–Lydia, isso terá que ficar só entre nós, pois posso ser demitida por isso. – minha tia avisa.
–É uma injeção de cortisona. Vai curar a inflamação. – Scott explica.
Lydia assente, e estende a mão livre, já que a outra segura minha mão. Já tomei essa injeção, e ela dói para um excelentíssimo senhor caralho.
–Aí não. – minha tia diz e puxa o curativo do pescoço dela.
–Essa não, eu preciso ir. – Stiles diz e eu reviro os olhos.
–Não! – eu o impeço, e todos me olham surpresos. – Você fica e segura à mão dela. – ele me olha, parece estar em discussão mental se vai ou se fica. – Vai logo, garoto! Segura a mão dela.
–Ok. Eu não vou, mas posso acabar desmaiando. – ele diz caminhando até o lado da minha tia e segurando a mão da Lydia.
–Ok, vamos lá. – minha tia diz segurando o pescoço da Lyds. – Lydia isso vai doer muito.
Antes da minha tia aplicar a injeção, Liam cai no chão, eu olho para ele e reviro os olhos. Scott vai até o Liam, e minha tia aplica a injeção na Lyds, e pelo gemido que ela solta, isso deve estar doendo muito.
…
Eu ajudo Lyds a descer do elevador, e Stiles se apressa.
–Vou buscar a Malia. – ele avisa. – Avisem quando me encontrarem o Parrish.
–Espere. – Scott diz e entre algo embrulhado em um papel marrom para o Stiles.
–O que é? – Stiles pergunta.
–Estou trabalhando nisso há um tempo. Entregue à Malia. – Scott explica.
–É o plano B? – Stiles pergunta, no seu melhor tom questionador.
–Era o plano A. – Scott responde.
–O plano A nunca funciona. – Stiles e eu falamos ao mesmo tempo.
–Esse vai funcionar. – Scott responde com firmeza.
–Beleza. – Stiles assente e corre para fora do hospital.
…
Entramos nos túneis, e eu tento identificar o cheiro do Parrish, mas não estou sendo muito eficaz com isso. Eu ouço alguns barulhos estranhos, e um pequeno e não agradável medo passa por minha cabeça.
–Scott. – Lydia diz e nós paramos de andar.
–Ouviu isso? – Liam pergunta assustado.
–Eu ouvi. – Lyds responde com um medo visível.
–Ruiva, poupe sua voz. – eu falo com ela. O barulho se torna um pouco mais alto. – É eletricidade. – eu finalmente consigo identificar o barulho.
Liam me olha confuso e depois olha para o chão, e pensa em algo.
–Lydia, saia da água! – ele dá um leve empurrão na Lydia, a tirando da água.
Ele faz isso a tempo do choque alcançar nós três, eu caio no chão, sentindo uma dor nos braços, pernas e coluna. Eu olho para cima a ponto de ver o Theo segurando a Lydia.
–Theo… – eu digo tentando me levantar, mas não consigo.
–Desculpe, Lydia. – ele diz segurando ela pelos ombros.
Ele empurra ela na direção de um buraco, eu me arrasto com pressa e seguro o braço da Lyds antes dela cair, Scott segura meu tornozelo.
–Eu te peguei. – eu digo ofegante. Sinto alguém tocar minha costela e então furar a mesma. Eu olho para o lado e vejo o Theo. – Sua vadia. – eu murmuro entre dentes.
–Desculpe, amor. – ele se abaixa perto do meu ouvido. – Está sentindo? – Eu começo a sentir meus membros pararem de funcionar, paralisando, começa pelos dedos dos pés. – É veneno de Kanima. Deixa rolar babe. Desprenda-se.
–Lyds… – eu murmuro assustada.
–Desprenda-se de tudo. – ele diz entre dentes.
–Desculpa. – eu choramingo para Lydia, antes das minhas mãos paralisarem e eu soltar ela.
Ela grita enquanto cai, e Theo me vira de barriga para cima.
–Agora, todo o seu corpo combina com seu coração. – ele me sela. – É mesmo, eu já ia me esquecendo. Você não tem um. – ele sai andando.
–Ele está mentindo. – ouço a voz do Deucalion e me assusto. – Você tem um coração. – ele me segura pela cintura e me põe em pé, de frente com ele. – Um coração puro.
–Obrigada. – eu digo confusa, e olho para o Scott. – Então, ele é o aliado? O que você me disse na noite que planejamos o plano A?
–Você está certa. – Scott diz se levantando.
–Precisa de ajuda? – Liam diz me segurando pela cintura e me apoiando nele. –Está passando?
–Sim. – eu respondo, e ele assente. – Vamos? Temos que achar a Lyds. – Caminhamos pela mesma direção que o Theo foi, Deucalion a nossa frente. Theo está caído no chão. – Parece que alguém apanhou. – eu comento com o Liam.
–Você mentiu o para mim. – Theo diz olhando para o Deucalion, e depois para o Scott. – Você e o Scott. – Deucalion se abaixa perto dele. Eu paro na frente do rosto do Theo. – Lene? – ele parece realmente magoado comigo.
–Sim, eu também menti para você. – eu sorrio e passo a mão no rosto dele. – Eu sinto muito, do fundo do meu coração… – eu digo e então abro a boca como se me lembrasse de algo, e então bato o dedo na minha testa. – Claro, estou mentindo de novo… Eu não sinto muito, eu não tenho um coração. Foi mal. – eu reviro os olhos e levanto.
–Vocês todos mentiram. – Theo diz revoltado.
–Exato, Theo. – Deucalion tira os óculos. – O tempo todo. – ele fecha os olhos por alguns segundos e quando volta a abrir eles, as córneas dele estão normais.
–A vadia pode ver. – eu murmuro um pouco chocada.
–Nunca funcionaria. – Theo diz, e eu me perco, não tenho ideia do que eles estão falando.
–Podia ter funcionado. – Deucalion responde. – Com as garras de Belasko.
–Nome maneiro. – eu comento.
–Eu sei. – Deucalion diz antes de quebrar o pescoço do Theo.
–Você quebrou meu pescoço. – Theo diz com dor e nervoso.
–Boa sorte com isso. – o deboche na voz do Deucalion é palpável. – Há um portão de acesso que leva ao subnível. Acharemos a Lydia lá. – ele explica.
–E o Mason? – Liam pergunta.
–Ainda podemos salvar seu amigo. – Deucalion responde confiante.
–O que estamos esperando para ir? – eu pergunto irônica e caminho até o Scott.
Nós viramos as costas para continuar andando, mas o barulho de tiros nos assusta e nos faz parar. Eu me viro e vejo Deucalion escorregando até o chão, o tiro acertou nele. Eu olho para meu tio, o tiro veio da arma na mão do Gerard, afinal quem deixa uma arma na mão desse velho maluco.
–Hoje não é meu dia. – Deucalion balbucia.
–Que rude. – eu comento a atitude do meu tio.
–Que aliança surpreendente, Scott. – Gerard diz, ainda com a arma apontada para nós. – Você e Deucalion? Há quanto tempo vem planejando essa pequena traição?
O que esse cara quer dizer? Desde quando devemos alguma coisa para ele?
–O mesmo tempo que eu e ele planejávamos essa. – meu tio diz entrando na frente do Gerard, e joga a bengala para o Scott.
–Agora as coisas estão ficando interessantes. – eu comento.
–O que está fazendo? – Gerard é quem está perdido agora.
–Quando te trouxe de volta eu sabia que não tratava de salvar vidas… Mas, de perpetuar a sua. – Tio Chris parece finalmente ter voltado a sua realidade.
–Esse é o meu tio. – eu digo orgulhosa quando meu tio aponta uma arma na direção do Gerard.
–Scott, vá. – ele diz, mas Scott e eu não temos certeza que devemos ir. – Vão! – meu tio diz mais firme.
–Vamos. – eu puxo Scott e Liam comigo. – Agora.
…
Eu passo por um dos corredores, e vejo meu arco em uma das esquinas. Eu sorrio, meu tio planejou isso. Eu pego meu arco e o tiro de dentro da pequena mochila, a penduro e encaixo a flecha no local certo.
–Scott. – Liam diz e nós paramos de andar. – Eu farei isso. – ele diz olhando para a bengala.
–Liam… – Scott tenta dizer algo, mas duvido que exista algo a ser dito agora.
–Deve ser eu. – Liam insiste. Ele me olha buscando apoio e eu dou de ombros. – Se fizer eu me aproximar o suficiente, eu farei.
Liam tenta segurar a bengala, mas Scott a troca de mão a afastando dele. Liam me olha, ele realmente quer que o apóie.
–Desculpe, mas não vamos deixar seu melhor amigo morrer. – eu digo autoritária. – Vamos salvar ele.
–Como? – Liam me questiona.
–Vamos descobrir. – eu retruco com firmeza. – Vamos salvar o Mason.
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